Mário Felizardo
Esp.MARME
Leiria
Meu caro Fernando Moutinho, apesar de alguns lapsos de memória especialmente devidos a mazelas de um enfarte que me teve do outro lado, recordo perfeitamente o teu porte atlético, imagem perfeita do piloto de caça. Bons tempos meu bom amigo, tinha-mos menos 44 anos, é obra. Mas voltando ao meu padrinho Melo Pereira, era tal o descreves: um baldas. Os pais e a irmã, passaram as passas do Algarve com ele. Era um rebelde por natureza, recordo a aflição do pai ao vê-lo com a velha bicicleta do pai, sobre o muro do adro da igreja que dava para a loja do dele. É que o muro tem 50 cm de largura, 7mt de altura e faz uma curva a 90º. Isto em grande velocidade, era aterrador.
Mas uma vez que conviveste com ele em Vila Franca onde casou e teve uma filha, ohra a irmã, que faleceu há pouco tempo, era o último familiar directo. Existe património com algum valor, e que creio que o padre lá do sítio se prepara para arrecadar. Sabes por acaso o contacto da filha? Tenho andado a pensar nesta situação mas não tenho qualquer contacto, é mais um pedido que te deixo.Viveu uma série de anos na África do Sul, mas pelo que sei, a coisa não lhe correu bem. Só cá voltou uma vez e foi a casa de minha mãe mesmo ao lado da dos pais, mas eu vivia e vivo em Leiria e nessa altura estava ausente no estrangeiro. Tive muita pena de o não ter visto.
Recordações conjuntas da BA5 creio não ter, já que a certa altura, depois de prontos os paióis da mata, lá passava-mos os dias (na lepra), só mais tarde passei para o paiol de prontidão, que ficava perto da Esq.51. O Fabrício Marcelino, que creio também não nos termos cruzado na BA5, fala de uns quantos pilotos do teu tempo, eu recordo vários como o Balakó, os mal amados Quintanilhas, o meu amigo Nazário, que muitas vezes me trouxe à boleia para Leiria, e que tragicamente desapareceu, o Costa Martins que havia de vir a ser ministro do Trabalho, e que agora, heroínas do destino haveria de morrer num UL, mas sobretudo da classe de sargentos, todos meus conhecidos antes e depois, como o Godinho, o Lopes ou o Roda, com quem haveria de conviver mais de perto aqui no Aéro Clube de Leiria, onde chegou a ser instrutor e por essa altura também haveria de sofrer um acidente com alguma gravidade ao descolar com um bimotor na Portela. Acidente que não lembra ao Diabo: segundo creio, foi uma falha de um motor à descolagem e o co-piloto pôs em bandeira o motor bom, coisas do destino.E pronto meu caro Moutinho, obrigado pela resposta, e vai estando por aqui connosco, que eu embora não tenha muito que contar, vou procurar fazê-lo. Hoje, em termos de Internet, dedico-me bastante ao Facebook, ferramenta que considero a melhor da Internet, logo a seguir ao Motor de busca da Google.
Entretanto descobri por aqui um link que me levou a mais lembranças tuas, já devorei tudo, por mim, fico à espera de mais.
Saudações aeronáuticas para todos.
Até sempre.
Para ilustração, aqui vai um F-16 na Praça...Rodrigues Lobo, Leiria.
Voos de Ligação:
Voo 1971 Meu padrinho de baptismo, meu herói! Mário Felizardo
Voo 1974 O acidente do piloto da FAP,Albano Pereira – Fernando Moutinho
Depois tenho que te pedir desculpa me não termos publicado o voo com titulo em epigrafe mas foi um, lamentável, descuido. Apresento-te a nossas desculpas.Para “compensar”quero dizer-te que conheci ontem o Fernando Moutinho em sua casa, em Alhandra. Oportunamente farei eco do acontecimento, pois tirei algumas fotos e deixei a minha máquina no carro do nosso companheiro que me acompanhava.