
Francisco Salvador
2ªSarg.Pil.
Peniche
Boa tarde
Em primeiro lugar uma palavra de reconhecimento pelo excelente trabalho do comando desta Base que leio sempre com agrado, e muitas vezes, emoção.
Na sequência da aterragem do Fernando Moutinho sobre pretensos OVNIs gostaria de deixar aqui uma historieta que se passou comigo penso que em 1976.
Numa bela tarde de Verão, recebi a missão de levar um Allouette III da BA 6 para as OGMA em Alverca.
Voando a cerca de 600 pés, à vertical da margem Sul do Tejo, quase frente a Alverca, com um horizonte de grande visibilidade e céu
sem nuvens, deparo com algo que me pareceu ser uma estranha "chuva de prata" muito densa e brilhante.
De imediato, relatei o que via à torre de Alverca e iniciei uma descida que culminou com uma aterragem num campo aberto perto da margem do rio.
Cortando o rotor, saí do aparelho e pude constatar que a parte da frente do aparelho estava cheia de compridos e finíssimos fios em cujas pontas alguns tinham minúsculas aranhinhas.
O que se havia passado foi que, num campo de seara, um grupo de ceifeiras-debulhadoras, ao proceder à ceifa, lançaram pelos ares milhares (milhões?) de insectos que, para amortecer a queda imposta pela lei da gravidade, produziram fios de teia que provocaram aquele estranho efeito.
De regresso ao aparelho, ao descolar, dei conta da confusão que havia lançado, ocorrendo já inúmeras comunicações entre as torres do Montijo, Alverca e Portela.
Tive de fazer um extenso relatório e não me foi fácil explicar o sucedido para poder justificar uma aterragem fora do plano de voo numa missão prevista com pouco mais de dez minutos.
Esta é uma das muitas histórias que guardo na memória da minha passagem pela FAP.
Um abraço Amigo
Francisco Salvador
Voos de Ligação:
Voo 2110 - Os Ovnis Fernando Moutinho