terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Saber receber é uma grande virtude...e tu sabes Fernando!

6-Mensagem do Victor Barata
Melec Av/Ins./Av 3ª/69






Boa tarde,Companheiros!


Ando á alguns dias para vos descrever a "outra" parte da minha viagem aos Açores,mas...vou tentar!
Quando em tempos o Fernando Castelo Branco entrou na nossa LINHA DA FRENTE e se apresentou,foi para nós uma alegria,era um ZÉ dos Açores,tínhamos alguém do outro lado a dar-nos noticias.Quando,mais tarde, lhe disse que me deslocava frequentemente ás diversas Ilhas,logo me chamou a atenção para quando o fizesse lhe comunicar.

Assim aconteceu,como já descrevi numa mensagem anterior,no dia 6 desloquei-me á Terceira e,antecipadamente,tal como prometido,transmiti-lhe a minha ida e a hora de chegada.
Eu nem de fotografia conhecia o Fernando,mas na realidade nós,ZÉS,somos mesmos especiais,olhei para um individuo e ele para mim,não precisamos de dizer quem éramos,estava consolidado outro dos motivos que me tinha levado aquele local,conhecer o nosso camarada Fernando Castelo Branco!
Depois das formalidades alfandegarias,seguimos para local onde ia ficar hospedado guiado por ele.
No dia seguinte veio ter comigo, onde me tinha deixado no dia anterior a pernoitar, para se por á minha disposição no sentido de visitar alguns locais interessantes da Ilha.
Assim foi,partimos com destino ao encontro do filho do Jaime para rumar-mos ao cemitério para prestar a, já descrita, homenagem ao Jaime.Dali seguimos para um local por mim habitado á 36 anos cumprindo o serviço militar,a Base Aérea 4,nas Lajes!


Já tinha feito diversas tentativas para esta visita mas sempre em vão pois só acompanhado por alguém credenciado para entrar e que se responsabilize pelo visitante.O Fernando era a pessoa indicada para o fazer.
Reparemos na foto ao lado,ou seja ,a entrada na BA4 por via aérea(do lado direito da foto pode ver-se o terminal militar) e via terrestre,a porta de armas(ao fundo do lado esquerdo),hoje recheada de pessoal feminino.



Procedeu-se então ao cumprimento das rigorosíssimas medidas de segurança,não se entra naquele local á deriva(os americanos não deixam que tal aconteça...)saindo da viatura e indo á recepção fazer as respectivas identificações dos visitantes.Quero aqui realçar a maneira extremamente educada e simpática que,embora em ambiente militar,é dispensado pelo pessoal em serviço na recepção e porta de armas,são da FAP!...

Passe de entrada na Base Aérea 4

Depois de apresentar os meus documentos pessoais e da viatura em que iríamos entrar na Base,foi-me concedido um passe pessoal de entrada(foto acima) por 24 horas,com toda a minha identificação pessoal e,onde consta também,a responsabilidade do Fernando.Posso-vos dizer que o regime é muito rígido.A velocidade máxima para circular dentro da unidade é 40 Km/h,existe controle de velocidade através de radares com câmaras,operações Stop para apresentação de documentos pessoais e da viatura e controle de alcoólico! A não paragem no Stop,com ou sem transito,não fazer o pisca para mudança de direcção ou encostar,(tive sorte,ninguém viu!)sendo detectável,é imediatamente punível!
Bom,mas a imponência deste "mundo",fez-me esquecer tudo isso.Na realidade o cicerone foi do melhor que podia haver levando-me a uma visita guiada ,como só ele podia e sabia fazer,
percorrendo todos os cantos,desde as pistas,passando pelos diversos locais de vendas, alojamentos,etc.Recordei o clube de especialistas,a messe e as camaratas onde dormi o tempo que lá permaneci.

Ainda fui fazer compras onde podia entrar,pois como sabem,estes locais são americanos,embora com pessoal português a laborar neles,mas alguns só podem ser frequentados por eles.



Eu,Victor Barata e o Fernando Castelo Branco

Como se aproximava a hora de almoço,fomos almoçar á messe de sargentos.Comi umas lulas grelhadas que estavam muitos boas.Devido a obras porque estavam a passar alguns refeitórios,tinha muita gente ali a comer.



Sarg.Mor Sousa e eu Victor Barata
Por fim fui recebido pelo Sarg.Mor Sousa, que foi de uma amabilidade muito grande.Recordamos tempos antigos,companheiros que,infelizmente,já nos deixaram,enfim,saudades de tempos passados e que não voltam.
Por volta das 16 horas deixamos a Base,eu fui tomar um banho,o Fernando foi buscar a esposa ao seu local de trabalho para á noite nos encontrar- mos para jantar.
Muito teria mais para contar desta minha estada aqui,mas entendo que tudo o resto já é em privado que nada tem a ver com este espaço.
Agora o que ainda falta falar é de um GRANDE HOMEM,não na sua estatura física,mas sim na sua qualidade humana,o seu elevado grau de humildade,a sua disponibilidade para ajudar,a sua postura,educação,são o coeficiente para esta minha distinção do FERNANDO CASTELO BRANCO!
Fiquei bastante sensibilizado com a maneira como o nosso ZÉ me recebeu,a sua humildade fez com que,durante o tempo que estive naquela região,conhece-se os seus locais mais importantes ,convidando-me para almoçar e jantar saboreando assim as grandes riquezas gastronómicas , assistir a uma largada de touros,confraternizar com amigos seus,
distinguindo-me com lembranças e por fim oferecer-me dois CD e dois DVD ,que ele fez sem eu saber,da minha estadia na Ilha,desde a Tap a aterrar no dia da chegada e eu a sair do avião, até á partida,que tal como na chegada, a entrar no avião da TAP que me trouxe até Lisboa!Memorável!!!
Despediu-se de mim junto ao chec-in,dali já não podia passar,mas o desejo era reciproco,o Fernando queria vir comigo e eu queria ficar lá com o ele!Aqui o coração mandou mais que nós,as lágrimas soltaram-se,é de HOMENS!
Não te agradeço porque me proibiste de o fazer,BEM-Haja!
Por último deixo um apelo a todos os ZÉS que se desloquem á Terceira,que não o façam sem visitar o Fernando, ele merece e ficará bastante feliz com isso.
Victor Barata