segunda-feira, 21 de julho de 2008

QUEN GUI.


330-Augusto Ferreira
ex-2ºSargºMil. Melec./Inst./Av Tete
Coimbra





Quen Gui


Amigo Vítor Barata, estou de novo de regresso à linha da frente, depois de ter assistido a uma grande adesão, nestes últimos tempos, de novos companheiros, que saúdo, que se debruçaram nesta nossa varanda, de onde observamos o nosso passado pela FAP e outros Ramos das Forças Armadas, de que tanto nos orgulhamos de ter pertencido. Parabéns Barata.

Hoje Vítor, venho falar do grande amigo Quen Gui, de que todos os que estiveram no AB7 em Tete, entre 72/74 se devem lembrar.

Quem era ? Era o furriel do Exército, nascido na Beira em Moçambique, que era responsável pela secção dos morteiros 80, que protegiam a base.

Este trabalho era feito com mais alguns soldados africanos do Exército. Estou a enviar uma foto, junto a um desses morteiros, instalados no perímetro do AB7.

Era e é uma pessoa simpatiquíssima, amigo do seu amigo, de quem tenho o privilégio de ser seu amigo e de me encontrar, de vez em quando com ele aqui em Coimbra, onde ele é professor de matemática.

O Quen Gui, era um distintíssimo basquetebolista em Moçambique, acabando por vir para Coimbra, representar a Associação Académica, aonde participou em alguns Campeonatos Nacionais de Basquetebol.

Apesar da sua classe, foi sempre de uma humildade extrema e o facto é que durante a sua presença não AB7 em Tete, representou várias vezes o nosso Aeródromo, em torneios que se desenrolavam na zona.





Desses tempos, segue uma foto, tirada em Moatize, num jogo que lá fomos efectuar.

Eu sou o 2º da esquerda para a direita e ele é o 4º.

Curiosamente, no campo de Futebol de Salão, que ficava colado do lado esquerdo, aconteceu lá um acidente grave de helicópetro.

Foi num domingo à tarde, penso até que se tinha lá desenrolado, momentos antes, um jogo de futebol de salão.

O piloto Alf. Amaral fazia um voo de reconhecimento, baixou excessivamente o heli, bateu num poste de iluminação, acabando por cair e explodir no referido campo, vindo a ter morte imediata.

O atirador do helicanhão 1º cabo Cardinha, que também seguia na aeronave, acabou por ser projectado, antes de embaterem no solo, ficando muito maltratado .

Socorrido por civis no local e transportado para o Hospital de Tete, acabou por sobreviver.

Acidentes destes, aconteceram um pouco por todo o lado, naqueles tempos, que talvez se tivessem evitado. Seria o destino?

Em alguns fins de semana, na tenda da secção de morteiros dos homens do Exército, (sem faltar a viola) comiam-se leitão ou cabra assada.

Os soldados africanos do Exército, iam ao aldeamento da Bamba, que ficava a cerca de 3kms comprar os bichos, que eles matavam e preparavam e depois o padeiro da base, que era da Mealhada, fazia o resto.

Claro que o acompanhamento, era feito com as conhecidas "bazucas" da Manica






Envio também uma foto, tirada nesse aldeamento.

Já agora a informação, de que o Quen Gui estava nos alojamentos, no mesmo quarto do Arlindo Piriscas e do falecido Vitó de quem era invariavelmente amigo.

Tenho a informação. de que ele se vai encontrar em breve, com o Arlindo aqui em Coimbra.

Eu estarei com o Piriscas, este fim de semana em Vila Real, depois darei notícias sobre o acontecimento.

Um grande abraço para todos os Zés desta Linha da Frente.

Para ti Barata o grande abraço habitual.

Até breve


Augusto Ferreira