segunda-feira, 21 de julho de 2008

OS NOSSOS 707-B.





329-Mário Aguiar
Espº.Marme Guiné
Porto






Amigo Barata.

Depois de ter estado contigo lembrei-me de um nosso companheiro de que infelizmente já não recordo o seu nome oficial, mas que para nós ZÉS ESPECIAIS era o "ERMESINDE" de MMA, com quem trabalhei em Mueda, que tinha um nervoso muito especial pois quando se passava mordia a língua e remetia para o seu contestatário a peça de ferramenta que estivesse na mão.
Este nosso companheiro com quem compartilhei alguns momentos durante as nossas vidas do ano de 1971 em Moçambique, por lá se finou num acidente no planalto dos Macondes, segundo julgo saber numa DO27.
Por coisas do destino durante a minha estadia nas DGMFA, antes da minha estadia na Guiné, tive o privilégio de poder fazer parte da equipa que lhe prestou a ultima homenagem, acompanhando o seu corpo desde Lisboa até Ermesinde, onde lhe foram prestadas as últimas homenagens, tendo neste percurso obrigado todos os polícias a fazerem a respectiva continência ao nosso companheiro "Ermesinde", sendo obrigados quanto mais não fosse pelo facto da sua urna vir tapada com a bandeira das quinas, tendo ainda passado pela ultima vez na Rua de Santa Catarina no Porto.
Este nosso companheiro tinha tanto de nervoso como de amigo, pois como sou testemunha em Mueda havia uma unidade, amizade, camaradagem, o que quiserem que era especial, e isto poderão todos os NANAMUES testemunhar.
Desculpa o meu português mas julgo ser justo falar deste, como de outros nossos companheiros ESPECIAIS.








E sobre o assunto deste escrito "os nossos 707", lembrei-me das inúmeras macas que montei nos ditos em Bissalanca para as evacuações dos nossos feridos, e alguns muito mal tratados, tendo mesmo que vir amarrados para não poderem terminar com as suas vidas, que hoje passados tantos anos julgo que muitos partiram de entre nós, mas alguns fruto dos muitos apoios que tiveram estão ainda entre nós, embora alguns com mutilações físicas e muitos ou todos com mutilações psíquicas



Um abraço.



Mário Aguiar