quarta-feira, 16 de setembro de 2009

VOO 1169 A MINHA MATERNIDADE NA FORÇA AÉREA.




Fabricio Marcelino
Esp.MMA Guiné 1960
Leiria
A MINHA MATERNIDADE NA FORÇA AÉREA

O colega Manuel Lanceiro, no seu Voo 1160, lembrou o espírito especialista que nasceu há muitos anos na nossa bela juventude e, a maternidade foi a Ota.
Pois é verdade, mas só a partir de 1961,porque até aí as maternidades foram outras.


A minha por exemplo (1960) foi na gelada Serra da Carregueira (*), da qual junto foto das camaratas e 3 nasciturnos, equipados com a farda de treino e, armados com a velha Mauser.Somos da esquerda para a direita, eu,o António Francisco Febra e o Ângelo da Encarnação Francisco. Após a recruta fomos para os cursos que nos foram destinados.Eu e o António Febra para a B.A.1 Sintra (MMA) e, o Ângelo para Abastecimento, com destino à B.A.7, S.Jacinto Aveiro.Da incorporação de 1960 só foram tirados em Sintra os cursos de MMA e Pilotos, todos os outros eram distribuídos por outras Bases.Só a partir de 1961 as recrutas e os cursos passaram a ser tirados na Ota, excepto os que até aí, já iam para Paço de Arcos, que continuaram.
O Manuel Lanceiro fez-me recuar muitos anos para me lembrar do 1º dia da minha recruta. Faz precisamente este mês (dia 21), 49 anos! É muito tempo!Eu era da 3ª Esquadrilha comandada pelo Ten.Moutinho.A instrução era dada por pára-quedistas, com uma preparação física invejável.Eram muito exigentes, mas essa exigência era essencial para fazer de nós, grandes homens,que fomos durante as nossas vidas.
Fabrício Marcelino

Voos de Ligação:

Voo 1160 Procura-se vivo,bem vivo! – Manuel Lanceiro
Voo 1161 Tocou-me – Costa Ramos


(*)
Historial


A história do Regimento de Infantaria Nº 1 é longa e enobrecida por gloriosos feitos. A sua origem remonta a 1648, ao Terço da Junta do Comércio. Em 1762 era conhecido pela designação de 2.º Regimento da Armada, este foi desdobrado em dois regimentos sendo comandados pelo visconde de Mesquitela, e, pelo coronel D. José de Portugal.
Por decreto de 10 de Maio de 1763 toma a designação de Regimento de Infantaria de Lippe, homenageando Conde de Lippe, pela forma meritória como este organizou o nosso Exército. Em 1806 as Unidades passam a ser numeradas, cabendo ao Regimento de Lippe a denominação de Regimento de Infantaria N.º1. Em 22 de Dezembro de 1807 foi licenciado por ordem do Marechal Junot, integrando o 1.º Regimento de Infantaria da futura Legião Portuguesa, comandado pelo coronel Joaquim de Saldanha e Albuquerque. Em 30 de Setembro de 1808 foi mandado reunir em Lisboa, e em 14 de Outubro foi formalmente restabelecido.
Em 1890, por reconhecimento e apreço de Sua Majestade El-Rei D. Carlos, pela lealdade e serviços prestados por este Regimento e querendo dar a sua Esposa, Rainha D. Amélia, uma prova particular de estima, determina que o mesmo passe a designar-se por Regimento da Rainha.
Com a abolição da Monarquia em 1910, o Regimento volta a designar-se Regimento de Infantaria N.º 1, designação que manteve até 1974, passando a partir desta data a denominar-se Regimento de Infantaria de Queluz.
Em 1988, por Decreto-Lei de 22JUL88 volta a designar-se “REGIMENTO DE INFANTARIA N.º 1”
Num passado bem recente, a Transformação do Exército determinou a extinção do Regimento de Infantaria N.º 2 em Abrantes, passando o Regimento de Infantaria N.º 1 a assumir a sus missão constituindo-se como Centro de Formação Geral Comum de Praças do Exercito (CFGCPE), na dependência do Comando da Instrução e Doutrina (CID).
No decurso do corrente ano a Directiva n.º 12/CEME/08 altera a missão, organização e dispositivo do Regimento de Infantaria N.º 1. O encargo da formação passa para a Escola Prática de Infantaria; a directiva determina ainda a cedência das instalações na Serra da Carregueira ao Centro de Tropas Comando (CTC) e a transferência do RI1 para o PM – 07/T (Quartel da Atalaia, em Tavira), passando desde então para a dependência do Comando Operacional (Cmd Op).
QUARTEL DA ATALAIA
Remonta já a longa data (Séc. XII) a existência na cidade de Tavira de Unidades Militares organizadas. Foi no reinado de D. João V que as ordenanças de D. Sebastião, que por seu turno substituíram os antigos Terços, receberam nova forma, constituindo-se em Regimentos com o nome da terra que lhes era Quartel. Assim se formou o Regimento de Infantaria de Tavira, que por Decreto de 19 de Março de 1806 recebeu o n.º 14 e com o Regimento de Lagos Nº2, constituiu a Brigada Algarvia que tanto se distinguiu na Guerra Peninsular.
As tradições militares de Tavira são muito antigas. Já em 1640 a cidade passa a ser guarnecida por um Destacamento de um dos dois Regimentos do Algarve com as suas origens remontando a 1659, data da organização do Terço Novo da Guarnição da Corte. O chamado Quartel da Atalaia, foi mandado construir em 1795 pela Rainha D. Maria I, conforme se lê na lápide colocada por cima do portão principal. Também na legenda de uma planta da cidade de Tavira levantada pelo Brigadeiro Engenheiro Militar José Sande Vasconcelos (entre 1798 e 1800) se pode ler “QUARTEL QUE SE ESTÁ FAZENDO”, tendo sido o mesmo propositadamente construído para o Regimento de Infantaria de Tavira. No Quartel da Atalaia estiveram aquarteladas várias unidades como o Regimento de Infantaria n.º 4 (desde 1806) o Batalhão de Caçadores n.º 5 (1838 a 1847) e o Regimento de Caçadores n.º 4 (1884 a 1899).
A partir de Setembro de 1939 aí passaram a ser ministrados os Cursos de Sargentos Milicianos. Em 1948 passa a funcionar como Unidade independente denominando-se Centro de Instrução de Sargentos Milicianos de Infantaria (CISMI).
Extinto o CISMI, em 1975 passa à dependência do Regimento de Infantaria de Faro alterando novamente o seu estatuto em 01AGO93, passando a constituir-se como Centro de Instrução de Quadros (CIQ).
Desde Julho de 1996, encontra-se em funcionamento no Quartel da Atalaia, o Centro Militar de Férias de Tavira (CMFT), destinado a praças (RV/RC). Em 01 de Abril de 2008 o Quartel da Atalaia é ocupado pelo: “ REGIMENTO DE INFANTARIA Nº1”
O processo de transferência iniciou-se com inúmeros reconhecimentos efectuados por militares dos diferentes Comandos Funcionais e Comando Operacional.
A ocupação do Quartel da Atalaia iniciou-se em 03MAR08, com um primeiro núcleo de 6 militares destacados para Tavira com a missão de preparar as instalações para receber os materiais vindos da Carregueira, ao mesmo tempo que se iniciaram os trabalhos de reabilitação das infra-estruturas com o apoio do Regimento de Engenharia Nº1.
Em 01ABR08 o Regimento de Infantaria Nº1 com a missão de “ Aprontar a Componente Operacional que lhe for atribuída”, é transferido oficialmente para a cidade de Tavira. Um conjunto de oficiais, sargentos e praças foram transferidos para este quartel, tendo-lhe sido cometida a tarefa de estabelecer a cadeia inicial de comando do Regimento e iniciar a organização interna da Unidade.
Em 29ABR08 assume o comando do Regimento de Infantaria Nº1, o Ex.mo Cor Inf António Gualdino Ventura Moura Pinto; então sob o seu comando, o Regimento tem vindo a consolidar o processo de transferência através do estabelecimento de contactos formais com as autoridades locais e da aquisição de materiais e equipamentos por forma garantir uma implantação sustentada, dotando ainda o aquartelamento das condições necessárias ao seu funcionamento normal e dando continuidade aos trabalhos de reabilitação das infra-estruturas. O Regimento tem vindo a receber, de forma sistemática, diversas forças de escalão Companhia da estrutura das FOPE, as quais são atribuídas sob comando completo ao RI1.

Trabalho elaborado por:
1Sar Osório Santos