Joaquim Mexia Alves
Alf.Mil.Op.Esp. Guiné
Monte Real
Caros Camarigos, especialmente camarigo Miguel Pessoa
O texto do Miguel Pessoa(1) é algo que só um homem de coração grande e alto espírito de camaradagem pode escrever.
Depois de ter sido abatido no seu avião, (uma experiência altamente traumática), de ter passado uma noite numa mata que não conhecia, em terreno hostil, muito hostil, (não é preciso um desenho para se perceber o que deve ter passado nessa noite e como isso o marcou), ainda vem quase pedir desculpa por não ter estado com os seus camaradas durante 4 meses.
Onde estão homens como este hoje em dia?
Numa nação que se recusa a reconhecer ex-combatentes nascidos na Guiné, Angola, Moçambique como portugueses, recusando-lhes o magro sustento que uma pátria verdadeiramente agradecida lhes devia dar, um país que obriga aqueles que deram a sua vida ou grande parte da sua vida na sua defesa, (politicamente correcta ou não), a andarem de “Herodes para Pilatos” durante 34 anos para verem reconhecidas as suas doenças, as suas incapacidades, contraídas numa guerra assumida por esse mesmo país, é reconfortante apesar de tudo ler testemunhos como este.
Ao ler este testemunho do Miguel Pessoa renasce-me um pouco de esperança, ao perceber que se nós, ex-combatentes, quisermos, ainda podemos obrigar o estado português a assumir as suas responsabilidades perante os que lutaram e mais não pedem que uma vida digna, para que não fique definitivamente inscrita na nossa história, (tão rica de passado), a vergonha do abandono dos filhos que por Portugal lutaram, como então se dizia “do Minho a Timor”.
Abraço camarigo ao Miguel Pessoa e a todos os que nesta “Linha da Frente” se encontram
Joaquim Mexia Alves
O texto do Miguel Pessoa(1) é algo que só um homem de coração grande e alto espírito de camaradagem pode escrever.
Depois de ter sido abatido no seu avião, (uma experiência altamente traumática), de ter passado uma noite numa mata que não conhecia, em terreno hostil, muito hostil, (não é preciso um desenho para se perceber o que deve ter passado nessa noite e como isso o marcou), ainda vem quase pedir desculpa por não ter estado com os seus camaradas durante 4 meses.
Onde estão homens como este hoje em dia?
Numa nação que se recusa a reconhecer ex-combatentes nascidos na Guiné, Angola, Moçambique como portugueses, recusando-lhes o magro sustento que uma pátria verdadeiramente agradecida lhes devia dar, um país que obriga aqueles que deram a sua vida ou grande parte da sua vida na sua defesa, (politicamente correcta ou não), a andarem de “Herodes para Pilatos” durante 34 anos para verem reconhecidas as suas doenças, as suas incapacidades, contraídas numa guerra assumida por esse mesmo país, é reconfortante apesar de tudo ler testemunhos como este.
Ao ler este testemunho do Miguel Pessoa renasce-me um pouco de esperança, ao perceber que se nós, ex-combatentes, quisermos, ainda podemos obrigar o estado português a assumir as suas responsabilidades perante os que lutaram e mais não pedem que uma vida digna, para que não fique definitivamente inscrita na nossa história, (tão rica de passado), a vergonha do abandono dos filhos que por Portugal lutaram, como então se dizia “do Minho a Timor”.
Abraço camarigo ao Miguel Pessoa e a todos os que nesta “Linha da Frente” se encontram
Joaquim Mexia Alves
(1) Post 876
VB:Olha Mexia Alves,se me permites,vou utilizar o inicio do teu texto para comenta-lo,só que enquanto tu usas o singular e vou fazê-lo no plural.
A reciprocidade existente entre o teu e o do Miguel,"só é possível entre dois homens de coração grande e alto espírito de camaradagem".
Efectivamente julgo ser uma grande virtude de que vocês desfrutam e contagiante a quem tem o privilégio os de ler.
A analise que fazes do Miguel é uma realidade. Efectivamente estou convencido que até aqueles que nunca conviveram com ele mas que lêem os seus textos,lhe conseguem encontrar esses atributos.
Hoje é o "tal "dia em que à 36 anos atrás, Deus o remeteu a nós dizendo que ainda não tinha vaga para ele.