domingo, 9 de março de 2014

Voo 3080 AS MINHAS RECORDAÇÕES COM O F-86.






Fabricio Marcelino
Esp.MMA
Leiria




Após ter recebido autorização para a aproximação à Base, iniciar a final e, fazer a respectiva aterragem na pista 03,cumpre-me cumprimentar o comando, bem como toda a tripulação.
Ao ler o VOO 3076, do colega António Six, que igualmente cumprimento, veio-me à memória de algumas situações relacionadas com alguns acidentes do mítico avião F-86F.

Assim, em 14 de Março de 1962,o avião 5345,pilotado pelo então Tenente Freire, explodiu ao largar uma bomba em Alcochete.
Esta, ficou presa e explodiu debaixo da asa.
Ele ejectou-se e ficou ileso, mas já na Base,deu ordem nos bares para o pessoal beber que entendesse.
Na festa do seu contentamento com os colegas, partiu um pé! Nesse mesmo dia, se a memória não me atraiçoa, nasceu-lhe um filho/a.
Em 17 de Agosto de 1962,o avião 5314,pilotado pelo então Alferes Barbosa, derrapou na pista ao fazer a aterragem, debaixo de um temporal tropical, após um voo em parelha com o então, grande comandante, Ten.Cor.Barbeitos de Sousa. O piloto foi cuspido e salvou-se. Fazia parte da 6ª missão do destacamento 52 da B.A.5.
O avião estava municiado e como se incendiou, a certa altura as metralhadoras não perdoaram e meteram um grande susto aos bombeiros. Depois de vir a Lisboa à inspecção, ficou OP. para continuar a voar e foi de novo para a Guiné, integrar a 7ª missão, que foi a minha.
Em 23 de Outubro de 1962 o avião 5312,pilotado pelo então 1º.Sarg.Cabral,ficou com o motor INOP.a norte da Figª.da Foz. Conseguiu pilotar o avião quase até à Base. Como foi dado o alerta eu, em conjunto com os colegas da linha da frente, fitámos o firmamento até que ele apareceu e, como o meu avião também estava em voo, cada um de nós queria ver se era o seu avião. Quando tudo indicava que tudo ia correr bem, o avião entrou repentinamente em perda e, vimos com com satisfação a ejecção o piloto, a norte da Base, junto a Carvide!
Após a queda, como é normal, saíram os bombeiros, ambulância etc. Quando chegaram ao local, a preocupação era apagar o incêndio e, resgatar a piloto. Não o conseguiram encontrar. O piloto, homem com um H grande, logo que se viu livre do paraquedas, veio até à estrada e, pediu boleia a um camião, que o levou à Base.
Tudo isto faz parte das memórias que todos nós temos da passagem pela nossa FAP.
Um abraço a todos

Voos de Ligação:
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