domingo, 31 de janeiro de 2010

VOO 1449 O ANÍBAL MADEIRA



Augusto Ferreira
Com.Esqª.Rel.Públªs.e Fotografia desta Base
2º Sarg.º Melec./Inst./Av., Moçambique
Coimbra



Ainda o ANÍBAL MADEIRA
Caros amigos, tem sido com grande satisfação, que tenho acompanhado as intervenções na nossa Linha da Frente, do companheiro figueirense António Loureiro.
Pela oportunidade dos assuntos que aborda e também pela intensidade que coloca neles. É sem dúvida um Zé Especial.
Na sua última participação surpreendeu-me, quando referiu, que também tinha tirado o seu curso na Escola Avelar Brotero em Coimbra, quando nos falava, sobre o desaparecimento precoce do nosso grande amigo Aníbal Madeira.
Companheiro António Loureiro, tanto eu como o nosso ex-presidente do Núcleo da AEFA de Coimbra Carlos Ferreira, fizemos parte da mesma turma dele, durante o Curso Industrial que tirámos nesta escola, que recordamos com muita saudade. Provavelmente cruzámo-nos contigo na Brotero, naqueles já longínquos anos sessenta.
O Madeira entrou um ano antes de mim para a nossa FAP e nunca nos encontrámos por lá.
Ele era, como sabe quem privou com ele, um grande amigo do seu amigo e infelizmente, tenho agora que lamentar, que embora vivendo na mesma cidade a não muitos quilómetros dele, já o não via há cerca de trinta e tal anos. Incrível ,não é?
É verdade que verifico passados estes anos, que ele se isolou bastante, talvez por razões de saúde, não comparecendo aos encontros que o núcleo e outros promoviam e lá vem a justificação de quem não aparece esquece. Mas isto acabou por acontecer, dentro do esquema de vida em que nos encontramos envolvidos hoje.
Que esteja em paz, onde quer que esteja o nosso Aníbal Madeira.
Em função do texto de hoje, vou enviar-vos uma foto da nossa linda cidade de Coimbra.
Legenda: A bonita cidade de Coimbra
Foto: Augusto Ferreira (direitos reservados)
Um grande abraço para a cabine de pilotagem, extensivo a todos os Zés Especiais e amigos desta Linha da Frente.
Até breve
Augusto Ferreira
Voos de Ligação:

sábado, 30 de janeiro de 2010

VOO 1448 AS ESPECIALIDADES NA NOSSA FAP - I



João Carlos Silva
MMA 2ª/79, BA6
Sobreda







Companheiros,
De forma a complementar o VOO 1418 e socorrendo-me do "site" da AEFA, compilei alguma informação relativa às especialidades actuais existentes na nossa FAP. Sempre dá para recordar um pouco e comparar com o que era no tempo de cada um de nós, mas, quem sabe, talvez algum(a) jovem faça escala nesta base e lhe desperte o interesse por esta causa.
"A origem dos Especialistas da Força Aérea perde-se no tempo, algures nos primórdios do Sec. XX.
Antes mesmo da criação da Força Aérea Portuguesa como ramo independente (Julho de 1952), já haveriam Especialistas, quer na Aeronáutica Militar, quer na Aeronáutica Naval , ainda assim, é com a criação da Base Aérea nº 2, a Casa Mãe (14 de Abril de 1940) que se intensifica a formação de Especialistas, atingindo o ponto alto no ano de 1960 com a sua passagem de Base Operacional a Base de Instrução, em 1976 é criado o Centro de Instrução nº 2 (CI-2) posteriormente Grupo de Instrução de Técnicos e Especialistas (GITE), retomando novamente a anterior designação (CI-2), até 1992 quando passa a ter a actual designação de Centro de Formação Militar e Técnica da Força Aérea (CFMTFA) que forma Especialistas em três áreas, Operações, Manutenção e Apoio, que interligadas são verdadeiros pilares onde assenta o "FAZER BEM", fundamental para o cumprimento da missão atribuída à FORÇA AÉREA PORTUGUESA.
O Lema da Força Aérea "Ex Mero Motu", que deriva do latim e que poderá ser traduzido em "À mais pequena solicitação", ilustra também o Espírito dos Especialistas, que, desde sempre ingressaram nas fileiras da FAP voluntariamente."

Especialidades Actuais - 1
Área de OPERAÇÕES


OPCOM - Operador de Comunicações
Operar sistemas de comunicações e de informação no âmbito do serviço de mensagens, nos centros de comunicações e nos domínios das Unidades/Órgãos e no Sistema Táctico de Comando e Controlo. Processar e explorar funcionalidades de troca e processamento de informação, aplicando técnicas de segurança. Operar equipamentos rádio e de outra natureza em ambientes fixos ou tácticos.

OPMET - Operador de Meteorologia
Realizar observações meteorológicas de aeródromo e de altitude. Executar tarefas relacionadas com a observação e codificação do estado do tempo, preenchimento de impressos meteorológicos e prestação de informação meteorológica, difundindo os dados nos sistemas informáticos apropriados e informando directamente os diversos utilizadores (nacionais e estrangeiros), com realce para os directamente ligados à actividade aérea.

OPCART - Operador de Circulação Aérea e Radarista de Tráfego
Efectuar o Controlo do Tráfego de Aeródromo e processar a informação aeronáutica nacional e internacional necessária à operação segura e eficiente dos voos.

OPRDET - Operador Radarista de Detecção
Processar a informação aeronáutica nacional e internacional, recebendo analisando e inserindo no Sistema de Defesa Aérea as informações e mensagens aeronáuticas, operacionais e tácticas necessárias às operações aéreas. Verificar e corrigir o percurso das aeronaves que evoluem no espaço aéreo nacional e a troca de dados com plataformas aéreas, marítimas e terrestres. Executar funções em ambiente de guerra electrónica hostil e em ambiente simulado. Operar equipamentos de envio/recepção de mensagens.

Saudações Especiais,
João Carlos Silva, MMA, 2ª/79
Fonte: www.aefa.pt
Voos de Ligação:
VOO 1418 ZÉ ESPECIAL

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

VOO 1447 O ÚLTIMO VOO.


António Loureiro
Fur.PA
Figeira da Foz
Dá-me licença senhor Comandante Barata
Apresenta-se o ex-Fu.Milº.PA

Quando li o "alerta" sobre o falecimento do nosso querido companheiro, não pude deixar de ir dar uma "rabuscadela" ao meu sótão das memórias, cada vez mais desarrumado e com dificuldades acrescidas na localização de informação.
No meu subconsciente a palavra Madeira dizia-me qualquer coisa e por não saber de onde, cada vez ficava mais incomodado até que a manhã finalmente chegou.
Peguei no telemóvel e liguei ao nosso amigo David para o pôr ao corrente da triste notícia, e combinámos a hora de nos encontrarmos na Base onde pela última vez o nosso querido aviador iria aterrar.
Já na placa, pedi ajuda ao David (EABT), no sentido de me tirar aquele "peso" que tanto me incomodava e afina,l a resposta era tão cruelmente fácil e meu instinto se negava a aceitar, o Madeira era, nem mais nem menos, o meu querido amigo e companheiro da Escola Brotero que à tantos anos não via.
O meu pensamento fez-me recuar meio século para trás, triste e meditabundo que estava, só "acordei" com a mudança súbita de movimento.
Quando a aeronave preta e reluzente passou a baixa velocidade por nós, a dúvida instalou-se, será esta??? e tudo se esclareceu ao avistarmos o nosso companheiro Costa Ramos que também seguia naquela "formação".
Como é natural, o tema da conversa foi o saudoso Madeira e por opção, não entramos no hangar e mantivémo-nos na placa à espera que os familiares regressassem da última despedida ao seu ente querido e para lá nos dirigimos para apresentar as nossas mais sentidas condolências e dar algumas palavras de conforto, tendo o cuidado de informarmos quem éramos e o que nos levava ali.
O inesquecível Madeira, pelo que representava para todos nós, vai certamente ficar gravado na nossa memória por aquilo que ele sempre foi, amigo do amigo, jovial, sério e que procurou fazer da melhor forma que podia e sabia, as tarefas que lhe foram confiadas.
Todos ficamos mais pobres e em 2040, decerto que não haverá mais nenhum aviador da nossa geração para contar na primeira pessoa o que representámos para Portugal, os sacrifícios que que nos foram pedidos e a resposta que soubemos dar, enfim, somos uma geração, obrigada por força das circunstâncias, a amadurecer demasiado cedo e isso tem um preço, como alguém já disse antes.
Somos diferentes.
O Madeira era assim, deixou-me um pouco dele, levou um pouco de mim.

Paz à sua alma.

Resta-me despedir com um abraço generalizado.

Loureiro

Voos de Ligação:

Voo 1441 Notícia de última hora, faleceu o Madeira.
Voo 1442 O Madeira partiu para o seu último vooVoo 1444 Adeus Amigo.

VOO 1446 É PENA,JÁ NÃO TEMOS IDADE.


José Teixeira
Esp.OPC
Trofa
Meu caro VICTOR BARATA-
Enviaram isto para o meu filho: será autêntico?

José Teixeira


Centro de Recrutamento da Força Aérea


O Centro de Recrutamento da Força Aérea é o órgão da Força Aérea que tem por missão “proceder ao Recrutamento para a prestação voluntária do serviço militar na Força Aérea…”. Na página do Recrutamento da Força Aérea encontrarás um conjunto de informação que te será útil para dares corpo à tua ideia de vires para a Força Aérea e fazeres dela “A TUA FORÇA”.

Ofertas de Emprego Centro de Recrutamento da Força Aérea:

Força Aérea - Secretariado e Apoio dos Serviços - 106 vagas

Força Aérea - Informática (TINF) - 14 vagas

Força Aérea - Pessoal e Apoio Administrativo (TPAA) - 18 vagas

Força Aérea - Controlo de Tráfego Aéreo (OPCART)

Força Aérea - 11º/12º ano

Força Aérea - Construção e Manutenção de Infra-Estruturas (CMI) - 10 vagas

Força Aérea - Oficiais

Força Aérea - Polícia Aérea - 115 Vagas

Força Aérea - Informática (OPINF) - 14 vagas

Força Aérea - Hotelaria e Subsistências (SHS) - 24 vagas

Força Aérea - Licenciatura

Força Aérea - Material Electrotécnico (TMMEL) - 7 vagas

Força Aérea - Controlo de Tráfego Aéreo - Licenciatura - 7 vagas

Força Aérea - Praças 9º ano

Força Aérea - Mecânico de Material Aéreo - 75 vagas

Força Aérea - Banda e Fanfarras (MUS) - 12 vagas

Força Aérea - Praças 11º/12º ano

Força Aérea - 9º ano

Consulte Todas as Ofertas:
http://www.net-empregos.com/emprego-empresa/centro-de-recrutamento-da-forca-aerea/
VB: Pois muito bem,aconselho todos aqueles,e não são poucos,que procuram emprego a seguir um excelente rumo de vida.
Que pena não ter idade!?...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

VOO 1445 O BREVET MMA.



Fabricio Marcelino
Esp.MMA Guiné
Leiria

BREVET MMA

No voo 1433 o colega António Loureiro,a quem saúdo nesta sua entrada para a nossa linha da frente,faz alusão ao brevet que nós, os MMA usávamos. António Loureiro,a esta distância a memória já nos atraiçoa a todos, o que te levou, por certo à alusão de 2 chaves de bocas no mesmo.


Junto envio foto do referido brevet. Como podemos observar, é composto por: 2 asas, uma hélice de avião ao centro na vertical e, igualmente ao centro, cruzam na diagonal, uma chave de bocas e um martelo. Desculpa a correcção,mas assim mantemos mais vivo o passado.
Um abraço e sê bem-vindo
Fabrício Marcelino

VOO 1444 MAIS UM QUE ABANDONOU A BASE,TÃO CEDO!



José Ribeiro
Esp.OPC Guiné

Lisboa


Boa Noite, Victor e restantes comandantes desta Base.
A vida tem destas coisas, isto é, não somos eternos. Mas morrer com essa idade (61 anos), já não é tão usual nos tempos que correm, por isso dou desde já os sentidos pêsames à família enlutada, participando nós desse pesar.
Nós morremos mais cedo porque estivemos sujeitos a "tempestades" por outros criadas e que hoje se promovem à custa da desgraça desses. Vários seriam os exemplos que provam os factos e que testemunham aquilo que se diz.
O nosso camarada falecido, Madeira, foi um no conjunto do outros, que sofreu na carne o cumprimento da missão para que foi indigitado e dele nos lembramos com saudade, amizade e que esteja em paz nos novos voos que por ventura venha a fazer, em qualquer lugar que esteja. Estes serão os votos sinceros de todos os ex-camaradas de armas e conhecidos, incluindo eu.
Conheci-o em Soure (Foto, Victor), julgo? Se a memória visual não me engana; já era sofredor de um mal terrível, cujas causas desse, ele não me soube dizer.
Como seres humanos que somos, cuja durabilidade não obedece a critérios de tempo, estamos sujeitos a ser apanhados num qualquer momento do final e/ou princípio, da nossa vida.
A vida às vezes prega-nos tais partidas e custa-nos aceitar a realidade dos factos. Temos que estar cientes dessas realidades e aceitá-las como naturais.
Infelizmente o nosso grande e tão pequeno ex-camarada de armas, já não nos pode acompanhar em vida nos nossos encontros, mas estará sempre connosco, assim como outro, cujo nome/apelido? Prates, do Porto, também se foi e esteve também na Guiné (BA12), com apenas 59/60 anos de idade.
Temos que ser fortes e capazes de aguentar tais perdas, sem remédio, sendo que delas, enquanto vivos, nos vamos lembrando, na esperança que um dia estaremos todos juntos e lutando pelos mesmos ideais.
Mais uma vez, OS MEUS SENTIMENTOS PROFUNDOS À FAMÍLIA ENLUTADA.
Amigo, Victor, desculpa o alongamento deste texto e se não o quiseres publicitar não o publicites.
JLRibeiro, OPC, 3ª/66 - Guiné(BA12) e Angola.

Voos de Ligação:

Voo 1441 Notícia de última hora, faleceu o Madeira.
Voo 1442
O Madeira partiu para o seu último voo
Voo 1444 Adeus Amigo.

VOO 1443 ADEUS AMIGO.


Fernando Castelo Branco
1ºSarg.MMT Moçambique
Terceira-Açores
Amigos ESPECIAIS

Como é “ minha obrigação”; todos os dias, vou á “ formatura da SAUDADE”...
Antes de “formar e ler a ORDEM DO DIA”, o Nosso Comandante da AMIZADE, disse que ia “faltar” UM, de Nome ANÍBAL MADEIRA...
Não se “desenfiou”; mas sim; foi fazer um VOO; para perto de Nossa Senhora do Ar?!...daqui deste lado do MAR, só lhe digo ADEUS AMIGO...
Para a Sua Digníssima Esposa e restante Família, vão os meus SENTIDOS pêsames, com o Espírito de Especial que de certeza o ANÍBAL teve.
Fernando Castelo Branco

Voos de Ligação:Voo 1441 Notícia de última hora, faleceu o Madeira.
Voo 1442 O Madeira partiu para o seu último voo

VOO 1442 O MADEIRA PARTIU PARA O SEU ÚLTIMO VOO.




Victor Barata
Comandante desta Aeronave
Esp.Melec./Inst./Av Guiné
Vouzela
Olá Companheiro.

Embora pertence-se-mos à mesma família,a FAP, conheci-te pela primeira vez na Base Aérea nº 12,em Bissalanca,Guiné.Quando ali desembarquei do DC-6 que me transportou do AB 1,Portela,tudo para mim era uma interrogação: -Vou ter que estar aqui dois anos?O que será esta vida na guerra? Vou morrer? que pedir muito a Deus para me guardar! Não conheço ninguém... Ó "pira" qual é a tua especialidade?-Pergunta-me um companheiro que já tinha terminado a comissão à dois meses.Levam-me para uma camarata ocupada com umas oitenta camas,protegidas por redes,parecendo o berço de crianças, onde eu iria pernoitar esperando pelo dia seguinte para me arranjarem um quarto.
Assim foi,no dia seguinte fui para um quarto com oito camas,sete estavam ocupadas e uma livre que iria ser minha.
Então "pira"qual é a tua especialidade? De que base vens?És de onde?
As perguntas habituais.
Nesse quarto habitavas tu,Madeira! Foi ai que te conheci e que recordamos os nossos tempos de Coimbra,pois sem sabermos,éramos vizinhos, habitavas no Chão do Bispo e eu na Casa Branca. Os primeiros tempos na Guiné, eram sempre dificéis para quem ali chegava com os 18/19 anitos,as saudades da família,namorada,amigos,aliado ao clima de guerra que se vivia,era muito duro,com a agravante de ter sido colocado de imediato na linha da frente.
Companheiro foste tu que me ajudas-te a superar tudo isso,foste tu que me mostras-te os cantos da casa,foste tu que me levas-te a primeira vez a Bissau(já não me recordo,mas se
calhar até ao Pilão?!),foste tu,e o Nóbrega,que me ensinaram a beber Genebra.
Enfim,ajudas-te-me a não sofrer o impacto inicial da GUERRA! Eras o gajo que nos "limpavas"os pesos a vender as fotos que nos tiravas e que tiravas ás bajudas.
Regressas-te e eu fiquei.
Procurei-te em Coimbra,uns cinco anos depois,eu já casado e com o meu filho de 2 anos e tal, a quem tu ofereces-te uma máquina fotográfica que ainda hoje existe e funciona.
Depois de disso,trinta e tal anos,encontramo-nos em Aguiar de Sousa,na Quinta do Baptista,durante um encontro do pessoal da BA 12. Lembras-te o que sofri nesse dia por te ver como vi,Madeira?...
... já não vou a tempo! O Zé Raimundo telefonou-me ontem à noite a dizer que ...não falavas mais comigo!
Não era isto que eu desejava,Companheiro.
Procurei-te,por onde julguei ser possível encontrar-te,mas...não consegui.
Quis ajudar-te naquele momento que sabia que precisavas de mim...não consegui.
Não te pude transmitir o quanto era teu amigo,mas...tu sabias.
Fui hoje,bem cedinho,para Coimbra,capela de S.José,ali bem pertinho dos locais que habitamos,para te dar saída ao teu eterno voo,mas...só vi a aeronave.
Ainda pensei que as lágrimas me obstruíssem a visão fazendo com que te não visse,o que era impossível,mas...não te vi.
Partiste Amigo,espero que me recebas nessa base quando eu aterrar,tão bem como o fizeste na BA 12.



ATÉ UM DIA COMPANHEIRO!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

VOO 1441 NOTICIA DE ÚLTIMA HORA,FALECEU O MADEIRA!

Companheiros,acabo de receber a informação,através do Zé Raimundo, que perdi um GRANDE AMIGO,o Aníbal Madeira faleceu!
Está de luto esta família ESPECIAL pela perda deste ZÉ.

Aníbal Reis Madeira faleceu, aos 61 anos.
Casado com Alice Bernardo Vieira Madeira, era natural de Castelo Branco e residia em Coimbra. O funeral realiza-se esta quinta-feira, às 10h00, da Capela de S. José (Nova) para o Cemitério Oriental da Figueira da Foz.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

VOO 1440 REAL THAW 2010.



Real Thaw 10 - O Exercício


O Exercício Real Thaw 10 (RT10), que decorre entre os dias 25 de Janeiro e 4 de Fevereiro de 2010 entre Monte Real e Covilhã, é um exercício planeado e conduzido pela Força Aérea Portuguesa que tem como objectivo facultar treino ao nível táctico às forças participantes.
No sentido de se obter um ambiente operacional multinacional e conjunto (forças aéreas e terrestres) semelhante ao das actuais operações militares internacionais, foram convidados a participar no RT10 forças terrestres e aéreas de diversos Países. Assim, além das forças nacionais, quer da Força Aérea quer do Exército, participam também forças dos Estados Unidos, da Dinamarca, da Lituânia, da Bélgica e da Espanha.
Para a correcta execução deste exercício foi desenvolvido um cenário que pretende criar um conflito geo-político desafiando as forças participantes a executar as acções aéreas adequadas. Para esse efeito, foram criados três países fictícios que ocupam unicamente o espaço geográfico de Portugal continental.
A norte, o País A que possui um sistema político-militar autoritário, potenciando situações de crise e conflito com minorias étnicas. Estas, vendo os seus direitos renegados e as suas condições de segurança ameaçadas, migram para o País B, geograficamente a Sul do País A. Esta situação vai provocar o aparecimento de campos de refugiados junto da fronteira sem as condições mínimas de sobrevivência. Finalmente, o País C, também a sul do País B, caracterizado por políticas progressistas e abertas, recebem uma força militar da NATO (representada pelos participantes do exercício) para garantir a segurança aos refugiados e encontrar uma solução para o conflito.
Toda a coordenação do RT10 é feita na Esquadra 301 "Jaguares", da Base Aérea Nº5, em Monte Real. A partir daqui são planeados e executados diariamente vários tipos de missões, como extracção de não combatentes e apoio sanitário e logístico, com recurso a largada de tropas aerotransportadas e Militares da Unidade de Protecção da Força, transporte táctico por helicópteros e protecção armada facultada pelos aviões de combate F-16.





Até 4 de Fevereiro a Força Aérea Portuguesa desenvolverá, assim, várias e diferentes missões
que lhe permitirão verificar o seu nível de aprontamento para situações reais.


VB.Companheiros,gostava de realçar a presença do Ten.Pil.João Ribeiro nesta missão,como piloto dos Aloutte III,da Esqª 552.
Este jovem,é filho do nosso companheiro Ribeiro que,também ele,esteve ligado a este tipo de aeronave na especialidade de MMA (Mec.Material Aéreo),estando hoje aposentado com Sarg.Mor(penso ser esta a patente?!)
Desejamos ao João uma excelente missão.

VOO 1439 QUE NÃO SE SENTE?!...


António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz
Lindo

Dá-me licença senhor Comandante Barata
Apresenta-se o ex-Fur.MilºPA-Loureiro

Simplesmente lindo
Mais uma vez sou surpreendido positivamente por este magnífico site.
Vinha para dar azo ao meu pensamento por certas reacções que julgava já não terem cabimento, mas não sou capaz.
Ao ler a mensagem do voo nº. 1438, seguido daquele vídeo, não me contive, chorei e voltei a chorar, estive largos momentos incapaz de reagir, aquele toque de silêncio penetrou bem fundo dentro de mim. Instantaneamente fui-me lembrando dos camaradas e amigos brancos e pretos que que caíram na defesa dos superiores interesses da Nação, não me interessa se a guerra era justa ou injusta, pois não me compete a mim, um zé ninguém, arvorar-me em responsável de decisões para as quais não tive e nem tenho competências para tal.
O certo é que, face à excelência da execução e à beleza do toque inserido no contexto em que foi tocado, pedi perdão a Deus pelos meus pecados e compaixão pela alma dos meus queridos e finados defuntos que perderam a vida em defesa do solo pátrio.
É perfeitamente natural e aceito pacificamente, que haja outras maneiras de analisar a mesma realidade, afinal, a verdade não é absoluta e, cada um, certamente terá a sua.
Apesar de coabitar com o sofrimento alheio, ainda consegue haver situações que me tocam no mais profundo dos meus sentimentos.
Há mais de 20 anos que sou voluntário da Cruz Vermelha Portuguesa com tripulante de ambulância e como tal, escusado será dizer o que já me passou pelas mãos, e podem acreditar que ali não há "artistas", quando conseguimos vencer, ficamos felizes, e quando somos vencidos, dá-nos uma imensa tristeza e ficamos sempre com a ideia de que, se calhar, possivelmente, talvez pudéssemos ter feito mais alguma coisa se tivéssemos mais este ou aquele meio ou se tivesse sido possível ter chegado um pouquinho mais cedo.
A completar este cenário, também a minha filha é Enfermeira e, de imediato, me pus no lugar daquele pai que certamente projectava a sua continuidade naquela querida filha e, com aquele terrível momento de infelicidade, viu-se assim, de repente, tal como outros, condenado a viver angustiado o resto da sua vida, afinal para que?
Paz à alma daquela jovem que galhardamente ostentava o nosso uniforme.
1 abração generalizado
Loureiro

Voos de Ligação:
Voo 1438 Homenagem à nossa Celeste.

VB: Bom-dia Loureiro.
Pois se não conseguiste conter a emoção ao ler o “plano de voo”1438,devo dizer-te que o mesmo me aconteceu a mim para o redigir e agora para ler este teu voo!
Recordo-me muito dos que partiram,e que defenderam a causa Aeronáutica, que tão esquecidos foram e são.
Resta-nos aguardar, com um longo tempo pelo meio,da hora de partirmos para a mesma Base onde se encontram agora estacionados.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

domingo, 24 de janeiro de 2010

VOO 1437 LEMBRANÇAS





António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz




Dá-me licença senhor Comandante Barata
Apresenta-se o Fur.MilºPA
Longe vai o ano de 1970, o Clube de Especiais da BA7, um pré-fabricado que mais parecia um comboio, entrava-se directamente na sala do Bar, depois de porta em porta, passava-se para a sala da TV e depois a seguir a sala dos bilhares e ao fundo a biblioteca.Porque como devem estar recordados, a RTP só transmitia programas à noite, nessa altura passou também a funcionar há hora do almoço com um programa de desenhos animados, noticiário e pouco mais.
Naquela altura o comer do refeitório deixava muito a desejar e valiam-nos as sandes que nós comíamos no Bar.

Legenda: Na BA3

Foto: Loureiro (direitos reservados)
À falta de melhor, porque o pessoal despachava-se depressa do refeitório, uma boa parte dos Zés, e não digo todos porque tinha chegado do ultramar um daqueles Especialistas muito peculiares, alto, alourado, e com um sentido de humor bastante apurado que "agarrava" e contagiava uma boa fatia de Zés que estavam mais interessados em ouvir as histórias do que ver televisão, mau grado daqueles que preferiam o contrário e que estavam constantemente a protestar com o alarido das nossas gargalhadas.O nosso amigo Atalaia, puxando pelo seus galões de veterano de guerra, irrascível, estava-se nas tintas para os protestos dos incomodados e continuava com as suas narrações que nos dava um grande prazer ouvir.Mas o estatuto do nosso amigo não se ficava por ali, também no cais de embarque, quando ele aparecia com a sua imponente farda creme e boné de pala, tipo Major Alvega, era uma confusão e um churrilho de protestos, mas ele não era de mais aquelas e ocupava o primeiro lugar da fila de praças, desvalorizando as pretensões dos que estavam no final da dita fila e que temiam o risco de ficar em terra e a verdade é que, mercê da sua capacidade de argumentação, todos acabavam por baixar a "bolinha" e o nosso camarada lá se mantinha no seu lugar de honra impávido e sereno.

Contaram-me uma vez e não me custou muito acreditar, que um Sargento da sua Secção lhe tinha encarregado um serviço qualquer, penso que substituir uma bateria e o nosso amigo, que já sentia cheiro ao serviço e o Sargento, que também já o conhecia, vendo que dali não levava nada, tentou envergonhá-lo com uma frase mais ou menos como esta:
Você não tem vergonha de não saber mudar uma bateria?
Resposta descontraido do amigo Atalaia, eu não, quero lá saber disso para alguma coisa, eu até ando a aprender inglês, e lá deixou o homem a falar sozinho, não percebendo muito bem a relação.
Há tempos, estava eu mais uns amigos num Restaurante quando apareceu um indivíduo com uma grande "brasa" sueca, que se sentaram na mesa ao lado da minha.
Passados alguns minutos, após nos termos recomposto daquela fabulosa aparição, lá começamos a comentar uns com os outros quem era o indivíduo e tal, e depressa chegamos à conclusão de que se tratava de um amigo de infância à muito "desaparecido" e daí até à conversa, foi o salto de uma pulga.
As perguntas da ordem, onde é que tens andado? O que é que fazes? etc, e a resposta lá veio, sou Comissário de Bordo na TAP e a sueca coitada, que não percebia nada da conversa, limitava-se a rir.
Os meus neurónios começaram a trabalhar e lá perguntei: tu conheces lá um tal Atalaia, conheço porquê? Ele esteve comigo na tropa disse eu, oh pá esse gajo é demais, é um companheirão, eu nunca vi coisa igual, é Chefe de Cabine, está muito bem e eu ri-me e fiquei muito satisfeito. Lembrei-me logo da estória de ele andar a aprender Inglês, realmente tinha razões para não querer saber da bateria para nada, ele queria era sair da tropa depressa antes que fosse tarde.
Decerto haverá muitos Zés que o conhecem o nosso amigo e devem ter a mesma opinião que eu, simplesmente impecável e difícil de passar despercebido.
Um abração
Loureiro-PA

VOO 1436 APRESENTA-SE O 1º CABO ESPECIALISTA MÁRIO RODRIGUES




Mário Rodrigues
Melec/AV/Inst, 1ª/67, BA12
Estoril






Comandante Victor.
Depois de algumas semanas a navegar neste blogue, interessou-me imenso o seu conteúdo e não poderia deixar de elogiar o bom trabalho que tem sido feito pelo comandante e todos os pilotos que navegam nesta BA 12. Fiquei também surpreendido, positivamente, com o facto de a participação não ser da exclusividade dos ex – BA12, mas sim a todos os especiais e também a todos os ramos militares e até civis, o que torna naturalmente um blogue democrático e abrangente.

O meu nome é Mário Machado Rodrigues com o nome de guerra (Mário) Especialista 1ª/67 MELEC/AV/INST e fiz a minha comissão de 68 a 70 e resido em Estoril.

Apercebi-me de que nas fotos das secções, não havia nada que se referisse à minha incorporação 1ª/67, talvez a falha se deverá a não navegação deste blogue, por elementos da minha incorporação. Por isso, anexo a minha foto de família 1ª/67-1ªEsquadra – 3ª secção.



Legenda: Foto de família 1ª/67-1ªEsquadra – 3ª secção
Foto: Mário Rodrigues (direitos reservados).

A minha presença oficial na FAP, foi de Janeiro 1967 a Março de 1974.
Percorri as seguintes unidades: BA2, EMEL (Paço de Arcos), BA2 (sub-especialidade), BA4 (C47 e C54), BA6 (adido), BA12 (DO27, T-6, C47 e ALL II), EMEL, AB1 (DC6, Boeing 707, Broussard, PV-2). E fiz vários destacamentos em Luanda onde dava a assistência na minha especialidade.
Estive nesta Base, desde Setembro de 1968 a Junho de 1970, tendo ainda conseguido festejar o meu aniversário no dia 12 do mesmo mês em casa.
Tenho tido alguma dificuldade em reconhecer alguns camaradas assim como me lembrar de todos, porque algumas vezes vejo fotos minhas actuais e quase não me reconheço, por estar “cota” e gordo. Dos navegantes deste blogue, conheci o Six, Narciso que já na vida civil, vi-o várias vezes, trabalhava para a Messa, jamais o reconheceria se não fosse a foto de “chavalo” no voo 1281, Victor Oliveira também conhecido pelos nomes Pichas e Caneças trabalhámos na mesma secção, mesma secção não por muito tempo, dado que eu era mais maçarico. Ainda faziam parte da nossa secção, os seguintes: Sargts. Fernando Santos, Sanz, Furriéis Ribeiro, Gonzaga e Delgado. Cabos, Abel Montez, eu e Manuel do Rosário chegado mais tarde (13/05/69). Sei que havia mais gente, mas a memória está a atraiçoar-me.
Vou anexar algumas fotos caso haja permissão para tal e com o propósito de algum dos navegantes me reconhecer naquela época.



Legenda: Enrolando o bigode! A minha barba é made in Guiné
Foto: Mário Rodrigues (direitos reservados)


Legenda: Clube de pilotos – Eu e o Manuel do Rosário também Melec/av/inst
Foto: Mário Rodrigues (direitos reservados)

Vou também pedir ao comandante Victor que me dê uma ajuda na composição deste voo, porque sou um autêntico aselha no que se refere as estas técnicas de computadores.

Um grande obrigado, pedindo que possa fazer alguns voos.
Saudações especiais
JS: Mário, daqui João Carlos Silva do comando deste BA12, sê Bem Vindo à tertúlia da Linha da Frente. Faz agora 1 ano que nos conhecemos no encontro da Delegação de Lisboa da AEFA em Oeiras e aqui estamos.
Vamos incluir-te nos Operacionais da Linha da Frente deste Blog e a foto de grupo constará na lista existente, vai enviando os teus testemunhos (seguramente terás muitas coisas para partilhar com todos estes companheiros) ou participando como achares melhor.
É excelente recebermos mais um companheiro Especialista, ainda por cima já com algumas fotos desses tempos. Aos restantes amigos e membros desta Tertúlia Linha da Frente, juntem-se a nós nas boas vindas ao Mário e talvez alguns de vós tenham sido contemporâneos na BA12 ou noutras bases, digam algo.

VOO 1435 PARAÍSO NO MEIO DA GUERRA.


Gil Moutinho
Fur.Pil. Guiné
Gondomar


Vítor,Six e todos os demais.

Porque Bubaque era um refúgio,um desligar do dia a dia,à época,também as recordações boas são mais vivas e presentes em paralelo com as piores.
Durante a comissão,nas folgas,e quando não íamos a Bissau,e desde que a meteo o permitisse,pedíamos autorização ao comandante do grupo operacional para cedência de uma DO ou até de T6,o que sempre foi concedido.




Pelos meus registos de voo fui 16 vezes de DO,pelas datas nem sempre seria em veraneio,
algumas delas em evacuação(TEVS) e transportes gerais(TGER),de T6 fui 10 vezes,em nenhuma delas seria ATIP’s,veraneio puro.A DO normalmente ia com a lotação esgotada com quem estivesse de folga.
À chegada a Bubaque havia sempre um nativo que a troco de alguns pesos nos guardava o avião.
Antes da praia íamos a um restaurante,que me lembre era de um cabo verdiano,reservar mesa e quase sempre era peixe a saltar da rede para o forno ou braseiro,uma delícia !!
Nunca nos sentimos inseguros por falta de tropa.Que juventude despreocupada!!!
Em anexo envio umas fotos do paraíso.
Six,não nos conhecemos pessoalmente,mas “você” é contra as regras da linha da frente
Dos nomes que citaste,nenhum deles é do meu tempo,ou algo me escapa após 36anos.
A minha comissão começou a 6ABR 72 e terminou a 30DEZ73..


Cumprimentos

Gil Neves

VB:É verdade Gil,ainda fui algumas vezes incorporado nessas"romarias",não foram muitas porque estava na linha da frente e a disponibilidade só era possível em metade do dia,pois o alerta tinha o horário das 13/13h,mas aproveitei o que pude.
Recordo que numa dessas minhas idas,o administrador da Ilha estava para Bissau,como tal não havia comida feita no restaurante.Fui então com um seu colaborar.no jipe do posto ao interior da ilha comprar duas galinhas.Foi a primeira vez que tive contacto com população cujo a roupa que usava era apenas uma tanga a tapar o sexo.
Mas quando me falam de Bubaque,a primeira coisa que me vem à memória,é o acidente do Miguel Pessoa,pois,como já contei algumas vezes,regressava-mos à base quando em pleno voo ouvi a torre de controle de Bissau a chamá-lo sem resposta.

VOO 1434 A SAGA DE UM ZÉ ESPECIAL




Olvidio Sá
Especialista Eabt 1ª de 1966, Angola N'gage
Chaves

Continuation

Adido na B.A. 6 Montijo para os exames médicos, sou declarado apto. Em poucos dias tudo fica resolvido e após isto fico, como os demais pelas matas da Base que soube entretanto medir, desde a porta de armas, cerca de onze quilómetros.
Se se saía para o Montijo era num velho camião de bancos laterais em madeira e um de cada lado ao centro, após o jantar. Se se ia para Lisboa havia uma lancha da marinha com um horário que não posso precisar. Após seis idas e vindas ao embarque o qual por motivos logísticos, partida às 23 horas. Regresso ao A-B- 1 Portela onde levantava apenas os cobertores para mal dormir, numa camarata infestada e na manhã do dia seguinte retornar de novo, fazendo precisamente o inverso e esperar pelo menos mais uma semana nas matas da B.A. 6.
O almejado dia chegou e então fazemos escala na Guiné com ida para Luanda três horas mais tarde e chegada já de noite numa quarta-feira. Levantar roupa para dormir mal, essa noite. Na manhã do outro dia ida à Região Aérea 2 e é aí que venho a saber da partida para o N´gage.
No clube de Especialistas da B. A. 9 Venho a saber que um furriel piloto, se despenhou, vindo do N´gage aos comandos de um Hélio, falecendo ele, o amigo Brandão que era um Esp. MMA salvando-se um1º Sarg P.A. De salientar que o tal Piloto era filho de um Deputado na AN daqueles que pesavam e muito. O Senhor Cazal-Ribeiro, Maçarico no N´gage ainda ouvi falar que fez a viagem para Luanda pois tinha um baile nessa noite a que não podia faltar e contra a opinião de Omets. e Controladores que, diziam haver alguma turbulência assim como a hora tardia e faria parte da viagem quase de noite, resolve suicidar-se e com ele leva o Zé Especial 1º Cabo MMA Brandão. Daí em diante, quando fazia anos que tinha destroçado o Hélio era celebrada uma missa na capela do A.B. 3 louvando os Capelães a sua coragem e estando presentes uns civis que talvez fossem familiares!...
Para todos os Zés Especiais
Aquele Abração do Amigo
Olvídio
Angola N´gage
Chaves
Voos de Ligação:
VOO 1420 RESENHA DE UM ZÉ ESPECIAL

VOO 1433 A MINHA VIDA NA FAP.



António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz






Dá-me licença senhor Comandante BARATA.
Apresenta-se o Ex-Fur.MilºPA-Loureiro-Figueira da Foz

Obrigado

Desde que "descobri" este Site, faz faz parte dos meus hábitos dar-lhe mais do que uma vista de olhos por dia, tal é a importância que têm para mim os relatos destes "maduros" que, por uma ou outra razão, fazem questão de manter viva a mística que a todos engrandece, ser ESPECIAL.
Como recordar é viver e estamos numa fase da vida em que, infelizmente, paulatinamente, uns de cada vez tirarão bilhete só de ida para um voo a que ninguém escapará, há que reconhece-lo e aceitá-lo como um facto irreversível e natural.
Porque fui sempre ligado à mecânica, sem desprimor para as outras especialidades, os MMA, foram e são a especialidade da minha eleição.
Em 1968, ainda o fardamento era o cinzento, os MMA usavam o seu distintivo ao peito, as asas com duas chaves de bocas cruzadas que, tirando os pilotos e os paraquedistas, mas isso era outra "guerra", eram os únicos que eu via ter o privilégio de orgulhosamente os ostentar, perdoem-me se estou enganado.
Eu comecei a trabalhar na mecânica ainda menino, com 14 anos, trabalhando de dia e estudando de noite e como o meu pai e o meu irmão eram torneiros mecânicos e serralheiros de manutenção, claro está, o meu destino bem cedo ficou traçado e quando cheguei à Forca Aérea já tinha 7 anos de "tarimba", era sindicalizado com a categoria profissional de torneiro mecânico de 2ª. Classe, já tinha portanto, percorrido os escalões de Aprendiz, Ajudante, Pré-Oficial e Oficial de 3ª.
Quando me apresentei na BA7-S.Jacinto, era PA mas pouco, o senhor Capitão da Esquadra de Pessoal quando soube que eu era torneiro mecânico, já naquela altura não havia muitos, tratou de me colocar nas oficinas por naquela altura, não me lembro porquê, não haver nenhum naquela Base e assim, segundo ele, eu vinha mesmo a calhar.
Todo o meu trabalho era praticamente para as oficinas dos MMT e dos MMA, mantendo-me nesta situação uns meses valentes, nunca perguntei mas penso que quem controlava aquilo eram os Abastecimentos.


Como Cabo Miliciano, a Camarata , o Clube, o Refeitório eram os mesmas que os Especialista e daí a minha ligação afectiva a esse pessoal tão atinado e com quem gostei de conviver e partilhar uma boa parte da minha vida.
Ainda naquela Base, estive colocado na Secção de Vencimentos, sendo da minha responsabilidade o processamento dos vencimentos dos Praças Especialistas e do Serviço Geral, por assim dizer o "grosso da coluna" do efectivo.
Mais tarde, a meu pedido, fui transferido para a BA3-Tancos, e quase como uma malapata, colocaram-me também nas oficinas, encarregado de, em parceria com um Cabo Especialista creio que EABT, do controlo de todo o pessoal civil nas mais diversas profissões, bem como todo o tratamento das folhas de obras e folhas de ponto etc.
Mais tarde, começamos a "inventar" e tivemos que procurar outro impedimento, tendo eu ido para a Esquadrilha de Instrução da PA e o outro Cabo para a área dos Abastecimentos.
Era para seguir a carreira das pistolas mas virei a "agulha" e, ainda estava na FAP, quando meti o requerimento para ir como voluntário para as Forças Provinciais em Moçambique, o que aconteceu logo após ter passado à disponibilidade, onde andei em encontros inconvenientes desde Vila Gouveia, Mungári, Nhassacara, Macossa, Chôa, Guro, Inhaminga, Mungári e Changara, etc etc, bem perto de Tete, onde por vezes ia tomar um chopinho, normalmente à Taberna do Cigano.
Tal como outros Zés que por aqui têm relatado as suas memórias, quando podia também ia passar uns diazinhos (sempre poucos), à cidade da Beira ou Lourenço Marques para recarregar as baterias.
Depois do 25 ABR74, como já ninguém se entendia em Moçambique, assinei contrato com as Forças Armadas Rodesianas, onde fui 1ºSargento dos Selous Scout e andei em situações de maus encontros na fronteira com Moçambique nas zonas do Zumbo e Mucumbura bem como em quase toda a fronteira com a Zâmbia, seguindo para montante o Rio Zambeze até à Barragem de Kariba.
Brevemente vou fazer 63 anos, encontro-me na situação de reformado da Portucel/Soporcel, onde desempenhei as funções de Chefe de Turno de Produção de Pasta.
Pertenço ao Núcleo de Especialistas de Coimbra, onde vivi desde os meus 2 anos até à idade de ir para o serviço militar.
VB.Olá Loureiro.
Desde já nas nossas felicitações pelo facto de,depois de cumprires os requisitos ,integrares a tertúlia "LINHA DA FRENTE". É para nós sempre motivo de regozijo recebermos um companheiro novo neta casa.
Bom,depois das boas-vindas,vamos aguardar pela tua assiduidade neste espaço,fazendo com que se torne mais enriquecido com as tuas histórias.

sábado, 23 de janeiro de 2010

VOO 1432 MAPA AERONAUTICO DA GUINÉ.

Filipe Abreu


Caro Victor Barata,

Envio em anexo o mapa do dispositivo da FAP na Guiné preparado por mim, para publicares no blogue se quiseres.
A melhor maneira talvez seja colocares uma miniatura do mapa, que ao clicar em cima abre o PDF.
Para se ver em condições o PDF deverá ao abrir abranger a largura total do monitor.
Um abraço.

Filipe Abreu



VB: Obrigado Filipe por este teu excelente trabalho.Pena é não termos elementos teus para assim pudermos realizar o"voo" na plenitude de todos os requisitos exigidos,foto,especialidade.residência,etc. Vamos esperar que tal aconteça.

VOO 1431 BUBAQUE.


Fernando Moutinho
Cap.Pil. (Refº) Guiné
Alhandra


Boa tarde Barata.
Acabei de ler o Voo 1430 de António Six que me fez lembrar uma pequena história ligada a Bubaque.
Devo dizer que no meu tempo da Guiné as idas a Bubaque eram raras.
Fui lá 2 vezes em missão: a primeira com um chefe militar e, a outra, buscar peixe.
Para melhorar a ementa dos Refeitórios alguém se lembrou de contratar com pescadores de Bubaque onde, se dizia, havia bom peixe.



Legenda:Porto de Bubaque.


Foi lá alguém ligada aos Refeitórios e combinou que, todas as quintas-feiras, um DO-27 lá iria para transportar o peixe para Bissau.
Assim se fez.
Tocou-me lá ir no 3º voo - não havia peixe nem pescadores.
Porquê?
No segundo voo, quem lá foi, efectuou o pagamento desses primeiros carregamentos.
Conclusão: os pescadores nunca tinham visto tanto "patacão" em tão pouco tempo.
Resultado - enquanto houvesse dinheiro não haveria pescaria..
Consequências: acabou o contrato devido à inconstância do mesmo.

Um abraço

Moutinho

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

VOO 1430 VAMOS PUXAR PELA CABEÇA!...



António Six
Esp.M.Rádio Guiné
Pontével

Mais umas achegas

Aqui vão mais umas achegas e os especiais agradecimentos para o Gil Moutinho colega que creio não ser do mesmo tempo na Guiné mas deve ser logo a seguir, pois o amigo Borrachão esse simpático cão ainda era vivo.
No meu tempo idas a Bubaque para ir á praia,apenas me tocou uma vez e por especial favor Se alguém ia, era muito pela surra, pois não havia lá guarnição e o hotel de Bubaque propriedade de um Francês Robert Févre ( que pela minha dupla nacionalidade me tornei amigo)estava em más condições tendo sido depois vendido.
Creio que deve ser do seu tempo o meu amigo Fur.Pil. Carlos Leal que depois andou pela SATA e a quem perdi o rasto.

Legenda:Placa de estacionamento da Base Aérea nº12,Bissalanca-Guiné
Foto
.Manuel Lema Santos(direitos reservados)

No meu tempo da Guiné havia apenas 2 Sarg Aj. pilotos de Fiat um do qual não me lembro o nome e com quem estive muito pouco tempo e que creio ter feito uma papada em cima de bombas e outro o Ary Meca Murraças que depois vim a reencontrar na TAP como comandante (excelente)
Para os colegas do Norte: Outro colega aquem perdi o rasto foi o Alferes Leite indicativo Buda que estava no banco de Portugal no Porto ,com quem ainda voei em Espinho com uma Auster e aterragem de Emergência em S. Jacinto (matar saudades)
E aqui deixo um desafio:

1º-Quem era o Sr Alf.Pil , baixito que apenas voava DO27??????? apareceu na TAP.

2º-Quem se lembra da casa dos Rádios da FAP em N Lamego,junto á pista,a única que tinha ar condicionado e onde tínhamos uma mascote, uma pequena corça alimentada com dedeira em garrafa de cerveja???

Então vamos lá a matar saudades , com as nossas lembranças
Abraços

António Six

VB: Ora aqui está um exame à memória de cada um de nós que esteve,por aquele tempo, na Guiné.

VOO 1429 INCIDENTE.




António Loureiro
Fur.Mil.PA



Incidente

Tudo está bem, quando acaba bem.
O que podia ter sido uma tragédia, mercê do sangue frio do aluno paraquedista e à qualidade da instrução da escola do Paraclube Nacional Os Boinas Verdes, tudo acabou em bem.
E porque não dizê-lo também, graças ao meu querido amigo Pardal, infelizmente já falecido, "armado" da sua inseparável máquina fotográfica, que teve a presença de espírito suficiente para registar esta sequência de espectaculares imagens, e que teve a gentileza de mas oferecer.
As condições eram absolutamente normais e habituais nos terrenos do Aeroclube de Évora:
-Mais um curso em curso paraquedas com abertura automática, e o primeiro salto do instruendo.
-A esposa do instruendo em causa a assistir.
-Um familiar a filmar.
-E nós, já formados, à espera de uma vagazita para saltarmos também e com os olhos postos no ar a assistir ao momento sempre lindo, do desafio do homem, no sentimento mais puro de voar.
-De referir que estes saltos se davam a uma altura de 400 metros, com equipamentos já ultrapassados mas seguros, onde o paraquedista numa situação de emergência, tinha que abrir manualmente o saco do paraquedas de reserva e também manualmente "ripar" o paraquedas para o exterior.
Deu para nos apercebermos no imediato que algo estava a correr mal e a engústia nos "mirones" instalou-se instantaneamente, temendo o pior, mas felizmente que, o Homem, em pleno gozo das suas competências, provou que estava bem formado e teve o "sangue-frio" necessário para, a uma velocidade muito perto dos 200 Km/h, executar com perfeição as todas as manobras de emergência.
Quando chegou ao solo, felizmente bem, a equipa de instrutores equiparam-no com novo equipamento, meteram-no avião sem lhe dar muito tempo para pensar e tudo correu bem.
Se o procedimento fosse outro, possivelmente o Homem não tinha concluído o curso e iria ficar marcado para o resto da vida.
Simplesmente, PARABÉNS.



Legenda - Vê-se, embora com alguma dificuldade, o corpo do paraquedista sob a asa esquerda da aeronave, a fita extractora a fazer a função de extracção do paraquedas do saco que fica preso ao avião.
Foto:
António Loureiro(direitos reservados)


Legenda- O paraquedas, fruto de uma deficiente dobragem, não abrir e vindo no que se apelida de vela romana.
Foto:António Loureiro(direitos reservados)



Legenda- O momento de alívio, com o paraquedas de reserva já aberto e o principal a continuar fechado.
Foto: António Loureiro(direitos reservados)
-
Legenda- Com a cidade de Évora como pano de fundo, o paraquedista já encoberto no chão e o paraquedas de reserva ainda "cheio" de braço dado com o principal.
Foto:António Loureiro(direitos reservados)

Um abraço ao senhor Comandante Barata bem como a todos os Zés Especiais.

Por favor informe-me se as imagens chegaram em perfeitas condições.


VB: Bom-Dia Loureiro.
Como podes observar,as fotos chegaram na plenitude da sua perfeição.
Agora a tua é que tarda em chegar?!...Assim como o teu contacto, postal e Tel,e a resenha do teu passado no seio desta grande família,que é FAP.
Um dos objectivos deste espaço é o reencontro de companheiros que o destino,pelos mais variados motivos,separou. Como tal,é sempre oportuno os "voos"acompanharem a foto do seu piloto!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

VOO 1428 COMPANHEIRO DE VIAGENS PARA BUBAQUE.




Gil Moutinho
Fur.Pil. Guiné
Gondomar



Olá Victor e restantes camaradas.
Num post recente,falaram do nosso amigo Borrachão.Era um amigo e companheiro,pois éramos recebidos logo na placa sempre alegremente,não havia dias maus!
Depois brincava ,tomava as regulamentares pastilhas de sal,para o paludismo e tudo o que lhe dessem,bebia toda a bebida independentemente do grau alcoólico e c/ misturas inacreditáveis(igual só quando os periquitos chegavam fresquinhos e era preciso ganhar imunidade ao clima).Acima de tudo adorava voar,e em qualquer aeronave,principalmente para Bubaque onde era assíduo.Pois num desses voos,a uma 2ª feira(dia da minha folga),lá fomos até à praia e connosco o Borrachão.Como também adorava a água,num dos banhos saiu pela água fora a ganir desalmadamente pois trazia ainda espetado numa pata um ouriço do mar ,que diziam,era venenoso ou provocava infecção forte e prolongada.
Nunca mais recuperou a saúde,tendo ido inclusive ao veterinário,tendo caído numa morte lenta e não durou 15 dias.Alguns dizem que morreu de cirrose .Eu não tenho problemas a aceitá-lo como companheiro, num cantinho especial para canídeos,na lista dos que morreram em serviço.

Um abraço a todos

Gil Moutinho

Voos de Ligação:

VOO 1427 O BORRACHÃO E O SEU AMIGO PAVÃO,QUE JÁ PARTIRAM.



António Six
Esp.M.Rádio Guiné
Pontével


Meus amigos
Foi com as lágrimas nos olhos que vi a fotografia do saudoso Borrachão, (o nome diz tudo, e assim foi habituado)pelos vistos por lá ficou.

Legenda: Da esqª/dirª. Simões(MMA),Borrachão e Victor Barata(Melec./Inst./Av.
Foto:
Victor Barata(direitos reservados)

Mas o seu grande amigo o alf. Pavão. >(Açoreano que depois esteve na SATA e que entretanto partiu no seu voo non stop)acabou a comissão e teve que regressar a casa, mas as saudades e a dedicação ficaram ,E certo dia embarcou para Bissau na busca do seu Borrachão, para o trazer também para casa.Foi tarde, tarde demais. O saudosos borrachão tinha partido devido a problemas com o álcool.Regressou o Pavão triste,á sua terra e hoje poderemos dizer que se encontraram, e que certamente brincarão para todo o sempre nas nossas memórias
Gostaria de vos enviar mais gravuras tais como a do f86 que faz parte da colecção de gravuras , mas a escala em que foram desenhados não permite fazer o scaner. Guardo-as e são nossas e certamente vão baixar o preço do almoço ou terão outro destino que os senhores Comandantes julgarem ser melhor .

Aguardo a dica do encontro para me por então em campo.

Saudoso até breve
António Six

Voos de Ligação:
Voo 1423 Aviões -António Six

VOO 1426 FOTOS DE CUFAR COM PESSOAL DA FAP





Mário Fitas (*)
Fur.Mil.(Exército) Guiné
S.João do Estoril






Foto:Mário Fitas (direitos reservados)

Eis aqui uma foto nas varandas de Cufar, da qual só julgo identificar a Enfermeira Ivone. Se estiver errado Corrijam-se, os outros desculpem meus amigos não consigo.Para todos eles o abraço do tamanho do rio que a mil metros está correndo à sua frente o Cumbijã.
Há um DVD oferta aos Lassas em memória do seu comandante, que tem uma imagem extraordinária desta varanda _de onde Pami na Dondo ouvia as conversas_ onde estão elementos dos três ramos das Forças Armadas.Para mim esse pequenino momento do filme, é o símbolo da fraternidade e ajuda de todos os jovens que se viram envolvidos nesta Guerra. Do tamanho desse rio maravilhoso _que subi descendo e desci subindo_ o Cumbijã com as suas marés. Itálico
O abraço incondicional para todos aqueles que o sobrevoaram, navegaram ou foram transportados!
Mário Fitas

(*)Autor da obra literaria "Pami na Dondo a Guerrilheira"

VB.Que alegria Mário,poder receber-te nesta Base donde partiste à algum tempo.
Tinha-mos estranhado a tua ausência,pois os teus voos são de uma execução tal,que já houve quem te procurasse.Esperamos que venhas para ficar com as tuas magnificas histórias da guerra.

VOO 1425 TÉCNICAS AERONAUTICAS (V)

O VOR (*)

O VOR (VHF Omnidirectional Range) é um auxílio à navegação que opera em VHF nas frequências de 108.00 até 117.95 Mhz. Ainda é o meio de navegação mais utilizado em todo o mundo, embora seu fim esteja próximo, com a implantação do sistema GPS como meio de navegação primário para a aviação. No avião, seu aparelho receptor é identificado pela abreviatura NAV. O painel do Cessna no FS5 tem 2 destes receptores, localizados à direita do altímetro e do Climb.
O VOR transmite sinais de rádio em frequência VHF. Por este motivo o seu alcance fica limitado, pois ao contrário dos sinais do NDB, os sinais do VOR não conseguem acompanhar a curvatura da Terra. Por isso o seu alcance é limitado por obstáculos do terreno (montanhas) conforme a altitude da aeronave. Quanto mais alto você estiver, maior será o alcance, até que decresça a força do sinal no espaço (a modulação espacial percebida pelo receptor de bordo), isso na vida real...No FS5 o alcance é de cerca de 70 a 90 milhas. Muitos VORs têm também uma estação de DME (co-locada) que mede continuamente a distância entre a aeronave e a estação (o site do VOR). Notem que essa distância é o que chamamos de "slant range" ou seja, a distância directa entre o transmissor do DME e o avião. Isso significa que se sobrevoarmos o VOR a 6000 pés de altura, por exemplo, a menor distância que leremos no indicador será de 1 milha náutica. Veja a figura.

Logicamente, quanto mais afastados estivermos do DME, menor vai ser o erro. Você pode também ler a sua velocidade em relação ao solo, usando o DME. No F S5 dê um click com o rato onde está indicada a distância, e o indicador vai passar a mostrar a velocidade do avião em relação ao solo. Tenha em mente o fato de que o DME mede a razão de aproximação da aeronave em relação ao VOR. Ele não tem capacidade de medir directamente a velocidade do avião em relação ao solo, e sim a razão de aproximação para o VOR. Isso significa que a indicação de velocidade só será correcta se você estiver aproando directamente o VOR. Caso a sua proa não seja exactamente a directa para o VOR, à medida que você se aproximar, a indicação de velocidade irá diminuindo, até eventualmente chegar a zero, quando o avião passar ao lado do VOR. Tenha em mente que o efeito do "slant range" também vai afectar a precisão da indicação.

Como se orientar pelo VOR:

Antes de aprendermos como nos orientar pelo VOR, vamos conhecer os componentes dos seus instrumentos de bordo:

OBI - (Omni Bearing Indicator) - é onde vamos ler um CURSO de aproximação ou de afastamento do VOR (RADIAL); bem como as radiais de referência para definir cruzamentos na nossa navegação. Esses cursos e radiais são seleccionados por meio do OBS (Omni Bearing Selector nos aviões, mas no FS5 é pelo clicar do mouse ou pelo teclado, que fazem o papel do OBS.

Indicadores TO/FROM - Indicam se o rumo lido no OBI corresponde a um CURSO (rota electrónica espacial que nos levará para o VOR (TO)) ou uma RADIAL (que nos afastará do VOR (FROM). Caso indique OFF é porque estamos fora do alcance do VOR, ou passando directamente sobre ele, ou no través da radial seleccionada no OBI , ou ainda, com o transmissor VOR inoperante ou nosso receptor VOR com de feito(Será discutido mais tarde).

CDI - O CDI nos indica o quanto estamos afastados da radial/curso que foi seleccionado. Para o VOR cada ponto (dot) representa 2.5 graus fora do curso. Uma deflexão total significa 10 graus ou mais fora da rota.

INDICADOR E BARRA DO GLIDESLOPE - Serão descritos em detalhes no capítulo referente ao ILS.


Utilizando o VOR para navegação:

Suponha então que queremos nos aproximar de um VOR. Para saber qual é a proa que devemos tomar para ele (TO) devemos adoptar o seguinte procedimento.

1- Sintonize a frequência apropriada, (em voo real ou nos simuladores que possuem essa faculdade, ouça os sinais identificadores do VOR).

2- Com o ponteiro do Mouse no OBI vá aumentando ou diminuindo o número no OBI até centrar a barra do CDI e o indicador TO/FROM indicar TO. O número que estiver no OBI é o seu CURSO para o VOR, ou seja, a proa que você deve voar para bloquear o VOR. (Se não houver vento de través)

Suponha que o CURSO foi o 090, ou seja, deveremos voar com proa 090 para voarmos directo para o VOR. No painel de instrumentos ficaria assim:


Graficamente seria assim:


Agora que vimos como achar o rumo para se voar até um VOR, veremos como trabalhar com o OBI para nos aproximarmos por um determinado curso para um VOR. Lembrem-se sempre do seguinte:

Se a barra estiver centrada e o indicador em TO, o curso indicado em cima no OBI é o CURS O directo para o VOR e o indicado em baixo no OBI é a RADIAL que nos levará directamente para fora do VOR.



Se a barra estiver centrada e o indicador em FROM o curso indicado em cima no OBI é a RADIAL e o indicado em baixo no OBI é o CURSO directo para o VOR.


Como funciona o sistema de Curso/Radial no VOR:

Uma das maiores dificuldades que os iniciantes têm com o VOR é que, ao contrário do ADF, suas indicações não dependem da proa da aeronave. Será falado sobre isso mais tarde. O princípio para aproximar voando um determinado CURSO (equivalente ao QDM do ADF) é o seguinte: Cada radial do VOR é verdadeiramente um caminho eletrônico fixo no espaço, definido por modulação espacial de um sinal fixo de referência e outro sinal variável. Cada grau dos 360 dessa variação é enxergado e medido pelo comparador de fases do receptor de bordo. Essas diferenças de fase são traduzidas em graus no O BI. Portanto, a modulação está na "mente" do receptor de bordo e não directamente no espaço. É por essa faculdade do VOR que as radiais e cursos independem da proa
Vamos supor que foi seleccionado no OBI o CURSO 360 (Norte). Atenção: Todas as informações do VOR são em relação ao NORTE MAGNÉTICO. Para cada curso seleccionado do OBI o VOR reconhece 6 zonas distintas (Na verdade isso é um artifício didáctico):


Vamos analisar a indicação que aparecerá no VOR para uma aeronave que esteja em cada um dos 6 sectores: Prestem atenção no fato de que a INDICAÇÃO DO VOR NÃO DEPENDE DA PROA DA AERONAVE !!!! Isso significa que para QUALQUER PROA que a aeronave esteja mantendo, teremos a mesma indicação do VOR. Isso é de extrema importân cia que seja compreendido, conforme veremos mais tarde.

SECTOR 1:

-Caso a aeronave esteja neste sector, a indicação no VOR, caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360, será a seguinte:


SECTOR 2:

-Caso a aeronave esteja neste sector, a indicação do VOR, caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:


SECTOR 3:

-Caso a aeronave esteja neste sector, a indicação no VOR, caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360, será a seguinte:


SECTOR 4:

-Caso a aeronave esteja neste sector a indicação do VOR, caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:


SECTOR 5:

-Caso a aeronave esteja neste sector a indicação do VOR,caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:


SECTOR 6:

-Caso a aeronave esteja neste sector a indicação do VOR, caso esteja seleccionado no OBI o rumo 360 será a seguinte:


(*)Abrapiv