Voo 3436 O PRIMEIRO DEZEMBRO EM BISSALANCA

António Fiche
MRÁDIO
Montijo

E começa bem este meu primeiro mês de Dezembro na BA12...

...com o 1º de Dezembro dia feriado e o pessoal ir dar umas curvas... NÃO!

Está tudo de PREVENÇÃO, ninguém pode sair, nem ir a Bissau para comer e

beber umas bejecas, nem ir ver bajudas... se calhar na altura eu ainda não

sabia o que eram bajudas. Enfim temos que passar o tempo ou no clube

dos Especialistas, a chonar, a ler, escrever para a família, ou ainda o melhor

fazer grandes petiscadas com os morfes que chegavam das encomendas que

a família nos enviava da metrópole.

Nos dias seguintes passou-se tudo nos conformes e no dia 5 vou novamente

a Bissau e lá jantei no Pelicano e estive na Esplanada agora sim a beber

bejecas e a comer mancarra... --“bo kumpra mankara”- e a gente compra meio peso,

o que satisfaz tanto a nós como aos miúdos que a andam a vender.

Ainda fui até final do mês mais 2 vezes a Bissau e estive 2 vezes de serviço MRD.

Numa dessas vezes que fui a Bissau fui levantar uma das tais encomendas

que os pais mandavam aos filhos, e é lógico que fiquei muito contente, e

se fez lá na camarata (dos estilhaços) uma grande patuscada, cada um dava

o que tinha recebido e as bebidas comprava-se no clube e dividia-se irmãmente,

mas havia sempre algum que bebia mais que a conta... era para aproveitar

as que sobejavam de alguns, assim como eu que não bebia muito...

Mas é sempre bom relembrar estes momentos de divertimento e sã

camaradagem que lá se passou em Bissalanca.

Na véspera de Natal tivemos jantar melhorado e houve festa na base,

não sei qual foi a banda, se o Bana e Voz de Cabo Verde, ou outros,

não posso precisar... mas que eu os vi lá a actuar vi... se não neste Natal

foi noutro, pois lá passei 3...

No dia de Natal o almoço foi melhorado... o que seria? Estou mesmo a ver

que foi “batatas com bacalhau”...

E num ápice chega o dia 31... sei que passei bem, pela foto em que estou

com os meus amigos e companheiros da minha secção da recruta, o Esteves 

e o Baptista, mais conhecidos na BA12 como o “verga-a-mola” e o “doping”

respetivamente.

Assim termino esta crónica do meu primeiro Dezembro, fazendo relembrar

a muitos que estiveram lá antes ou depois de mim, estas pequenas notas

que são iguais a tantas outras porque passaram.

FOMOS ESPECIALISTAS,SOMOS ESPECIALISTAS,SEREMOS SEMPRE ESPECIALISTAS.

Caro Comandante e amigo aqui vai a terceira crónica que espero seja do agrado

dos companheiros. Saudações e abraço.

ANTÓNIO FICHE

MRÁDIO