terça-feira, 3 de novembro de 2009

VOO 1255 6ºANIVERSÁRIO DO CACIMBO (2.11.2003/2.11.20099



Manuel Bastos
Fur.Mil.Op.Esp. (Exercito) Mueda
Coimbra

6 anos Parabéns para mim… Nesta data querida…



Em Novembro o Cacimbo faz 6 anos. Merece parabéns e já está em idade de frequentar a primária para aprender a escrever.
Em Novembro o seu autor vai ser "presenteado" pela CGA com o Suplemento Especial de Pensão atribuído aos antigos combatentes, que por motivos pessoais me recuso a usufruir e que decidi entregar a uma ONG até descobrir uma forma de o fazer chegar seguramente a quem gostaria que dele usufruísse: as crianças de Mueda onde combati. Exorto daqui todos os meus irmãos de armas a fazerem o mesmo, nem que para isso tenhamos que criar uma associação.
A todos os visitantes deste blog, continuo a oferecer palavras apenas.
Mas é isto que sou aqui: palavras apenas; as imagens e sons apanham apenas boleia com as palavras. Mas não vos dou nada meu, que as palavras não têm dono. Eu sou apenas um apanhador de palavras. Apanho-as por aí e depois junto-as, tentando desenhar com elas o imponderável corpo dos sentimentos.
Mas não se iludam, nada do que digo é verdade. A Verdade é uma palavra prostituída; juntamente com o Amor, vendem-se por aí a quem prometer mais. O que digo é apenas o que ficou dentro de mim depois de excluídos todos os dados concretos que aproximariam demasiado as minhas palavras dos factos ocorridos e das pessoas envolvidas. É a recriação possível, depois de eu ter esquecido a verdade. São palavras. Palavras mentirosas, que inventam sentimentos e paixões, dores e alegrias, situações e atmosferas; mas, porque não são dirigidas à razão do leitor mas à sua emoção, são um convite à sua cumplicidade para o honesto embuste da ficção literária.
Sei porém, que não fui bem sucedido; às vezes a verdade espreita por entre a invenção que são as minhas palavras. Traz com ela, nomes, lugares e factos que e eu não tenho coragem de expulsar. É a prova que ainda não superei completamente as experiências que vivi, e não criei a distanciação que o cronista deve manter da ocorrência histórica, para ser isento. Mas, isento porquê, se assumidamente falo de mim? Assim, inventando, reinventando, cedendo à crueza dos factos, mais não faço do que a catarse de um paciente na poltrona de um psicoterapeuta, a que acrescento a ingénua ilusão de que isso pode divertir alguém.
Alguém há-de ter divertido, a julgar pelo número de visitantes que diariamente procuram este blog, muitas vezes ultrapassando a meia centena, mesmo excluindo os chamados blammers que buscam apenas o clique de retorno que nos leve a visitar os seus próprios espaços na Internet. Tendo em conta que aqui encontram apenas palavras escritas, é verdadeiramente surpreendente e encorajador, tanto mais que o texto escrito e o monitor de um PC ainda não são um casamento feliz.
Convido-vos a um pequeno passeio por este blog para visitarem algumas das emoções feitas de palavras:
- Stress de Guerra - A Visita
Saudades de Azul
- Homenagem às Enf. Paras - A Enfermeira que Vinha do Céu
- O prazer da palavra escrita - A Carta
- Tentar a poesia - 100 Versos do Mato
- Memórias de Aguim - O Voo da Calhandra
O Último Verão da Minha Inocência
- O Mov. Nac. Feminino - Os Sapatos do Major
- O 25 de Abril - Tão Tarde Pela Madrugada
e ainda...
- Compre o livro - Cacimbados
- Assista ao espectáculo - A Dor Fantasma
VB: Bom-Dia Manuel.
Em meu nome pessoal,de todo o corpo operacional desta "base" e dos especialistasdaba12,quero dar-te os parabéns pelos seis anos em que nos deste o prazer de contemplar a tua riqueza literária.
Muitas delas,não permitiram que conseguisse-mos evitar que as lágrimas se soltassem dos nossos olhos recordando o passando que hoje nos atraiçoa por culpa daqueles não podem nem querem dar valor às tuas palavras.
Obrigado Manuel.