quarta-feira, 30 de março de 2011

Voo2222 PARABÉNS ROSA!



Victor Barata
Esp.Melec/Inst./Av.
Vouzela





Composição alusiva ao Aniversário da nossa Companheira Rosa, elaborado pela Giselda e o Miguel Pessoa, manifestando assim os seus votos de um feliz aniversário.

Bom-Dia Rosa!
Em meu nome pessoal, do “comando desta base” e toda a tertúlia, quero desejar-te um dia muito feliz repleto de muita daquela alegria a que nos habituaste, na companhia de todos os que te são queridos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Voo 2221 AINDA O JOGO DE FUTEBOL NA BA12

Jorge Mariano
Alf.Mil.Engº. Químico
Coimbra
Caros Amigos

Venho penitenciar-me desta tão longa ausência. Mas tenho tido problemas de manutenção não na “aeronave principal” essa felizmente continua bem embora com mais manutenção. Mas o sistema de comunicação (o meu pc) pregou-me uma partida e resolveu mandar tudo para o lixo. E quem se lixou fui eu que fiquei sem muitas coisas que já tinha escrito. Quanto aos elementos das equipas de futebol não consigo identificar ninguém. Mas recordei-me que nessa altura na BA12 saiu uma ordem de serviço proibindo os pilotos de participarem nos jogos de basquete que faziam com os Especialistas uma vez que tinha uma das Esquadras quase inoperacional. Era se não erro, naquela altura Cap PilAv Seabra com um joelho aleijado e o Cap PilAv Zuquete também inoperacional. Alguém se lembra disso?! E ao que constava “aquecidos” pelos Especialistas. Grande Abraço a todos e até Breve.


Jorge Mariano




JCS: Bem vindo Jorge Mariano após a recuperação do "sistema de comunicação". Fiquei com uma dúvida, era a proibir os jogos de basquete ou de râguebi ? eheheh... Vamos ver se os companheiros desse tempo se recordam dessa ordem de serviço.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Voo 2220 A MORTE DO FUR.PIL.VIDAL.



Salvador Nogueira
Oficial Paraqª




Referente à missão em que morreu o Fur Pilav Vidal, segundo a declaração de testemunho presencial que obtive junto do Cor Pilav Luís Reis, "a aterragem do DO-27 em Bissau foi feita pelo 2º Sargento Piloto Rocha, (P-2/59) e o avião não tinha duplo comando."

SNogueira

Voos de Ligação:

Voo 2179 Quem esteve na BA 12 com o Vidal? Virginio Briote
Voo 2185 O acidente do Fur.Mil.Pil Frederico Vidal. Santos Oliveira
Voo 2186 O Vidal era um bom rapaz. Fernando Moutinho
Voo 2190 Os manos Vidal,meus condisciplos. António Six


VB: Este nosso camarada, julgo Cap. Paraq.,embora continue a excluir a sua incursão nesta nossa tertúlia, não deixa de esclarecer sobre algumas questões que nos têm sido colocadas no devido tempo.
Dúvidas não nos restam em afirmar que seria uma mais valia para o engrandecimento deste nosso espaço, a entrada do Salvador nesta Tertúlia.

domingo, 27 de março de 2011

Voo 2219 ALMOÇO MMA'S 2011 ( ALL III )





Severino Quintas

Esp.MMA "Canibais" Guiné

Porto

Recebemos a seguinte mensagem por intermédio do nosso companheiro Severino Quintas:


Caros colegas e amigos Na sequência de mail anterior, em que davamos conta da data do IV Encontro de MMA´s para 02 de ABRIL de 2011, vimos agora enviar o Programa do Encontro com todos os detalhes julgados convenientes para vos aguçar a vontade de mais uma vez nos honrarem com a vossa ilustre presença. Aproveitamos para lembrar que no seguimento da deliberação da Assembleia do Encontro MMA´s anterior, este quarto encontro é aberto às demais especialidades que connosco conviveram e trabalharam nesse ainda grande maquinão que é o ALIII.


Assim, apelamos vivamente a que passem a informação a todos os vossos contactos pertencentes a este universo. Para quem usa as redes sociais, parece-me uma das boas ferramentas para este fim.

Para finalizar, uma nota para o local onde será este ano o Encontro que nos parece também muito agradavel (e a ± 1,5 Km da estação do Entroncamento) e o pedido para que respondam o mais atempadamente possivel, tomando atenção aos prazos indicados no Programa.



Votos de boa viagem e até dia 02

Contactos:

MMA´s E-mail: mmas.al3@gmail.com

João Lopes

Tm 917441470 E-mail: joao.luis.lopes@gmail.com

João Godinho

Tm 919268912 E-mail: godinho.jm@gmail.com

João Lopes

João Godinho



sábado, 26 de março de 2011

Voo 2218 EQUIPA DE FUTEBOL DA BASE AÉREA nº 12.




Américo Dimas
Esp.Marme “Lobo Mau”
Angola



Caro Victor, Crew e tertulianos

Venho desta vez, testar as memórias de todos aqueles que passaram pela Base Aérea nº 12, principalmente nos anos de 1970 a 72, para me ajudarem a identificar os restantes participantes do jogo amistoso efectuado no pelado do "estádio" da Base, conforme foto, em pose para a posteridade.





Esta foto deverá ter cerca de 40 anos já, mas como as nossas memórias ainda funcionam..., eu próprio consegui identificar 9 (incluindo eu), dos 24 participantes, julgo que conseguiremos a identificação de todos. Recordo-me de 99% daquele pessoal, mas os seus respectivos nomes..., já não consigo.
Agradeço-te pois que seja publicada a foto das 2 equipas em conjunto, para que os nossos "tertulianos" possam indicar os nomes daqueles que não estão ainda identificados.

Os meus agradecimentos antecipados.

Américo Dimas

VB: Companheiros, como podem observar, em relação à foto apresentado pelo Américo, eu colaborei, pois os nomes a vermelho são meus.
Esperemos que alguém complete a foto.

Voo 2217 REAL THAW 2011.







O exercício Real Thaw 11 (RT11), que se realiza de 28 de Março a 8 de Abril, é um exercício da Força Aérea planeado e conduzido soba égide do Comando Aéreo, órgão da Força Aérea responsável pelo treino eaprontamento dasunidades operacionaisque possam vir a participar em operações militares nos mais diversos quadros de cooperação internacional (NATO e UE).
A coordenação do RT11 é realizada na Base Aérea Nº5 (BA5), em Monte Real, e as acções desenrolam-se, na sua maioria, na região de Monte Real e Covilhã. O Aeródromo Municipal da Covilhã, integrado no exercício RT11 como "Base Aérea Táctica", serve de apoio às operações aéreas e terrestres que se realizam na zona da Covilhã, Penamacor, Seia, Monfortinho e Meimoa e constitui-se como um local estratégico para o cumprimento das missões planeadas.

Para a correcta execução deste exercício foi desenvolvido um cenário (fictício) que pretende criar situações realistas e complexas que desafiem as forças participantes a executar as acções adequadas.De um modo geral uma operação militar engloba um conjunto de acções correlacionadas no tempo e no espaço, planeadas e executadas por forças militares visando obter um efeito que satisfaça um objectivo político/militar definido superiormente. Assim, um exercício militar pretende criar cenários políticos/militares que repliquem o mais possível situações verosímeis onde o poder militar possa ser empregue a fim de proporcionar o adequado treino a forças militares para uma possível projecção de forças num teatro de operações dinâmico e actual.

A Força Aérea,vai estar presente através das diversas esquadras:













sexta-feira, 25 de março de 2011

Voo 2216 GADAMAEL PORTO,OUTRO INFERNO A SUL (2)




Victor Tavares
1ºCbºParaquedista
Águeda





Amigo e Camarada Victor Barata Comandante Supremo desta grande base, mais uma vez me encontro entre vós para te solicitar a publicação de mais uns enxertos da minha convivência operacional no TO na Guiné , esta sobre GADAMAEL PORTO
Despeço-me enviando um abraço para todos os Camaradas bloguistas, bons voos e melhores aterragens



GADAMAEL PORTO


“OUTRO INFERNO A SUL”


(PARTE - 2)



No dia seguinte mais uma missão estava destinada
á Companhia de Caçadores Pára-quedistas 121 , onde já se encontravam á vários dias as nossas Companhias de Pára-quedistas 122 e 123 , dada a gravidade da situação criada pelas forças do PAIGC que neste período do ano , entre Maio e Julho , intensificou os ataques , tanto a aquartelamentos como a colunas , em Gadamael Porto a situação era cada vez mais complicada , uma vez que os militares do PAIGC já tinham tomado o destacamento de Guilege , após ataques contínuos de artilharia e flagelações de armas ligeiras, chegando mesmo a cercarem o destacamento mantendo a sua guarnição sitiada até á tomada de decisão de abandonar o destacamento por parte do seu Comandante COUTINHO de LIMA, uma vez que não lhe restava outra alternativa. Não o fazendo correria o risco de serem dizimados pelas forças atacantes que estavam decididas a tomar o aquartelamento.

Os ataques geralmente partiam da Guiné Conacri, após o abandono de GUILEJE por parte das nossas forças, os homens do PAIGC começaram a bombardear Gadamael Porto, concentrando toda a sua artilharia apontada a este destacamento com a intenção de o tomar de seguida.

No entanto este já se encontrava guarnecido pelas Companhias de Pára-quedistas, 122 e 123 e a partir da data acima indicada pela 121, as quais impediram tal intenção. Mesmo assim foram dias de grande azafama em termos operacionais aonde a segurança era nula várias vezes ao dia era o destacamento atacado e não falhavam um único tiro, tornou-se numa situação insuportável ,as nossas tropas tinham mais segurança quando andavam fora do destacamento em patrulhamentos , a nossa missão foi manter a segurança do destacamento , patrulhando e fazendo incursões até junto da fronteira , aonde o PAIGC tinha instaladas armas antiaéreas e canhões s/recuo , de onde atingiam Gadamael Porto , e antes , Guilege , durante estes patrulhamentos tivemos um primeiro contacto com as forças do PAIGC sem qualquer problemas para as nossas tropas.

No dia 13-06, manhã cedo preparamo-nos para rumar a Gadamael, sendo transportados em Zebros do Destacamento de Fuzileiros Especiais Africanos N.21, dois grupos de combate sendo colocados nas margens do rio nas proximidades de Gadamael para onde seguimos em patrulhamento depois de serem desembarcados os outros dois grupos de combate da 121 que foram deslocados em LDM, no retorno das embarcações seguiram para Cacine os Pára-quedistas da CCP122, aonde iriam recuperar durante um curto período.

Chegados ao destacamento verificamos que o estado do mesmo era na verdade aterrador fruto dos constantes ataques, sendo bem visíveis os buracos dos rebentamentos das granadas do IN, era evidente que quem lá tinha estado anteriormente tinha passado por uns maus bocados.

As nossas duas companhias de pára-quedistas que se encontravam aqui estacionadas estavam em permanentes patrulhamentos no exterior do aquartelamento indo a este

simplesmente para remuniciamento e reabastecimento, desta forma fomos alargando o raio de acção indo até junto á fronteira, para conseguir referenciar os locais de onde o PAIGC fazia os ataques, para dar indicações á nossa Artilharia e Força Aérea, o que devido a esta impossibilidade de referenciar estes alvos, o que nos levou a ocupar as zonas em que o IN, poderia instalar as suas bases do fogo e assim fazê-lo afastar-se, foi o que veio a acontecer.

A partir desta altura fomos ao encontro dos locais de onde se ouviam os disparos das bocas de fogo e ocupamos essas áreas mesmo junto á fronteira, algumas vezes chegamos mesmo a ultrapassar a linha de fronteira com alguma profundidade nunca por períodos longos, mas apenas porque havia aí bases de fogo IN , nunca conseguimos apanhá-los desprevenidos, pois havia sempre forças de infantaria do PAIGC que os alertava com tiros acabando por retardar a nossa progressão.

No entanto os ataque a Gadamael deixaram de ser tão frequentes, passando a flagelações com menos intensidade e sem a precisão até aí evidenciada e feitas a partir daí sempre de locais diferentes, quando as nossas forças aí chegavam já eles tinham partido para outro local.

Mesmo já quando as forças do PAIGC não flagelavam o destacamento com tanta frequência fomos mantendo a actividade de patrulha ao mesmo ritmo, de forma a manter as áreas próximas do braço do rio que dava acesso a Gadamael e que era a nossa única via de ligação para o exterior.

Consequentemente a eficácia de tiro até aí verificada por parte do IN deixou de existir e a intenção e pressão inicial caiu por terra, as forças do nosso exército voltaram ao destacamento e com os pára-quedistas fizeram vários patrulhamentos transmitindo-lhes os nossos conhecimentos e mais confiança nos deslocamentos em plena mata até aí de arrepiar.

Um Abraço.

Victor Tavares


Voos de Ligação:

Voo 2210 Gadamael Porto,outro inferno a Sul (1) - Victor Tavares

quinta-feira, 24 de março de 2011

Voo 2215 QUE GRANDE CAMARADA!






Biografia do

GENERAL PILAV Manuel Diogo Neto

O GENERAL PILAV Manuel Diogo Neto nasceu em Lisboa a 16 de Janeiro de 1924.
A sua admirável carreira militar inicia-se em 03 de Agosto de 1943, no posto de soldado cadete, frequentando o Curso de Piloto Aviador na Base Aérea Nº1, Sintra.

Promoções:

- Alferes em 01 de Novembro de 1947;
- Tenente em 01/12/1950;
- Capitão em 26/10/53;
- Major em 24/01/1958;
- Tenente-coronel em 01/11/1960;
- Promovido a Coronel em 18/08/1962 por Distinção;
- Major General em 24/07/1970; após frequentar no ano lectivo de 1967/68 o Curso de Altos Estudos Militares em que obteve a classificação “MUITO APTO”;
- Tenente General em 26/06/1973; - Promovido a General em 28/04/1974, sendo nomeado Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, integrando a Junta de Salvação Nacional.

• Em 30 de Setembro de 1974 passou à situação de reserva.
• Em 01 de Julho de 1990 passou à situação de reforma.

Colocações:

- Base Aérea nº1 (Sintra) em 03 de Agosto de 1943;
- Base Aérea nº4 (Terceira, Açores) em 05 de Dezembro de 1947;
- Base Aérea nº3 (Tancos) em 18 de Novembro de 1949;
- Base Aérea nº2 (OTA) em 20 de Dezembro de 1951;
- Comando da 1ª Região Aérea em 31 de Dezembro de 1959;
- Base Aérea nº9 (Luanda) em 06 de Dezembro de 1960; - Comando da 2ª Região Aérea (Angola) em 18 de Agosto de 1962;
- Comando da 1ª Região Aérea em 09 de Novembro de 1963;
- Base Aérea nº2 (OTA) em 14 de Março de 1964;
- Comando da 3ª Região Aérea (Moçambique) em 29 de Junho de 1967;
- Estado-Maior da Força Aérea em 12 de Agosto de 1967;
- Base Aérea nº12 (BISSAU) em 20 de Agosto em 1968;
- Comando da 1ª Região Aérea em 30 de Julho de 1970;
- Direcção do Serviço de Instrução em 20 de Novembro de 1970;
- Comando da 3ª Região Aérea (Moçambique) em 10 de Novembro de 1972.
- Estado-Maior da Força Aérea em 28 de Abril de 1974.

Durante a sua longa e notável carreira militar foi agraciado com vários louvores e condecorações entre das quais se destacam:

- Medalha da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito C/Palma em 04/06/1970;
- Medalha de Prata de Valor Militar C/Palma em 16/05/1970;
- Medalha da Cruz de Guerra de 1ª Classe em 10/06/1962;
- Medalha de Prata de Serviços Distintos C/Palma em 18/08/1961;
- Medalha Comemorativa das Campanhas em 07/10/1963.

O GENERAL PILAV Manuel Diogo Neto faleceu a 15 deDezembro de 1995.

Origem deste Voo:

AHFA(Arquivo Histórico da Força Aérea)




O Nosso Camarada,SargºMor Paraqª,no livro que editou “AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”,defini-o assim:

“Na Guiné, o BCP 12 bateu-se com galhardia contra o PAIGC, bem armado e treinado por oficiais cubanos, alcançando resultados considerados excelentes em contra guerrilha, expressos nas elevadas baixas causadas ao inimigo e no volume de armas e munições capturadas e destruídas.

Em operações como, por exemplo Ciclone II, Titão, a longa série de acções da Júpiter sobre o famoso corredor de Guileje, Dinossauro Preto (Agosto 73) e Jovem que é feito prisioneiro o capitão-comandante Pedro Rodriguez Peralta, ilustram a tenacidade e o espírito de missão dos Pára-quedistas empenhados na Guiné numa luta de vida ou de morte, com especial relevo para os assaltos helitransportados contra posições defendidas por metralhadoras pesadas anti-aéreas de 12.7 e 14.5 mm.

Como comandante da ZACVG, (Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné) de Setembro de 1968 a Agosto de 1970, tive oportunidade de constatar a eficiência operacional do BCP 12 perante um inimigo fortemente armado e protegido por áreas densamente arborizadas onde a progressão se processava em condições desfavoráveis para os nossos soldados. (...)

Na base da brilhante e valorosa acção em operações dos Pára-quedistas em África estão a preparação militar, capacidade de comando, disciplina debaixo de fogo, determinação, espírito de decisão e coragem, qualidades que lhes permitiram resolver as mais difíceis situações surgidas ao longo dos 14 anos de guerra, sendo a sua presença decisiva na manutenção da soberania nacional em Angola, Guiné e Moçambique. Tendo sido os primeiros a chegar em 1961, são os últimos a sair de África, garantindo até ao último momento a segurança dos responsáveis pelo definitivo arrear da Bandeira...” (CTP, Vol. IV, 1987: 37 a 39).
Diogo Neto, o mais prestigiado Piloto Aviador durante a Guerra de África, justifica a capacidade operacional dos Pára-Quedistas nas suas qualidades pessoais, as quais especifica como sendo a “capacidade de comando, disciplina debaixo de fogo, determinação, espírito de decisão e coragem”. Para Diogo Neto, neste tipo de guerra, as qualidades pessoais e humanas constituem o factor determinante do comportamento em combate.

Voo 2214 MAIS UM "MISTÉRIO"NOS APRESENTA O PIERRE!



Pierre Farges
Técnº.de Alouette III
França





Bom dia cargo Victor,
Para continuar os jogos "mistério" eis outra fotografia.


Cordialmente a todos.

Pierre

VB. Boa Tarde Amigo Pierre.
Espero que esteja tudo bem de saúde.
Pois cá vamos deixar o “mistério” no ar.
Eu por mim adianto que o Zé Especial que ostenta a divisas como tal é o Zagalo Melec/Inst.Av..Será?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Voo 2213 PEQUENA HISTÓRIA I




Manuel Lanceiro
Esp.MMA (Canibais)
Lisboa


Barata,
Os meus votos de melhoras, isto é espero que esteja totalmente recomposto.Olha aqui vai uma pequena história, se achares alguma graça ou se vires interesse, publica, senão ...Estás à vontade.
Um forte abraço.
Manel Zé Lanceiro

Como já fiz referências noutros post, o destacamento de Nova Lamego (Gabu) era composto por uma DO 27, um heli canhão e um heli de transporte. Geralmente, combinávamos as tripulações, para evitar conflitos, até porque durante uma semana, partilhávamos o mesmo espaço.
Entre vários pilotos, havia um, com quem eu tinha uma grande amizade (como é evidente não digo o nome nem o posto), companheiro assíduo das noites no “Chez Toi” ou “Gato Negro” (como lhe queiram chamar), sempre que ia para destacamento fazia com que eu o acompanhasse.
Era hábito, encontrarmo-nos no Pelicano, para comermos qualquer coisa e beber um copo e de seguida ir ao Bento beber a bica e fazer tempo para seguirmos para o “Chez Toi”.
Ora, naquele sábado, não apareceu em nenhum destes sítios, não me preocupei muito, pensei que tinha ido fazer alguma despedida especial.
Acabada a noite voltei para a Base. Às seis horas da manhã, fui para a placa, preparar os aparelhos e fazer as inspecções antes de voo.
Ao romper do dia, lá apareceu o meu amigo piloto, vinha branco, com um aspecto horroroso e antes que eu dissesse alguma coisa, explicou-me que lhe tinham diagnosticado uma bicha-solitária e que na véspera tinha tomado um purgante fortíssimo. Resultando tinha passado toda a tarde e noite na casa de banho e ainda não estava completamente bem. Antes de vir para a placa, tinha lá estado novamente e ainda sentia fortes cólicas.
Perante a minha admiração e ar de gozo, disse-me:
- Estás-te a rir mas olha que isto não está nada bem, vamos lá a ver se não temos de aterrar em qualquer sítio para eu “c…ar”.
Entretanto chegou a tripulação do canhão e, para gáudio do pessoal, lá teve que repetir a história.
Ao que o atirador de canhão rematou:
- Quer dizer, hoje não temos caça, temos caca.
Combinámos, que se fosse preciso aterrarmos, o canhão fazia-nos protecção onde fosse preciso.
Feitos os procedimentos, descolámos rumo a Nova Lamego. A viagem não estava a correr nada mal, já tínhamos passado as bolanhas de Babadinca e já se avistava Bafatá, quando o nosso amigo olhou para mim e disse:
- Não aguento mais.
Informou o piloto do canhão e aterrou, mal teve tempo para parar o rotor, saiu e fato de voo abaixo que a aflição era muita.
Acabada a sessão, descolámos novamente, e começámos a ouvir o piloto do canhão a chamar-nos com insistência, e nós sem perceber nada, perguntámos o que se estava a passar, e ele à gargalhada informou-nos, que tínhamos participado na “cagada” mais segura da guerra da Guiné, que só um piloto da F.A. tinha esse privilégio.
Chegados a Nova Lamego e como era hábito, fizemos todos, o reabastecimento e a inspecção aos aparelhos e lá seguimos para o nosso alojamento.
Instalados e organizados fomos tomar o pequeno-almoço no restaurante em frente. Como é bom de ver, contámos a história ao Dinis, dono do citado restaurante, e ao Munir, lá se combinou que iriam preparar uma canja de galinha para as refeições dele naquele domingo.
Naquela semana, no destacamento de Nova Lamego, não havia outro assunto que a história da “cagada” mais segura da guerra na Guiné.

Voo 2212 PAU DE COBRA OU PICA MIOLOS?


Victor Sotero
Sargº.Mor EABT
Lisboa







Meu Comandante:
Saudações aeronáuticas.
Saudações ao “Comando”, à “Linha da Frente” e a todos os “Zés” que por aqui nos vão visitando.
Mais uma vez lá tive que me socorrer do meu já amarelecido imaginário livro de recordações para chegar ao ano de 1968 e relembrar uma situação ocorrida após o almoço de um certo dia.
Era normal após o almoço beber o meu café e logo a seguir correr direito à camarata para tomar o meu banho, já que se tinha tornado num hábito.
Naquele dia o plantão andava muito aflito porque tinha visto uma cobra dentro da camarata e não conseguiu apanhá-la nem sabia onde se tinha metido.
Como é que teria entrado para a camarata se havia duas portas com mola que automaticamente se fechavam cada vez que se abriam?
Uma das portas era de rede mosquiteira e a outra até fechadura tinha.
Estava dado o alarme!
Camas desfeitas, armários abertos, os tubos das camas!
Um autentico reboliço mas nada de cobra. Estariam as portas abertas e num ápice teria vindo para a rua sem o plantão se aperceber? Teria sido visão do plantão?
Buscas infrutiferas.
Preparo-me então para o meu banho.
Os chuveiros, no chão, eram compostos por estrados de madeira.
Descontraído, entrei para o chuveiro e abri a torneira da água.
Ouvi claramente “bufar” e olhei para o chão. Fiquei completamente arrepiado. A cobra, uma surucucu, tinha-se escondido entre o estrado de madeira e o cimento.
Aos gritos, acudiram companheiros que ainda não tinham regressado à segunda sessão de trabalho.
Vassouras, rodos, botas e até sapatos serviram para que a cobra tivesse o merecido castigo pelo desplante que teve em entrar na camarata 6.
À noite, dei uma volta pela sanzala e fui ter com a “amiga” Maria Camacho.
-Maria, preciso que me arranjes um “pau de cobra”.
-Para quê, perguntou-me.
-É para matar cobras.
Contei-lhe então o que tinha acontecido na minha camarata.
Passados uns dias, em nova “visita” pela sanzala, a Maria mostra-me o “pau de cobra”.
Lindo. Melhor que uma moca de Rio Maior, pensei.
-Quanto custa?
-Dois quinhentos.
Paguei e fiquei com a moca que foi guardada dentro do meu armário por ter sido logo cobiçada quando cheguei à camarata.
Na verdade, este “pau de cobra” nunca foi utilizado para o fim com que foi comprado. Servia sim, para em noites de cerveja Nocal a mais, dar algumas “cacetadas” em lugares que pudessem fazer mais barulho.
Passou a chamar-se “pica miolos”.
Terminada a comissão, veio para a Metrópole dentro de um caixote de madeira juntamente com algumas "coisas" que tinha guardado ao longo de dois anos.
Ainda guardo esta peça como recordação. Não sei qual a qualidade da madeira mas sei que o caruncho não entrou.









Legenda: Pau de Cobra ou Pica Miolos
Foto: Víctor Sotero (direitos reservados).


Impecável, é como está, agora que se encontra invernisada.
Meu Comandante:
Saudações aeronáuticas.
Saudações ao “Comando”, à “Linha da Frente” e a todos os “Zés” que por aqui nos vão visitando.
Até breve

Sotero

segunda-feira, 21 de março de 2011

Voo 2211 A OUTRA FACE DE GADAMAEL.




Américo Dimas
Esp.Marme“Lobo-Mau”
Angola


A outra face de Gadamael-Porto

Ao ler o texto da mensagem (voo 2210) do nosso camarada e amigo Victor Tavares, veio-me à memória, as várias missões que lá fiz, na qualidade de tripulante do “Lobo Mau”, no ano de 1972.
De todas as vezes que fui lá ao Sul, tratou-se sempre de efectuar a protecção aérea, à coluna de viaturas que percorria aqueles vários quilómetros de picada, que ligavam as várias povoações até Gadamael-Porto.

Legenda: Dentro do “Lobo Mau” com o meu amigo Ribeiro aos “comandos”
Foto: Américo Dimas (direitos reservados)

Curiosamente, em todas essas vezes, a “Delegação Local do PAIGC” nunca nos honrou com a sua presença ou visita, quiçá porque os seus “observadores”, ao avistarem um helicóptero algo diferente dos demais, devido à sua “proeminência”, lateralmente visível, aliada à “má fama e mau carácter”, com que aquele tipo de aeronave era conhecida no seio do PAIGC e simpatizantes…, entendiam não ser o momento mais propício ou conveniente, para tais manifestações…
As missões, resumidamente consistiam em sobrevoar a dita picada, em toda a sua extensão, normalmente no sentido Norte-Sul, na tentativa de verificar algo de pudesse perturbar a normal movimentação de pessoas e bens, ou a presença do “Comité de Representação do PAIGC”, que a verificar-se, implicava proceder à sua “recepção”, em conformidade e com a “pompa e circunstância” necessárias, na qualidade de visitados (que à época éramos), após o que aterrávamos em Gadamael-Porto, ficando ali e durante algumas horas, prontos a intervir, se a isso fôssemos solicitados, até à chegada da referida coluna, após o que regressávamos a Bissalanca.
A parte realmente agradável da missão, foi sempre o aproveitamento da ida aquele local, para levar uma saca de batatas vazia e trazê-la cheia de ostras, pela módica quantia de 2$50 escudos, situação só possível quando o rio se encontrava em baixa-mar.

Depois de devidamente lavadas e cozinhadas, as ostras serviam de agradável petisco a uns quantos amigos, apenas acompanhadas com sumo de lima e devidamente regadas com cerveja ou vinho Verde.
Esta foi sempre, para mim, a parte boa das missões a Gadamael-Porto. Sei no entanto que, alguns companheiros meus noutros momentos, tiveram por vezes, muito mais “atarefado”… trabalho.
Ao jeito do José Carlos Malato, lá fui sempre muito feliz. Foram outros tempos.

Cumprimentos a todos!

Américo Dimas

Voos de Ligação:

Voo 2210 Gadamael Porto,outro inferno a sul (1) Victor Tavares

domingo, 20 de março de 2011

Voo 2210 GADAMAEL PORTO,OUTRO INFERNO A SUL (1)




Victor Tavares
1ºCbº.Paraqª.
Agueda





Amigo e Camarada Victor Barata.
Comandante Supremo desta Grande Base, mais uma vez me encontro entre vós para te solicitar a publicação de mais uns enxertos da minha convivência operacional no TO na Guiné , esta sobre GADAMAEL PORTO, repartida em 4 partes, se o entenderes fazer .Aproveito também, se o permitires, Saudar com um abraço, o meu Camarada e Amigo Sarg. Mor. DAMASO, que publicamente e através do blogue me deu as boas vindas, e lembrá-lo que ele ainda passou pelo meu pelotão “pouco tempo” antes da sua colocação definitiva no 3º pelotão, substituindo o Sarg. Carlos Ferreira.



GADAMAEL PORTO

«OUTRO INFERNO A SUL»

(PARTE – 1)



Depois de regressados do inferno de GUIDAJE, a CCP 121 encontrava-se

estacionada em Bissalanca gozando um curto período de descanso, após a desgastante acção que tivera no norte da província.

Daí, o Comando Chefe entender que os 4-5 dias de descanso já eram demais e o reforço das nossas tropas que se encontravam em Gadamael ser necessário por se encontrarem em grandes dificuldades, por isso acaba por dar ordens para rumar-mos a Gadamael, para onde partimos a 12-06-1973.

Partindo de Bissau em LDG com destino a CACINE onde chegamos a meio

da tarde deste mesmo dia, como a lancha que nos transportava não conseguia atracar ao cais por falta de fundo fomos fazendo o transbordo por varias vezes em LDM para esta localidade.

Foi então logo na primeira abordagem da lancha que me apercebi, que na mesma estava um indivíduo que pela cara me pareceu familiar no entanto como o mesmo se encontrava vestido de forma tipo civil «calções, camisa aos quadradinhos toda colorida e sandálias de plástico transparente pensei ser por ventura algum civil que andaria por ali no meio da tropa o que seria natural e podia eu estar errado.

Depois de toda a tropa estar desembarcada, indicaram-nos o local onde iríamos ficar num terreno de frente ao quartel de Cacine, instalamos e de seguida fomos dar uma volta pelas redondezas, até que no regresso deparo com a mesma criatura sentada no cais com ar triste e pensativo, como a quem a vida não corre bem, eu vinha acompanhado do Pára-quedistas COSTA “Carneiro Preto” e pelo VELA meu conterrâneo «hoje meu compadre» e perguntei-lhe, houve lá, aquele tipo ali não é, nosso conterrâneo? Responde ele, sei lá, pá, isto e só homens.

Por ali estivemos na conversa mais algum tempo, até que tomei a iniciativa de me dirigir ao fulano uma vez que ele continuava no mesmo sítio, acercando-me dele perguntei-lhe, diz-me lá camarada, por acaso tu não és de AGUEDA?

Responde-me ele, sou, e pergunta-me ele, e você não é de Recardães? E digo- lhe eu, sou, cumprimentamo-nos, e vai daí perguntei-lhe o que é, que estava ali a fazer, porque de militar ele não tinha nada; responde-me que não sabia o que estava ali a fazer, de uma forma triste e ao mesmo tempo em tom desesperado e desanimado.

Entretanto com o desenrolar da conversa, ele perguntou o que estávamos ali a fazer, eu respondi que na madrugada seguinte íamos para Gadamael Porto, qual não é o meu espanto quando ele põe as mãos á cabeça, desesperado e desorientado me diz, não vão porque vocês morrem lá todos.

Tentei acalmá-lo, dizendo-lhe para estar descansado que nada de grave ia acontecer, pedi-lhe para me contar o que se passava, vai daí, começa ele a relatar o que tinha passado de Guileje- Gadamael até chegar a Cacine, na verdade depois de o ouvir não me ficaram a restar dúvidas que ele tinha mais do que sobejas razões para estar no estado psicológico aterrador que se encontrava.

Entretanto informa-me da sua situação militar daquele momento tal como a de outros camaradas que abandonaram Guileje , neste grupo estava também outro meu conterrâneo, que o primeiro foi chamar vindo este a confirmar tudo .

O que mais me chocou foi a forma desumana como estes militares foram tratados depois da sua chegada a CACINE, sendo considerados como desertores e cobardes, quando em meu entender, se alguém tinha que assumir a responsabilidade dessa situação seriam os seus superiores e nunca por nunca os soldados.

Estes homens foram humilhados por muitos dos nossos superiores, «que eram uns grandes heróis de secretaria», foram proibidos de entrar no aquartelamento não lhes davam alimentação, o que comiam era nas Tabancas junto com a população, as primeiras refeições quentes que á longos dias já não faziam, foram feitas por estes dois homens juntamente com os Pára-quedistas , porque o solicitei junto do meu Comandante de Companhia Capitão Pára-quedista ALMEIDA MARTINS , « Hoje TENENTE GENERAL na reserva » ao qual apresentei os dois Camaradas do exército que lhe contaram tudo por que passaram , solicitei ao meu comandante para eles fazerem as refeições junto com o nosso pessoal, prontificando-me a pagar as suas diárias se fosse necessário, tendo este autorizado os mesmos a fazerem as refeições enquanto não tivessem a sua situação resolvida e a nossa cozinha que dava apoio ao Bigrupo que estava de reserva ali se mantivesse, vindo o meu comandante a por o problema destes homens ao comandante do aquartelamento do exercito e solicitando para que o mesmo fosse resolvido com o máximo de brevidade uma vez que a situação não era nada dignificante para a instituição militar.

É de salientar que estes dois homens já não escreviam aos seus familiares á mais de um mês, porque não tinham nada com que o fazer, fui eu que lhes dei aerogramas para o fazerem e os obriguei a escrever, porque o seu moral estava de rastos a vida daqueles militares já não fazia sentido.

Dormiam debaixo dos avançados das Tabancas enrolados em mantas de cor verde, não tendo mais nada a não ser o camuflado.

Estes meus dois conterrâneos que atrás refiro eram o CARLOS que infelizmente já faleceu do lugar de Perrães – Oliveira do Bairro e o Victor Correia de Aguada de Baixo – AGUEDA, este sofre imenso de stress de guerra.

Despeço-me enviando um abraço para todos os Camaradas bloguistas, bons voos e melhores aterragens.


VB: Pois meu Caro Victor, muito se tem falado de Gadamael e da retirada das nossas forças armadas, aliás, existem até algumas obras escritas sobre o acontecimento, estou a recordar-me da “Retirada do Guileje” de autoria do Cor.do Exº. Coutinho e Lima.
Mas a grande realidade dos factos são estas, narradas pela primeira pessoa que os viveram.