sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Voo 1896 O LIVRO DE ANTÓNIO LOBO ANTUNES.





Pedro Garcia
Esp.OPC
Baixa da Banheira





Quando tive conhecimento do assunto Lobo Antunes, através da comunicação social, fiquei perplexo e julguei que haveria algum exagero no facto de alguém, ex-militares, quererem "arrear" no dito médico/escritor e "ex-combatente".
Entretanto fui tendo conhecimento, através da "net", do que levou a esta situação, as referência a factos ocorridos durante o seu período militar em terras de Angola.
Essas referências são muito pesadas, para não dizer outra coisa, portanto, a serem verdadeiras, decerto que seriam do conhecimento, mesmo que velado, de quem lá se encontrava na altura e de quem para lá fosse posteriormente.
Sobre o assunto aqui vai o meu testemunho.
Estive em Angola entre 1971 e 1973.
Não sei o que o médico/escritor/"ex-combatente" quis dizer com 150 baixas. (mortos/feridos/doentes/outras situações?).
Enquanto tive lá, nunca ouvi dizer que uma unidade tivesse esse número de baixas ou que minimamente a esse número se aproximasse, poderei até afirmar que tal não aconteceu.
Depois de vir de lá, em 73, fui colocado nas comunicações do Estado Maior General das Forças Armadas, CEMGFA, onde tinha acesso a todas as informações vindas dos teatros de operações, também aqui não vi nada que se aproximasse, minimamente, do referido pela referida pessoa.
Quanto aos pontos que eram obtidos pelas acções menos nobres, como abate de prisioneiros, que depois dariam direito a mudar para regiões mais pacíficas é um contrasenso pois as altas estância queriam era unidades aguerridas nos teatros de operações mais agrestes.
Era ainda voz corrente que quem se portava mal, nos locais mais calmos, era transferido para as zonas mais perigosas.
Compreendo pois as reacções de militares e ex-militares que não se revêem e se revoltam perante essas atoardas relatadas pelo referido médico/escritor/"ex-combatente"
Pedro Garcia
Ex-Especialista FAP
Angola 71/73