Luis Santos
1ºCb.Enf. FAP 1ª/68 Tete
Algueirão-Sintra
1ºCb.Enf. FAP 1ª/68 Tete
Algueirão-Sintra
O Luís no seu local de trabalho dedicado à ortopedia
Amigo Vítor Barata:
Ao ler um artigo de um nosso colega sobre o T. C. Tomás, tenho a minha historia passa da com ele:
Alistei-me em 1967 em Luanda para fazer a recruta de 1968, embarquei para Lisboa no aeroporto Craveiro Lopes em Luanda, para Lisboa nos famosos DC6, onde tínhamos que trazer Farnel para assim podermos p'assar as 12 horas de voo, com escala por Guiné Bissau BA12.
Chegamos em Janeiro 1968 não sei a que data, fazia muito frio, e eu que era um friorento, não havia roupa quente que me aquecesse.
Chegados a Lisboa, fomos encaminhados para Santa Apolónia, apanhamos o comboio, que nos levou até Vila Franca de Xira.Em Vila Franca de Xira, esperava-nos uma camioneta da BA1 Ota, que nos transportou até á Base.
Para mim era tudo novo, até ali nunca me tinha separado dos meus pais e irmãos, foi uma experiência nova e saudosa.
A minha vontade era de voltar logo no próximo avião.
Mas também dizia, se voltasse, era dar sinal de fraco, um Homem, é um Homem, um gato, é um bicho e uma galinha é um espicho.A muito custo lá me fui adaptando á nova realidade e adaptando á vida da Base com os meus colegas ultramarinos.
A Base Aérea da Ota, para mim é e foi o Santuário da nossa purificação como membros da família FAP, pois ai aprendi a ser gente, a respeitar o meu semelhante, a respeitar uma bandeira e a amar a minha Pátria, e a defender a minha língua que é o Português com muita honra.
A Ota foi a minha 2ª casa, onde o Pai e Mãe eram os meus superiores, que me ensinaram a respeitar valores humanos e éticos que sempre perpetuaram até aos dias de hoje.
As 6ªs Feiras hora da formatura do fim de semana, em que recebíamos o nosso passaporte de fim de semana para assim podermos sair da Base e irmos até Lisboa, quem tinha família em Lisboa e outros para outros destinos.
Eu tinha família em Lisboa, e era o autocarro dos Claras que me trazia a mim e mais colegas até ao Parque Eduardo VII e cada um seguia os seus destinos.às 6ªas Feiras o T.C. Tomás e mais o seu ajudante de campo, dava-nos sempre conselhos, quanto ao comportamento que deveríamos ter, fora da base e fazia uma avaliação, quanto á nossa evolução na recruta.
Lembro-me de um episódio muito engraçado que se passou no Carnaval:
Os Ultramarinos, não saíram para Lisboa, porque o dinheiro era pouco, e resolveram ficar e resolveram fazer uma partida de Carnaval.
Um dos colegas tinha jeito para trabalhar em ráfia, resolveram fazer um rabo em ráfia e quando o clarim se dirigiu á parada para o toque do meio dia, para o almoço e render dos oficiais de dia cabos de dia etc., forma por traz dele, e colocaram-lhe o rabo de ráfia.
Que espectáculo engraçado e expulsivo de riso um clarim em sentido tocando o toque da ordem, com um rabo de ráfia a dar a dar ao vento.
Era ver colegas meus no chão a rebolarem-se de riso até não poderem mais.outros á espreita, a ver o cenário.o pior estava para vir:
O T. C. Tomás ia a passar, ao ver o clarim naquele preparo, deu meia volta ao seu renault Beje, saiu do carro e foi colocar-se em frente ao clarim.
Confesso que iria pensar que as coisas iam azedar para o dito clarim.
Este porem ao ver o T.C. Tomas, tão aprumado e sério diante dele, não sabia o que fazer, e como é sabido um clarim não faz continência aos seus superiores, isto é batendo a pala. mas foi mesmo o que o dito clarim fez,O T.C. Tomás, de seguida disse:
Eu acho que um clarim não deve bater a pala aos seus superiores, não sei, é melhor ver.
O clarim já passava o instrumento de uma mão para outra, sem saber o que fazer.
A um dado momento o TC Tomás disse:
Olhe lá você é cavalo?!
Eu cavalo? respondeu o clarim.
Sim traz ai um rabo, vá lá á camarata e tire isso ok.
Portanto o T. C.- Tomás não era má pessoa, o mito que criaram á volta dele, que faziam o terror dos recrutas.
Não tive nada a apontar em desabono deste senhor que sempre me tratou com lisura e respeito. Um abraço para todos
Luís Santos
Ex.1º Cabo enfermeiro AB7 TETE
Ao ler um artigo de um nosso colega sobre o T. C. Tomás, tenho a minha historia passa da com ele:
Alistei-me em 1967 em Luanda para fazer a recruta de 1968, embarquei para Lisboa no aeroporto Craveiro Lopes em Luanda, para Lisboa nos famosos DC6, onde tínhamos que trazer Farnel para assim podermos p'assar as 12 horas de voo, com escala por Guiné Bissau BA12.
Chegamos em Janeiro 1968 não sei a que data, fazia muito frio, e eu que era um friorento, não havia roupa quente que me aquecesse.
Chegados a Lisboa, fomos encaminhados para Santa Apolónia, apanhamos o comboio, que nos levou até Vila Franca de Xira.Em Vila Franca de Xira, esperava-nos uma camioneta da BA1 Ota, que nos transportou até á Base.
Para mim era tudo novo, até ali nunca me tinha separado dos meus pais e irmãos, foi uma experiência nova e saudosa.
A minha vontade era de voltar logo no próximo avião.
Mas também dizia, se voltasse, era dar sinal de fraco, um Homem, é um Homem, um gato, é um bicho e uma galinha é um espicho.A muito custo lá me fui adaptando á nova realidade e adaptando á vida da Base com os meus colegas ultramarinos.
A Base Aérea da Ota, para mim é e foi o Santuário da nossa purificação como membros da família FAP, pois ai aprendi a ser gente, a respeitar o meu semelhante, a respeitar uma bandeira e a amar a minha Pátria, e a defender a minha língua que é o Português com muita honra.
A Ota foi a minha 2ª casa, onde o Pai e Mãe eram os meus superiores, que me ensinaram a respeitar valores humanos e éticos que sempre perpetuaram até aos dias de hoje.
As 6ªs Feiras hora da formatura do fim de semana, em que recebíamos o nosso passaporte de fim de semana para assim podermos sair da Base e irmos até Lisboa, quem tinha família em Lisboa e outros para outros destinos.
Eu tinha família em Lisboa, e era o autocarro dos Claras que me trazia a mim e mais colegas até ao Parque Eduardo VII e cada um seguia os seus destinos.às 6ªas Feiras o T.C. Tomás e mais o seu ajudante de campo, dava-nos sempre conselhos, quanto ao comportamento que deveríamos ter, fora da base e fazia uma avaliação, quanto á nossa evolução na recruta.
Lembro-me de um episódio muito engraçado que se passou no Carnaval:
Os Ultramarinos, não saíram para Lisboa, porque o dinheiro era pouco, e resolveram ficar e resolveram fazer uma partida de Carnaval.
Um dos colegas tinha jeito para trabalhar em ráfia, resolveram fazer um rabo em ráfia e quando o clarim se dirigiu á parada para o toque do meio dia, para o almoço e render dos oficiais de dia cabos de dia etc., forma por traz dele, e colocaram-lhe o rabo de ráfia.
Que espectáculo engraçado e expulsivo de riso um clarim em sentido tocando o toque da ordem, com um rabo de ráfia a dar a dar ao vento.
Era ver colegas meus no chão a rebolarem-se de riso até não poderem mais.outros á espreita, a ver o cenário.o pior estava para vir:
O T. C. Tomás ia a passar, ao ver o clarim naquele preparo, deu meia volta ao seu renault Beje, saiu do carro e foi colocar-se em frente ao clarim.
Confesso que iria pensar que as coisas iam azedar para o dito clarim.
Este porem ao ver o T.C. Tomas, tão aprumado e sério diante dele, não sabia o que fazer, e como é sabido um clarim não faz continência aos seus superiores, isto é batendo a pala. mas foi mesmo o que o dito clarim fez,O T.C. Tomás, de seguida disse:
Eu acho que um clarim não deve bater a pala aos seus superiores, não sei, é melhor ver.
O clarim já passava o instrumento de uma mão para outra, sem saber o que fazer.
A um dado momento o TC Tomás disse:
Olhe lá você é cavalo?!
Eu cavalo? respondeu o clarim.
Sim traz ai um rabo, vá lá á camarata e tire isso ok.
Portanto o T. C.- Tomás não era má pessoa, o mito que criaram á volta dele, que faziam o terror dos recrutas.
Não tive nada a apontar em desabono deste senhor que sempre me tratou com lisura e respeito. Um abraço para todos
Luís Santos
Ex.1º Cabo enfermeiro AB7 TETE