segunda-feira, 27 de junho de 2016

Voo 3506 ENTREGA DO F 84G THUNDERJET nº5131,AO MUSEU DO AR.






No dia 23 de Junho de 2016 decorreu, no Aeródromo de Manobra N.º 1 (AM1) em Maceda/Ovar, a cerimónia de entrega do F-84G Thunderjet - número de cauda 5131 - ao Museu do Ar.
Ao longo de cerca de três anos e meio diversos militares do AM1 reconstruíram um F-84G Thunderjet, que foi agora entregue ao Museu do Ar para ocupar o lugar que lhe pertence na galeria dos aviões a reação.
Esta aeronave teve um longo e valioso contributo para a aeronáutica militar, entre 1953 a 1973. Contribuiu largamente para a capacidade operacional da Força Aérea e para a prontidão para o combate de inúmeros pilotos.
Na cerimónia – presidida pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, General Manuel Teixeira Rolo - estiveram presentes vários dos elementos ligados ao F-84G no passado, que serviram o país e a Força Aérea ao operar com esta aeronave. O evento integrou-se no programa relacionado com a comemoração do Centenário da Aviação Militar portuguesa e do 64º aniversário da Força Aérea, na lógica de valorização e reforço de referências passadas e na procura de uma aproximação salutar entre gerações: a presente e as que serviram anteriormente na aviação militar, salvaguardando assim o dever de memória.
Em 2005, a inauguração do pólo do Museu do Ar em Ovar veio trazer à região um espólio composto por onze aeronaves em exposição, veículos de apoio diverso e um vasto conjunto de outros equipamentos/materiais relacionados com as mais diversas áreas de operação da força aérea. Releva-se ainda o desenvolvimento de várias atividades com a participação da comunidade envolvente, promovendo uma relação de proximidade da força aérea com a sociedade civil. Neste domínio salientam-se, para além dos mais de cem mil visitantes desde 2007 (17.400 em 2015), o restauro e conservação de várias aeronaves (Piper, T-A7P, Alouette III colocado no Museu da Guerra Colonial em Famalicão e o A-TP em exposição na porta d’armas do AM1).
A expressão mais recente do trabalho de restauro do F-84G constitui-se como uma componente cultural e de cidadania essencial para, através do conhecimento do passado, compreender o presente e planear o futuro.


Origem do Voo:
EMFA


Voo 3505 61º ANIVERSÁRIO DO ACIDENTE NA SERRA DO CARVALHO.

AEFA – Associação de Especialistas da Força Aérea 
Núcleo de Coimbra



CAROS ASSOCIADOS
Á semelhança de anos anteriores, vai o Núcleo de Coimbra da AEFA estar presente e participar nas comemorações do 61º. Aniversário da queda de 8 aviões F 84 G, na Serra do Carvalho, que se irão realizar no dia 10/Julho/2016, com o seguinte programa:

10:00 Horas – Sessão de boas-vindas ao Senhor Chefe do Estado Maior da Força Aérea e restantes convidados, no salão nobre da Câmara de Vila Nova de Poiares, finda a qual os presentes dirigir-se-ão para a Serra do Carvalho.

11:30 Horas – Tradicional missa, na capelinha de Nossa Senhora do Ar, colocação das coroas de flores junto ao monumento erigido à memória dos pilotos ali falecidos e o também sobrevoo, do local, por uma formação de 4 aviões F 16.
Após as cerimónias, decorrerá o tradicional almoço, no Centro de Convívio do Carvalho, pelo que apelamos à participação de todos e se possível, se façam acompanhar dos seus familiares e amigos, inscrevendo-se, impreterivelmente, até ao dia 2/Julho, para os já habituais contactos:

José Andrade 966284239
Jovino da Chão 917560998
Manuel Miranda 914195917

Contamos contigo



sexta-feira, 17 de junho de 2016

Voo 3504 EXPOSIÇÃO DE PINTURA DE ANTÓNIO SIX.




António Six
Esp.MRÁDIO
Pontével


Aviões de Portugal

Foi na realidade um esforço, desde o desafio que me foi lançado para pintar aviões.
Três anos depois, aqui estou eu com uma exposição marcada, com pessoas que me estimaram e apoiaram. Olho para trás e vejo um longo caminho com largas horas de trabalho, de buscas e de descobertas , de diálogos travados comigo ,e com aqueles que tenho nas minhas memórias ,lutas com o pincel e com as tintas Muitas com vontade de parar….mas…... quase me acobardo perante os desafios.
Dá-me muito gozo fazê-lo, mas também acreditem ,…..depois de um dia de trabalho os meus ombros estão marcados pela tensão nervosa e os olhos ardem !!!
Passo pelo jardim e olho para os da minha idade que sentados vão jogando ás cartas ,ao dominó, discutindo futebol,e penso bem para mim ,que feliz sou!!!!Que sorte a minha !!!!! Faço aquilo que gosto . !
Nem tudo são rosas, pois amigos muitos,…. amigos da onça,... outros tantos hienas disfarçadas em pele de cordeiro em que a inveja espuma por entre dentes num liquido viscoso e frio, que me servem como uma iguaria ,…..mas aos poucos vou esquecendo……. vou andando pintando um flap um parafuso uma roda no caminho que estabeleci
Os desafios agora são outros e maiores ,fazer sempre melhor aperfeiçoar e ir cumprindo o que estabeleci como meta os Aviões de Portugal e os nosso aviões comerciais que a seu tempo virão contando também eles uma história.
Neste meu desabafo e compromisso quero desde já agradecer a todos vós, ao meu filho que em boa hora me lançou o desafio .Ao Dr Henriques -Mateus pela sua camaradagem e amizade e amor aos aviões Ao Eng º Rodrigues Costa que tão bem desenhava aviões com quem tive o enorme prazer de trabalhar efectuando a coleção de gravuras Aviões de Portugal e à Sociedade Histórica para a Independência de Portugal e como é lógico ,á minha família pela pachorra que tem tido.
Vou fazer melhor ,pois todos merecem mais .
Six


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Voo 3503 DIA DE PORTUGAL E DE HOMENAGEM AOS COMBATENTES,10 DE JUNHO.




João Carlos Silva

Esp.MMA
Sobreda da Caparica



10 de Junho de 2016, Dia de Portugal e de Homenagem aos Combatentes

Na cerimónia religiosa que teve lugar na Igreja de Santa Maria de Belém, nos Jerónimos, e na cerimónia junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, seguindo os mesmos passos de outros Especialistas em anos anteriores, tive a responsabilidade de transportar o estandarte da Associação de Especialistas da Força Aérea, lado a lado com tantos outros de outras associações.
Durante a manhã, com o decorrer das cerimónias, há tempo para escutar, para ver, para sentir e para reflectir.
Estive com todos.

Foi uma honra
.

Voo 3502 DISCURSO NO DIA 10 DE JUNHO;NAS CERIMÓNIAS DO "DIA DE PORTUGAL" EM BELÉM.






José Brandão Ferreira
Ten.Cor.Pilav.(Ref.)
Lisboa

 

 

Para quem quiser dár-se ao trabalho de lêr ..... e ...
Junho 10, 2016

 "Estes homens, nos tempos de lutas e de crises,
tomam as velhas armas da Pátria, e vão, dormindo mal,
com marchas terríveis, à neve, à chuva, ao frio,
nos calores pesados, combater e morrer longe
dos filhos e das mães, sem ventura, esquecidos,
para que nós conservemos o nosso descanso
Estes homens são o povo, e são os que nos defendem".
Acabo de ler um trecho de "O Povo", de Eça de Queiroz.
Bom dia a todos.
Os meus agradecimentos por me dispensarem uns minutos da vossa atenção.
A Constituição da República Portuguesa (CR), apesar de ser a mais extensa que tivemos, desde 1822, não encontrou espaço nos seus 296 artigos e sete revisões, para referir uma única vez a palavra "Nação"- a Nação dos Portugueses.
Já relativamente à palavra "Pátria", a Constituição é mais pródiga: invoca-a, nada mais, nada menos, do que uma vez, mais concretamente no seu artigo 276, e cito "A defesa da Pátria é direito e dever fundamental de todos os portugueses"!
É sabido que a defesa da Pátria não se faz apenas de armas na mão; essa defesa pode e deve, estender-se a todas as áreas da actividade humana.
Mas convém não esquecer que a defesa armada é o último argumento, que se faz em extremo e pode implicar o sacrifício de bens, sangue e vida. E, ao ter-se abandonado o Serviço Militar Obrigatório, parece que a defesa da Pátria – esse dever e direito fundamental, segundo a Constituição, ficou direito de todos e dever só de alguns…
A Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas, por sua vez, continua omissa sobre a "Nação", mas já fala duas vezes em Pátria; no seu artigo 9º repete a fórmula da Constituição; e noArt.º 22 afirma peremptoriamente que, "será assegurada de forma permanente a preparação do País, designadamente das Forças Armadas para a defesa da Pátria" (atenção, eu só estou a dizer o que está lá escrito, não confundir com o que se tem feito…).
Ora haver Nação sem Pátria é curto; mas haver Pátria sem Nação, é impossível!…
Porém, não havendo aparentemente, Nação, o Estado, que é justamente a Nação politicamente organizada, representará, então, quem ou o quê?
Ora se o Estado não representar a Nação, não pode sentir a Pátria como sua, tão pouco a entender. Portugal é, todavia, uma Nação coesa, seguramente desde o tempo do esclarecido Rei, o Senhor D. Dinis; com as mais antigas fronteiras estáveis do mundo, mau grado o esbulho pendente de Olivença; formou um Estado Nacional Português, desde o tempo do preclaro Rei, Senhor D. João II e ganhou consciência que era uma Pátria, senão antes, garantidamente, depois de Camões ter escrito os Lusíadas!
E Camões – que também foi um combatente - não se esqueceu de, neles, referir a Nação – fê-lo, até, por sete vezes – e não foi avaro em relação à Pátria já que a evoca em 35 ocasiões!
E a obra de Luís Vaz – cuja morte neste dia também evocamos - foi-lhe tão superior e transcendente, que ele próprio se enganou ao dizer, pressentindo o fim, que "morria com a Pátria", antevendo a ocupação castelhana.
O certo é que, a Nação que já era Pátria, sobreviveu aos 60 anos da Coroa Dual Filipina e passou a viver de vida própria, qual fénix renascida!
O que atrás se disse representa, pois, a dissonância existente entre o Estado e a Nação, que é a razão por que nós nos reunimos aqui, desde há cerca de 25 anos, a comemorar o Dia de Portugal, honrando os combatentes, enquanto as figuras que ocupam transitoriamente as cadeiras do Poder – Poder que está hoje, maioritariamente, fora do país – estão sempre noutro lado. E quanto aos combatentes por norma, aos costumes dizem nada.
Essa é também a razão pela qual as Forças Armadas só voltaram a integrar as comemorações oficiais do feriado nacional, há 10 anos, depois delas terem estado arredadas cerca de três décadas.
E caros compatriotas aqui presentes, não somos nós que estamos mal; "eles" é que se afastaram do trilho certo. Do trilho do Dever, da Honra, do Patriotismo, do amor a Portugal.
Esta cerimónia, singela mas muito digna, realizou-se sempre sem se pedir um ceitil que fosse, ao Estado e junto a um monumento, em memória dos combatentes, em que nada se pediu, também, ao Estado – aliás, em várias alturas, teve que ser construído com a oposição desse mesmo Estado.
Parece que a frase, entre muitas, célebre, do grande português e militar, que foi o Tenente- Coronel Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque, de que "Portugal é obra de soldados" passou a estar na moda.
Mas estando ou não, na moda, essa frase foi sempre uma realidade, pois sem soldados – isto é, sem combatentes – não haveria território, a tal "nesga de terra debruada de mar", no dizer de Torga; não haveria população; não haveria matriz cultural; não haveria segurança, não haveria Justiça, não haveria Bem-Estar, não haveria liberdade.
E quem permitiu e fez isto? Pois foram os soldados, os combatentes, o tal povo, do Eça. Onde se devem individualizar as mães e as mulheres, pois foram elas que sempre aguentaram a retaguarda!
Por isso todos nós devemos estar orgulhosos dos nossos combatentes; de quem disse "pronto", quando chegou a hora; quem lutou quando foi preciso lutar; quem não virou a cara aos sacrifícios; quem não desertou do combate ou, pior ainda, quem traiu a terra que lhe serviu de berço, a terra dos seus pais.
Porque, desgraçadamente, desses sempre os houve e ainda há.
Também deles falam "os Lusíadas" e não há estátuas, nomes de ruas, séries de televisão, condecorações, prémios, branqueamento da História, etc., que possa apagar essa realidade da memória colectiva da Nação.
Pelo menos enquanto restar um português com algum saber, vergonha na cara, coluna direita e bem - querer na alma!
Caros compatriotas, o combate não terminou com aqueles que hoje homenageamos e desenganem-se aqueles que julgam que não teremos de guerrear, novamente, ou que o terrorismo é apenas uma expressão de lunáticos contemporâneos, já que a sua origem remonta ao século XI, ao "velho da montanha" e à seita dos hashashin e, modernamente, em termos de terrorismo de Estado, à Revolução Francesa de 1789.
Temos que nos preparar para os combates do futuro.
Os nossos antepassados não andaram a trabalhar, a lutar, a edificar e a expandir o nosso país, desde 1128, para agora estarmos a alienar ao desbarato, a nossa soberania, a nossa nacionalidade, a nossa cultura (onde a língua tem um lugar de destaque), as nossas gentes, o nosso património e a nossa terra.
Para ficarmos escravos de dívidas perpétuas e enredados em leis alheias, iberismos serôdios ou federalismos espúrios; sermos, eventualmente, submersos por vagas de estranhos, cujas matrizes culturais não estejamos aptos a integrar, sem perdermos a nossa; e a caminhar para, a breve trecho, não haver um Km2 de território em mãos portuguesas.
E, outrossim, por nos estarmos a suicidar colectivamente, por via de excesso de emigração, imigração, leis de naturalização erradas, quebra demográfica gravíssima e corrupção galopante.
Finalmente para sermos reféns de organizações sem rosto oficial, de carácter internacionalista e mais ao menos secretas ou discretas, que ninguém elegeu e que transformam, só por si, a Democracia e a Justiça, numa ficção.
E em vez das cinco Quinas passarmos a ter como símbolo o "Deus Mamon".
Temos de olhar à nossa volta, acordar e reagir! É que, como disse o tão mal citado Fernando Pessoa, "só existem Nações, não existe Humanidade".
Caros compatriotas, esta cerimónia destina-se à exaltação da memória dos combatentes, nossos antepassados ou contemporâneos, mas destina-se também, aos que hoje vivem e a quem compete receber e passar o testemunho.
Pois deles é o futuro e, por isso, a quem compete reflectir sobre o exemplo dos que caíram ou se sacrificaram no campo, que tem de ser da Honra, enquanto as imperfeições da natureza humana não permitem a erradicação da guerra e outras imoralidades, na eterna luta entre o Bem e o Mal.
Devemos, deste modo, curvar-nos, reverentes e obrigados, junto aos nomes daqueles que estão gravados nos muros deste memorial, que combateram nas últimas das centenas de campanhas ultramarinas que realizámos nos últimos seis séculos (não foram seis décadas…), fazendo jus ao Padre António Vieira que um dia disse que "Deus deu aos portugueses um berço estreito para nascer e o mundo inteiro para morrer".
Evoco em nome de todos, aquele cujo nome figurou primeiro neste local: o do Subchefe da polícia Aniceto do Rosário, morto em combate, que na iminência de um ataque dos indianos disse ao Governador, "Parta V. Exª descansado que eu não deixarei ficar mal a bandeira portuguesa".
E não posso deixar de dizer, com todas as fibras do meu ser, que eles lutaram bem, competente e vitoriosamente, numa guerra justa, em termos humanos e que, infelizmente terminou de forma trágica e não merecida.
Nesta luta fizemos frente à maior campanha montada a nível global e mundial, contra a Nação dos Portugueses, desde a Guerra da Restauração.
Nela chegámos a manter 230 mil homens em pé de guerra, em quatro continentes e três oceanos, a combater durante 14 anos, em três teatros de operações enormes, distantes entre si e a então Metrópole – que era a base logística principal – por milhares de quilómetros, sem fazer uso de alianças militares e sem generais ou almirantes importados, o que já não sucedia desde Alcácer-Quibir.
Usufruindo de uma logística notável – basta comparar com o que se passou com a nossa participação na I Guerra Mundial – que já não conseguíamos montar tão bem, desde que enviámos a terceira Armada, à Índia, comandada pelo João da Nova, em 1501!
Abro um parêntesis para destacar a Marinha Mercante, neste esforço logístico, sem a qual não poderíamos ter reagido rapidamente nem sustentado tão longo período de operações.
Hoje, dos 70.000 navios mercantes existentes no mundo, apenas uma dezena são de armadores portugueses e ostentam o pavilhão nacional. Nem meio batalhão conseguem transportar…
Nesta campanha só não conseguimos resistir à miserável invasão de Goa, Damão e Diu, pela União Indiana, em 1961, pela enorme desproporção de forças em presença e pela usual hipocrisia das relações internacionais. Mesmo assim ainda conseguimos pô-la em sentido durante mais de 10 anos – não foi coisa de somenos.
Nova Deli usou o "direito da força" mas nunca teve a força do Direito, nem da Razão!
Toda esta acção, a todos os títulos magnífica, não encontra paralelo em nenhuma campanha contemporânea, mas foi apenas corolário daquilo que o escritor americano, James Michener, disse de nós e cito: "Nesses anos quando um soldado português desembarcava de um dos barcos da sua nação para servir num forte de Moçambique, ou em Malaca, ou nos estreitos de Java, já previa, durante o seu tempo de serviço, três cercos, durante os quais comeria erva e beberia urina. Estes defensores portugueses contribuíram para uma das mais corajosas resistências da História do Mundo".
A estes se devem juntar todos aqueles e seus descendentes, que desde a tarde de S. Mamede, acompanharam o nosso pai, Afonso Henriques, e têm mantido o seu legado até aos dias de hoje.
Lembrar o seu exemplo e preservar a sua memória, é tarefa ingente de todos os bons portugueses, pois tal deixou de ser feito na escola, na generalidade dos "média" e quase desapareceu do discurso político a não ser em frases de circunstância, ditas sem convicção.
Em 1582, esse grande patriota que foi Ciprião Figueiredo de Vasconcellos, Governador das Ilhas dos Açores, escreveu ao monarca Habsburgo, que reinava em Madrid e atirou-lhe, "Antes morrer livres que em paz sujeitos" e logo acrescentou, "nem eu darei aos moradores destas ilhas outro conselho, porque um morrer bem é viver perpetuamente".
Afirmamos hoje, o mesmo, com Esperança e acrisolada Fé, em que consigamos manter a estamina necessária para preservar a nossa terra, Portugal, livre e independente.
Lembro que um combatente só dá baixa para a cova!
Caros compatriotas, vou terminar com a melhor homenagem que podemos fazer a quem combateu e, porventura, morreu na defesa da terra dos nossos antepassados, e por tudo o que tal representa, incluindo o de que o seu sacrifício não possa ser considerado em vão.
Vamos todos em conjunto e em uníssono, darmos um grande e empolgante viva a Portugal.
Viva Portugal.
Viva Portugal!

domingo, 5 de junho de 2016

Voo 3501 ASSEMBLEIA GERAL DO NÚCLEO DE COIMBRA.





Augusto Ferreira
Esp.Melc./Av./Inst.
Coimbra




No dia 4/Junho/2016 a Assembleia Geral do Núcleo de Coimbra da AEFA, teve lugar no Aeródromo Bissaya Barreto em Coimbra, com início pelas 10:00 horas, com a presença do Sr. Presidente da Direcção Nacional e  de cerca 30 associados com a seguinte ordem de trabalhos:
1º. – Informações
2º. – Balanço das actividades do corrente ano de 2016
3º. - Perspectivas das actividades para o próximo ano de 2017
4º. – Eleição dos corpos gerentes para o biénio de 2016/2018
Depois de aberta a sessão pelo Sr. Presidente Paulo Castro,  que se congratulou com a evolução positiva e estabilização do normal funcionamento da Associação e Núcleos, foi lida a Acta nº5 pelo Sr. Presidente do Núcleo de Coimbra Sr. José Andrade, em que evidenciava todo o trabalho realizado pelo Núcleo e trabalhos em conjunto com a Direcção Nacional.
Foram ainda tecidas felicitações e elogios, pelo trabalho levado a cabo pela actual Direcção Nacional por dois associados.
Também foi apresentado o Relatório de Contas pelo Tesoureiro Sr. Manuel Miranda, que circulou pelos presentes para apreciação.
O secretário Sr. Jovino da Chão apresentou um trabalho, no sentido de regular e aperfeiçoar o ficheiro actual de associados.
Sobre a actividade da Serra do Carvalho a efectivar-se no dia 10 de Julho, prevêem-se alterações significativas, no sentido de melhorar e dignificar este evento, com informações a serem fornecidas oportunamente.
Para 2017 foram enunciadas as actividades previstas, que devem ser similares ás de 2016 com mais uma ou duas novidades.
O nosso companheiro Sr. Victor Barata propôs-se criar o Núcleo da AEFA de Viseu, para facilitar e aproximar os nossos companheiros daquela região,
Decorreu depois a eleição dos corpos gerentes para o biénio 2016/2018, em que só foi a votação a lista A, composta pelos actuais dirigentes, que venceu por maioria de votos e se vão manter à frente do Núcleo.
Findos os trabalhos, decorreu o tradicional almoço de convívio dos Especialistas do Núcleo, no Restaurante do Aeroclube do referido Aeródromo, em clima de grande amizade e confraternização.
ESPECIALISTAS SEMPRE.




 



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Voo 3500 39 ENCONTRO BA12 GUINE 28.5.16 SANTAREM





Manuel Pais
Esp.EABT
V.N.Gaia





Parabéns á organização deste evento que tudo fez para proporcionar a todos os presentes um agradável e magnifico convívio .
E para recordar , mais tarde , em anexo envio algumas fotos .
Abraço e esperemos o próximo.


M.Pais






Voo 3499 ENTREVISTA AO JORNAL "PÚBLICO"





Amilcar Godinho
Alf.Pilav
Lisboa




Amílcar Godinho - O piloto que queria conhecer países.

Voou sobre guerras, trabalhou em dezenas de países, nunca se atemorizou com tiros ou com quedas. 10.500 horas de helicópteros.
Um dos seus primeiros helicópteros foi aba- tido pela Frelimo, em Moçambique, e o então alferes- miliciano Amílcar Godinho jurou que guerras nunca mais. Mas certas vidas podem mais do que a vontade de um homem e em 1974 e 75, ao serviço da Diamang – Companhia dos Diaman- tes de Angola, lá andava ele a voar sobre as guerras entre o MPLA e a FNLA na região da Lunda. Em 1976 já estava a montar pipelines e a fazer transportes de risco sobre o Irão, país que passados anos ficou a ferro e fogo até as primeiras eleições organizadas sob a égide do ayatollah Khomeni. Tempos perigosos, esses: mas nunca disse às empresas para que trabalhava que achava as condições de trabalho demasiado arriscadas. Tomava as suas precauções. Por exemplo: na fronteira da Birmânia com a Tailândia em 1990, quando andava a prestar serviço à Texaco e à Total na montagem do pipeline de gás natural que hoje abas- tece Banguecoque, só voava ou muito alto ou muito baixo para não levar com as anti-aéreas de guerrilheiros birmaneses. “Verificou-se de facto, algumas vezes, buracos na fuselagem. Mas nada de artilharia pesada, só coisas de armas ligeiras”, relata hoje com desprendimento, a desvalorizar os incidentes. “Nunca senti qualquer impacto no helicóptero”. Tiros que não se sentem, coração que não sofre — eis uma filosofia de vida.
Aliás, não foi com tiros que passou os piores calafrios em helicópteros. É certo que sair de de um aparelho desfeito sob flagelo de fogo inimigo não é das coisas mais agradáveis da vida, mas a verdade é que nessa hora, em Moçambique, ninguém se feriu. E, em desconforto, não há nada que se compare a acordar de um desmaio e sentir o banco em que se está sentado a arder, a anunciar a explosão: foi o que lhe aconteceu no Irão em Setembro de 1980. Ao fim de 25 minutos de voo, a 1500 pés (cerca de 500 metros) ouviu um estrondo seco, perdeu por completo o controlo lateral do aparelho e começou a cair. “Levei a potência ao máximo para sustentar as pás, com os pedais tentei torcê-lo todo para a esquerda, tentando atenuar a queda”, conta. Mas havia pouco a evitar: foram as pás que primeiro bateram, o que fez o aparelho dar uma volta sobre si mesmo. Depois a memória só regista a cadeira a arder, o esforço desesperado para sair dos destroços, a deflagração tremenda que rebentou nas suas costas e que o atirou para junto do iraniano e do italiano que transportava e que tinham conseguido pôr-se ao fresco mais cedo. Dentro da bola de fogo estava um terceiro passageiro. Não havia nada a fazer.
Amílcar José Godinho nasceu em Agosto de 1948 em Lisboa e estudou até 7o ano no Liceu Pedro Nunes. Depois fez os exames de aptidão à Faculdade de Economia e à Escola Naval, no Alfeite, acabando por optar por esta última, mas só lá esteve seis meses: tentou-se pela Força Aérea, sobretudo “porque era uma maneira de viajar, de conhecer novas gentes e novas terras”. E era um passaporte para guerra: em 1971 e 73 voou em combate as primeiras mil das 10.500 horas ao comando de helicópteros que tem hoje na caderneta de voo.

Tinha casado antes de ir para Moçambique e a sua primeira filha nasceu em Nampula, em Agosto 1972. Em 1973 acabou a comissão e, em Março desse ano, começou a dar instrução em Tancos. Passados uns meses soube que a Companhia de Diamantes de Angola ia adquirir helicópteros e candidatou-se. Foi aceite, fez um curso em França no Outono e, em Janeiro de 1974, chegou a Angola. Foi viver para Luzamba e passou a recolher de helicóptero a produção de diamantes das zonas mais recônditas e a patrulhar a zona com a Polícia Mineira. Volta a ser alvejado com frequência, agora não por trabalhos de risco na Birmânia ou no Irão: o piloto fala deles com desprendimento, mas por traficantes que se sentiam ameaçados.
Com o 25 de Abril, Angola é atravessada, nas suas palavras, pela “rebaldaria”. Na região da Lunda o MPLA disputa com violência, e ganha, o domínio à FNLA.Quando as coisas pioraram a mulher regressa a Portugal na “ponte aérea”. Ele fica – ganha bem, são-lhe confiados transportesVIP:transportouAgostinho Neto quando este visitou a região; levou Rosa Coutinho a um encontro com o MPLA no Cossa, numa casa de repouso da Diamang. No final de 1975, porém, até ele se farta. E volta a Portugal para, passados uns meses, enviar o seu curriculum a uma empresa de helicópteros que presta serviços em todo o mundo, a Schreiner Airways. No início de 1986 é contratado e enviado para o Irão.
A maior parte dos milhares de voos que fez nos cinco anos seguintes foram ao serviço de várias das companhias petrolíferas e de gás natural que actuavam naquele país e em plataformas no Golfo Pérsico. Mas trabalhou também muito para a televisão iraniana na manutenção da sua rede de emissores: no auge da Guerra Fria, o regime do Xá Reza Pahlevi era uma das principais plataformas dos Estados Unidos para emissão de programas de rádio e de televisão para a União Soviética. Em 1979, com a revolução islâmica, as restantes empresas de transportes internacionais abandonam o país e a Schreiner fica com o monopólio.
A aventura iraniana só termina em 1980. Foi voar para a Nigéria, fazendo transportes para as plataformas petrolíferas já como Chefe de Pilotos da Schreiner. Em 1982 foi voar para as plataformas do Atlântico austral, ao largo da Patagónia e da Terra do Fogo. Em fins de 1983 chega à Índia, prestando serviços às plataformas off-shore ao largo de Bombaim. Anos depois sucede-lhe um episódio “histórico”: em 11 de Abril de 1986, num transporte ao ministro indiano dos Petróleos, transforma-se no primeiro piloto português a aterrar em Diu depois de Portugal ter sido forçado pela Índia, em 1961, a abandonar o território.
Em finais de 1986 regressa a África e aos territórios difíceis, Serra Leoa neste caso. Transportou Yasser Arafat numa visita do líder da OLP a Freetown, mas talvez o voo mais complicado tenha sido uma viagem nocturna às montanhas para evacuar o ex-presidente Siaka Stevens, gravemente doente, para o aeroporto de onde seguiu para Londres. Passou cinco meses atribulados no Egipto a voar sobre o Sinai antes de vol- tar à Serra Leoa, onde ficou até 1989.
Depois esteve quase dois anos em Portugal a trabalhar para Heli Serviço como director de Operações de Voo, dando instrução e fazendo combate a incêndios. É nessa altura que volta a estudar, retomando o curso de organização e gestão de empresas, preterido vinte anos antes. “Mas a vontade de viajar”, conta Amílcar Godinho, “de conhecer outros países, outras terras, de fazer um voar diferente utilizando aparelhos mais sofisticados, sobrepôs- se”. Em finais de 1992 foi convidado para ir trabalhar para os franceses da Heli-Union – e aceitou, indo voar uns tempos na Tunísia e na Líbia, mas em Setembro de 1994 é transferido para a zona do globo que mais ansiava conhecer – o Extremo Oriente, no caso o Vietname. “Adorei aquilo”, assegura, apesar de ter encontrado condições muito adversas: não só os tufões surgiam muitas vezes sem avisar a meio de voos de 200 quilómetros sobre o mar como, quando eles estavam em plena actividade, era preciso evacuar as plataformas petrolíferas instaladas no Pacífico, de dia ou de noite. A seguir, em 1996, sai-lhe a Birmânia: levar cargas suspensas de duas toneladas para a construção de pipelines através de um território disputado pela guerrilha. “Um trabalho muito delicado”, concede neste caso, “muito delicado”.
Em 1997 está de regresso a Portugal para participar em operações de busca e salvamento, combate a fogos florestais e voar um Bell 212 transformado em heli ambulância, mas foi por pouco tempo. Em Outubro já estava a chefiar as operações da Schreiner na construção de um pipeline entre o Chade e os Camarões. Regresso à Europa em Janeiro de 1999 para uma missão delicadíssima:
transportar pilotos da barra de Roterdão e Amsterdão para o interior dos navios que tinham de conduzir até atracarem ou, então, ir buscá-los ao mar depois de estes terem conduzido os navios na saída da barra. Sempre que as condições estavam normais, eram pequenos barcos a fazer este serviço; os helicópteros só trabalhavam quando o tempo (“neve, tecto baixo, ventos muito fortes”) não deixava os barcos navegar, ou em evacuações de emergência.
A sua vida acabou por mudar quando a TAP, a Schreiner e a Aero- condor decidiram lançar a Academia Aeronáutica de Évora, para a formação de pilotos de linha aérea de toda a Europa. Convidaram Amílcar Godinho para director-geral. Ele começou a trabalhar em Évora em 1 de Junho de 1999 – e ainda hoje lá está.
Os voos mais arriscados pertencem ao passado. Mas não esqueceu o seu pior acidente, ocorrido em Setembro de 1990, quando o comandante trazia um helicóptero de França para o Porto. Aterrou de Avilez, nas Astúrias, para reabastecer e, na hora de voltar a partir, o motor de arranque teve várias falhas. O mecânico refez as ligações que entendeu necessárias, levantaram voo e, durante 35 minutos, tudo correu normalmente. De repente, porém, houve um corte total de combustível quando o aparelho sobrevoava os “Picos da Europa”.
O comandante Godinho ainda efectuou uma manobra de auto-rotação, mas não havia nada a fazer: espatifaram-se perto de Cangas de Narcea, felizmente sem os depósitos de combustível se terem incendiado. O mecânico e o co- piloto ficaram dentro do aparelho, Godinho arrastou-se o mais rapidamente que pode para longe do aparelho, no meio de flocos de neve muito bonitos, muito suaves, mas de um frio glacial. “Não sinto as pernas”, rouquejava o mecânico. Ali ficaram horas, tiritando, desesperando, mas um pastor vira-os cair e avisara a Guardia Civil, que os recolheu. Já em Lisboa, foram os três operados à coluna. O mecânico ficou paraplégico. Amílcar Godinho, apesar dos parafusos, voltou a voar passados uns meses.

Amílcar José Godinho
Lisboa, 5 de Agosto de 1948
Começou a pilotar em 1969, na Força Aérea Portuguesa
O que mais gosta na pilotagem de helicópteros?
Da sensação de liberdade, de domínio dos ares, de maneabilidade e das missões que permitem salvar vidas humanas, apesar dos riscos associados a muitas delas.
Qual o maior risco que já correu?
A situação que recordo com mais frequência, pela sequência de acontecimentos a ele associados, foi um acidente que tive no Irão em 1980, logo após a chegada do Khomeni, durante o qual perdi o controlo lateral da aeronave em pleno voo.
Que risco nunca voltaria a correr?
Envolver-me numa guerra (a não ser em missões de natureza humanitária).
Um conselho para situações de alto perigo:
Acreditar que qualquer situação de perigo é sempre ultrapassável. Agir sem precipitações de modo a que as acções sejam o mais ajustadas possível à situação.