sábado, 2 de agosto de 2008

ATAQUE À BASE AÉREA 12.



356-Antonio Damaso
SargºMor Paraquedista Guiné


Odemira





Boa tarde camarada Barata
Recebi as três imagens que muito agradeço, valeu pela intenção mas eu já tenho as cartas genuínas que o camarada Rebocho teve a gentileza de me oferecer.
O que eu realmente gostaria de ter era fotografia aérea da zona em referência, porque antes da Operação Mamute Doido, tive acesso à carta militar da zona e depois, antes da emboscada, tinha atravessado uma picada que estava na carta e após a emboscada, deparei com outra picada que estava a ser utilizada e que não estava na carta.
Nós na Guiné, fizemos muitas operações com suporte de fotografia aérea, daí eu pensar que no arquivo possa existir alguma.
Até certo ponto, considero-me um especialista, MMT, sendo assim, quero dedicar as próximas palavras a todos camaradas especialistas e do SG da Força Aérea em especial àqueles que ao longo dos anos prestaram Serviço nas Unidades de Pára-quedistas, onde tive grandes amigos.
No dia 19MAR68, um grupo do PAIGC comandado pelos André Pedro e Gomes Joaquim N,Com atravessaram o rio Mansôa perto de Bula e chegaram à Tambanca de Bissalanca durante a tarde alguns sem dar muito nas vistas, beberam uns copos e à noite, cerca das 22H00, junto ao arame farpado do mesmo lado, desencadearam um ataque simultâneo à BA12 e BCP12.
Constou que alguns edifícios da Base foram atingidos apenas com estragos materiais e no BCP12, depois de ter visto os impactos das morteiradas, acho que aquele ataque foi mais dirigido para o campo de futebol onde estavam acampados em tendas, uns milícias, pertencentes a uma recruta que a ser dada por militares do BCP12, e aí sim alem de estragos em tendas, causaram algumas baixas.
Na altura, tinha casa em Bissau e pela manhã quando cheguei à Unidade, andavam os nossos camaradas especialistas ver os impactos e comentarem como se tinham comportado.
Uns meteram-se debaixo das camas outros fugiram para a rua e um destes, tropeçou num barrote das obras que abundavam por perto da Camarata de Sargentos que além de apresentar escoriações, ainda servia de brincadeiras para desanuviar o ambiente.
Eu também me ria e um deles perguntou-me porque me estava a rir, e se lá tivesse estado, o que tinha feito?
Ao que respondi que não sabia, provavelmente teria reagido como eles.
Oportunamente, descreverei a minha reacção ao primeiro ataque nocturno que sofri num acampamento em pleno mato.

Um abraço do Dâmaso