segunda-feira, 30 de abril de 2012

Voo 2854 PARABÉNS Á ESQª.751!



Caros Companheiros,
A tertúlia “Linha da Frente” não pode, nem quer, deixar de se associar a vocês neste precioso momento em que festejam o vosso 34ºAniversário.
É com grande orgulho e satisfação que verificamos a continuidade do nosso trabalho representado pelos nos vindouros.
PARABÉNS!




HISTÓRIA

A Esquadra 751, colocada na Base Aérea do Montijo é a fiel depositária das tradições de busca e salvamento em Portugal e na Força Aérea Portuguesa, contando já com mais de 2500 vidas salvas na sua história.
A Esquadra 751 "Pumas" foi criada em 28 de Abril de 1978. Após o período de descolonização, os SA-330 PUMA sofreram ligeiras modificações e foram aplicados na execução de missões de Busca e Salvamento nas áreas de responsabilidade atribuídas a Portugal no âmbito dos seus compromissos internacionais. De salientar que as regiões de responsabilidade de salvamento atribuídas a Portugal, coincidentes com a FIR de Lisboa e Sta. Maria, representam a segunda maior área de responsabilidade do mundo, sendo apenas maior a atribuída ao Canadá. Além de Busca e Salvamento ( SAR ) a Esquadra 751 executa outras missões de interesse público, como é o caso das missões de Vigilância Marítima, ou no âmbito estritamente militar, o transporte aéreo táctico.

Em 2005 a Esquadra 751 passou a contar com o moderno AgustaWestland EH-101 Merlin que veio substituir o consagrado SA-330 PUMA. Este foi um marco extremamente importante pois permitiu á Esquadra ficar dotada de tecnologia de ponta e também aumentar a sua capacidade de operação. Este aumento de capacidades já foi traduzido em vidas salvas na prática. Após a introdução do EH-101 houve uma reestruturação do dispositivo SAR nacional e assim os cerca de 100 militares que compõe a Esquadra 751 trabalham para que a mesma tenha, 24 horas por dia, 365 dias por ano, uma tripulação de alerta permanente na Base Aérea do Montijo, nº6, uma tripulação e respectiva aeronave no AM3 do Porto Santo e pelo menos uma tripulação e um helicóptero na Base Aérea das Lajes, Ilha Terceira, Açores.
Ao longo de mais de 30 anos de história, a Esquadra 751 já executou mais de 40000 horas de voo ( mais de 10000 das quais com a aeronave EH-101 Merlin ) e salvou mais de 2500 vidas, continuando no seu dia-a-dia a honrar o seu lema

"PARA QUE OUTROS VIVAM".





domingo, 29 de abril de 2012

Voo 2853 OS MEUS PRIMEIROS PASSOS NA BA12,BISSALANCA.




Victor Barata
Esp.Melec./Inst./Av.
Vouzela





Na realidade os primeiros dias na Base Aérea 12,em Bissalanca foram para mim de grande amargura.
Assim que aterramos e abriram a porta do avião, fui recebido com uma baforada de ar quente com um cheiro a terra á mistura que, diga-se em abono da verdade, não era desagradável, para quem ia na expectativa de ter o inimigo ali mesmo na placa. Digo isto pelo facto de antes de ir para lá, tinha ido para os Açores,BA 4,onde estive 18 dias e quando regressei ao continente para ser submetido aos habituais exames médicos, as pessoas que me encontravam ficavam felizes e exclamavam :
Ainda bem, já te temos outra vez! De imediato eu retorquia: É por pouco tempo, vou para a Guiné. É pá, para a Guiné…ainda se fosse para Angola ou Moçambique?!... Diziam, rematando de imediato: Todos os dias morre pessoal que se farta na Guiné.
Bom, chegado ao terminal sou imediatamente repescado pelo Prates, que já estava com 26 meses de comissão, perguntando quem vinha substituir? Sinceramente que não sei, respondi-lhe. Contou-me o que estava a passar e pediu-me para ir com ele ao Com.Esqª. dizendo que o vinha substituir a ele. Para mim era igual, estava a chegar, sabia que era a minha residência nos próximos dois anos (se tudo corre-se bem, como correu!). Antes de entrar no gabinete, o Prates repetiu-me o nome dele algumas vezes para que eu não me enganasse.
Tudo correu lindamente, o Cap.Ferreira disse-lhe que podia tratar do desquite e eu para me apresentar na ao meu chefe 1º Sargº Barros para set colocado na linha da frente dos Do-27 e T6G. Se por um lado não conhecia estas aeronaves, pior fiquei quando ele me designou o local de trabalho, LINHA DA FRENTE!
Ó Prates meteste-me num buracão, então vou para a linha da frente sem nunca ter trabalho num avião?! Nós eramos formados teoricamente, a pratica íamos adquiri-la na guerra.
Não tenhas problemas que eu ainda cá vou estar mais uns quinze dias e vou contigo quando saíres para missão. Assim foi, um excelente companheiro tal como eu fui para ele. Não fossemos nós ESPECIALISTAS.
Bom, vamos arranjar alojamento, enquanto não arranjei quarto tive que dormir na camarata onde era uma cama por cima e outra por baixo, isto onde residiam uns 50 ou mais companheiros.
Por todo o lado por onde passava, carregado com a mala, só ouvia PiU! PIU!. O Prates dizia-me para não ligar. a malta quando chegava  era alcunhada de PIRIQUITO.
Entrei na camarata fiquei pasmado a olhar para as camas, pareciam berços de criança isolados com rede mosquiteira. Meu Deus, onde eu estou! Era um barulho maluco com o PIU,PIU e mais PIU!!!
Lá arranjei uma cama e um armário. Toda a rapaziada me acolheu da melhor maneira.
A primeira noite foi terrível, sofri o meu primeiro ataque de…mosquitos! De manhã parecia que tinha bexigas!





Tive que ir comprar também um mosquiteiro e uma ventoinha ,pois para além dos insectos o calor não se aguentava.
Ao segundo dia, como ainda não linha lavadeira, fui-me por a lavar roupa. Como as experiência era muita, ao torcer umas calças dentro do lavatório, partiu! Agora sim. La tive um bom amigo, o Caldas, que era das Infra-estruturas, que desenfiou um novo no armazém e o veio montar como se fosse eu.
Estes foram os meus primeiros passos na Base Aérea nº 12 ,em Bissalanca
Um abraço.
Victor Barata

Voo 2852 RENDER DA GUARDA.







Manuel Pais 
Esp.EABT
Porto











Caros Amigos e Dirigentes do Núcleo de Coimbra da AEFA.

No momento em que acaba o ciclo da V/ gestão á frente do Núcleo, não posso deixar enaltecer as V/ realizações e postura face ás circunstâncias com que se debateram no desempenho da vossa missão. Foram exemplares.
 Não foi fácil , mas estou ciente que neste momento o sentido do dever cumprido é o Orgulho não só daqueles que vos elegeram , mas também , todos os outros que vos acompanharam e o fizeram com muita estima e consideração.
 Sábias palavras publicou hoje o nosso querido amigo Costa " PARA CRIAR INIMIGOS, NÃO É NECESSÁRIO DECLARAR GUERRA, BASTA DIZER O QUE SE PENSA ".
 Faço votos que  "alguém " tenha escutado o que as " gentes de Coimbra " sempre pensaram em prol da AEFA.
 Em meu nome pessoal e de minha esposa o NOSSO MUITO OBRIGADO  pelo acolhimento muito generoso e caloroso com que os AMIGOS DE COIMBRA  sempre nos receberam.

Um abraço para todos do tamanho do Mundo

Carminda e Manuel Pais

Voo 2851 PARABÉNS GISELDA.





PARABÉNS A VOCÊ .NESTA DATA QUERIDA,…




A Giselda completa hoje mais um aniversário.
Em nome de toda a Tertúlia “LINHA DA FRENTE”, desejamos-lhe que o dia de hoje se repita com muita saúde por muitos e longos anos, na companhia do Miguel e todos aqueles que são mais queridos.




NOTA: Chamamos s vossa atenção para o facto de a rubrica “comentários”já estar activada.

Voo 2850 Adenda ao Voo 2848






Miguel Pessoa
Cor.Pil.Av
Lisboa




Caro Victor e restantes editores
O texto do Fernando Castelo Branco reproduzido no Voo 2848 e o convite do Victor Barata para me "pronunciar" sobre este assunto levaram-me a escrever este texto, a que junto ainda uma foto com ele relacionada.





ACIDENTES EM TERRA

Recentemente o nosso camarada Fernando Castelo Branco veio lembrar antigos acontecimentos que, não estando esquecidos mas sendo algo desagradáveis, não costumo recordar… Tem a ver com a má sina que envolvia o carro que tinha nesse ano de 1970 – um NSU TT – o qual acabou por se finar com apenas 6 mesitos de idade. Ainda antes do estouro final, já duas desgraças me tinham sucedido com aquele carro pois duas semanas antes, quando contornava o clube de oficiais da BA2, Ota, deparei-me com uma camioneta de transporte que, parada junto à porta do armazém resolveu de repente fazer marcha-atrás sem confirmar se tinha o caminho livre…  Sem tempo para eu reagir, a traseira da camioneta entrou pela frente do carro, deixando esta bastante amarrotada… Tentando ultrapassar esta contrariedade contactei um mecânico civil que trabalhava na Base e simultaneamente fazia uns biscates num oficina no Carregado. Assim, lá levou ele o carro… para me aparecer duas horas depois, com ar constrangido, a informar-me que no percurso para o Carregado um condutor mais desatento tinha resolvido entrar pela parte de trás do carro, deixando-a igualmente amarrotada…
Depois dos arranjos adequados, duas semanas depois - numa 6ª feira -  tinha eu finalmente em mãos o carro, à primeira vista completamente recuperado. Mas nesse fim-de-semana não poderia testar a condição em que se encontrava  pois tinha marcada uma missão de navegação para Madrid, em T-33.
Regressado à Ota na 2ª feira, lá pude finalmente ir testar o comportamento do carrito, tendo-me acompanhado para o efeito o Aspirante Senna de Vasconcelos, pessoa com quem tinha um bom relacionamento. A estrada que liga a parte alta com a parte baixa de Alenquer era sinuosa e acompanhada por moradias, não permitindo velocidades muito elevadas. Claro que os 60 ou 70 Kms/hora a que eu seguia já eram uma velocidade razoável, principalmente se tivermos em conta que numa das curvas encontrei espalhada uma quantidade grande de cascalho de construção que tinha escorregado de um montículo existente ao lado da estrada. O carro pareceu ganhar patins e percorreu rapidamente os 2 ou 3 metros de distância que o separavam da árvore mais robusta da zona… e ali se enfiou. Para quem não se lembre do NSU TT, posso acrescentar que era um carro bastante seguro… enquanto não saía da estrada. Com o motor colocado atrás, a parte da frente (a bagageira) era oca e funcionava como um harmónio numa colisão frontal. 




Legenda:Dispondo de uma foto do “sinistrado” – embora de qualidade duvidosa – não quis deixar de a juntar a este texto… só para confirmar…
Foto: Miguel Pessoa (direitos reservados)


Como acertei na árvore mais do lado direito do carro, foi esse o lado que mais encolheu – os faróis foram encostar-se ao painel e a roda direita veio encostar-se ao banco do pendura, deixando este em maus lençóis…
Resumindo, resultou desta cena que acabámos os dois num quarto do Hospital Militar, eu na cama da esquerda, ele na cama da direita – precisamente como íamos no carro... Mais grave o estado do meu pendura – tinha fracturado o fémur em dois sítios e rasgado o nariz – nem por isso eu fiquei muito melhor pois para além de amarrotar a fachada fracturei o colo do fémur, o que me originou uma imobilização ainda grande no hospital e um período de 6 meses até poder voltar a voar. Claro que com esse atraso lá se foi o curso de T-33 que estava a frequentar: quando voltei à Ota os meus companheiros de curso já tinham arrancado para a BA5, Monte Real… e eu ingressei no curso seguinte, entretanto iniciado por novo grupo. Resultou daqui um atraso irrecuperável na minha preparação para uma comissão em África, tendo por esse motivo sido o último a partir para essas bandas, com um atraso de cerca de 6 meses a um ano em relação aos outros do meu curso original.
Embora com uma recuperação mais lenta que a minha, penso que o meu camarada Senna de Vasconcelos não terá ficado no entanto com mazelas psicológicas relativamente às velocidades na estrada, pois tive a oportunidade de ver nos jornais da especialidade que ele terá mesmo participado em rallies nos anos seguintes…
Quanto a outros pormenores referidos pelo Fernando Castelo Branco relativamente aos Asas de Portugal e à nossa ida aos Açores, preferiria deixar esse assunto para outra altura – a conversa já vai longa e eu tenho que deixar algum material de reserva para o futuro…



Um abraço.

Miguel Pessoa


MA: Aqui está o resultado do acidente que o Fernando aludiu no voo 2848, julgo que neste não teve direito a recuperação de Alouette III e enfermeira pára-quedista


Voo 2849 Assembleia do Núcleo de Coimbra da AEFA





Augusto Ferreira
2º.Sarg.Mil.Melec/Inst.Av.
Coimbra




Caros amigos, realizou-se hoje dia 28/04/2012, mais uma Assembleia do Núcleo de Coimbra da AEFA, no Aerodromo Bissaya Barreto.

A hora prevista para o inicio dos trabalhos eram as 10h. Poucos minutos depois da chegada dos sócios, deu-se o seu início.
 O 1º ponto era a Apresentação, discussão e votação das contas referentes ao exercício de 2011.
Foram aprovadas por unanimidade, a partir de documento entregue a todos os presentes.
 2º ponto- Eleição para a nova Direcção do Núcleo de Coimbra.
Após várias tentativas, não foi possível eleger uma nova direcção, uma vez que não se encontraram sócios, com disponibilidade para a formar.
Ficou assim o Núcleo sem órgãos Directivos.
3º ponto - Informação diversa e outros assuntos de interesse
Foram abordados assuntos, relativos à actividade recente da AEFA e ficámos todos com grande expectativa, sobre o trabalho que vier a ser realizado, pela nova Direcção no próximo biénio.

Estava prevista, a presença de elementos da nova Direcção Nacional nesta Assembleia, o que não aconteceu. Pensamos que por motivos de força maior.
Depois da referida Assembleia, almoçámos no Restaurante do Aerodromo, com a alegria e convívio dos próprios “Zés Especialistas”.
Os cerca de trinta sócios presentes, aproveitaram esta oportunidade, para se reverem e porem a conversa em dia.

Em anexo algumas fotos do evento.

Um abraço enorme para toda a Linha da Frente.

Augusto Ferreira

sábado, 28 de abril de 2012

Voo 2848 OS BONS ESTÃO SEMPRE NO NOSSO PENSAMENTO.




Fernando Castelo Branco
1ºSargº.MMT
Angra do Heroísmo/Terceira
Açores




Amigo Barata, como sempre continuas a mereceres os meus abraços...mas o mar separa-nos.
Sobre o titulo, era Aluno na Ota, quando o saudoso, Exmº.Sr. Coronel teve um acidente em Alenquer,(não quero nem por nada recordar,"sustos"da vida),mas porque ia no seu carro um Sr. Aspirante de MMT, Vasconcelos, que era meu instrutor e também uma Excelente pessoa, tanto para nós alunos como para toda agente e quem se recorde, ficar-lhe-á bastante Grato da atenção que ele tinha para connosco quando estava de Oficial de Dia, que não me recordo se ele fazia Oficial de Dia ao Aeródromo ou á Prevenção. Oficial de Dia não fazia porque era oficial subalterno. Quando aconteceu o acidente, a todos nos custou bastante, porque os BONS, estão sempre nos nossos pensamentos, os maus é como escrever na areia... 


Legenda:Juramento de bandeira da 2/69, no dia 29 de Agosto de 1969.

Voltando ao Sr.Coronel, tive também oportunidade de fazer serviço de Mecânico Auto de Dia, quando ele fez Oficial de Dia ao Aeródromo e era Daqueles que o tempo nunca apaga, pois com muita saúde recordo também da altura o Sr.Ten.Crespo,que infelizmente parece que já nos deixou. Os fins de semana na Ota quando de serviço, arrisco a dizer, que era preparação para passar dois anos em África, porque nestes dois dias,o pessoal de serviço, além de ser pouco era uma família, nessa altura já os Oficiais(alguns) iam ao Clube de Especialistas.


Legenda: Aqui o Cor.Pilav. Miguel Pessoa preparando-se para mais uma missão no T 37 quando da sua passagem pela célebre esquadrilha dos “Asas de Portugal”.
Foto:Miguel Pessoa(direitos reservados)

Também,se não estou em erro,vi o Sr.Coronel Pessoa,aqui nas Lajes,numa vinda dos ASAS DE PORTUGAL,em que também fazia parte o Emº.Sr.Gen Pil.Av.Taveira dos Santos,(meu ilustre conterrâneo.
Com a graça de Deus não foi dessa, e aqui volto a prestar-lhe a minha sincera HOMENAGEM e muitos PARABÉNS á SuaExmª Esposa e votos para que as suas vidas sejam de merecida felicidade junto de quem os ama. Permita-me um aparte, não querendo ser atrevido,com poucos conhecimentos que tenho de aeronáutica, dá vontade de dizer:"O pequeno soube sempre usar bem o trem de aterragem."

Um abraço ESPECIAL para todos e "recordar é sinal que estamos vivos"
Fernando Castelo Branco

VB: Mais uma novidade para nós.
Afinal o Miguel Pessoa já tinha sido atingido pelo “Strella” na estrada,mais concretamente á vertical de Alenquer!
Em que aeronave seguiria ele? Será que ainda se lembra e nos pode descrever o acontecimento? O desafio está feito, agora esperamos pela resposta.


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Voo 2847 AQUELE AR QUENTE...





José Ribeiro
Esp.OPC
Lisboa





Companheiro de armas, Victor.
Por aquilo que tenho lido no nosso Blog sobre a Guiné e que retrata uma determinada realidade encontrada por nós e especialmente por ti,e considerando que:
-Estive na BA12,no período de 09.10.68 a 14.07.70;
-Provavelmente e quase de certeza que as condições de Guerra e logística foram diferentes daquelas que eu encontrei, isto é, foram outros tempos, sendo que em termos de guerrilha as que encontraste foram piores;
-Quando cheguei á Base os meios aéreos existentes era o velhos T6G,DO27 e Dakota. Só mais tarde chegaram os Fiat,s G91;
-O tempo passado neste "Teatro" de Guerra foi terrível, nunca mais me ei-de esquecer dele.
Assim começando por falar daquilo que eu assisti em termos de alimentação dir-te-ei que, era uma miséria. Quando fui pela primeira vez ao refeitório, fiquei com uma fome dos diabos, não comi nada, mas o espectáculo ficou-me na retina(cabeças de peixe com cigarros a arder na boca e arroz colado ao tecto do referido refeitório).
Os nossos camaradas mais velhos matavam a fome com cerveja o que levava a que fossem evacuados para Lisboa com destino ao hospital com doenças do fígado, era uma forma de deixarem a Guiné!







As valetas das ruas da Base, estavam sempre cheias de garrafas de cerveja vazias, o que levava a que quando havia ataques simulados á Base, muitos dos nossos camaradas fossem parar á enfermaria com feridas, porque segundo as instruções de defesa que nós somos obrigados a cumprir, passava por sair das camaratas e nos meter-mos nas valetas.
Com a chegada e inicio de funções do Coronel Pilav. já falecido, Diogo Neto(foi no mesmo avião que eu),começou por se inteirar do que se estava a passar, já que entravamos no refeitório para não comer. Sendo que e passado pouco tempo deixamos de ir ao refeitório,o que criou alguns problemas ao Capitão encarregue dos refeitórios,somente a Polícia Aérea e o Serviço Geral,porque tinham que fazer formatura,iam.
Para resolver o problema o Comandante da Base,demitiu o Capitão encarregue dos refeitórios e nomeou outro.A partir dessa altura passamos a ter uma alimentação muito melhor e era-mos tratados doutra forma(o capitão perguntava-nos o que queríamos comer),
sendo que por volta das onze horas da manhã tínhamos direito a entrada que consistia em carnes verdes e sumos.
Foi nessa altura que foi reconstruído o bar,parecia mais um Pub que outra coisa.Também foi nessa altura que começaram a construção das infraestrutura desportivas e do novo Centro de Comunicações,Nunca lá operei,já que somente ficou operativo em 1970,altura em que me vim embora,com destino ao GDACI-Monsanto.
Daquilo que tenho lido sobre a guerra,especialmente no que diz respeito às condições ,clima
e dificuldades devidas á morfologia do terreno.
Se quanto á guerra o que íamos encontra,relativamente á agressividade do clima ninguém nos disse nada.
É um facto que sofremos na carne a teimosia daqueles que mandavam no país na altura,isto é,fomos vitimas de más politicas praticadas nesse tempo e hoje ainda estamos a sofrer,noutro aspecto,outra também gravosas e sem sentido.
Recordo-me,não sei se 1969 se em 1970,se uma viagem que o General Spinola fez a Lisboa,esteve ausente da Guiné um mês,constando que tinha sido preso por querer dar a independência,com negociação com Amílcar Cabral,por se julgar na altura que nunca íamos vencer a guerra.
De vez em quando havia festa na Base em que actuava o conjunto "A Voz de Cabo Verde" e num certo dia disseram-nos que a Amália Rodrigues e outros artistas,iriam lá actuar,ficamos muito satisfeitos,simplesmente essa actuação não se chegou a realizar,porque tinha havido um massacre de um dos majores e,se não estou em erro,capitães e motoristas,para os lados de Serpa Pinto,pela Fling,outro movimento existente na Guiné.Iam ter uma reunião com o o PAIGC,aliás ,oGen.Spinola,tinha reuniões de vez enquanto com eles.Quase todas as manhãs sai de Helicóptero,cujo o piloto era oSarg.Honório,caboverdiano,já falecido.
Do "Teatro" de guerra na Guiné,no período que lá esteve,assisti a ataques constantes dos chamados"terroristas",ataques esses que não ficavam sem resposta,quer pela Força Aérea,incluindo os paraquedistas,quer pelas outras forças no terreno.Foram milhares de toneladas de bombas as lançadas e,também,material de guerra apreendido aos guerrilheiros,possuía fotografias desse material.Nesse período,os guerrilheiros já possuíam
misseis terra-ar o que se tornava difícil para os meios aéreos no terreno,Felizmente nenhum avião foi abatido,porque havia constantes bombardeamentos diurnos e nocturnos ás bases dos guerrilheiros,especialmente Madina de Boé,onde eles declaram a independência e outras localidades como,Guileje,Gadamael,Farim e ainda outras que não me recordo do nome.
Lembro o Cap.Pilav.Nico,actualmente Gen.Pilav.,que não dava descanso aos Fiat,s,muitas vezes,quando estava de serviço ás operações,comunicava ao dito,que havia ataques em tal sitio,ele pedia autorização ao Comandante Diogo Neto e/ou era eu a solicitar,por ordem dele,autorização para levantar voo com o Fiat G91.Era certo que mal ele levantava da pista acabava o ataque,o que induz que havia informadores infiltrados na BA12 ou na proximidade,aldeia de Bissalanca.
De qualquer forma pelo andar da carruagem,tinha-se a noção de que a guerra ia acabar o mais rápido possível.Não foi mais cedo porque Lisboa não deixou e nós é que pagamos as favas.
Lembro-me,também,do Dr.Couto e outro que não me recordo agora,nessa altura já se falava na mudança de regime,e este na consulta era muito discreto a esse respeito.A consulta durava,ás vezes,uma hora,a doença tal(...).
Depois de ter estado na Guiné e regressado a Lisboa,e quando passei á disponibilidade,fui para Angola,país com riquezasnaturais incalculáveis,onde vivi cerca de 3 anos.
De uma realidade conhecida por nós em termos de sociedade,refiro-me á Guiné,encontrei outra desenvolvida e com um futuro promissor,sendo que foi destruída de um momento para o outro.Auguro bom futuro para esse País,mas julgo que nem daqui a 100 anos atingirá aquilo que tinha atingido a nível social e económico(mais um erro politico que se chamadescolonização á pressa).
Grandes promoções e tachos surgiram á nova classe,entretanto aparecida do nada e que ainda se deleitam dos benefícios recebidos(é a classe politica e seus tentáculos).
Como falatório já está a ficar extenso,assim me despeço.
Saudações especiais para o camarada de armas ,Victor Barata.
Até ao dia 6 de Outubro,quando chegar a Leiria telefono,porque não sei ,o Restaurante fica na localidade da Barreira.
José Luís Monteiro Ribeiro
OPC 3ª/66

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Voo 2846 Cerimónia assinala 90 anos da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.




Aniversário Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul





Teve lugar no dia 23 de abril, em Belém, uma cerimónia que assinalou o 90º Aniversário daquela que seria a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, protagonizada por dois Oficiais da Marinha de Guerra, os Comandantes Sacadura Cabral e Gago Coutinho, em 1922.
No Monumento da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul estiveram presentes familiares dos dois aviadores e várias entidades civis e militares, de entre as quais, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General Luís Araújo, o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), General José Pinheiro e o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), Almirante Saldanha Lopes.




Legenda:  Monumento da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul 



Legenda: A guarda de honra formada por elementos da Força Aérea e Armada.



Legenda: Elementos da Policia Aérea que integraram a guarda de honra.



Legenda: A o CEMFA,Gen.Pilav.José Pinheiro,deposita uma coroa de flores junto ao monumento.



Legenda: Momento em,junto ao monumento que assinala a 1ª Atravessia Aérea do Atlantico Sul,  é prestada homenagem, por elementos da Força Aérea e Armada,a Sacadura Cabral e Gago Coutinho..

Junto à réplica do hidroavião "Santa Cruz", o CEMFA e o CEMA depositaram coroas de flores e, com os presentes, prestaram homenagem aos mortos. Seguiu-se uma visita ao Museu da Marinha e ao Pavilhão das Galeotas, onde o Comandante Cyrne de Castro proferiu uma alocução, na qual evocou o feito de Sacadura Cabral e Gago Coutinho, contando um pouco da história da travessia.
Nesta cerimónia foi entregue uma placa comemorativa do Relatório de Gago Coutinho, registado na Memória do Mundo da UNESCO, como Património da Humanidade, tendo os presentes assistido ainda ao Lançamento da obra "Álbum de Memórias A Aviação Naval", das Edições Culturais de Marinha.
O evento terminou com uma visita à exposição evocativa da Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul.

Origem do Voo:
EMFA

terça-feira, 24 de abril de 2012

Voo 2845 E ASSIM SE VÃO PASSANDO OS ANOS.






Manuel Pais
Esp.EABT
Porto
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Caros companheiros e Amigos

Para os que passaram mais tempo, do que a simples formação, na Casa Mãe ( B.A 2 OTA ) a "nossa guerra " era mais ali para os lados de Alenquer , V.Franca  e ás 4ª feiras Lisboa  e sempre que um amigo  ( neste caso o ROGER ) , precisava lá ia a claque de apoio.





Na foto assistência no pavilhão apoiar o Cruz Quebradense, em basquetebol.

Velhos tempos que agora passados 47 anos poderemos dizer bons tempos.

Um abraço
Manuel Pais


VB:Belos tempos Manel.
Aquela farda cinzenta fez muito casamento na época, eramos “aviadores” elegantes e bonitos onde a farda assentava que nem uma flor num jardim, e as meninas perdiam-se connosco.
Onde andará o Roger,sabes? E os apoiantes?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Voo 2844 QUEM SE LEMBRA?





" O FADO DO ESPECIALISTA "

... ONDE ESTÁ O NOSSO CABO
ESSE BRAVO DO PASSADO
DA HERÓICA AVIAÇÃO
COM UM FATO EMPRESTADO
PARECIA UM HOMEM HONRADO
MESMO SEM TER UM TOSTÃO

ERAM OS CABOS ESPECIALISTAS
MECÂNICOS, ELECTRICISTAS,
RADARISTAS DE DETECÇÃO
INCORPURADOS NA OTA
ERAM OS REIS DA BATOTA
PARA GANHAR MEIO TOSTÃO

E ENTRE AVIADORES,
OPERADORES, CONTROLADORES
NO PIFÃO E COBOIADA
POR CAUSA DE UM AVIÃO
HAVIA CONFUSÃO, DISCUSSÃO
RESOLVIDA A BOFETADA

ONDE ESTA O NOSSO CABO
ESSE BRAVO DO PASSADO
DA HERÓICA AVIAÇÃO
DAS BOLEIAS NAS ESTRADAS
DAS NOITADAS MAL PASSADAS
SÃO TEMPOS QUE JÁ LA VÃO

Voo 2843 NOTÍCIAS AGRADÁVEIS.










Ao termos conhecimento de que o estado de saúde do nosso companheiro Almeida e Silva não era o melhor, de imediato o contactamos assim:


Bom Dia, Companheiro.
Á cerca de 15 dias atrás, estive a jantar com alguns camaradas nossos no "AM 52" (são umas instalações junto á cabeceira da pista 21 na portela onde a malta se encontra todas as 5ª Feiras). Entre eles estava o Amílcar e o Ladeiras que me disseram que não estavas OP da tua máquina.
Como vão as coisas? Estás em casa?
Se te for possível, como desejamos, diz alguma coisa para que possas viver na tranquilidade a que estamos habituados entre nós.
Um Alfa Bravo para ti
Victor Barata








João Almeida Silva
Cor.Pilav.
Lisboa/Nigéria



Olá

É verdade, tive que ir meter uns tubos novos e ao que parece correu tudo bem e segundo diz um dos "arquitectos" deve dar para mais uns milhares de kms.
Vamos ver se um destes dias apareço para almoçar.
Grande abraço

Almeida Silva



domingo, 22 de abril de 2012

Voo 2842 ORDEM DE SERVIÇO.(3)






Companheiros,
Após avaliação dos prós e contras, o Comando desta Base decidiu abrir, por um período experimental, a possibilidade de comentar os Voos publicados.
Pensamos que o acesso a esta funcionalidade pode dinamizar e enriquecer a comunicação entre os operacionais da Linha da Frente, no entanto, apelamos para que considerem dois princípios que consideramos importantes.
O primeiro e fundamental é o respeito que devemos uns aos outros e por nós próprios, obrigando a que nos pautemos neste espaço comum pelas boas práticas de uma comunicação saudável, em que a nossa liberdade de expressão não colida com liberdade dos outros.
O segundo é o de não corrermos o risco de trocar Voos novos por comentários. Hoje em dia, muitos Voos dão azo a novos Voos em jeito de resposta ou de complemento. Com os comentários, podemos correr o risco de redução de novos Voos e à paralisação da Base. Uma opção não invalida a outra, por isso apelamos ao contributo de todos para os novos Voos, enriquecidos com as sempre especiais fotografias. Uma imagem vale mais que mil palavras e isso não se pode fazer apenas com os comentários.
Cremos que será uma nova funcionalidade com o seu espaço e que, bem aproveitada por todos, poderá dinamizar e facilitar a comunicação entre nós e que poderá dar um novo impulso à nossa Base.
Reserva-nos o direito a retirar os Voos que não cumpram estes princípios.

Bons Voos,
O Comando

Voo 2841 ANIVERSÁRIO DO COMANDANTE VB




José Gomes
Mec.Rádio
Coimbra





AO MEU AMIGO VICTOR BARATA

Victor é o primeiro nome
Barata é o segundo
Envio-te um cordial abraço
Do tamanho deste mundo

Não estás inscrito no Face
Disso temos a certeza
Come e bebe até que possas
E mantém a pi… tesa

Faz da vida o que quiseres
Mas leva-a com emoção
Desejo-te longos anos
Do fundo do coração

Já vai longe este versejo
Vou já terminar também
Enviando-te outro abraço
E um beijo á tua mãe.

José Gomes

sábado, 21 de abril de 2012

Voo 2840 AEFA COIMBRA




José Gomes
M.RAD.
Coimbra




Caros amigos e companheiros

Venho em nome pessoal e da Direcção do Núcleo de Coimbra da AEFA agradecer toda a colaboração, sem reservas, assim como a publicação de todas as actividades que este Núcleo realizou e das quais foi solicitada a publicidade.
Como tudo na vida tem um fim, também chegou a hora de deixar aos mais novos e disponíveis a continuação do trabalho já realizado em prol da amizade e do espírito que sempre norteou a família especialista.
Gostaria de terminar agradecendo a todo o comando, mas de uma forma muito especial ao Victor Barata pessoa que muito considero e estimo.

O mundo dá tanta volta
Está e estará em mudança
Ao dirigires esta nave
Fá-lo sempre em segurança

Daquilo que fazes na vida
Nada tenhas que temer
Os teus verdadeiros amigos
Só poderam agradecer

Faz tudo com equilíbrio
Como o pêndulo da balança
Com orgulho e com carinho
Mas sempre com muita cagança

As mudanças e cagança
Que á pouco atrás referi
Serão verdadeiras obras
Se forem feitas por ti

És comandante e amigo
Considero-te como tal
Um homem com H grande
Um verdadeiro Zé Especial

Vou terminar por aqui
Com um cordial abração
Um especial para ti
Outro p'ra tripulação

José Gomes

Adj.Com: Companheiro em nome do comando e meu pessoal, (O chefe de turma), agradeço as palavras amigas dirigidas ao nosso comandante VB, e demais tripulação.