terça-feira, 20 de julho de 2010

Voo 1843 UMA ENFERMEIRA-PARAQUEDISTA POR TERRAS DE LAFÕES.


Victor Barata

Esp.Melec./Inst./Av.
Vouzela

Rosa Serra
Alf.EnfªPara Quedª
Parede



UMA ENFERMEIRA-PARAQUEDISTA POR TERRAS DE LAFÕES.

Um destes dias telefonei à nossa querida amiga e companheira de Guerra Rosa Serra, para saber do estado de saúde da Maria Zulmira, outra “Veterana de Guerra” que não se encontra na plenitude das suas faculdades físicas como todos o desejávamos. Então não é que Rosa me diz que estava pertinho de mim, mais concretamente nas Termas de S.Pedro do Sul!?...
Obviamente tinha que a ir visitar.
Assim aconteceu, no passado dia 13 desloquei-me às Termas, mais concretamente ao Hotel Lisboa, local onde ela se encontrava hospedada, para a visitar mas fui informado na recepção que tinha saído numa visita a alguns locais históricos, e são muitos, desta bonita região de Lafões, que engloba os concelhos de Oliveira de Frades, Vouzela e S.Pedro do Sul.
Telefonei-lhe, andava em aldeia do Sul, simpática e histórica zona do concelho de S.Pedro do Sul.
Aprazamos então um encontro da parte da tarde, eu iria ter com ela à referida unidade hoteleira onde se encontrava instalada.
Assim foi,15h encontramo-nos num café local onde a Rosa já me esperava.
Depois dos cumprimentos habituais nestes encontros, sentamo-nos, tendo por companhia o rio Vouga que corria ali mesminho ao nosso lado.
Começamos a nossa conversa a falar da Zulmira. A Rosa tem acompanhado muito de perto toda a situação desta sua companheira de longa data. Fala dela com um carinho e sentimento contagiante. Pouco tempo depois de iniciarmos a nossa conversa, eis que toca o seu telemóvel. Era o irmão da Zulmira solicitando-lhe uma opinião em relação a alguns cuidados que ele devia ter com a irmã, não deixando porém de as por em contacto.
Estar à fala com a Rosa durante cerca de três horas como eu estive, é um privilégio!
Para além de continuar a ser possuidora de uma cativante simpatia, exímia no seu dialogo deixando-me preso á suas narrativas, continua a ostentar a beleza feminina que sempre a caracterizou.
Contou-me diversos episódios da sua vivência na Guerra Colonial, onde salvou muita vida e chorou aqueles em que as suas prestações de nada valeram. Dos Açores, Hospital Terra Chã, onde esteve colocada e teve uma prestação excelente aos doentes ali internados, assim como a colaboração com colegas mais novas que ali prestavam serviço.
Enfim, uma tarde que me fez recuar 37 anos para recordar o tempo em que descolávamos juntos, esvoaçando pelos céus da Guiné em auxilio de quem necessitava dos serviços destas “MULHERES DE GUERRA”
Aproximava-se a hora da despedida, saímos do local referido para o nosso encontro, atravessamos a passadeira em frente ao Hotel Lisboa, concretizando-se ali mesmo o momento da separação! Cada um para seu lado, a Rosa iria ter o jantar de despedida, pois partiu no dia seguinte, e eu para a minha habitação distante do local cerca de 15 Km.
Havemos de nos voltar a encontrar, COMPANHEIRA DA GUERRA!

Victor Barata