Augusto Ferreira
2ºSarg Melec/Av Inst Tete
Coimbra
2ºSarg Melec/Av Inst Tete
Coimbra
Cidade da Beira em Moçambique-1972/74.
Caros amigos, venho hoje falar-vos, da bonita cidade da Beira daqueles tempos, por onde passei algumas vezes, vindo do AB7-Tete, em serviço e em férias.
Quando pensei fazê-lo pela primeira vez, achei na altura, que seria a pessoa menos indicada, para me referir a ela, uma vez que tinha muitos companheiros, que lá passaram a sua comissão integralmente na BA10 e que estariam mais documentados, para falar dela.
Depois de pensar um pouco, concluí que provavelmente não. Talvez eu estivesse em melhores condições para o fazer. Porquê? A resposta é simples.
Os nossos companheiros ali colocados, viviam na cidade com normalidade e aceitavam sem sobressaltos, a sua rotina diária. Ao contrário do pessoal, que vinha do norte da província, das zonas de conflito armado, em que o ambiente de guerra estava presente e que automaticamente, condicionava todos os seus gestos do dia a dia, a sua chegada à Beira, funcionava como zona de descompressão.
Por esta razão, todas as pequenas coisas que eram banais, para os que lá permaneciam, assumiam grande importância para nós.
E os momentos, as horas e os dias, eram vividos intensamente em toda a cidade, durante aqueles períodos, onde a segurança era total e os ruídos da guerra estavam ausentes e distantes.
As visitas à boite Primavera, ao Molin Rouge aos cinemas Nacional, Novocine e S. Jorge.
O snack-bar Kanimanbo, que estava aberto 24h por dia, aonde podíamos comer um prego no prato, a qualquer hora do dia ou da noite.
A Marisqueira onde por 20$00, comíamos uma sapateira com salada. O excelente camarão de Moçambique, sempre bem acompanhado, com as suas cervejas Manica e Laurentina.
Na praia do Macuti, que frequentávamos bastas vezes, registei muitas fotos com companheiros nossos e tínhamos em algumas alturas do ano, a companhia dos “Bifes” que vinham da África do Sul e Rhodésia, que traziam sempre bonitas mulheres, nas férias que ali passavam.
Ficávamos instalados no “Bucelato” e quando chegávamos a tempo, jantávamos no “Impala”. Estes edifícios estavam alugados pela FAP, nesta cidade da Beira.
Desses anos estou a enviar-vos algumas fotos.
Uma com a vista que tínhamos da cidade, a partir do quarto no Bucelato.
Quando pensei fazê-lo pela primeira vez, achei na altura, que seria a pessoa menos indicada, para me referir a ela, uma vez que tinha muitos companheiros, que lá passaram a sua comissão integralmente na BA10 e que estariam mais documentados, para falar dela.
Depois de pensar um pouco, concluí que provavelmente não. Talvez eu estivesse em melhores condições para o fazer. Porquê? A resposta é simples.
Os nossos companheiros ali colocados, viviam na cidade com normalidade e aceitavam sem sobressaltos, a sua rotina diária. Ao contrário do pessoal, que vinha do norte da província, das zonas de conflito armado, em que o ambiente de guerra estava presente e que automaticamente, condicionava todos os seus gestos do dia a dia, a sua chegada à Beira, funcionava como zona de descompressão.
Por esta razão, todas as pequenas coisas que eram banais, para os que lá permaneciam, assumiam grande importância para nós.
E os momentos, as horas e os dias, eram vividos intensamente em toda a cidade, durante aqueles períodos, onde a segurança era total e os ruídos da guerra estavam ausentes e distantes.
As visitas à boite Primavera, ao Molin Rouge aos cinemas Nacional, Novocine e S. Jorge.
O snack-bar Kanimanbo, que estava aberto 24h por dia, aonde podíamos comer um prego no prato, a qualquer hora do dia ou da noite.
A Marisqueira onde por 20$00, comíamos uma sapateira com salada. O excelente camarão de Moçambique, sempre bem acompanhado, com as suas cervejas Manica e Laurentina.
Na praia do Macuti, que frequentávamos bastas vezes, registei muitas fotos com companheiros nossos e tínhamos em algumas alturas do ano, a companhia dos “Bifes” que vinham da África do Sul e Rhodésia, que traziam sempre bonitas mulheres, nas férias que ali passavam.
Ficávamos instalados no “Bucelato” e quando chegávamos a tempo, jantávamos no “Impala”. Estes edifícios estavam alugados pela FAP, nesta cidade da Beira.
Desses anos estou a enviar-vos algumas fotos.
Uma com a vista que tínhamos da cidade, a partir do quarto no Bucelato.

Legenda: Vista do quarto do Bucelato
Fotos: Augusto Ferreira (direitos reservados)

Legenda: Em cima da ponte sobre o rio Chiveve, com o Ribeiro MMA dos helis de Tete, tendo em fundo o Moulin Rouge.
Foto:Augusto Ferreira(direitos reservados)
Este rio tinha um leito lamacento e as suas águas ao desaguarem no mar, provocavam uma mancha de água turva, em toda a costa marítima junto à cidade da Beira. Tinha uns peixes anfíbios, que de vez em quando saíam da água, para vir procurar alimento ás margens, regressando de imediato ao rio.
Envio uma foto deste rio a cores, para demonstrar que ele era navegável.

Legenda: “Sermão” do Augusto Ferreira aos peixes
Fotos: Augusto Ferreira (direitos reservados)

Legenda: O Augusto Ferreira, ao centro, com companheiros na praia do Macuti
Fotos: Augusto Ferreira (direitos reservados)
Segue ainda outras, uma com pessoal da FAP, numa rua da cidade e outra no cais de carga e descarga de produtos locais.

Legenda: O Augusto Ferreira, 3º a contar da esqª , com companheiros numa rua da cidade de Tete
Fotos: Augusto Ferreira (direitos reservados)

Legenda: Aspecto do cais
Fotos: Augusto Ferreira (direitos reservados)
Espero que quem por lá passou naqueles anos, reconheça estes locais e num regresso ao passado os revisite. Um dia destes seguem outras, para matarem mais saudades.
Penso que o meu” tempo de antena” já terminou e por esse facto, despeço-me de toda a Linha da Frente, com um grande abraço, extensivo aos nossos comandantes, que se disponibilizam diariamente, para escutar estes Zés Especiais que tanto os admiram.
Nota: Esta mensagem, é um número especial, que ofereço ao nosso companheiro JORGE MENDES, que fez a sua comissão na BA10 nesta cidade, com os desejos de rápidas melhoras.
Até breve
Augusto Ferreira
JC: Companheiro Augusto Ferreira, aqui fica o teu “número especial” para o Jorge Mendes.
Saudações Especiais