sexta-feira, 31 de julho de 2015

Voo 3389 SÓ MORREM OS BONS.



António Loureiro
Fur,PA
Figueira da Foz





Dá-me licença senhor Comandante
Após algum tempo de falta de vontade de escrever, resolvi escrever uma desventura que só vem provar que só morrem os bons.

Lança Rokets de 37 mm

Moçambique, 1973, Loureiro foi chamado ao Comandante do Centro de Instrução para lhe ser apresentado o Lança Rokets de 37 mm, uma adaptação `portuguesa, com Rokets dos ninhos que normalmente eram utilizadas nas aeronaves da FAP, e que passariam a equipar todos os Grupos de Combate.Loureiro, de formação de base mecânica, depressa lhe saltou à vista a fragilidade da arma, mas nem tudo era mau, era leve, fácil manejo, permitia que o Operador estivesse com o mesmo nível de mobilidade que os restantes elementos da equipa e tinha a particularidade do porta-granadas dorsal com capacidade para 6 unidades, estar sempre disponível, dispensando o tradicional municiador.O efeito de fragmentação era pobre, mas em compensação fazia muito barulho.A granada era introduzida pela parte detrás da arma e a fixação estava a cargo de duas molas a 180º, sendo a ligação eléctrica efectuada por dois condutores de reduzida secção em dois alvéolos.A fonte de energia estava a cargo de uma pequena pilha chata de 9 volts alojada no punho com um interruptor a fazer de gatilho.O aparelho de mira não passava de um tubo de reduzidas dimensões e na parte da frente uma espécie de funil para proteger a cara do atirador.Tudo simples e prático como manda o figurino.Depois da apresentação da arma, havia que experimentá-la e para isso, ninguém melhor do que o Loureiro, pau para toda a obra, para o fazer.Para que melhor fosse observada a detonação, Loureiro foi colocar um lençol na barreira da carreira de tiro, com a ajuda de umas pedras para a coisa não voar antes do tempo.Sob a curiosidade de praticamente todos os presentes naquela altura, Loureiro, com cuidado, aplicou o Roket, fez pontaria e como estava a cerca de 200 metros, resolveu dar um desconto de cerca de 50cm acima do alvo, a contar com o descaimento, e vai de dar ao gatilho.Azar, a carga propulsora saiu disparada para trás e o Roket caiu-lhe a uns 3 metros à frente, não rebentando por milagre, uma vez que a cabeça rebenta por impacto e apesar do Loureiro ter mandado a arma fora e se ter deitado no chão, como quase toda a malta, se aquilo tivesse rebentado, podiam ter tido ali algum sarilho.Loureiro não tinha grande vontade de voltar a pegar no “armanho”, mas se o não fizesse, dado o insucesso, era difícil convencer outro a fazê-lo.Já com os nervos à flor da pele, introduziu outro Roket no tubo, procedeu ás ligações e enquanto se punha na posição de joelhos, verificou que a maioria do pessoal já tinha desaparecido.Voltou a apontar com o respectivo desconto e aí vai disto.Também não correu nada bem, a granada nem sequer tocou na barreira, ouvindo-se a sua explosão a alguns quilómetros à frente.À terceira é de vez, voltou a repetir os procedimentos e desta vez não houve descontos para ninguém, e para satisfação e alívio do Loureiro, a granada rebentou com grande estrondo no sítio onde estava programado.E agora, como é que vamos resolver o problema daquela “puta” alí à frente? isso é contigo, desenrasca-te e desapareceu o resto do pessoal.Irritado, Loureiro foi buscar uma picareta, chamou um soldado para o ajudar e fez um buraco com cerca de 50cm de profundidade.Como aquilo rebentava por impacto, Loureiro foi fazer uma pequena observação para avaliar o estado da espoleta, mas a mesma não estava danificada e com cuidado, agarrou-a e colocou-a dentro do buraco com a cabeça virada para cima.Como se não bastasse, reforçou com mais duas granadas ofensivas, estava chateado e dava-lhe algum gozo ver aquilo tudo derretido.Com uma terceira granada, tirou-lhe a cavilha e foi introduzi-la no buraco, deu 3 passos e mandou-se para o chão.Aquele arsenal a rebentar em simultâneo àquela distância foi obra, quando olhou para cima e viu a quantidade de pedras e terra até ficou com medo, só teve tempo de se virar de costas e proteger a cabeça com as mãos, quase que ficava enterrado, parece que lhe tinham dado um atesto de porrada pelo efeito das calhoadas em todo corpo.A coisa não ficou por ali, agarram no geep e foram tentar saber o que tinha acontecido com a granada extremalhada e não foi nada bonito, não mataram um preto que andava a lavrar com um tractor por milagre, a granada tinha rebentado a poucos metros do homem que, com medo, largou o tractor e fugiu informando quem encontrava que tinha sido atacado pelos turras, quando viram um ajuntamento de pessoas aos berros e a gesticular, viram logo que aquilo tinha alguma coisa a ver com eles.Quando os viram contaram-lhes de imediato o dito “ataque” e foi o lindo e o bonito para os convencer de que não tinha havido ataque nenhum, que tinhamos sido eles os autores do disparo.Não se falava noutra coisa senão no ataque de turras, mas lá conseguiram acalmar os ânimos daquela malta toda.A verdade e que o Loureiro ficou sem vontade nenhuma de voltar a agarrar no Lança-Rokets, pediu um voluntário do seu Grupo para manejar o equipamento, deu-lhe instrução e aquela arma fez a guerra até à Independência de Moçambique, fez a guerra na Rodésia e veio a ser destruída em Angola com um tiro dum FAPLA em finais de 1975, felizmente sem consequências para o apontador.
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quarta-feira, 29 de julho de 2015

Voo 3388 BASTANTE SENSIBILIZADO,FERNANDO MOUTINHO.





Fabricio Marcelino
Esp.MMA
Leiria





Fiquei muito sensibilizado ao ler o VOO 3387 do nosso querido amigo Cap.Pil.Av.Fernando Moutinho.
Obrigado caríssimo amigo Moutinho,pois sabes bem, que também eu tenho por ti uma estima e, amizade de muitos anos.
Sem dúvida que nós, os Especialistas, estávamos sempre disponíveis para todas as missões,bem como os pilotos.
Não importava a que horas era e, o tempo que levava.
A nossa prontidão,em todos os postos,mas em especial na linha da frente, era sincronizada com a dos pilotos e, quando estes chegavam ao avião,já tudo estava a postos,prontos para a inspecção de 360º e ir voar.
Também tinham a certeza, que nós os Especialistas éramos muito competentes e, profissionais,dando garantia para poderem voar sem problemas,exceptuando algo de anormal, que repentinamente aparecesse.
A nossa amizade era mútua e,embora com diferença de postos militares,havia uma ligação amiga entre nós.
Éramos como que uma única família,onde cada um cumpria a sua missão e,caso algo houvesse de anormal,ninguém levava a mal as atitudes tomadas,desde que dentro da razão.
Entre as muitas coisas que posso contar e,muitas já em tempos aqui contei,lembro-me de um grande exemplo.
Era Comandante da B.A.5, o grande Comandante, à época Cor.Pil.Av.Barbeitos de Sousa.
Embora fosse comandante da Base, andava nos altos estudos militares em Lisboa.O comando da Base era assumido pelo 2º.Comandante e,ele vinha apenas para fazer horas de voo.
Num determinado dia, saiu na ordem de serviço, que os F86F passavam a ser recebidos, a partir dessa data, a 2m para dentro da volta do avião.
No dia seguinte, veio voar no meu avião, o referido Comandante Cor. Barbeitos de Sousa e, quando o estava a receber, depois da aterragem,este veio direito a mim com o avião, sem que eu lhe fizesse sinal para tal,ou seja, eu mantinham-me de braços abertos.
Fiz-lhe sinal para dar uma volta à placa de estacionamento dos aviões.
Veio de novo e, repetiu o mesmo,ao que eu lhe  fiz sinal para nova volta.
Na seguinte,acatou os meus sinais e, logo que estacionou, chamou-me para saber o porquê daquela situação.
Expliquei-lhe o porquê e,ele embora fosse o Comandante,pediu-me desculpa, porque desconhecia a alteração.
Este, é um exemplo de boa colaboração e, de que, cada um cumpria escrupulosamente a sua missão, com rigor e sem recriminações.
Um grande abraço a todos os colegas,e um muito especial ao nosso caro amigo, Fernando Moutinho.


terça-feira, 28 de julho de 2015

Voo 3387 O MEU RECONHECIMENTO.





Fernando Moutinho
Cap.Pil.Av.
Alhandra




Gostei da sugestão do nosso companheiro João Carlos Silva ao sugerir a "História dos Especialistas". Apoio a sugestão porque, tenho de reconhecer, essa "rapaziada" dito "Especialistas" aparentemente, em segundo plano, foram cruciais para o desempenho das missões em que os pilotos brilharam porque apareciam mais em cena. A "nossa" Força Aérea, foi exemplar no aspecto de colaboração entre especialistas. Tinham uma missão a cumprir e faziam tudo o que fosse necessário para a executar. A missão era o que contava, o protagonismo não interessava. Posso dizê-lo porque senti muito de perto, a abnegação do pessoal especialista: sempre prontos e dispostos a tudo.
Tenho excelentes recordações desse "pessoal". Recordo-me já de um: Fabrício Mrcelino...

Um grande abraço
Fernando Moutinho

Voo de Ligação:
Voo 3382 Vamos escrever a história dosEspecialistas e seus precursores

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Voo 3386 AS OBRAS DE ARTE DO SIX (51) DE HAVILLAND DH 115 VAMPIRE T 55




António Six
Esp.MRÁDIO
Pontével






De Havilland Dh 115 Vampire T 55
Hoje vamos voar neste avião que foi o primeiro avião a reacção a vir para Portugal, Vieram apenas dois.
Só dois lugares aceitamos inscrições para estes nossos voos .Deixo as histórias deste avião para quem as saiba ou para quem o tenha voado,
Bons Voos e boa saúde
Six

Voo 3385 A FAMÍLIA FOI Á PESCA.




Fernando Castelo Branco
1ªSargº.MMT
Angra do Heroísmo
Terceira
Açores





Cá estão o Avô Fernando (eu),o Tó, meu filho e o Afonso, meu neto.
Todos á pesca do CHICHARRINHO,que está á vista.
O local? A Salga



Fernando

Voo 3384 ROMAGEM A ALDEIA DAS DEZ.






Jovino Chão
Esp.MARME
Coimbra




Caros amigos
Solicitava aos comandos desta nossa aeronave que se achasse por bem publicitar o nosso passeio de 15 Agosto, com homenagem a um dos nossos, vos agradecia.um abraço repleto de amizade deste bombista de 1969.
Jovino Chão

PROGRAMA DO EVENTO DO DIA 15/AGOSTO/2015


AEFA – NÚCLEO DE COIMBRA

ROMAGEM A ALDEIA DAS DEZ

Confirmamos a romagem a Aldeia das Dez, já abordada na Assembleia da AEFA no passado dia 23/Maio.
O objectivo principal será a homenagem que o Núcleo de Coimbra pretende fazer em memória do nosso colega, da Família aeronáutica, 1º. Cabo piloto aviador Alfredo José da Silva Brito, falecido no dia 15 de Abril de 1953, num acidente com um avião F-47 Thunderbolt, por ele pilotado.
Terminadas as formalidades, rumamos a Alvoco das Várzeas, para um parque merendeiro situado no Rio Alvoco, com a praia fluvial de bandeira azul e ponte medieval. Aí, no restaurante do parque, ser-nos á servido um almoço, à base de carne à alentejana, regado com vinho da região.
Pensamos que o ambiente, naturalmente agradável, será suficiente para estimular a criatividade do Zé Especial e dar o mote para uma boa tardada.
Partida em autocarro pelas 9:30 horas, da agência da empresa Moisés Correia de Oliveira, junto á rotunda da Casa do Sal, em Coimbra.
Custo do Almoço e viagem 25,00€, por pessoa.
PARTICIPA E INSCREVE-TE JÁ, se assim o entenderes ou então contactas, até ao dia 8/Agosto/2015:

José Andrade                        966284239      zecaefa@hotmail.com
Jovino Chão                          917560998      jovinochao@sapo.pt
Manuel Miranda                    914195917      mdn.miranda@gmail.com 
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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Voo 3383 FESTIVAL AÉREO DE VISEU.



Festival Aéreo de Viseu


terça-feira, 21 de julho de 2015

Voo 3382 VAMOS ESCREVER A HISTÓRIA DOS ESPECIALISTAS E SEUS PRECURSORES?


João Carlos Silva
Esp.MMA
Sobreda



Fui, modestamente, mas, com muito orgulho, cabo especialista mecânico de material aéreo e gosto de conhecer e tentar perceber de onde vimos.
De onde vem a classe dos Especialistas da Força Aérea Portuguesa.

Gosto de perceber e respeito muito todos os precursores que serviram a aviação militar e que me antecederam e que de forma esforçada, dedicada, abnegada e mesmo com o sacrifício da própria vida, serviram a arma da aeronáutica, da qual eu vim a fazer parte.

Por isso, fico triste, ao ler em diversos livros sobre esta matéria que os nomes dos antigos mecânicos da aviação militar que, quer se queira quer não, sem eles os aviões não tiravam as rodas do chão ou os flutuadores da água, em fotografias da época, a sua identificação, o seu nome, nunca, ou quase nunca, aparece nesses registos históricos.
Para lhes prestar o devido respeito e para os vindouros seria importante.

Felizmente, muitos de nós, embora em registos mais informais, fazem ponto de honra em publicar as suas fotografias desses tempos e proceder à respectiva identificação.

Depressa me recupero dessa desilusão, porque pessoalmente sei da real importância que esta nobre gente teve na história da aviação militar e que espero continue a ter.
Uma palavra de grande apreço para os mais novos que continuaram e que continuem a elevar alto a classe dos Especialistas da Força Aérea.
Não podia deixar de o dizer.
Grande Abraço a todos os Especialistas.
"De nada a forte gente se temia"
P.S. Porque é justo, também tenho de o dizer que tenho a sorte de poder estar muitas vezes com os mais veteranos e conhecer na primeira pessoa as ligações de camaradagem e amizade que se estabeleceram, muitas vezes em teatro de guerra, e o reconhecimento que é prestado aos Especialistas.
No entanto, custa-me ao ler alguns livros sobre a história da aviação portuguesa, e são esses registos que ficam para a posteridade, e invariavelmente nas fotografias, poucas, em que aparece pessoal técnico, apenas aparecer a designação mecânicos (poderia ser qualquer outra especialidade da nossa FAP), sem qualquer identificação pessoal.

Temos de ser nós a tratar do assunto e não esperar que o façam por nós. Porque isso nunca acontecerá.

Um abraço a todos,

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Voo 3381 60º ANIVERSÁRIO DO ACIDENTE DA SERRA DO CARVALHO. .






Manuel Pais
Esp.EABT
V.N.Gaia





Com o brilhantismo habitual , realizou-se a Missa de sufrágio e Evocação do 60º
Aniversário do Acidente Aéreo  na SERRA DO CARVALHO.
Como habitualmente , seguiu-se um lauto e muito bem servido  almoço no Centro de Convívio do Carvalho , onde mais uma vez a AMIZADE E CAMARADAGEM  sadia serviu para relembrar velhos tempos .
Ao Núcleo de Coimbra os nossos Parabéns pela EXCELENTE  jornada de confraternização que proporcionou a todos os presentes.
Um forte Abraço Amizade

M.Pais



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segunda-feira, 6 de julho de 2015

Voo 3380 AGOSTINHO;AGOSTINHO...GRANDE AMIGO!




Fernando Castelo Branco
1ºSargº MMT
Angra do Heroísmo
Terceira
Açores





AMIGOS de OTA

 A  "VIDA" MILITAR teve começo na OTA, mas as "marcas" ficaram para toda a VIDA, sem rancores.
HOJE, (com a proteção de NOSSA SENHORA DA OTA),continuamos a recordar-nos da PARADA, do CINEMA, da MESSE, do BAR DOS ALUNOS etc...
"BIERAM" OUTROS,e com as LÁGRIMAS nos olhos de SAUDADE e AMIZADE; esteve á minha frente uma FILHA desta linda ILHA DE JESUS que também é "MÃE" de três filhos meus.

A TATIANA AGUIAR, Segundo CABO SAS,(no NOSSO TEMPO , amanuense SG);filha do MEU INESQUECÍVEL AMIGO AGOSTINHO AGUIAR; que mesmo sabendo que (eu) tinha sido Sargento FAP;NUNCA deixou de ser também um "colega" que não fardado, vestia o FATO DE MACACO que os AMERICANOS nos distribuíam.
NOSSO CABO, dá licença? Venho para "solicitar";uma senha provisória, para ter acesso ao BX, enquanto não é renovado o novo cartão.
MAS a NOSSO CABO, desculpe, é nova cá?....
Sou sim Senhor; mas sou TERCEIRENSE.
Já agora não sendo indiscreto, é FAMILIA de quem? Sou filha do AGOSTINHO AGUIAR.
AMIGA, muitas FELICIDADES conforme desejo para as minha filhas e para os filhos.
E neste momento o AGOSTINHO, esteja aonde "estiber, beja" a SATISFAÇÃO que sentimos com a SUA AUSÊNCIA.
AMIGOS/IRMÃOS  DE OTA FAP, continuamos a recordar-nos da CAMARATA e não só.
MUITAS FELICIDADES, para os "nossos" substitutos que "não" são AQUELES que muitas vezes esperávamos na PLACA; quando aterrava o NORD;  DAKOTA, a DO  e talvez o ALLOUETTE?!....
FELICIADES LILIANA, para que o AGOSTINHO, continue a ser o que era quando TERRENAMENTE sentia como AMIGO
do SEU AMIGO.
                    
Fernando Castelo Branco