Mansoa,9 de Setembro de 1974,foi entregue o território ao PAIGC e hasteada,oficialmente, pela 1ª vez a bandeira da Guiné-Bissau.A bandeira Portuguesa foi arriada pelo Fur.Mil.Op.Esp. Eduardo Ribeiro.
Mensagem do António Correia:
2ºSargº.MMA
Como sempre.no dia 25..04.1974,pelas 6:00h da matina,os ZÉS dos Hélis,bem como das outras esquadras,preparavamo-nos para retirar os aparelhos dos abrigos,isto é,os G91 e ALL,pois os T6 e DO,ficavam na rua,quando o Comandante do Grupo Operacional(GO) vem de geep pela placa e diz aos Chefes da linha: -Hoje não voamos,por isso não retirem os helicópteros dos abrigos,isto sem qualquer explicação.
Todos os ZÉS ficaram muito preocupados e comentávamos o que teria acontecido?!
Confesso,eu fiquei atordoado,sentei-me e no chão a pensar e a dissertar naquelas questões que o Sr.Prof.Luis Fraga muito bem desenvolve e com grande sabedoria.
Passados alguns minutos(não sei quantos)despertei dos meus pensamentos com as manifestações de alegria dos outros Camaradas presentes.Eles diziam que tinha havido uma revolução em Lisboa(estavam a ouvir a BBC). Juntei-me a eles e disse:-Calma porque ainda é cedo para muitas alegrias,se assim é pode haver muito sangue nas ruas da Capital?!...
Faltavam-me 7 dias para acabar a comissão e de que maneira eu pensava nos Strella,etc,mas se Deus quiser,lá em Lisboa, onde estava a minha esposa e filho, tudo há-de correr bem.Finalmente,dia 26.04.1974 a Emissora Nacional começou a emitir em onda curta e assim todos ficaram a saber que,afinal,era a revolução dos cravos!
Passou um mês,antes do regresso a Lisboa,que foi extremamente complicado,com o regresso em massa do IN a Bissau,as pilhagens,as ameaças,etc.,(como era difícil ir beber uma cerveja e comer umas ostras cozidas,talvez as~´ultimas)as mulheres e crianças dos Oficiais,dos Sargentos e outras que acompanharam os maridos,tiveram de ser recolhidas nas messe e clubes,ninguém garantia a seguranças nas suas casas,assim todos juntos a segurança era mantida por Paraquedistas,como se costuma dizer "armado até aos dentes".
Lanço aqui um desafio a todos os ZÉS que lá viveram o 25 de Abril,contem-nos o que sentiram,o que se lembram dessa data e dias seguintes.
Um grande abraço para todos.
António Correia
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