terça-feira, 8 de dezembro de 2009

VOO 1330 APRESENTAÇÃO DA OBRA "EM NOME DA PÁTRIA" DE BRANDÃO FERREIRA.






José Brandão Ferreira
Ten.Cor.Pilav. (Refº)

Apresentação da obra:"EM NOME DA PÁTRIA"
Autor:Ten.Cor.Pilav. (Refº) José Brandão Ferreira
Data:9.12.2009
Hora:18 horas
Local:Quartel General,Porto
Publicações D.Quixote
Preço:16 €





O índice da obra ilustra naturalmente o seu conteúdo, por isso transcrevemos os seus pontos principais:
- Enquadramento Geopolítico e Geoestratégico de Portugal no Fim da Segunda Guerra Mundial;
- Situação Interna Portuguesa;
- A Ofensiva (da subversão na Índia e em África);
- As Acções Defensivas e a Evolução da Guerra;
- Da Justiça e do Direito da Guerra;
- A Colonização Portuguesa;
- A Guerra era Sustentável?
- Porque Desistimos da Guerra?
- Conclusões.
As 580 páginas do livro (e mais um bem escolhido caderno fotográfico que o integra), mais do que revelações inéditas - embora tenha várias fruto de entrevistas nunca ou pouco conhecidas que o autor fez ao longo dos anos - apresentam a interpretação de Brandão Ferreira sobre muitos aspectos da nossa história, culminando e analisando o que se passou na Índia e em África nas décadas de 50, 60 e 70 do século XX.
O autor apresenta sem dúvida uma alternativa à história que é ensinada hoje nos bancos da escola. Em termos políticos defende claramente, naquele tempo e naquelas circunstâncias, as acções do Dr. Oliveira Salazar, condena muitas do Dr. Marcelo Caetano e arrasa as saídas do 25 de Abril de 1974. Defende intransigentemente as Forças Armadas e embora lhes reconheça por vezes algumas limitações e erros, dá delas uma visão - optimista - de grande competência, eficiência e eficácia.





O livro insere ainda no seu final entrevistas que o autor fez a personalidades “com nome feito em diversos campos profissionais da vida portuguesa“, onde procura no fundo opinião sobre a visão que ele próprio apresentou no livro, questionando:
- Os então territórios ultramarinos portugueses, definidos constitucionalmente como «Províncias» e «Estados» eram nossos?
- A guerra defensiva que Portugal desenvolveu era justa?
- A guerra era sustentável?
- Porque desistimos da guerra?
Responderam: General Brochado Miranda; Vice-Almirante Ferraz Sachetti; Embaixador Leonardo Matias; General Loureiro dos Santos; Major-General Martins Rodrigues; Inspector Óscar Cardoso; Vice-Almirante Reis Rodrigues; Tenente-General Silvino Silvério Marques; Professor Doutor Soares Martinez.
Nem todos concordam com as opiniões de Brandão Ferreira, ou pelo menos parte delas, o que demonstra bem, no nosso entender, um dos objectivos do autor: contribuir para um debate sério, fundamentado, sobre o assunto do livro e que o sub-título ilustra de modo claro - Portugal, o ultramar e a guerra justa.
Brandão Ferreira acha que em 1974 Portugal devia ter continuado a combater como sempre o fez na sua história. Devia tentar manter, na medida em que lhe fosse possível, a sua integridade territorial , bens e população. Apresenta argumentos e interpreta factos sustentando ter havido capacidade para o fazer. Refere-se à falta de vontade de sectores militares e políticos em continuar a guerra.
Adriano Moreira que apresentou a obra perante centenas de pessoas que se deslocaram à Academia Militar, em Lisboa, no dia 28 de Outubro de 2009, escreveu no Prefácio:
“A critica severa à contabilidade do passivo que a sua geração (a do autor) herdou, tem o mérito inegável de exigir o reconhecimento dos erros de percepção e de decisão passados, certamente por adesão ao principio de que apenas a verdade é conciliadora”.
O autor, José João Brandão Ferreira, 56 anos,tenente-coronel piloto-aviador na situação de reforma, comandante de linha aérea e mestre em Estratégia, é conhecido de todos o que se interessam pela coisa militar em Portugal. É autor de vários livros, tem centenas de artigos escritos quer na imprensa militar quer, cada vez mais, na imprensa generalista e também já colaborou com o “Operacional”.