Manuel José Lanceiro
MMA (Canibais) Guiné
Lisboa
Esta fotografia só foi possível tirar no nosso encontro, porque:
Eu, o Cruz Dias atrás
esta o Granier
Há precisamente 35 anos.
Que um cagagésimo de segundo,
uns míseros
Foi a diferença de ver, a “cabeça
de um fósforo gigante” a arder, passar à nossa frente.
Foi a diferença da vida em vez
da morte.
Não sei se agradeço à
inoperância do apontador, ao sangue frio do Cruz Dias, à sorte ou a alguma
entidade divina.
Sei que naquele dia de 6 de
Junho de 1974, vimos a morte passar à nossa frente, na forma de um míssil
strella.
Mal tive tempo de pedir ao
Cruz Dias para ter calma, pois quando gritei, já tinha acabado tudo.
Foi tão rápido, que nem deu
tempo para ter medo. Este chegou depois, quando aterrámos e tomámos consciência
do que podia ter acontecido. Aí sim, a boca ficou seca, as mãos tremeram e as
pernas recusaram-se a obedecer.
Como diz Sérgio Godinho “aquele
foi o primeiro dia do resto da minha vida”.
Por muitos anos que cá ande,
jamais o esquecerei.
Como já tinha dito noutra
ocasião “naquele dia percebi que tinha que viver depressa, pois um estilhaço
qualquer, podia matar a minha sede de viver”.
Já contei este acontecimento,
na mensagem nº 161, em 4 de Abril de 2008, claro, com outros pormenores, por
isso peço desculpa por voltar a ele, mas como calculam, por muitos anos que
viva, jamais o deixarei de recordar e de compartilhar com todos os meus amigos.
Este dia é tão importante como o dia do meu aniversário.
Um abraço
Manuel José Lanceiro
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