terça-feira, 4 de março de 2014

Voo 3076 AS OBRAS DE ARTE DO SIX (13)






António Six
Esp.MRÁDIO
Pontével



Aqui vos deixo para matarem saudades do F-86F Sabre,


com um abraço do
Six


NORTH-AMERICAN F-86  SABRE 
 (EM PORTUGAL)

Quantidade : 65 unidades

Período de Utilização: 1958/1980


Tipo de Aeronave:
Avião transónico monorreactor terreste, com trem de aterragem triciclo retráctil, monoplano de asa baixa em flecha, monolugar de cabina em bolha transparente, projectado para missões de caça e intercepção.

Tripulação
:

1 (piloto)

Construtor
North-American Aviation Incorporation/USA.Sob licença: Canadair/Canadá;CommonwealthAircraft/Austrália;Fiat/Itália;Mitsubishi/Japão.

Motopropulsor
Motor(1): Reactor General Electric J-47 – GE 27,de 2.700 Kgf de Impulsão

Dimensões:
Envergadura: 11.31 m

Comprimento: 11.44 m
Altura 4.49 m
Área alar 29.11 m2

Pesos:
Peso Vazio 5.046 Kg

Peso Máximo 8.234 Kg

Performances:
Velocidade máxima 1.118 Km/h

Velocidade Cruzeiro Dependente da Altitude
Tecto de Serviço: 15.100 m
Distância máxima de voo: 2.454 Km

Armamento:
6 metralhadoras  Browning M2 calibre 12.7 mm

2 mísseis ar-ar Sidewinders
2.400 Kg de bombas suspensas nas asas ou 2 depósitos suplementares de 200 galões de combustível cada

No dia 25 de Agosto de 1958,aterraram na Base Aérea nº2,Ota,os primeiros quatro aviões North-American F-86F Sabre da Força Aérea Portuguesa, fornecidos pelos Estados Unidos. Faziam parte  de uma remessa de 30 aviões, que foram sendo recebidos sucessivamente, tendo os últimos chegado em Outubro desse ano. Foram os primeiros aviões supersónicos, embora em picada,da FAP,bem como os primeiros com as asas em flecha. Esses aviões foram destinados à Esquadra 50 da BA 5,Monte Real, que assumiu como missões primárias, a execução de operações aéreas de intercepção e escolta e, como missões secundárias, a interdição do espaço aéreo, apoio próximo e ataque ao solo.
Dado que, na BA 5,ainda não estavam concluídas as infraestruturas necessárias à operação dos novos aviões,a Esquadra 50,fundada em 4 de Fevereiro de 1958,foi colocada provisoriamente na BA 2. A Esquadra 50 adoptou desde logo o nome de «Falcões Peregrinos», a cor azul e o lema «Guerra ou paz tanto nos faz». Os «Falcões» começaram os voos em Setembro de 1958. No dia 22 de Setembro voou pela primeira vez um F-86F nacional tendo aos comandos um piloto português. No dia 24 de Setembro de 1958,pela primeira vez, um avião militar português ultrapassou a barreira do som.
Em 11 de Setembro, devido à reestruturação operacional da FAP.a Esquadra 50 passou a ser designada por Esquadra 51.
entretanto, ia-se preparando a estruturação da segunda Esquadra de F-86,a Esquadra 52,que adoptou o nome de «Galos».
Os Estados Unidos continuaram a fornecer F-86F,a um ritmo lento, que terminou com a entrega do 50º avião em Setembro de 1959.
A BA 5 foi inaugurada em 4 de Outubro de 1959.Contudo,só em 16 de Dezembro é que a Esquadra 51 foi transferida para Monte Real. Em 1960 é activada a Esquadra 52.
Os cinquenta F-86F Sabre receberam a numeração de 5301 a 5350.
Todos estes aviões eram do modelo F-86F-35 NA
Entre 1958 e 1960 foram recebidos  15 F-86F da Força Aérea Norueguesa, provavelmente por intermédio dos Estados Unidos, destinados a compensar o desgaste e as perdas sofridas pelos aviões inicias. Receberam a numeração da FAP de 5351 a 5365.
Tal como os recebidos anteriormente, eram aviões do modelo F-86F-35-NA,com excepção dos 5364 e 5365,que eram F-86F-30 NA. Além destes exemplares, Portugal recebeu  três F-86F- que nunca tiveram actividade operacional  nem receberam a matrícula portuguesa.
Por esta altura foi entregue à FAP um significativo número de aviões Canadair CL-13B Sabre Mk 6,provenientes da Força Aérea Alemã, versão canadiana do F-86 Sabre americano, que nunca chegaram a ser montados, pelo facto de estarem equipados com  motores diferentes dos existentes em Portugal, o que levantaria problemas de manutenção. Contribuíram para a recuperação  de alguns F-86F,disponibilizando peças e equipamentos compatíveis com dois modelos.
Em 1961 começaram  a levantar-se os problemas nas Províncias Ultramarinas. Dada a grande impotância estratégica da Guiné e temendo-se que a Guiné-Conacry utilizasse os seus MIG 15 e MIG 17 em apoio aos guerrilheiros, o que nunca aconteceu, constitui-se, em Agosto de 1961,um destacamento da BA 12,Bissau,com oito aviões F-86F da BA 5.
Os primeiros aviões atribuídos ao destacamento, tinham as matriculas 5307,5314,5322,5326,5354.5356,5361 e 5362.
Iniciaram a viagem a partir da BA 6,Montijo,no dia 9 de Agosto de 1961.Com escala em Gando (Ilhas Canárias) e na Ilha do Sal (Cabo Verde),aterraram em Bissalanca no dia 15,gastando 6 horas e 10 minutos de voo a cobrir 3.800km da viagem. Foi a viagem mais longa realizada pelos F-86F Sabre portugueses que careceu de cuidadoso planeamento e rigorosa execução, uma vez que as distâncias entre os aeroportos escalados eram  “à justa” para a autonomia dos aviões. Pouco tempo depois, a NATO e os Estados Unidos levantaram problemas à utilização dos aviões em África, exigindo o seu regresso à Ba 5,com o argumento de que não podiam ser desviados da sua integração nas forças da NATO. Desta forma, o destacamento da BA 5 na Guiné terminou em 1963. Os aviões foram transportados para a Metrópole em navio.
Em 25 de Abril de 1975 sobreviviam cerca de 25 F-86F. A restruturação então efectuada na FAP extinguiu o Grupo Operacional 501 e as respectivas esquadras, ao mesmo tempo que se constituiu o Grupo Operacional 51 com a Esquadra 201,«Falcões»,onde foram colocados todos os F-86 Sabre, e a Esquadra 103,como os Lockheed T-33 T-Bird «Caracóis».
Dos acidentes ocorridos, destacam-se:


   1 de Jun 60: 5325 despenhou-se a cerca de 1 Km a Norte da BA 5,provocando a morte do piloto
14 de Nov 60: 5323 avião destruído perto de Pombal, vitimou o piloto
20 de Fev 60: 5355 avião destruído em Maceira, piloto salvo
14 de Mar62: 5345 acidente na carreira de tiro de Alcochete, avião destruído e piloto salvo
17 de Ago62: 5314 acidente em Bissau, piloto salvo e avião destruído
23 de Out62: 5312  avião destruído em Carvide(Leiria),piloto salvo
31 de Mai63: 5322 acidente em Bissau, piloto salvo
12 de Nov63: 5343 colisão em voo com outro avião. Piloto e avião despenharam-se no mar,perto da Figueira da foz
01 de Abri65: 5356 avião destruído perto de Alenquer, piloto salvo
24 de Mai66: 5348 acidente ocorrido na BA 5.Avião destruído e piloto salvo.
24 de Mai66: 5352 idem do anterior
16 de Dez70: 5362 acidente na Carreira de Tiro de Alcochete, destruição do avião e morte do piloto
04 de Jun74; 5342 acidente na BA 5,avião irrecuperável, piloto salvo
10 de Set74: 5329 idem do anterior
13 de Jan77: 5308 despenhou-se no mar perto de S.Pedro de Moel. piloto e avião desaparecidos

Até 1968,os F-86F Sabre da FAP. Apresentaram-se inteiramente em metal polido, com a Cruz de Cristo, sobre círculo branco, no extradorso da asa esquerda, no intradorso  da asa direita e em ambos os lados da fuselagem. O número de matrícula estava pintado nas asas, em algarismos pretos, alternando com a insígnia. Nos lados do estabilizador vertical, a Bandeira Nacional, sem escudo, tinha por cima a matricula, em quatro algarismos pretos. Ostentavam, na secção dianteira da fuselagem, os três últimos algarismos da matrícula, a preto.O nariz e estabilizador vertical estavam pintados com as cores das esquadras: Esquadra 51 a azul e a Esquadra 52 a encarnado. A fuselagem em frente à cabine estava pintada em preto anti-reflexo. Em 1968 as superfícies metálicas foram pintadas em cinzeto azulado(FS 16473),sem qualquer alteração na colocação das marcas de identificação. Mantiveram este esquema de pintura até serem retirados do serviço.
Segundo alguns «Falcões», foram mantidos dois aviões em metal polido, que eram conhecidos pelos «polidos», destinados aos exercícios de passagem da berreira de som,por serem cerca de 32 Km/h mais velozes que os pintados.
O último voo dos F-86F foi realizado no dia 31 de Julho de 1980,na BA 5,de onde os aviões 5347 e 5360 descolaram para o último sobrevoo de todas as bases aéreas e instalações de radar da FAP.Ao manter os F-86F ao serviço até esta data, a FAP tornou-se, no âmbito da NATO, no seu último utilizador.
Os F-86F Sabre são, sem sombra de dúvida, uma referência histórica na FAP. Marcaram um período de grande capacidade operacional, bem patenteada nas suas actuações em exercícios da NATO.
O Museu do Ar recebeu oito North-American F-86F Sabre, com as matriculas 5319 (exposto ao público em Alverca),5320 (idem na BA 5)-5333,5337,5338,5347,5360 e5361.
O 5301 está colocado em pedestal na BA 5 e o 5316 foi oferecido ao Museu do Ar de Bruxelas. Outro, não identificado, encontra-se em exposição na Base Aérea de Soesterberg,na Holanda.

Origem do Voo:

Aeronaves Militares Portugu

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