quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Voo 1932 NA BASE AÉREA 12 TAMBÉM SE BRINCAVA.




João Henriques
M.Rádio
Vancouer
Canada


Bom dia meus amigos da BA12 e em especial ao Comandante Barata e colaboradores.

Falando em brincadeiras na Ba12,ainda hà quem se lembre quando chegavam os piras do exercito,nos íamos ao terminal para lhes dar as boas vindas.
como os furriéis,aspirantes,alferes,etc, traziam as divisas e galoes a brilhar,nos passavamos os dedos pela poeira e sujavamo-las,eles nao gostavam e
perguntavam porque estavamos a fazer aquilo,nos dizíamos que eles iam para o mato e tinham que levar as divisas sujas para o inimigo pensar que ja
eram velhinhos,estariam assim mais seguros.
Depois perguntavam para onde iam,quando viam os carros do exercito estacionados em fila indiana,nos dizíamos que iam para Bubaque zona de mais porrada.
Quando estavam para partir,nos diziamos que era brincadeira.
Tambem o nosso camarada Orlando KK (Kapa-Kapa),foi chamado ao telefone por outro camarada e perguntou quem estava do outro lado,o outro respondeu que era
o capitao (fulano tal) e voce quem e? sou o Orlando kk sr.capitao,entao ponha-se ja em sentido, como ele era um pouco gago,respondeu:Jaaa essstou sr.caaapitao.
Nessa altura havia la uma cadela chamada Bambadinca que andava sempre nos Helis ,ainda me lembro que o brazileiro e companhia,conseguiu junta-la ao namorado em cima da asa do Fiat...
Se alguem que assistiu a isto ler o que escrevi,ainda vai haver risada.
envio mais umas fotos,pois nos gostamos sempre de ver. Um abraço a todos.

Legenda: A turma em Paço d,Arcos-- Nao posso esquecer o meu amigo Francisco Batista (chico),que era o chefe de turma e que faleceu ha mais de 20 anos (era de Pernes). e o 4. de cima da esq para a drt. Eu estava de serviço e o meu amigo Luis Martins mais uma vez ao meu lado ,(E um grande alentejano). Foto:João Henriques(direitos reservados)

Legenda: -A famosa casa de cinema da BA12.
Foto:João Henriques(direitos reservados)


Legenda: Antes ou depois de um dos constantes banhos .
Foto:João Henriques(direitos reservados)

Legenda:Na placa da BA 12,tendo por fundo o Dakota e o posto de vigia.
Foto:João Henriques(direitos reservsdos)

Legenda: Em Bissau,da esqª/dirª.Maninho,Regateiro,L.Martins,(?),Lopes e António José,Fur.Exercº.que andou comigo na Escola Industrial e jogamos futebol juntos em Alcanena.
Foto:João Henriques(direitos reservados)

Reparem na cara inocente destes meninos que um dia alguem tirou às maes para mandar para a Guerra,assim como todos os outros e o resultado esta à vista.

Voo 1931 ALMOÇO DA RECRUTA 3ª/69.





José Serôdio
2ºSargºMelec/Inst./Av
Évora






Boa tarde Companheiros:
Para o encontro de confraternização da "nossa malta" será num restaurante de nome TERRA CHÃ numa aldeia do concelho de Rio Maior chamada CHÃOS.
O programa será, se tiverem de acordo:
11:00H encontro nas salinas de sal, na aldeia da FONTE DA BICA que fica a cerca de 3km de Rio Maior, que podemos visitar.
13:00H almoço no restaurante TERRA CHÃ
Depois de almoço, visita às grutas ainda virgens das Alcobertas
Em anexo envio orçamento do almoço 16 euros e da visita guiada às grutas 2,5 euros, assim como os mapas de estrada de Rio Maior e da localização das salinas de sal e da aldeia CHÃOS.
Agradeço a confirmação de quantos somos, até uma semana antes para informar o restaurante,


PS. Ao chegarem a Rio Maior ,perguntem onde fica as salinas de sal , toda a gente conhece.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Voo 1930 AB 3 -NEGAGE,QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ.




Américo Dimas
Esp.MARME "Lobo Nau"
Luanda-Angola




Caro Victor & "Staff"

Li com muita atenção o voo 1927, concretamente os versos do António Loureiro, acerca do AB3 e tal como ele retrata numa sequência perfeita de rima, o estado deplorável em que aquela unidade se encontra, em total contrariedade com o que foi no passado.

E não só o Aeródromo Base padece da mesma enfermidade. Infelizmente também a própria povoação do Negage, as suas ruas e os seus edifícios, quase tudo se encontra num estado de degradação e desleixo lastimoso.

Enfim…

Parabéns Loureiro, pelo apontamento.

Américo Dimas

P.S. Apenas por nostalgia e para comparação, junto três exemplos de edifícios (Clube Desportivo do Negage; Hotel Tumbuaza e Igreja).









Como foram no passado e como se encontram no presente.

(Informação: as imagens do "passado", foram retiradas da internet, as outras são minhas).

Voos de Ligação:
Voo 1927 Como tu eras e como tu és,meu AB3... - António Loureiro

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Voo 1929 A NOSSA MISSÃO.




Gil Moutinho
Fur.Pil.
Gondomar



Caro Vítor e restante tripulação
Achei oportuno, dar uma ideia breve e resumida do papel da Força Aérea, na Guiné, nos anos 72/73,na minha óptica de Piloto Miliciano(furriel no meu caso),pois amiúde, me questionam o porquê de termos deixado de voar no período pós-Strellas.Assim mesmo, com estas palavras. Claro que contesto veementemente pois está totalmente errada a ideia que têm e explico porquê.
1-Até Março /Abril de 1973,o espaço aéreo da Guiné estava por nossa conta, não havendo grande oposição do IN, salvo em alguns pontos fronteiriços onde tínhamos alguns cuidados para não passar para o lado de lá, pois podíamos ser abonados.
Houve alguns casos de atingidos por armas ligeiras sem grandes danos.
Cada tipo de aeronave e respectiva tripulação tinha as missões determinadas em função das suas vocações e especificidades.
O Nordatlas e o Dakota prioritariamente transportava tropas e carga em volume elevado, também evacuações em que se justificava o seu uso e sempre só em meia dúzia de pistas no TO.
Os Fiat’s faziam apoios de fogo, a aquartelamentos que fossem abonados, bombardeamentos em zonas pré-determinadas, reconhecimentos visuais complementados por fotografia e só a presença no ar era dissuasora.
Os helicópteros eram fundamentais na guerrilha, principalmente em operações no terreno, com colocação de tropas, a sua recolha, evacuação de feridos, etc e então o heli-canhão era terrivelmente eficaz no apoio às tropas no terreno, sendo temidos pelo IN e bem-vindos pela NT.
Também partilhavam os transportes de pessoas,
carga geral e evacuados, com os DO’s, principalmente em aquartelamentos sem pista .

Os mesmos DO’s, tinham algumas dezenas de pistas onde aterravam, todas diferentes e com as suas limitações operacionais, quase todas em terra batida, com inclinações, com curvas, árvores na entrada ou saída, animais, a terminar na fronteira(caso de Buruntuma onde aterrávamos e descolávamos sempre para o mesmo lado não interessando a força e direcção do vento)etc. e onde levávamos cargas diversas, tropas correio(sempre muito apreciado)etc e as evacuações sempre que solicitado, tanto de tropas como civis.
Também fazíamos reconhecimentos visuais e de Posto de Comando Aéreo em apoio de operações em curso no terreno com chefia de graduados do Exercito, armados por vezes com dois ninhos de foguetes de 37mm para apoio imediato às mesmas.
Os T6, armados com vários tipos de bombas, de fragmentação, demolição e outras, executavam missões de
Bombardeamento em pré preparação de operações, desmantelamento de estruturas controladas pelo IN ou em zonas previamente declaradas, por um período de tempo, como de intervenção.
Armados com foguetes(72 divididos em dois ninhos de 36,um em cada asa)dávamos apoio a colunas em permanência no ar ou aterrados numa pista próxima e em alerta máximo,
Também acompanhávamos navios da Marinha permanecendo no ar até terminar o trajeto.
Lembro-me do percurso entre o Geba largo até Xime.
É difícil descrever todas as missões que se executavam no TO,a memória também não está fresca.
2-Depois de Abril de 73 alteraram-se algumas coisas.
A História dos Strellas já foi descrita e dissecada suficientemente.
Quando foi abatido o Ten.Pessoa, sendo o primeiro, não tínhamos noção alguma de que arma seria e muito menos das suas características, o que nos ajudaria nas contra medidas.
Nesse mesmo dia,fui um dos primeiros a fazer buscas pois estava em Aldeia Formosa noutra missão(A acompanhar a coluna de Buba para Aldeia)
Tendo sido alvejado com um primeiro míssil, e tendo escapado(ainda não tenho explicação)e o asa da parelha Furr.Carvalho alvejado com mais 2 a 4 mísseis em tiro directo, nunca seria atingido pois os rastos dos mísseis eram bastante visíveis, e isso é que foi importante pois pela primeira vez já se adivinhava que não era uma mera arma convencional, apesar de já ter havido um ou dois episódios anteriores sem consequências e até se atribuíram a outra armas.
A esta distância no tempo, penso, que nesse dia, por precipitação, inexperiência ou aselhice, esgotaram o stock de mísseis existente para os tempos que se seguiram, pois no mesmo dia os ares de Guileje e arredores foram sobrevoados por variadas aeronaves nas buscas do Pessoa,a altitudes de morte certa, e mais nenhuma foi alvejada.
O que foi observado nesse dia foi descrito no respectivo relatório de voo, obrigatório em todas as missões.
Até ao abate do Ten.Cor.Brito,nosso Chefe Operacional,não houve alterações significativas dos procedimentos de voo,não tínhamos informações seguras de que arma e as suas características, para proceder conforme.
Houve a hecatombe do dia 6 Abril, na zona de Guidaje,onde foram abatidas três aeronaves, tendo morrido as tripulações e passageiros ,Maj.Mantovani,Furr’s.Baltazar e Ferreira como pilotos.
Nos dias imediatos(2 dias?),com a morte de uma grande percentagem,num pequeno universo de pilotos na Guiné e aeronaves abatidas, sem sabermos com rigor qual a arma,as suas características, que contra medidas adoptar,em choque,e porque não éramos “Kamikase”,paramos para análise da situação e para definição das estratégias a executar. Estavam em questão a nossa segurança, eventuais passageiros e das aeronaves
A partir destas datas,houve alterações significativas nos procedimentos e parâmetros de voo.
Os bombardeamentos de Fiat e T6 passaram a ser feitos a altitudes superiores às habituais o que lhe retirou alguma precisão.
Houve a recomendação para evitar a altitude de voo entre os ~50 pés(~15 a 20mts) e os ~7500pés(~2500mts),pois eram os parâmetros de eficácia dos Strellas.Os hélis continuaram em altitudes baixas(a rapar) pois não precisavam de alguma altitude para aterrar.Nos DO’s,inicialmente subíamos em espiral à vertical das pistas,até atingir a altitude de segurança,e descíamos à vertical dos destinos.
Rápidamente abandonamos esse procedimento,pois com cargas máximas,temperaturas elevada do ar e dos motores e com uma demora de 30 min. a atingir a altitude,já apareciam alguns problemas técnicos,e começamos a rapar as bolanhas e os rios.
Aqui quando a experiência e conhecimentos do terreno eram verdes poderia haver problemas de navegação.e na época seca a visibilidade também era escassa.
Nesta modalidade,as comunicações com a Sala de Operações da BA12(Marte era o indicativo)tornaram-se difíceis e resolveu-se o problema pondo T6´s no ar a altitudes elevadas que faziam ponte às comunicações com as aeronaves que andavam a rapar.
Do início de Abril 73 ao início de Julho não voei,entre 2 meses inoperacional, às custas de um acidente em 2 rodas e 1 mês de férias.Contudo prestei serviço de terra na sala de operações com o control das aeronaves no ar.
De Julho ao fim d’ano,quando terminei a comissão, ainda fiz 161 vôos operacionais em T6 e DO’s o que perfez cerca de 215 horas de voo.
Daqui se conclui que o ritmo operacional se manteve, mesmo com a presença das novas armas no TO,com alterações dos parâmetros de voo e condicionalismos de alguns locais.
De realçar o desempenho de toda a equipa de especialistas, das diversas áreas, que nos colocavam os aviões operacionais com todo o profissionalismo e competência.
Também as enfermeiras pára-quedistas que nos acompanhavam, com abnegação e profissionalismo, em inúmeras evacuações merecem o nosso reconhecimento e carinho.
Resumindo, a Força Aérea continuou a voar.
Tentei resumir, muito fica por dizer, outros podem dar a sua achega e corrigir-me, posso falhar nos pormenores e a memória não é eterna.
Gil Moutinho (Furr.Pil Mil. T6’s e DO’s 72/73 Guiné)
VB.Excelente voo Gil.
Realmente muito se tem escrito sobre este assunto mas,sinceramente,foi analise mais perfeita a tais acontecimentos que já li.

Voo 1928 OS CRIMES DO ANTÓNIO.



Manuel Bastos
Fur.Mil.OP.Esp.
Coimbra



Os crimes do António

Não entendo a autoflagelação nacional. Fazendo um esforço para descer o meu nível de entendimento à escala da imbecilidade, vejo de vez em quando uns inconsoláveis patriotas cheios de piedosas intenções, ungindo a desgraça nacional com uma autoridade moral de que me escapa a origem. Não passam de criaturas carentes de atenção e de afecto a babarem-se de ciúme. Viram para os seus pares as suas pulhas, e são frequentemente aduladores das grandezas forasteiras; como se ao dizerem mal da sua própria família fizessem crer que degeneraram em qualidade. O nosso grande defeito é dar-lhes atenção.

Alguns chegam ao extremo, como se viu recentemente um grande escritor numa entrevista, de confessarem crimes de guerra que nunca cometeram, por mera falta de oportunidade, já que não por rectidão, pois que não estão a penitenciar-se, estão a tentar resgatar um passado em que passaram ao lado da tragédia sem mérito nem glória, e de onde vieram sem ao menos terem uma história sua para contar.

O espaço da ficção é onde podem recriar o enredo das suas vidas, corrigindo a mediocridade das suas experiências, quando as tiveram. Já as declarações públicas, tentando o número da carpideira lamurienta alardeando os podres nacionais, e ainda por cima incluindo-se neles sem pudor nem arrependimento, são um acto patético de volúpia do ignóbil.

Coitados, fazem tudo isto por vergonha de assumirem a própria insignificância, preferem negar a inocência sem mérito, à custa da duvidosa confissão de um crime colectivo.

Manuel Bastos

sábado, 25 de setembro de 2010

Voo 1927 COMO TU ERAS E COMO TU ÉS,MEU AB3...




António Loureiro
Fur.PA
Figueira da Foz





Dá-me licença senhor Comandante

Uma pequena homenagem ao AB3, para complementar o trabalho fotográfico do nosso camarada Américo Dimas


BASE AÉREA - (esquecida no meio do mato)

Quem tu eras e quem tu és
Outrora cheia de vida
E sempre operacional
Agora que estás esquecida
Abandonada e perdida
Até me faz sentir mal

Com uma imagem bonita
Sempre limpa e a brilhar
Apesar dos sacrifícios
Dava gosto trabalhar

Mesmo apesar do calor
Do sofrimento e da dor
Tudo bulia, tudo mexia
Fazíamos o que se podiaLegenda: AB3 em 1973.
Foto:João Sousa(direitos reservados)

No constante movimento
Dos hélios e os aviões
Fazia-nos sentir válidos
Batia-nos os corações

Depressa, mais um ataque
Rápido, é uma evacuação
O pessoal estava sempre pronto
Para o cumprimento da missão

Cada um no seu cantinho
Para além daquele portal
Todos ficavam tristes
Quando algo corria mal

Mas hoje assim já não é
E ficaste abandonada
Muito triste e desprezada
Que pouco resta de pé

Legenda:O estado interior em que actualmente se encontra o AB 3.
Foto.Américo Dimas(direitos reservados)


Legenda:Estado actual do AB3,Negage.
Foto:Américo Dimas (direitos reservados)
As telhas foram caindo
E o capim foi crescendo
Agora pouco mais resta
E assim foste morrendo

A política foi mudando
E os objectivos também
Tivemos que regressar
Ao colo da Pátria mãe

Jovens da aviação
Com orgulho sem igual
Sempre fomos os maiores
Soldados de Portugal

Loureiro

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Voo 1926 MORREU O "PAI"DA CAIXA NEGRA.








David Warren

Inventor da "Caixa Negra"

Austrália



Marco da aviação

Morreu o inventor da "caixa negra"

O australiano David Warren , que inventou a "caixa negra" dos aviões há 54 anos, morreu com 85 anos de idade.




David Warren desenvolveu a ideia de registar as vozes dos pilotos de aviões e dos instrumentos da cabina durante a investigação ao acidente de um Comet, o primeiro voo comercial em 1953.
Na altura, Warren era investigador em aeronáutica em Melbourne. O Departamento de Aviação Civil australiano considerou o invento "inútil".
Apesar do desinteresse das autoridades, construiu um protótipo em 1956, capaz de guardar quatro horas de registos vocais e de dados de voo.


Hoje em dia, a "caixa negra" é um instrumento indispensável da maioria dos aviões.

"O dispositivo de registo de dados de voo de David Warren trouxe uma contribuição incalculável à segurança da aviação", considerou o ministro australiano da Defesa, em comunicado no dia da morte do inventor.