Hoje vamos ver como funciona a caixa-preta!
Primeiramente vamos saber quem inventou a famosa e importante caixa preta?
David Warren, cujo pai foi morto em um
acidente de avião em 1934 na Austrália, foi cientista do Aeronautical Research
Laboratories, em Melbourne.
e teve a ideia da máquina
capaz de gravar as vozes dos pilotos e dados dos instrumentos do avião, que é
ao mesmo tempo à prova de impactos e fogo, depois de ajudar a investigar o
misterioso acidente do primeiro avião comercial de passageiros a jato do mundo,
o Comet, em 1953.Warren projetou e construiu o primeiro protótipo da caixa
preta em 1956, mas levou cinco anos para que o valor de sua invenção fosse
percebido.Depois, foi preciso mais cinco anos para que autoridades australianas
regulamentassem o uso de gravadores de dados de voo nos cockpits dos aviões do
país.“O aparelho moderno de hoje equivalente ao engenho do Dr. Warren é o
testemunho de seu trabalho pioneiro”, disse o Departamento de Defesa da
Austrália em comunicado.
Em 2008, a companhia aérea australiana
Qantas, batizou um superjumbo A380 em homenagem ao cientista.
David Ronald de Mey Warren (20 de
março de 1925 - 19 de julho de 2010) foi um
cientista australiano, melhor conhecido por ter inventado
a caixa-preta de aviões.
Um pouquinho
de história
Para que as caixas-pretas possa fazer
o registro de tudo o que acontece no momento do acidente, dois tipos de
aparelho são utilizados. Um deles é “flight data recorder” (FDR), que grava
todas as operações feitas pelo sistema da aeronave, e o outro é o “cockpit
voice recorder” (CVR), que tem a função de registrar as vozes do piloto e
copiloto. No entanto, todos os dados são guardados na mesma caixa. Em aeronaves
mais modenas , esses equipamentos se transformaram em somente um, hoje chamado
de DVDR.
Essa preocupação em registrar os
acontecimentos que levam ao acidente de aeronaves surgiu no fim da década de
1930, ocasião em que os antecessores da caixa-preta foram criados. No entanto,
somente em 1965 os dispositivos começaram a ter a aparência e a função que têm
hoje — mas sem os recursos tecnológicos atuais, é claro.
A partir dos anos 70, convencionou-se
que é necessário utilizar um equipamento que pode facilitar a leitura do FDR e
CVR, chamado “quick access recorder” (QAR), já que é necessário ter um
treinamento e um equipamento especial para que essas informações sejam
acessadas. Dessa maneira, com um computador simples há a possibilidade de
verificar pequenos erros no quotidiano de voo dos aviões.
E como esses
equipamentos trabalham?
As caixas-pretas em geral se valem de
sensores para poder monitorar o que acontece dentro das aeronaves. Assim que o
piloto começa a conversar com o copiloto ou com o restante da sua equipe, as
CVRs começam a gravar tudo o que é dito — método que permite identificar a
reação de cada profissional.
Já as FDRs utilizam um sistema
magnético ou sólido (parecido com o que acontece com os discos rígidos) para
monitorar diferentes parâmetros do funcionamento do avião. A obrigação de cada
empresa que trabalha no ramo de viagens aéreas é fazer com que esses dispositivos
analisem pelo menos onze parâmetros diferentes — no entanto, a capacidade de
gravação pode chegar a 700 dados distintos.
Entre todas as características
coletadas que são salvas na memória da caixa-preta, estão o momento em que tudo
aconteceu, a pressão de altitude, velocidade do ar, aceleração vertical,
estabilização horizontal e até mesmo a posição de alguns elementos do painel de
controle. Com isso, diversas pistas sobre o funcionamento do avião são dadas
aos investigadores.
A intenção é
resistir!
Como você já deve ter imaginado, as
caixas-pretas são desenvolvidas para sobreviver a impactos absurdamente
violentos. Dessa maneira, esses dispositivos são capazes de suportar uma força
que equivale a mais de 3 mil atmosferas terrestres e a temperaturas que
ultrapassam os 1.000 °C.
para que isso possa
acontecer, as caixas são construídas para proteger os seus sistemas de memória
— e isso é feito com três tipos de materiais diferentes. Em primeiro lugar, há
camadas de alumínio que protegem os dados contra influências magnéticas. Depois,
há a utilização de sílica (camada com mais de dois centímetros de espessura)
que serve de escudo contra altas temperaturas.
Em seguida, há uma espécie de armadura
produzida com metais inoxidáveis, que tem um pouco mais de meio centímetro de
espessura e é capaz de proteger as informações sobre o avião contra grandes
pressões ou contra labaredas de fogo.
Por que a
caixa-preta dos aviões é laranja?
A incorporação destes sistemas nos
aviões permitiu a melhoria da segurança nas viagens aéreas, já que foi possível
assim detectar falhas que anteriormente davam origem a acidentes graves cuja
causa não era possível ou muito difícil de determinar. Nos anos 50 era frequente o acréscimo de novos equipamentos às aeronaves, e os pilotos Estadunidenses costumavam apelidá-los de caixas-pretas (another "black
box" installed in our plane). E, de fato, os primeiros registradores de
voz de cabina eram realmente pretos como todos os demais aviônicos. Logo se
percebeu que, após um acidente, era bem mais fácil encontrar o equipamento
entre os destroços se ele possuísse uma cor destacada. Hoje, eles
geralmente apresentam uma cor laranja ou vermelho vivo, e
ao contrário do que muitos pensam, ela não possuiu um transmissor de GPS. Quando
submersa, o que dificulta a sua identificação visual, a caixa preta é capaz de
emitir um pulso sonoro, na frequência de 37,5 kHz, a uma profundidade de
até 4.267 m Em caso de acidentes, a caixa-preta – que guarda os dados do voo –
precisa ser rastreada em locais de difícil acesso, como o fundo do mar. Por
isso, além de ser laranja, ela carrega duas tiras fosforescentes, que refletem
a luz.E o apelido pegou justo na única caixa que, por convenções mundiais de
aviação civil, é obrigatoriamente da cor laranja. Em média, uma caixa-preta
utilizada por aviões comerciais tem 13 cm de altura por 12 de comprimento,
podendo pesar cerca 5 kg.
Gravadores
de fita compactos
A primeira caixa-preta foi idealizada
por Adolf Hitler após a morte de seu amigo e ministro Fritz
Todt, num acidente aéreo, em Fevereiro de 1942. Desde então, todos os aviões importantes da força aérea alemã eram obrigados a ter instalado o dispositivo
que gravava magneticamente as conversas dentro do avião, no entanto a invenção
de seu primeiro protótipo é atribuída ao Dr. David
Warren na Austrália em 1953 porque após a derrota
alemã na Segunda Guerra o mecanismo ficou esquecido. Foi no final da década de
quarenta que se desenvolveu um gravador que utilizava como meio armazenador uma
fita de metal, que era, de forma inerente, muito mais resistente às chamas do
que a fita plástica convencional . Desta forma, o equipamento com este tipo de
fita se tornou mais apropriado para resistir à um acidente aeronáutico.
Atualmente já se usam equipamentos baseados em bancos de chips em
invólucro resistente à chamas e impactos com capacidade bem superior.
Inicialmente as autoridades australianas duvidaram da utilidade do artefato e
ainda houve uma feroz resistência ao seu uso por parte dos pilotos, que se
sentiam sob vigilância e viam a possibilidade de ter sua memória manchada pelas
sombras da imperícia ou - pior - o uso político das gravações pelos patrões.
Mas em 1958, foi integrado a aviação britânica e estadunidense. Hoje, a
"caixa-preta" é um instrumento de uso obrigatório e universal, e as
autoridades aeronáuticas são unânimes quanto a sua utilidade e valor. Como
resultado dos protestos dos pilotos e seus respectivos sindicatos em época
imediatamente anterior à sua introdução, todos os equipamentos de Gravação de
Voz ou CVR possuem um botão "Erase", ou apagador, que permite,
somente após um pouso normal, apagar todo o conteúdo gravado pelo equipamento,
impedindo assim um uso inapropriado ou anti-sigiloso de suas gravações.
Por conta de tudo isso, em casos de infelizes
acidentes, os investigadores conseguem determinar as suas causas e melhorar a
qualidade de outras aeronaves, impedindo que os mesmos erros aconteçam
novamente. Interessante, não é?
Origem do Voo:
Mecânico
de Aviões
Execelente texto e bastante clareza em suas explicações.
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