quarta-feira, 8 de julho de 2009

VOO 1080 A CARTA DO ANIBAL GOMES


Aníbal Gomes
Esp.ABST
Coimbra
Meu caro amigo,
Espero que estejas de saúde, uma vez que quanto à "operacionalidade" vejo que estás bem e recomenda-se.Tenho acompanhado a tua página e o seu enriquecimento cada vez mais valioso, lamento que quem teria a obrigação de divulgar grande parte do que se passa no teu blogue não o faça, estou a falar da AEFA, mas adiante...Confesso que algumas das noticias, boas e menos boas, as tenho recebido através do teu blogue.Venho pedir-te o favor, se possível, se me envias com melhor qualidade a foto que consta no teu site referente à "2ª/79 1ºPel.2ª Esqª ", porque, penso eu, é o meu pelotão de recruta.Aproveito, caso o entendas, e fica ao teu critério a divulgação da minha "Carta Aberta", ou parte dela, à Direcção Nacional.A carta em questão foi, como teria que ser, já dirigida à Direcção nacional da AEFA na semana passada, no entanto, comuniquei-lhes que eu poderia entrega-la a quem bem entendesse, com o único objectivo de tentar chamar à "reflexão" sobre os "incidentes" recentemente protagonizados entre a Direcção Nacional e o Núcleo de Coimbra que, face ao aproximar das comemorações da Serra do Carvalho, não ficam bem a todos os intervenientes.
Um abraço especial com as habituais saudações aeronáuticas
Aníbal C Gomes



Exmº Sr.
Presidente da Direcção da
Associação dos Especialistas da Força Aérea

Venho por este meio e em jeito de carta aberta à AEFA dirigir-me a Vª Exª com o texto abaixo onde explano o que me vai na alma e no final da sua leitura espero que tenha aproveitado algumas das palavras.
Com esta carta aberta espero ter contribuído para o bem-estar da AEFA.
Esta “Carta Aberta” que vos dirijo, apesar de ser um documento meramente pessoal, não implica que se eu o entender, num futuro próximo, o possa divulgar junto de outras personalidades/instituições.
Esta informação não é mais que uma comunicação pessoal e para tomarem conhecimento.
Com os melhores cumprimentos e saudações Aeronáuticas.
Aníbal Gomes
Associado nº 206


CARTA ABERTA À DIRECÇÂO DA AEFA

Para começar passo a perguntar à actual Direcção Nacional da AEFA o seguinte:
Os senhores por acaso sabem o que é um processo de averiguações? E uma nota de culpa? E um processo de inquérito? E uma acusação? E o que são articulados? E prazos? E notificações? Sabem o que são graduação de penas?... E não digo mais, porque muito havia para questionar sobre o que é a área disciplinar.
Pois é… se não sabem convido-os a “estudarem” um pouco e assim livram-se de serem apelidados de incompetentes, irresponsáveis, a meterem-se em áreas que não sabem e/ou não dominam e ainda a estarem sujeitos a serem alvo de “chacota” e, mais grave ainda, a serem processados em sede Judicial.
A decisão que a Direcção Nacional tomou sobre os dirigentes do Núcleo de Coimbra demonstra um total desconhecimento da forma como se realiza um processo de averiguações, bem como a sua tramitação processual e a respectiva, se provada, aplicação das medidas sancionatórias, tornando claro a obsessão de querer, intencionalmente, atingir toda a comunidade do núcleo de Coimbra, tornando claro a sua forma “autista”, “vingadora”, intimidatória, prepotente e de poder destrutivo, não olhando a quem, e desta forma poderem ser os membros que constituem a Direcção Nacional integrar as acções previstas no disposto no artº 11º nº 1 do Regulamento, para além de outras irregularidades, estas sim, passíveis de poderem integrar infracção disciplinar, nomeadamente o abuso do exercício do poder.
Por todos é conhecido e reconhecido as capacidades de trabalho, de mobilização e realização de eventos pelo núcleo de Coimbra, que em alguns casos são de relevo nacional
A Direcção Nacional que tem o dever de tentar procurar soluções com vista à captação de novos membros para integrar as suas fileiras, numa altura em que, cada ano que passa, é notório o afastamento de membros desiludidos e desgastados pela forma quererem obrigar os seus associados a participar em acções para os quais podem não se sentir motivados ou porque excedem os seus orçamentos disponíveis e, desta forma, são obrigados a abdicar.
Será que a Direcção Nacional já pensou o quanto está cara a vida para a maioria dos cidadãos?
Será que a Direcção Nacional já reflectiu que não é com vinagre que se apanham moscas?
Será que a Direcção Nacional já reflectiu que se deve preocupar em arranjar forma de enriquecer e aumentar o número de associados em vez de destruir e/ou afastar os poucos que lhe restam?
Será que a Direcção Nacional, uma vez que estamos a viver “números estatísticos”, já examinou e reflectiu sobre as causas que levam à diminuição constante de participantes nos encontros nacionais nos últimos anos?
Será que a Direcção Nacional ao olhar para o número real de associados que possui, em cada ano que passa são cada vez menos os que têm as cotas em dia, com tendência a aumentar o número dos incumpridores.
Será que a Direcção Nacional já ponderou e reflectiu que pode estar a preparar o princípio do fim da AEFA?
É que estas atitudes ao chegarem ao conhecimento das chefias da FAP poderão ser o princípio do fim das poucas regalias que a AEFA ainda detém e à FAP fará muito jeito, porque eles (FAP) também sabem quem trabalha, quem perde muitas horas para se dedicar à causa e começando a haver conflitos e divisões é meio caminho para “fechar” a porta a outras coisas.
Meus senhores por acaso já pensaram em me penalizar por eu não ter ido aos encontros nacionais há mais de 20 anos? Mesmo quando era membro da direcção do núcleo de Coimbra. E aproveito para lhes dizer que, felizmente, não é por questões financeiras. Pensem nisso, mas também pensem que existem muitos “camaradas” nossos que o fazem pelos mesmos motivos que eu.
A obsessão da Direcção Nacional em querer “asfixiar” o Núcleo de Coimbra, reconhecidamente um dos que mais trabalha a nível nacional, pode tornar este Núcleo ainda mais forte, unido e frontal e poder criar uma autonomia de forma a trabalhar e a manter todos os projectos em que normalmente se envolve, apenas não usando o nome “AEFA”, com um à vontade e reconhecido mérito de alguns dos vários chefes militares que fazem questão de estar presentes em alguns do seus eventos já carismáticos.
Pois é… acontece que no passado dia 6.Jun eu preferi estar com grande parte dos meus “camaradas” num almoço que comemorou os 30 anos da nossa incorporação do que ter ido às comemorações da AEFA em Beja, será que por isso vou ser suspenso ou expulso?
Aproveito para lhes comunicar, que neste momento, possuo em meu poder uma base de dados com mais de 300 elementos da minha incorporação (2ª de 79), que pensei em vos oferecer, com o intuito de enriquecer a AEFA, mas pensando melhor não o vou fazer, pelo menos por ora, porque os senhores não estão sendo dignos da causa Aeronáutica, antes pelo contrário com a forma obstinada, prepotente e ditatorial, com medo que alguém vos tire o “tacho”, que digamos de passagem é fraco, apenas arranjam forma das pessoas se desinteressarem e procurarem alternativas mais agradáveis que elevem o ego.
Meus senhores penso que a decisão que tomaram foi irreflectida e tomada a “quente”, que neste momento, ainda poderá ser reparada, vejam quem precisa mais de quem para poder elevar o nome da AEFA e não a destruí-lo de forma a agudizar, isto porque as diversas acções programadas pelo núcleo de Coimbra fazem-se sempre na mesma, com a Direcção Nacional ou sem ela. E não creio que seja a Direcção Nacional que venha à região de Coimbra querer fazer as actividades agendadas sem o apoio dos locais.
Finalmente apenas vos avivo a memória, de que em democracia as pessoas são livres de escolherem o que fazer ao tempo que têm disponível e ocupá-lo da forma como entenderem, não são os senhores nem ninguém que obrigam ou impõe outros “camaradas” a fazer o que quer que seja.
Eu apenas falo por mim e de certeza muitos pensam da mesma forma que eu, mas atitudes destas apenas levam a que se instale o desinteresse, porque as pessoas já não estão para se chatear quando o que pretendem é usufruir de bons e agradáveis momentos e, muitas delas, infelizmente, já poucos anos de vida têm pela frente, porque a geração do ultramar já anda na “bela” idade de 60 e 70 anos e os outros se não forem motivados tem tendência a procurar as muitas opções que a sociedade hoje proporciona, com o enorme prejuízo para a AEFA.



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Agora, por fim, vamos imaginar uma história:
Então duas “famílias convidadas para homenagear uns amigos, uns amigos são locais e outros vivem mais distantes.
A homenagem tem duas partes distintas, na primeira parte, digamos a parte mais formal onde todas as famílias ocupam o mesmo espaço, todas têm o mesmo objectivo e pensamento, no entanto como quase todas as “festas”, também, tem a parte de convívio, neste caso comestível.
Acontece que a “família” que vem de longe, por uma questão de “birra”, não tem espaço na segunda parte da festa, prefere ficar isolada e então vai ter que se ausentar do local onde decorre a homenagem/festa, no entanto no local da homenagem continua a festa, com todos os participantes locais, com o poder local e alguns dos convidados que até vieram de longe. E tudo decorre com a normalidade no local com os homenageados.
A homenagem que no princípio tinha o objectivo de união entre “famílias” acabou por marcar uma divisão de família, que se vai diminuindo sem se aperceberem.

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Meus caros,
Gostaria que esta pequena história não passasse mesmo de uma pequena ficção….
Apenas relembro que as “feridas” depois de provocadas, mesmo depois de serem saradas deixam as suas marcas e nunca nada é igual ao princípio.
Como diz o ditado popular, a pedra depois de atirada, a bofetada depois de dada, mesmo que se peça desculpa e/ou perdão, ninguém tira a dor que causou.

Os objectivos e os ideais pelos quais todos gostam, adoram e enriquecem a família Aeronáutica é muito mais importante e superior que todas as divergências…