Pedro Garcia
Esp.OPC Angola
Baixa da Banheira
Chamado a atenção, também li a reportagem do Correio da Manhã sobre as desventuras do nosso colega Mrádio em terras de Angola.
Estive em Angola, durante 26 meses, era OPC, estive em operações com a esq. 94, em que os meios aéreos eram os hélis, Allouete ou Puma as DO27 e os Nordatlas (barriga de ginguba) e os DC3, estes últimos para nos deslocarmos com a bagagem de um lado para o outro.Voar, para além das deslocações, só por convite ou a pedido, para fazermos alguma EVAC, (1) RVIS (2) ou DMOV (3) .Nesse período quem manuseava o helicanhão era o mecânico do aparelho, ou seja um MMA. No entanto foi-me dado a conhecer que em períodos anteriores teria sido manuseado por paraquedistas e mecânicos de armamento.
Sobre a reportagem do Correio da Manhã não me identifiquei com ela, poderei dizer que no meu tempo nada era assim, mas como foi em período anterior não poderei desmentir.Uma coisa é certa, os héllis não andavam presos por arames e, na minha altura, já eram um pouco mais velhos.Poderei até afirmar que eram muito bem tratados, quando chegavam, fosse a que horas fosse e mesmo que chovesse torrencialmente, levavam sempre o tratamento adequado, eram devidamente resguardados e só depois é que o mecânico respectivo dava por terminado o seu dia de trabalho, passando depois para a reposição da sua higiene pessoal e, de seguida, após a refeição, passava para o divertimento com as "loiras" da região. (Nocal, Cuca e, em menor escala a Eka).
Li o relato do Carlos Alves e com aquela descrição eu, imediatamente, me identifiquei, eram reacções de especialista. Embora o relato se refira a Moçambique em Angola o especialista era assim.Não que não fosse capaz de enfrentar e resolver situações perigosas, no entanto enquanto elas não aconteciam o "stress" era imenso.
Pedro Garcia OPC 3ª/69Angola 71/73
(1) EVAC Voo de Evacuação
(2) RVIS Voo de Reconhecimento Aéreo
(3) DMOV Voo Diversos Movimentos
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