sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Voo 2946 VOANDO COM A CRUZ DE CRISTO - North-American T-6 Texan, SNJ Texan e Harvard


 
João Carlos Silva
Esp. MMA
Sobreda







Companheiros,
Em visita recente ao Museu do Ar tive a oportunidade de adquirir a obra “Aeronaves Militares Portuguesas” de Adelino Cardoso e de tirar algumas fotografias a aeronaves e fotografias em exposição.
Tudo normal, mas, depois com calma ao rever as fotografias de alguns aviões onde são visíveis as respectivas matrículas e consultando o referido livro, achei também interessante partilhar convosco, embora de forma sucinta, a passagem desses aviões na Aviação Militar Portuguesa, complementando com as suas principais características técnicas.

Estão à vontade para comentar ou participar da forma que acharem apropriado para o tema.
Sem nenhuma razão especial, a não ser por serem umas das fotografias em minha posse e por ser um avião que toca a muitos “aviadores”, começo pelo vulgarmente chamado T-6.

Características Técnicas:
Tipo de aeronave:
Avião monomotor terrestre, de trem de aterragem convencional retráctil, com roda de cauda, monoplano de asa baixa, revestimento metálico, bilugar, cabina com cobertura transparente, concebido para instrução e treino de pilotos.

Tripulação:
2 (piloto-instrutor e aluno)
Motopropulsor:
Motor (1): Pratt & Whitney R-1340-AN1 Wasp, de 9 cilindros radiais arrefecidos por ar, de 600HP.

Hélice:
Metálico, de duas pás, de passo variável.
Performances:
Velocidade máxima – 402 Km/h
Velocidade de cruzeiro – 233 Km/h
Tecto de serviço – 7.400 m
Distância máxima de voo – 1.175 Km

Armamento:
Suspenso nas asas: 2 metralhadoras Browning de calibre 7,7 mm; 2 ninhos de foguetes; 2 bombas de 50 Kg; ou 6 bombas de 15 Kg.

Resumo histórico:

Sem entrar em demasiados detalhes, a produção deste tipo de aeronaves teve início em 1935 por uma subsidiária da North-American Aviation e começou a ser utilizada, pouco depois, pela Força Aérea do Exército (USAAF) e pela Marinha (US Navy) dos EUA onde era designado por AT-6”X” e SNJ-“X” respectivamente. Ainda na vigência da USAAF, em 1941, passaram a designar-se por AT-6”X” Texan e  SNJ-“X”  Texan, devido ao início da produção numa fábrica em Dallas, Texas.
Os últmos modelos produzidos pela North-American Aviation foram os AT-6F da USAAF e os SNJ-6 da US Navy.

Em 1947 é criada a Força Aérea dos EUA (USAF) procedendo à actualização dos modelos existentes e em Junho de 1948 começam a aparecer os aviões com a designação de T-6G Texan.
A primeira encomenda para exportação de AT-6 foi feita pela Royal Air Force (RAF) que os designou por Harvard.

O Canadá foi o maior produtor de Harvard fora dos EUA. Exteriormente destacava-se dos outros modelos pelo longo tubo de escape. 
Assim como os AT-6 e SNJ os Harvard tinham modelos equivalentes, designados por Harvard MK”X”. Por exemplo, o T-6J Texan da USAF era equivalente ao Harvard MK IV destinado por exemplo à Royal Canadian Air Force (RCAF). Portugal, assim como a Itália e Espanha, utilizaram os modelos Nort-American T-6 Texan, SNJ Texan e Harvard.

A Força Aérea Portuguesa foi talvez o último utilizador de T-6 e Harvard em operações militares, em África de 1961 a 1974.  

North-American T-6 Texan e Harvard em Portugal
Quantidade: 257
Utilizadores: Aeronáutica Militar, Aviação Naval e Força Aérea
Período de serviço: 1947 a 1978

Aviões apresentados ou representados nas fotografias:

Algures em Angola
1749 - Recebido na Força Aérea Portuguesa em 1964 versão North-American Harvard MK IV.

Algures em Angola o 1749
Foto: Museu do Ar
Formação com 1661, 1640 e 1742
1661 – Recebido na Força Aérea Portuguesa em 1956 versão North-American Harvard MK III e posteriormente convertido nas OGMA em North-American T-6G Texan.
1640 – Recebido na Aeronáutica Militar em 1951 versão North-American T-6G Texan.
1742 – Recebido na Força Aérea Portuguesa em 1964 versão North-American Harvard MK IV.

Formação com 1661, 1640 e 1742
Foto: Museu do Ar
Saudações Especiais a todos os Tertulianos da “Linha da Frente” e aos visitantes deste espaço Especialistas da BA-12.

João Carlos Silva

Fontes:
Museu do Ar
"Aeronaves Militares Portuguesas” de Adelino Cardoso

1 comentário:

  1. Gostei de ler esta descrição sobre um avião que bem conheci, sobretudo na Guiné. O Adelino Cardoso (Cardosão), foi um dos primeiros pilotos com quem voei em Tancos. Aproveito para lhe enviar um grande abraço e também ao João Carlos Silva, por trazer a este Blogue, a Obra, de um amigo que não esqueci. Saudações a todos os Tertulianos da Linha da Frente. Mª Arminda Santos, (Enfermeira Paraquedista).

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