segunda-feira, 2 de março de 2009

821 FIATs G-91 NA BA12,NA BA6 E ATÉ NA FIL.










João Carlos Silva
Esp.MMA BA 4



Sobreda da Caparica







Companheiro Víctor,
Companheiros da Linha da Frente,
Na sequência da dramática descrição do acidente do Cor. Pilav Miguel Pessoa, no Post 770, hoje extraio a frase “…quando senti o impacto e a perda do motor, foi tentar pôr o motor a trabalhar normalmente, com a esperança de fazer uma ignição de emergência…” para vos trazer algumas lembranças do meu tempo de mecânico de FIAT G-91.
Um parêntesis para referir que, depois de ter trabalhado dois anos nestas aeronaves, já passaram praticamente 30 anos, pelo que peço desculpa por algum lapso e agradeço que me corrijam caso detectem alguma falha.
No FIAT G-91, o arranque do motor era feito com o auxílio de um cartucho de ar comprimido(?), não recorria ao gerador externo (put-put ?).
Na inspecção antes de vôo, o mecânico colocava dois destes cartuchos nos respectivos compartimentos junto do motor e com ligação ao mesmo.
No momento da ignição era accionado um destes cartuchos cujos gases então libertados imprimiam a rotação necessária do compressor para o fornecimento de ar suficiente ao arranque da turbina.
Se falhasse o primeiro cartucho era tentado o segundo, que caso também falhasse dava origem a que se tivesse de esperar alguns minutos (não me lembro quantos exactamente) até se poder fazer nova tentativa.
Com o motor a trabalhar o mecânico fazia a inspecção final para verificação de eventuais fugas, fecho dos compartimentos e substituição do cartucho utilizado, de forma a que o FIAT saísse para a missão com dois cartuchos novos, caso fosse necessário por falha do motor.



Envio uma fotografia, retirada do site Airliners.net, dos FIAT 5449 e 5452 no Tiger Meet de 1979 em Cambray, França, ilustrando a fase de arranque dos motores.
Ainda relacionado com isto, num dos dias de operação na BA6, grande parte dos pilotos e especialistas observavam no exterior do hangar uma parelha de FIATs a treinar algumas manobras para um Tiger Meet, quando se sente algo realmente anormal na evolução de uma aeronave, o silêncio. O motor tinha parado.
Seguiram-se alguns segundos dramáticos entre os presentes, mas, felizmente o piloto conseguiu proceder à tal ignição de emergência que o Miguel Pessoa referia (infelizmente no caso dele já não era possível) e aterrou em segurança.
O outro ponto é referente aos dados históricos de acidentes com FIATs na Guiné enviados pelo Arnaldo Sousa, para referir que através dos sites Airliners.net e Walkarounds me apercebi que o 5407, acidentado em 22/02/1967, então pilotado pelo Major Armando Moreira (comandante da esquadra 121) que se ejectou, esteve em exposição na FIL, Parque das Nações, por ocasião do 50º aniversário da FAP (será possível?).
Saudações Especiais a todos os Companheiros da Tertúlia Linha da Frente e aos visitantes deste espaço.
João Carlos Silva, MMA,
Jaguares (FIAT G-91), 2ª/79
FIAT G91_5449_5452 (Tiger Meet79_Motores ).jpg44K Visualizar Download