Luís Graça
Fur.Mil.Exércº.Lisboa
Amigos e camaradas:
Julgo que estes dois postes, abaixo assinalados, podem (e se calhar devem) merecer a vossa melhor atenção.
Alfabravo.
Luís Graça
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat
52, Missirá
e Bambadinca, 1968/70), com data de 30 de Agosto de 2013:
Queridos amigos,
É de todos sabido que o silêncio ou indiferença perante uma patranha de contornos revoltantes é manifestação de cobardia ou de espírito acomodatício a quem conhece o fundo e a forma da realidade infamada.
O assunto que vos ponho à reflexão é de como agir e denunciar uma declaração ignóbil, daquelas que serve de rastilho para olhar com preconceito o que foi a vida de um combatente em África.
A indignação, por si só, não leva a ponto nenhum. O que talvez fosse útil debater é como agir perante uma barbaridade como aquela que aqui vos conto.
Um abraço do
Mário Beja Santos
Guerra colonial: dissociar o fidedigno da patranha
A segunda refere o ataque de 17 de Outubro de 1968 à base de Bissalanca. O
inquirido refere que se encontrava no centro de mensagens do quartel-general.
Chegara uma mensagem zulu da região de Bafatá, estava ali a decorrer um grande
ataque inimigo, foi necessário ir à base de Bissalanca. Quando aqui se dirigiu,
assistiu ao forte ataque à base aérea. Refere que houve sete vítimas mortais,
do nosso lado, que houve feridos graves.
Julgo que estes dois postes, abaixo assinalados, podem (e se calhar devem) merecer a vossa melhor atenção.
Alfabravo.
Luís Graça
1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat
Queridos amigos,
É de todos sabido que o silêncio ou indiferença perante uma patranha de contornos revoltantes é manifestação de cobardia ou de espírito acomodatício a quem conhece o fundo e a forma da realidade infamada.
O assunto que vos ponho à reflexão é de como agir e denunciar uma declaração ignóbil, daquelas que serve de rastilho para olhar com preconceito o que foi a vida de um combatente em África.
A indignação, por si só, não leva a ponto nenhum. O que talvez fosse útil debater é como agir perante uma barbaridade como aquela que aqui vos conto.
Um abraço do
Mário Beja Santos
Guerra colonial: dissociar o fidedigno da patranha
Biblioteca da Liga dos Combatentes e a
sua entusiasta responsável, a Teresa Almeida, é um local de grandes surpresas.
Como esta publicação editada, em 1992, pela Câmara Municipal de Vila Nova de
Famalicão.
Na época, uma das linhas de modernidade da reforma educativa passava pelos projetos didático-pedagógicos que contribuíssem para cimentar uma relação mais estreita entre a escola e a comunidade.
Como se pode ler na apresentação do Presidente da Câmara:
“A memória de uma comunidade não pode ser apagada. Tem de ser permanentemente redescoberta para que o futuro do progresso e bem-estar que desejamos esteja isento de traumas, dramas… e tragédias”.
O trabalho foi desenvolvido por alunos de Antropologia Cultural do Externato Infante D. Henrique.
O professor diretamente envolvido esclarece:
“Muitos dos alunos são filhos de ex-combatentes que viveram e conheceram situações particulares de verdadeiro drama, são descortinarem com clareza as razões deste corredor cinzento da nossa História (…) Este trabalho traduz uma perspetiva vivida pelos protagonistas e figurantes de um acontecimento que marcou a nossa memória coletiva recente”.
Foram inquiridos ex-combatentes, entregaram aos alunos fotografias das suas vivências e comentaram-nas. Escolhi exclusivamente as três imagens que se referem explicitamente à Guiné.
A primeira tem a ver com a ida de um contingente que ia construir um novo quartel em S. João, em frente a Bolama. No decurso de uma flagelação, um soldado deixou cair o capacete, na ânsia do apanhar desceu da viatura e uma granada de mão feriu-o gravemente da cintura para baixo.
Na época, uma das linhas de modernidade da reforma educativa passava pelos projetos didático-pedagógicos que contribuíssem para cimentar uma relação mais estreita entre a escola e a comunidade.
Como se pode ler na apresentação do Presidente da Câmara:
“A memória de uma comunidade não pode ser apagada. Tem de ser permanentemente redescoberta para que o futuro do progresso e bem-estar que desejamos esteja isento de traumas, dramas… e tragédias”.
O trabalho foi desenvolvido por alunos de Antropologia Cultural do Externato Infante D. Henrique.
O professor diretamente envolvido esclarece:
“Muitos dos alunos são filhos de ex-combatentes que viveram e conheceram situações particulares de verdadeiro drama, são descortinarem com clareza as razões deste corredor cinzento da nossa História (…) Este trabalho traduz uma perspetiva vivida pelos protagonistas e figurantes de um acontecimento que marcou a nossa memória coletiva recente”.
Foram inquiridos ex-combatentes, entregaram aos alunos fotografias das suas vivências e comentaram-nas. Escolhi exclusivamente as três imagens que se referem explicitamente à Guiné.
A primeira tem a ver com a ida de um contingente que ia construir um novo quartel em S. João, em frente a Bolama. No decurso de uma flagelação, um soldado deixou cair o capacete, na ânsia do apanhar desceu da viatura e uma granada de mão feriu-o gravemente da cintura para baixo.
A terceira imagem reproduz-se na íntegra, tal é o desconchavo do que ali se
diz. O inquirido refere que atacaram uma base inimiga junto ao Senegal e que
despacharam milhares de inimigos. Como é evidente, num trabalho desta natureza
um professor não pode confrontar a verdade das afirmações, se se ia fazer um
quartel em S. João, se houve um ataque à base aérea de Bissalanca. Mas, creio
eu, não pode ficar insensível à afirmação de “despachámos milhares de
inimigos”, coisa que nunca aconteceu em nenhum teatro de operações nem podia
acontecer, atendendo à natureza daquela guerra. Vamos supor que ninguém deu
pela barbaridade ou aceitou a informação como plausível. É de questionar como
tal declaração é percecionada pela opinião pública e os preconceitos que pode
suscitar a patranha ou farronca de quem, entrevistado por gente inocente, se
julga à vontade para proferir pesporrência. Vamos admitir que se trata de um
caso isolado. Mas ninguém leu esta brochura que foi distribuída por uma
autarquia, ninguém reagiu, ninguém se consternou com a gravidade da declaração
ofensiva?
Assunto que nos devia fazer pensar,
tanto quanto me parece.
A quem de direito.
A quem de direito.
Se a memória não me falha.
ResponderEliminarCreio que faz anos agora em Fevereiro creio 14 ou 19. Onde foram parar as morteiradas,?não sei, mas sei que eram 23.15 e que as senti baterem (estilhaços . pois não eram pasteis de nata) nos armários isso lembro-me. Ainda ás escuras corri para o G.O pois estava de serviço e nem me quero lembrar do nome um senhor alferes que depois foi para a TAP onde mesmo aí apenas lhe falava apenas profissionalmente.
O único avião a descolar foi um DO27 com o Pardal Maluco a quem pedi para com ele ir voar ,mas ele disse para me deixar ficar.
Durante dias houve colegas que fizeram umas nocturnas nas valas .
Já não me lembro quem era o Controlador de serviço. A ele devemos as vidas.
Também ouvi as costureirinhas a tricotar , sinal que estavam perto.
Abraços
Six