terça-feira, 23 de novembro de 2010

Voo 2008 LANÇAMENTO DA OBRA "A ÚLTIMA MISSÃO" DE JOSÉ CALHEIROS.



António Dâmaso
Sarg.Môr Parqª.
Azeitão



O nosso Companheiro Dâmaso, enviou-nos esta grata notícia da apresentação do livro “A ÚLTIMA MISSÃO” cujo seu autor é membro desta grande família FAP, Cor.Párqª. JOSÉ CALHEIROS.



Sinopse

Em 1973 o autor prestava ser viço no Batalhão de Caçadores Pára-quedistas 12,

de Bissalanca (Guiné).

Em 23 de Maio desse ano, numa operação por si comandada e tendo como missão

atingir e reforçar a guarnição de Guidage, cercada pelo PAIGC, a Companhia de

Pára-quedistas 121 sofreu quatro mortos, dos quais três tiveram que ser inumados

num cemitério localizado na cerca do aquartelamento daquela localidade.

Trinta e cinco anos depois, em Março de 2008, o autor regres sa à Guiné integrado

numa Missão da Liga dos Combatentes destinada a exumar, em Guidage, os

cadáveres daqueles três militares pára-quedistas e de outros sete do Exército.

O autor conta-nos toda a problemática relacionada com a expedição: os ante cedentes,

a preparação e o seu desenrolar, Simultaneamente descreve o ambiente da Guiné

de hoje comparando-o com o do tempo da guerra; os usos, costumes e religiões

da região de Farim e Guidage; o sentimento da população em relação ao antigo

colonizador; as mágoas dos guineenses antigos militares portugueses por Portugal

os ter enganado e abandonado; conversas com velhos guerrilheiros do PAIGC.

Ao longo da missão ocorrem situações que lhe fazem recordar o passado, o tempo

da guerra. Nestes momentos de rebuscar das memórias “assistimos” à evolução

da guerra, bem como à do pensamento do autor e do sentimento da população

portuguesa em relação a ela. Pela ordem temporal das sucessivas comissões,

descreve e caracteriza os três Teatros de Operações:

Angola, primeiro, para onde vai cheio de entusiasmo, ideais e utopias, certo

de que a guerra seria ganha depressa.

Os cuidados com a família, o choque com o clima, a grandiosidade de África.

A ambientação ao capim e à mata.

O encontro com a guerra, ainda mais horrível do que imaginara. A surpresa com

as condições de vida das populações refugiadas nas matas. A progressiva perda

das ilusões e do entusiasmo com que partira da Metrópole.

Depois, Moçambique. O título do capítulo é sugestivo: “Moçambique, o sacrifício

maior”. Grandes distâncias, operações muito prolongadas, falta de meios de apoio.

A sede, uma tortura, o maior flagelo.

As minas, outro flagelo.

A tragédia que foram os Postos Avançados de Combate, insta lados como se de uma

guerra clássica se tratasse.

José de Moura Calheiros

A ÚLTIMA MISSÃO

«(…) Não se arrisca nada se se disser que A ÚLTIMA MISSÃO, com a sua boa

escrita, amplo desenho, factos fortes e consistência, é a melhor peça memorialística

sobre a nossa última guerra. Assim, com este seu livro inaugural sobre a guerra

que levou ao Fechamento, José de Moura Calheiros, rematando um arco de séculos,

ajuda a fechar bem o trabalho iniciado pelos cronistas da Expansão. Mas o valor

desta obra não se esgota no reforço da nossa debilitada tradição memorialística,

reside também no facto de ser uma resposta da realidade real à altura da melhor

realidade imaginada – Nó Cego, de Vale Ferraz, A Costa dos Murmúrios, de Lídia, e Jornada de África, de Alegre – sobre a Guerra Colonial, como a Esquerda lhe chama, ou Guerra do Ultramar, como a Direita prefere.»

Do Ensaio prefacial,de Rui de Azevedo Teixeira


O Autor


José Alberto de Moura Calheiros,

-Frequentou o Curso de Infantaria da Escola do Exército (1954-1957).

-Admitido nas Tropas Pára-quedistas em 1959, aí passou toda a sua vida militar.

-Cumpriu três comissões de serviço no Ultramar – Angola (1963-1965) e Moçam bique

(1967-1969) como comadante de Companhia de Pára-quedistas e Guiné (1971-1973)

como 2º Comandante e Oficial de Operações do BCP12, COP4 e COP5 e Comandante

do COP3.

-Em Tancos, foi Comandante do Batalhão de Instrução, Comandante do Regimento

de Caçadores Pára-quedistas e Comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas.

-Nos seus três últimos anos de actividade como militar (1977-1981) desempenhou

funções de Chefe do Estado Maior do Corpo de Tropas Pára-quedistas.

-Passou à situação de Reserva em Fevereiro de 1981.

-Licenciado em Finanças pelo ISCEF – Instituto Superior de Ciências Económicas

e Financeiras, passou então a desempenhar funções de técnico economista no

Ministério da Indústria, IPE – Instituto de Participações do Estado e na Direcção

Financeira de empresas.

-Mais tarde dedicou-se à Nasceu em 1936 no Peso, Covilhã.gestão de empresas.

-Hoje está reformado e afastado de qualquer actividade profissional.


A operação Zeta, um sucesso que esteve prestes a ser uma grande tragédia.

A terceira comissão, na Guiné. A aparente abundância de meios, para quem viera

de Moçambique. As primeiras impressões, muito favoráveis, do ambiente social e

militar.

A degradação progressiva da situação militar a par tir da morte de Amílcar Cabral.

A “caça” à delegação que a ONU enviara à Guiné.

A operação "louca" de protecção ao Comandante-Chefe nas conversações de Cap

Skirring. A reocupação do Sul – Operação Grande Empresa – uma grande, deli cada

e muito bem sucedida operação. Os mísseis terra-ar, a procura de aviões abatidos e

de restos de mísseis para identificar o utilizado pelo PAIGC. A crise nas fronteiras

da Guiné (Maio-Junho de 1973), os dias mais críticos de toda a guerra!
A Norte,

o prolongado cerco de Guidage e as sangrentas batalhas travadas em seu redor.

A Sul, o terrível assédio a Gadamael, um inferno, ocorrido após a retirada de Guileje.

Os sentimentos dos combatentes nas diversas fases dos com bates e nas pausas

da guerra. A ÚLTIMA MISSÃO é um livro de sentimentos, os dos soldados e os dos

Comandantes, estes nas suas angústias, dúvidas e responsabilidades, enquanto

chefes e homens.

Toda esta história real é contada a par da descrição da juventude e da preparação

militar dos três Páras inumados em Guidage e da sua actividade na Companhia de

Pára-quedis tas 121, a que pertenciam.

O livro dá-nos uma noção muito real da forma como os Pára-quedistas actuavam em

operações, dos seus sentimentos em cada circunstância e de como era a vida numa

Unidade de Intervenção de excelência – o Batalhão de Pára-quedistas 12. E, também,

da idiossincrasia dos Páras portugueses, dos seus valores, ideais e princípios.