quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Voo 2469 COMO ERAMOS E COMO ESTAMOS!...


Rui Gonçalves
Leitor Do Blog


- Bom Dia!!!!.....  Amigas/os.... (Especialmente AS/OS Mocambicanas/canos!!!!!!.... )....


- REPASSANDO:

  COMO ÉRAMOS E COMO ESTAMOS!... (DESPORTISTAS MOÇAMBICANAS/OS)


Como_éramos...como_estamos.wmv
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Dado hoje ao ter recebido o mailing com o ficheiro em anexo e só agora tardiamente ter tido conhecimento do falecimento do meu antigo camarada — estou a referir-me ao Quen Gui —, tentei obter na na web, mais dados sobre este infeliz desenlace. Ao ver que vocês “Especialistas da Base Aérea 12”, também na altura se referiram à sua morte, queria também fazer-vos conhecedores desta minha mensagem que, de algum modo pretende perpetuar a memória do Quem Gui. Daí que caso tenham alguma coisa a acrescentar ao que penso desta nossa geração de políticos, estou recetivo a ouvir-vos.

Saudações,

Rui Gonçalves



Boa tarde Morgado,

Sobre este mailing só duas coisas:

— Gostei bastante de ver, não obstante dos desportistas referidos, ter apenas interagido com dois, ambos camaradas de tropa e por sinal do mesmo pelotão, do curso de 1970 em Boane, o Quen Gui e o José Arruda, mas ironia das ironias, aqui convém recordar que hoje passados estes anos todos, em que grande parte dos nossos “inteletuais”, continua a esquecer a nossa geração que por um motivo, ou por outro, não se furtou à guerra que então enfrentávamos e, a nos tratar como um bando de tipos sem consciência política — em oposição aos que desertaram esses sim, dignos de todos os encómios por terem altamente contribuído para a democracia —, tanto o Quen Guy como o José Arruda, mercê do seu estatuto de atletas de alta competição, poder-se-iam ter eximido ao cumprimento do serviço militar no teatro de operações e terem-se quedado pelas branduras dos locais onde aquela (guerra) não se fazia sentir. Mas não, ambos não quiseram usufruir desse privilégio e foi assim que o Quen Guy em plena “guerra colonial”, foi mobilizado para defender a bandeira portuguesa, tendo permanecido entre 1972 e 1974 na então província de Tete, uma das regiões de Moçambique onde a guerra contra a FRELIMO se desenvolvia com mais intensidade, como furriel do exército. Quanto ao José Arruda, felizmente ainda entre nós e, Deus queira que durante muitos anos, todos sabemos o que lhe aconteceu e que mercê disso, hoje ocupa muito legitimamente o cargo de Presidente da Direção Nacional da Associação dos Deficientes das Forças Armadas, orgáo que ajudou a fundar, face às lesões físicas que o marcaram para o resto da vida.

— E é assim que não obstante o meu agradecimento ao autor deste vídeo (Mário Silva), por me fazer recordar alguns dos praticantes de basquetebol, oriundos de equipas de Maputo (ex-Lourenço Marques) que então davam cartas a nível nacional, lamento informar que o mesmo já está desatualizado e digo isto porque infelizmente, o Quen Guy já faz parte da lista dos desaparecidos, uma vez que faleceu em abril do ano passado em Coimbra, onde foi professor de matemática e residia há muitos anos.

Para que a memória não nos atraiçoe e continue a manter-nos solidários, é sempre bom recordar os ambientes saudáveis que então vivíamos e onde, às vezes, tendo que contar os tostões que de facto, pelo menos para mim eram poucos, eu me dirigia aos pavilhões do Desportivo e do Malhanga para assistir não só aos jogos de basquete, como de hóquei, onde também as nossas equipas eram exímias e, isto digo eu que só vivi em Moçambique dos 20 aos 30 anos, mas não me perguntem porquê, ainda hoje nalguns momentos, tenho a sensação que não cortei o meu cordão umbilical.

Um abraço,

Rui Gonçalves


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