sábado, 2 de junho de 2012

Voo 2389 O ÚLTIMO VOO DO TEN.COR.TOMÁS.





Augusto Ferreira
2º sargº.Mil./Inst./Av.
Coimbra







Faleceu o Ten.Cor. Tomáz




Foi através do nosso companheiro Artur Almeida, que ontem tomei conhecimento da sua morte há já cerca de mês e meio.
Pelo que me disse,  a sua empregada doméstica  também trabalhou e  conviveu com ele  nos seus últimos anos de vida.
Com a sua idade a rondar possivelmente os 90 anos, não foi surpresa para ninguém.
Foi uma figura emblemática e controversa da década de 60 e 70, nas suas funções de Comandante do GITE na BA2-Ota, onde alguns ainda o conheceram como Major e outros já como Ten.Cor.
A sua Renault 4L  AM-60-24, ficou gravada na nossa memória até aos dias de hoje e há seguramente uma razão para isso.
Começava por se mostrar logo bem cedo nas camaratas das recrutas, quando lá aparecia vindo Lisboa, pouco depois do toque de alvorada, para ver como se preparavam os futuros alunos para mais um dia de actividades.
As centenas ou milhares de “carecadas” que deu e os reforços à “Benfica” (se bem se lembram eram escritos a vermelho na Escala de Serviço), atestam bem a pressão que exercia sobre os alunos naqueles anos, no sentido de serem aprumados e rigorosos. Por vezes com excessos de rigor e com alguma espectacularidade. Foi um disciplinador à “moda antiga” onde um “puxão de orelhas” não fazia mal a ninguém.
Era uma pessoa como as outras com defeitos e virtudes. Já li e ouvi relatos de companheiros nossos, que contaram situações que tiveram com ele, fora do perímetro da BA2-Ota, onde tinha um comportamento completamente diferente. Chegou a dar boleias na estrada a alunos e a pagar-lhes bebidas. Tinha uma memória incrível. Fixava bem a cara do aluno em todas as situações e não se esquecia dela. Era também um excelente desportista.
Com aqueles milhares de técnicos que se formaram ali, as coisas seriam bem diferentes se não existisse o Ten.Cor. Tomaz, ainda por cima naqueles anos, em que se assistia por todo o lado a uma Revolução Cultural.
Volvido este tempo, temos a consciência da excelente formação que recebemos, durante toda a nossa passagem pela nossa FAP, quer no aspecto técnico e humano e da prestação que demos ao mais alto nível, em todos os locais por onde passámos, no exercício das nossas competências, aqui e nas Ex Colónias Portuguesas.
 Paz à sua Alma.
Augusto Ferreira
VB: Embora em tempos, talvez um ano atrás, sem qualquer tipo de veracidade, circulou a notícia de que este nosso companheiro tinha falecido.
Agora, com outro tipo de tratamento, o Augusto Ferreira diz-nos o que soube.
Vais aguardar até que outras noticias sobre o assunto cheguem á nossa base..

1 comentário:

  1. Augusto,
    Já fui de uma época posterior, mas, ouvi muitas referências feitas por vós.
    Gostei do teu texto.
    Que descanse em Paz.

    João Carlos Silva

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