quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Voo 3400 TESTEMUNHO NA PRIMEIRA PESSOA EM VERSO.







José Andrade
Esp.MMA
Coimbra






Versos declamados, pelo poeta popular e autor Viriato Gouveia, na cerimónia que decorreu no dia 15/Agosto/2015, no cemitério de Aldeia das Dez, junto da campa onde repousa o Alfredo Brito, promovida e levada a cabo pelo Núcleo de Coimbra da Associação de Especialistas da Força Aérea.



O Alfredo, cuja memória neste dia evocamos, de fosse vivo tinha 84 anos.
Convivi de perto com ele na juventude, assisti com ansiedade crescente, a todas as manobras e peripécias do seu voar naquele dia fatal, estava a 30 metros de distância do sítio exacto onde o avião embateu, com grande estrondo na casa da Eduardinha, tia do Alfredo.
Escrevi estes versos em sua memória, que vou ler.


Quinze de Abril de mil novecentos e cinquenta e três,
Manhã serena, é Primavera, há mil flores,
Um pássaro de aço veio do sul, pela segunda vez,
Em voo raso por sobre o espaço lançou temores.

O entusiasmo de juventude tece o enredo,
Que a mocidade tão generosa encomendou,
Naquela manhã de sol dourado, era o Alfredo,
Que pilotava o avião que não voltou.

Quinze de Abril, às nove e trinta, um pássaro estranho,
Surge no ar vindo do sul, sem bater as asas,
Algures no campo, espavorido, foge o rebanho,
E o receio cai de premeio por sobre as casas.

Chama por ele a Terra Mãe, o pátrio lar,
Em pleno Abril de céu azul, era tão cedo,
Na ousadia e intrepidez daquele voar,
Alguém falava entusiasmada….é o Alfredo.

A ousadia pagou bem caro o seu tributo,
Á juventude folgazã, desprevenida,
E sem piedade, nem clemência, vestiu de luto,
Os vinte e três anos, ainda jovens da sua vida.

Quinze de Abril….era quarta-feira,
Na segunda antes, já cá tinha vindo,
O Alfredo voando pelos céus da Beira,
Acabou tão cedo o seu sonho lindo.

Alfredo José de Oliveira Brito,
Aqui foi criado, por aqui andou,
A Alma repousa lá no infinito,
O corpo na terra que o reclamou.




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Voo 3399 AS OBRAS DE ARTE DO SI (53) AEROSPACIAL TB 30 EPSILON







António Six
Esp.MRÁDIO
Pontével




Aerospacial TB 30 Epsilon
Mais uma semana começa,...esta para dar-mos uma voltinha , das nossas neste pequeno avião para apenas duas pessoas, mas temos sempre lugar para todos, enquanto os sonhos não pagam impostos.
Vamos a Isso???
Para todos, boa semana e bons voos sempre com muita saúde e aquele grande abraço do Ursus.

Six

Tipo de Aeronave:

Avião monomotor terrestre de trem de aterragem triciclo retráctil,monoplano de asa baixa,revestimento inteiramente metálico,cabina  de dois lugares em tadem com cobertura transparente,destinado à instrução e treino de pilotos.


Tripulação:

2 Piloto instrutor e aluno.

Construtor:

Aerospatiale/França;SOCATA-Societé de Construction d'Avions de Tourisme et dÁffaires/França.

Motopropulsor:

Motor (1);Avco Lycoming T10-540 AB 1 AD,de 6 cilindros horizontais arrefecidos por ar,de 300hp.

Hélice:

Metálico de duas pás,passo variável.

Dimensões:

Envergadura          7.92m
Comprimento        7.59m
Altura                     2.66m
Área alar                9.00m2

Pesos:


Peso Vazio            932Kg
Peso Máximo     1.300Kg


Performances:

Velocidade máxima 520Km/h
Velocidade de cruzeiro 363Km/h
Tecto de serviço      6.100m
Autonomia                03:45h


Armamento:

320Kg de Bombas em quatro suportes instalados nas asas.

Origem do Voo.

Aeronaves Militares Portuguesas



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Voo 3398 RECORDAR O BRITO.







Fernando Moutinho
Cap.Pil.Av.
Alhandra






Bom dia Victor
Hoje no site recordei o meu colega de curso que morreu acidentado em Aldeia das Dez. Para melhor o recordar pensei em anexar 2 fotos que agradecia reenviasses ao Augusto Ferreira.
Pode ser?




Um grande abraço


Moutinho

Voos de Ligação

Voo 3397 SOMOS MESMO ESPECIAIS.





Victor Barata
Esp.Melec.Inst/Av.
Vouzela





Estive no sábado na Aldeia das Dez para assistir á digna homenagem a um Companheiro que tombou em missão aérea ao serviço da nossa Força Aérea Portuguesa.
Envolvido no cerimonial do evento, não posso deixar de me orgulhar da amplitude de amizade e saudosismo com que vivemos o passado, presente e futuro na nossa FAP.
Passado que é mais de meio século da data do fatídico acidente que vitimou mortalmente o Companheiro Alfredo Brito, fomos a esse local dizer-lhe que “continua presente nos nosso voos!”
Mas para colmatar este momento de elevado significado para a classe “ESPECIAL” da FAP,o representante do Gen.CEMFA,Maj.TMELIAV Gurmesindo Brás ,é oriundo da CLASSE ESPECIAL da FAP!
Começou a sua vida militar como Zé Especial
Na oportunidade que tive de dialogar com ele, pude constactar que os ensinamentos da época de “Zé Especial” formaram a sua base cultural, ética e militar que lhe facultaram o futuro, pois conhecedor da realidade de vida, a rotina, as dificuldades e os desafios por que passam nossos “ESPECIAIS” facilitou-lhe a vida como oficial, pois permitiu-lhe, em primeiro lugar, respeitá-los e ser respeitado, motivando-os em direção ao cumprimento da sua missão constitucional e militar.
Desejamos-te  um futuro á “ZÉ ESPECIAL”
Forte abraço.
Victor barata

domingo, 16 de agosto de 2015

Voo 3396 ROMAGEM ALDEIA DAS DEZ NUCLEO COIMBRA AEFA 15.8...




Manuel Pais
Esp.EABT
V.N.Gaia






Legenda: Cabo Pil.Alfredo Brito

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Legenda: Imagens do local do acidente.

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Legenda: Algumas peças recolhidas no local depois do acidente.

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Estimados Amigos e companheiros
No seguimento das atividades programadas, o NÚCLEO DE COIMBRA DA AEFA, levou a efeito o evento "Romagem á Aldeia das Dez " tendo proporcionado a todos , não só um agradável Convívio, mas também , reunir á volta desta iniciativa , os associados ,  as Forças Vivas desta Região , seus habitantes e a Força Aérea , onde sua Exº o Cemfa se fez representar .
Uma iniciativa com grande elevação do Núcleo de Coimbra e a própria AEFA , ficando mais uma vez reconhecida a pujança associativa e mobilizadora do Núcleo de Coimbra , não deixando por mãos alheias os créditos granjeados ao longo dos anos ., pela excelência e empenho na concretização deste evento.
Aos Dirigentes do Núcleo de Coimbra JOSÉ ANDRADE , JOVINO E MIRANDA  os meus mais calorosos parabéns .
Ficamos á espera que cumpram  o desafio lançado pelo Senhor Presidente da Câmara de Oliveira do Hospital , aquando da feira do queijo.


Legenda: Representação da AEFA,da Esq./Dir.Alves da Silva.Vice-presidente Nacional da AEFA,José Andrade Presidente do Núcleo de Coimbra e César de Oliveira Presidente da Assembleia Geral da AEFA.

Foto:Cortesia de Manuel Pais



Legenda: Romagem á campa do Alfredo Brito
Foto:Cortesia de Manuel Pais


Legenda: No cemitério,Alves da Silva cumprimenta um familiar do malogrado Piloto.

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Legenda: José Andrade coloca um placa  na campa em nome do Núcleo de Coimbra da AEFA

Foto:Cortesia de Manuel Pais
Legenda: O familiar do malogrado Piloto Alfredo Brito e o José Andrade descerram uma placa que assinala a Homenagem da AEFA no local do acidente que vitimou o nosso companheiro e um civil

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Legenda: Momento em que o José Andrade discursava sobre a importância do acto. 

Foto:Cortesia de Manuel Pais



Legenda: O representante do CEMFA,Maj.TMELIAV Gurmesindo Brás,agradecia o convite e anltecia o acto.

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Legenda: Aspectp geral do convivo entre os presentes durante o almoço servido

Foto:Cortesia de Manuel Pais

Um abraço Amigo
Manuel Pais



Voo 3395 HOMENAGEM AO ALFREDO BRITO.





Augusto Ferreira
2ºSargº.Mil.Melec/Inst.Av.
Coimbra







Homenageou-se ontem a título póstumo em Aldeia das Dez o piloto aviador Alfredo Brito, que faleceu nesta mesma localidade (por coincidência sua terra natal) em acidente de aviação em 15/04/1953.
Por iniciativa do Núcleo de Coimbra da AEFA, este evento contou com a presença de um representante do CEMFA Sr. Major Gumersindo Brás, Vice presidente da AEFA e seu Presidente da Assembleia Geral, presidente da C. M. de Oliveira do Hospital, presidente da Junta de Freguesia de Aldeia dos Dez, Direcção do Núcleo de Coimbra da AEFA (com elevado nº de associados presentes), uma familiar do homenageado, assim como populares.
Bastante bem elaborado e simbolicamente forte, pelos pormenores da sua organização.
Depois da concentração no centro da aldeia, rumámos até ao seu cemitério, onde junto ao jazigo de família, se efectuaram alguns discursos pelas entidades presentes e se colocou uma placa comemorativa do acontecimento, oferecida pelo Núcleo de Coimbra.
Deslocámo-nos de seguida, para junto do local onde teria vivido o malogrado piloto, sendo aí descerrada uma lápide, no muro junto á sua entrada.
Nele estavam expostas em grandes painéis, várias fotos e recortes de jornais da época, onde relatavam pormenores do acidente e da vida do Alfredo Brito.
Foi emocionante este momento, porque através das notícias e imagens do acidente ocorrido há 62 nos, ainda parecíamos ouvir o eco, do que teria sido um tremendo estrondo, vindo das bonitas montanhas que cercam esta linda Aldeia das Dez.
Voltaram a ocorrer discursos das entidades presentes, relativas a mais este acto de homenagem, verificando-se dos autarcas locais, uma enorme satisfação pela iniciativa do Núcleo de Coimbra, que também acarinharam e apoiaram e que não vão esquecer.
Há já um convite, por parte do Sr. Presidente da C. M. de Oliveira do Hospital para o princípio do próximo ano, onde nos quer lá como convidados especiais. Vamos aguardar.
Seguimos depois para Alvoco das Várzeas, onde junto ao rio Alvoco com a sua ponte medieval e num cenário natural lindíssimo, ocorreu bem à fresquinha o almoço de confraternização.




Parabéns a toda a organização, em especial à Direcção do Núcleo de Coimbra da AEFA, pela feliz ideia desta realização, que mais uma vez contribuiu para o reforço da FAMÍLIA ESPECIALISTA.
Augusto Ferreira

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Voo 3394 QUE LINDO CONVÍVIO.




Fernando Castelo Branco
1ºSargº.MMT
Angra do Heroísmo
Terceira
Açores




Foi uma "seca" para as CARAS METADE
Começando com a expressão, "fomos poucos mas estiveram TODOS"?!...
Em casa do Nosso INCANSÁVEL ELMANO, passados 40 (quarenta anos)
"voltamos a ÁFRICA", passando por GUINÉ,ANGOLA e MOÇAMBIQUE...
Começamos a viagem ás 20 horas locais em(ILHAS DE BRUMA,ILHA DE JE
SUS,ILHA LILÁS etc...)conforme acharem melhor, mas foi na casa do ELMA
NO, nas LAJES (só não embarcamos no MERLIN porque ELE "não sabia" aonde estávamos), na altura que descolou certamente para mais uma NOBRE evacuação, porque ouvimos a descolagem.

O ELMANO e a DONA MARIA JOÃO, sua Carinhosa Esposa, presenteou-nos com uma saborosa alcatra e não só, conforme as fotos em anexo documentam  e ficam ao Vosso dispor para "saborearem", como eu MUITAS vezes saboreio, quando VÓS desse lado do MAR, também muitas vezes "provocam-nos" com as fotos que me enviam e eu depois faço seguir para o Nogueira, Piriscas etc, como "desabafo ou queixume" mas feliz porque também vejo-VOS animados e felizes...
Pois as NOSSAS CARAS METADE, apanharam uma seca...mas NUNCA desertaram, já ia o relógio a caminho da uma da manhã, quando "moi" disse, vamos embora que este pessoal "quer-se" ir deitar!!!
Mas isto, bem ou mal contado, foi verdade, não como o anterior  artigo da no-
turna visita á SAGRES, em que carinhosamente o meu inesquecível COLOBORA-
DOR (?)por defeito meu, virtualmente proporcionou ao ELMANO e CARLOS ALVES, uma visita quando a CARAVELA já ia com doze horas de viagem.
COMANDANTE VICTOR BARATA, vê se arranjas maneira de "disciplinares" OS
PUTOS que foram OTA, porque fostes TU que NOVAMENTE mandastes tocar a FORMAR?!....
AMIGOS, como o ELMANO, o PIRISCAS, o NOGUEIRA, eu e os OUTROS fica-mos cá, o CARLOS ALVES leva-VOS um abraço maior que o MAR que nos separa,desejando-VOS muita saúde e alegria..
 Fernando Castelo Branco
        
PS: Nem de propósito; a foto do MERLIN,f oi tirada quando este passou sobre o meu serviço para fazer a recuperação da Senhora grávida que estava no PICO, com fratura do pé quando da visita do pico da ilha do PICO....a fotografia 68+1; refere-se a aeronaves da FORÇA AEREA CANADIANA, parqueadas e assistidas por atuais "ESPECIAIS" FAP.....
 

domingo, 9 de agosto de 2015

Voo 3393 HIDROAVIÕES NO ESTUÁRIO DO MINHO




João Carlos Silva
Esp.MMA
Sobreda

Hidroaviões no estuário do Minho


Nesta época do ano em que eventualmente se tornam mais propícias as deambulações por outras paragens, diferentes do nosso dia-a-dia, encontrei este artigo do jornal digital regional Caminh@2000 que, embora seja de 2013, me parece muito interessante e nos traz alguma informação sobre os primeiros dias da aviação militar portuguesa, suportado em textos do primeiro quartel do século XX.

"A recente feliz presença no concelho de diversos hidroaviões de combate a incêndios — do tipo canadair, pertencentes à Força Aérea Croata e à "Securité Civile" francesa —, com as sempre espetaculares imagens das manobras de reabastecimento de água no estuário do rio Minho e no mar, ao largo da Gelfa, serve de pretexto para recordar as ligações históricas de Caminha à aviação naval e aos aeroplanos com flutuadores.

Uma relação que se iniciou em 1919, dois anos após o nascimento do Serviço de Aviação da Armada no seio da Marinha portuguesa, em plena Grande Guerra. Nas origens da criação da nossa aviação naval esteve um estágio em França de dois oficiais da Armada (Sacadura Cabral e António Caseiro) e a instalação em 1918, em S.Jacinto (Aveiro), de uma base francesa de hidroaviões de combate aos submarinos alemães que, terminado o conflito mundial, daria lugar à base aérea portuguesa que ainda subsiste. Foi também neste ano que começaram a operar os hidroaviões F.B.A. (Franco-British Aviation, sociedade fundada pelo engenheiro francês Louis Schreck) que constituíram a primeira esquadrilha aérea nacional. Foram dois destes aeroplanos F.B.A.-Type B, de flutuadores nas asas, que amararam pela primeira vez no amplo estuário do Minho nos últimos dias de agosto de 1919 para grande espanto e admiração dos caminhenses, de acordo com a imprensa do tempo:


"Hidro-aviões — No dia 20, estiveram nesta vila [de Caminha] os hidro-aviões da Base de Aveiro nºs 6 e 9, pilotados pelos aviadores 1ºs tenentes de Marinha srs. Santos Moreira e Pedro Rosado, trazendo, cada um, um chaufer-mecânico e o mecânico-chefe da base. Partiram de Aveiro às 11 horas e chegaram a Caminha às 12.45 h, tendo pairado em Viana durante uma hora em exercícios. O nº 6 partiu no mesmo dia e o 9 no dia seguinte, após uma visita a Seixas e várias evoluções sobre a vila (...). Os aviadores almoçaram em casa do ilustre lente da Universidade de Coimbra, exmº. Dr. Luciano [Pereira da] da Silva. Foi a primeira vez que Caminha viu aparelhos do género que, por conseguinte, despertaram grande sensação. É provável, porém, que breve cá os tenhamos novamente porque o Minho, um dos rios mais largos de Portugal, presta-se excelentemente para esse fim" (Correio do Minho, 24-8-1919).

 
Nos anos seguintes, os hidroaviões portugueses fizeram outras visitas ao estuário do Minho tendo nós identificado duas delas na imprensa da época, infelizmente sempre sem qualquer imagem a ilustrá-las. Em 1920 a novidade foram os recém-chegados Felixtone F.3 ingleses, do tipo que no ano seguinte Gago Coutinho e Sacadura Cabral pilotariam no raid Lisboa-Madeira: "Hidro-avião — No Sábado passado, amérrissou no nosso rio um hidro-avião da esquadrilha naval portuguesa que levantou voo no domingo, seguindo rumo sul. Este hidro-avião é um dos chegados ultimamente de Inglaterra" (Correio do Minho, 18-5-1920). No verão de 1921, foram três os hidroaviões vindos de S.Jacinto que aqui amararam, desta vez sinalizados em Viana do Castelo: "Hidro-aviões — Ante-ontem, pelas 11.30 h da manhã, passaram sobre esta cidade [Viana] três hidro-aviões da base naval de S.Jacinto (Aveiro), seguindo o rumo norte, com direcção a Caminha, onde fizeram amerrissage no majestoso rio Minho" (Correio do Minho, 11-8-1921).

Com este grau de familiaridade com a aviação naval portuguesa e os hidroaviões, não admira pois que a primeira travessia aérea do Atlântico sul levada a cabo em 1922 por Gago Coutinho e Sacadura Cabral — concluída a 17 de junho com a chegada ao Rio de Janeiro — tenha sido muito festejada em Caminha. O executivo municipal, ao mesmo tempo que enviava um telegrama de felicitações ao ministro da Marinha, mandou iluminar a fachada da Câmara (Ata da Comissão Executiva, 26-6-1922).


O feito dos aeronautas foi também celebrado pelo destacamento local da Armada — ainda no rescaldo do sidonismo e da traulitânia, era capitão do porto nessa altura o caminhense António da Silva Pais — com uma patriótica alocução à sua guarnição por parte do comandante da lancha-canhoneira "Rio Minho", o 1º tenente Fernando Teixeira Diniz: "Marinheiros — Tendo os heróicos aviadores portugueses, contra-almirante Gago Coutinho e capitão de fragata Sacadura Cabral concluído a última étape do glorioso raid que encheu de assombro o mundo inteiro e o qual veio demonstrar bem claramente que a Raça lusitana ainda vibra forte e é capaz de dar lições ao mundo pelo seu arrojo e ciência, este Comando, interpretando o sentir de toda a guarnição da lancha-canhoneira "Rio Minho" e em seu nome, levanta uma saudação aos gloriosos oficiais que tão alto souberam elevar o nome de Portugal, nossa querida Pátria. Mais uma vez a Marinha de Guerra Portuguesa, a que nos honramos de pertencer, continuando a obra dos nossos antepassados, colocou Portugal na vanguarda de todas as nações civilizadas, dando-lhe vitalidade e fazendo-o reviver como outrora. (...) Por isso, este Comando dá por cumpridos os castigos impostos às praças que servem sob as suas ordens, certo de que, de hoje para o futuro, não terá o desgosto de ter de aplicar a mais pequena pena disciplinar. Viva a Pátria! Viva a República!" (Correio do Minho, 28-6-1922). Uma inesperada amnistia, certamente bem recebida pelos marinheiros estacionados em Caminha, talvez à mistura com alguma dúvida dos mais experientes face às ilusões do ingénuo e entusiasmado jovem tenente.


Ainda com os ânimos nacionais exaltados pelo heróico cometimento de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a localização estratégica de Caminha na costa portuguesa e as especiais aptidões do estuário do Minho para os hidroaviões, terão estado na origem de um pedido oficial da Direcção-Geral de Aeronáutica Militar dirigido à Câmara sobre a "possibilidade de que seja estabelecido um campo de aterissagem neste concelho onde os aviões possam descansar", subentendendo-se que estariam em causa todo o tipo de aeronaves (Ata da Comissão Executiva, 15-7-1922).
 
Reforçando a intenção dos responsáveis pela aeronáutica nacional, poucos dias passados desloca-se ao município o próprio ministro da Marinha, o prestigiado oficial da Armada Vítor Hugo de Azevedo Coutinho, que veio acompanhado pelos senadores Ramos Pereira e Raimundo Meira (Correio do Minho, 25-7-1922). Entusiasmada com a perspetiva de albergar no concelho um aeródromo, a comissão executiva da Câmara caminhense — liderada por João Pires da Gama Crespo — criou de imediato um grupo de missão com a incumbência de encontrar o melhor local possível para o hipotético campo de aviação que, de acordo com as indicações fornecidas, teria de ter "600 m de lado ou um círculo de 300 m de raio". Com pesar, constatou-se que o desejado Campo da Retorta (onde hoje se situa o Parque 25 de Abril) não tinha as medidas necessárias e, face à dificuldade em encontrar outro sítio plano, chegou-se ao ponto de aventar o... planalto de Santo Antão! (Atas da Comissão Executiva, 19-8 e 16-9-1922). Enfim, por falta de alternativas viáveis no acidentado território concelhio e, possivelmente, por desinteresse governamental, com o tempo a ideia foi caindo no esquecimento e não mais se voltou a falar da possibilidade de instalar um aeródromo em Caminha. Ao contrário, a imagem dos hidroaviões a amarar no estuário do Minho demorou a apagar-se do imaginário dos caminhenses, mais não seja porque tinha entrado no anedotário local.

A propósito da muito prometida mas sempre adiada obra de reparação da velha e quase intransitável ponte de madeira sobre o rio Coura, escrevia-se então na imprensa: "bom seria que esse concerto tivesse início o mais breve possível (...) ou então acabem com ela por uma vez e far-se-á a travessia do Coura em hidro-avião!" (Correio do Minho, 25-7-1922).


 
 
BIBLIOGRAFIA
Joaquim Duarte (1983). A Aviação Naval em Aveiro. In http://www.prof2000.pt/users/avcultur/aveidistrito/boletim31/page73.htm [consultado em 5-09-2013]; Robert Feuilloy (2010). Les débuts de l'Aviation maritime (1910-1918), In http://ardhan.pagesperso-orange.fr/almana/avia%20marit.htm [consultado em 5-09-2013]; Artigo Portuguese Naval Aviation, In http://en.wikipedia.org/wiki/Portuguese_Naval_Aviation [consultado em 5-09-2013]. Agradecemos ainda ao Joaquim Aldeia Gonçalves a cedência da fotografia dos canadair franceses no estuário do Minho no dia 3 de Setembro de 2013."
 
Fonte: http://www.caminha2000.com/jornal/n649/cmc3.html

P.S. De notar a referência à participação numa das missões dos mecânicos, no entanto, como sempre, a sua identificação não consta.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Voo 3392 AS OBRAS DE ARTE DO SIX (52) NORTHROP T38 TALON





António Six
Esp.MRÁDIO
Pontével






Antes de irmos para um fim de semana, aqui vos deixo um avião que só pode levar dois,....temos que ir à vez...mas não deixamos de ir, até porque este avião de aerodinâmica linda, tem outra coisa que para nós vai ser canja - Bate a Barreira do Som.
Eu por mim falo, nunca o vi voar, mas deixo os comentários e histórias e pormenores que vos aprouver.
Bom Fim de semana Bons Voos e saúde

Six

Tipo de Aeronave:

Avião supersónico birreactor terrestre,de trem de aterragem triciclo retráctil, monoplano de asa baixa em delta,revestimento metálico,bilugar em tandem com cabine de cobertura transparente,concebido para trem avançado de pilotos.

Tripulação

2 Pilotos

Construtor

Northrop Aircraft Incorporation/USA

Motopropulsor

Motores (2)

Reactor General Electric J85-GE-5A,com pós-combustão (afterburner),de 1.746 Kgf de impulsão.

Dimensões

Envergadura ........................................    7.70m
Comprimento ......................................  14.14m
Altura ...................................................    3.92m
Área Alar .............................................  15.80m
Pesos

Peso Vazio ..........................................  3.270Kg
Peso Máximo ......................................  5.670Kg

Performances

Velocidade Máxima ............................ Mach 1.3 (1.381 Km/h)
Velocidade de Cruzeiro ..................... 1.104 Km/h
Tecto de Serviço ................................ 15.240m
Distância máxima de Voo .................   1.835 Km

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Voo 3391 ESCRITOS DESTES,SÓ DE HOMENS COMO FERNANDO MOUTINHO.






Fernando Santos
SargºAj.EABT
Montijo



Olá Camaradas e Comandante
Escritos destes, de uma singularidade e grandeza só de homens da espirte do Camarada Fernando Moutinho. Pena que outros com muito mais dever, não o tenham feito, mas as grandes obras só de Homens muito grandes, como é o Fernando Moutinho.
Bem haja Fernando e um abraço
Fernando Santos

Voo 3388 Bastante sensibilizado,FernandoMoutinho – Fabricio Marcelino

Voo 3390 UMA VISITA NOCTURNA.





Fernando Castelo Branco
Angra do Heroísmo
Terceira
Açores




Aproveitando estadia e visita do nosso Companheiro Carlos Alves, não deixei de o levar, assim como ao “residente” Elmano, ao meu local de trabalho para uma visita ao navio escola “Sagres”.
Algumas das fotos que assinalam o acontecimento.




Um Abraço.


Fernando C.Branco