terça-feira, 17 de março de 2009

VOO 860 OS CARTUCHOS DO FIAT.




Miguel Pessoa
Cor. Pilav. Refº. Guiné
Lisboa

Víctor,
Apenas um à-parte sobre os cartuchos do Fiat (1). A memória já me atraiçoa por vezes, mas tenho a ideia que, quando prevíamos a aterragem do Fiat noutro aeródromo onde não dispúnhamos de apoio (ex: Nova Lamego), pedíamos ao mecânico que nos dava saída o sacrifício de mudar o cartucho detonado, de modo a permitir-nos uma falha no arranque nesse aeródromo, onde não havia pessoal nem material de apoio. Bem bastava que tivéssemos que aterrar sem paraquedas no regresso à BA12! (E nas horas de maior calor tinha que haver algum cuidado para não "comermos" a pista toda). Mas não posso garantir que essa troca do cartucho fosse habitual ou simplesmente uma excepção à regra.
Ainda no texto que enviei sobre a minha ejecção, na situação de emergência em que me encontrava não me referia ao uso do cartucho em voo, mas sim da "ignição de emergência", um interruptor colocado na manete do motor. Na verdade já não me lembro da sua designação oficial, mas penso que não ficam dúvidas acerca daquilo a que me estou a referir, e que o companheiro Cristiano Valdemar também menciona.
Abraço.
Miguel Pessoa


JC: O nosso companheiro Miguel Pessoa envia-nos esta informação, relativa ao tema dos cartuchos do FIAT.
Neste caso, é ilustrada a “boa práctica” de levar 2 cartuchos intactos, para as missões em que se pudesse prever a aterragem em locais sem apoio. (Eu tenho quase a certeza que na BA6, 1980-1982, se fazia sempre esta operação).
Também precisa o significado de “ignição de emergência”, pois esta não se referia à utilização de cartucho em voo, antes ao processo explicado pelo Cristiano no post 853 e que o meu post 821 pode dar origem a má interpretação.

Importante a contribuição de todos para que fiquem registados mais dados e o mais fidedignos possível.

Fico de serviço na Linha e pronto para o” receber” na próxima missão.
Saudações Especiais


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