terça-feira, 3 de março de 2009

827 O ASSASSINATO DE NINO VEIRA ANALISADO EM ANGOLA.


Américo Dimas
Espe.Marme Guiné
Angola
VB. O Américo,que como sabemos encontra-se actualmente em Angola exercendo a sua actividade profissional da Consultoria e Fiscalização de obras numa empresa Angolana,analisou assim a morte de Nino Vieira:
“Olho por olho, dente por dente”
Há medida que os dias avançam, começam a ficar mais claros os motivos de tão drástico acontecimento, que só veio aumentar a “fervura”daquele vulcão em ebulição.Não foi por acaso que Nino Vieira morreu, isso ninguém tem dúvidas.Aliás era uma morte anunciada de há muito, face ao clima político-militar existente na Guiné-Bissau ao redor do percurso político do seu Presidente, do Governo e dos militares.Por várias vezes escapou a atentados à sua vida, mas nem por isso soube colher os ensinamentos nem soube reflectir quanto à sua conduta como guineense que era, e Presidente eleito com a força do voto do seu povo, que nele confiava e depositava esperança, quiçá pelo seu histórico papel preponderante durante a luta pela libertação nacional.
Quando em 1973 proclamou a independência da Guiné-Bissau, no seu pensamento certamente não pairava o espectro sanguinário com que conduziu o seu país após ter deposto Luís Cabral em 1980, pondo aferro e fogo o seu próprio povo, que ano a ano e ao longo de 19 anos,viveu cada vez mais na miséria, sem recursos nem apoios internacionais que lhes valesse.
A Guiné-Bissau de hoje é o resultado de anos a fio de políticas desastrosas, corruptas, onde os interesses particulares se sobrepõem aos interesses das comunidades, colocando-a como um dos cinco países mais pobres do mundo.
Não estarei muito longe da verdade se considerar que a morte de NinoVieira, cerca de apenas 8 horas após o atentado que vitimou o CEMGFA,General Tagmé Na Waie, seu inimigo declarado, aconteceu por um ajuste de contas ou uma consequente retaliação, prevista face à morte do primeiro, pois segundo a imprensa, não se tratou de tentativa de golpe de estado.
Com a morte de João Bernardo Vieira “Comandante Nino”, foi folheada mais uma página da história de um povo verdadeiramente carente e merecedor de um verdadeiro líder, que saiba conduzir o país pelos caminhos da prosperidade, tão difíceis de atingir face aos conflitos étnicos, religiosos e culturais, existentes naquele país como em tantos outros de África.
Aguardemos com esperança, que o próximo Presidente da Guiné-Bissau,saiba e possa virar o rumo triste da história deste povo.
Américo