356-Antonio Damaso
SargºMor Paraquedista Guiné
SargºMor Paraquedista Guiné
Odemira
Boa tarde camarada Barata
Recebi as três imagens que muito agradeço, valeu pela intenção mas eu já tenho as cartas genuínas que o camarada Rebocho teve a gentileza de me oferecer.
O que eu realmente gostaria de ter era fotografia aérea da zona em referência, porque antes da Operação Mamute Doido, tive acesso à carta militar da zona e depois, antes da emboscada, tinha atravessado uma picada que estava na carta e após a emboscada, deparei com outra picada que estava a ser utilizada e que não estava na carta.
Nós na Guiné, fizemos muitas operações com suporte de fotografia aérea, daí eu pensar que no arquivo possa existir alguma.
Até certo ponto, considero-me um especialista, MMT, sendo assim, quero dedicar as próximas palavras a todos camaradas especialistas e do SG da Força Aérea em especial àqueles que ao longo dos anos prestaram Serviço nas Unidades de Pára-quedistas, onde tive grandes amigos.
No dia 19MAR68, um grupo do PAIGC comandado pelos André Pedro e Gomes Joaquim N,Com atravessaram o rio Mansôa perto de Bula e chegaram à Tambanca de Bissalanca durante a tarde alguns sem dar muito nas vistas, beberam uns copos e à noite, cerca das 22H00, junto ao arame farpado do mesmo lado, desencadearam um ataque simultâneo à BA12 e BCP12.
Constou que alguns edifícios da Base foram atingidos apenas com estragos materiais e no BCP12, depois de ter visto os impactos das morteiradas, acho que aquele ataque foi mais dirigido para o campo de futebol onde estavam acampados em tendas, uns milícias, pertencentes a uma recruta que a ser dada por militares do BCP12, e aí sim alem de estragos em tendas, causaram algumas baixas.
Na altura, tinha casa em Bissau e pela manhã quando cheguei à Unidade, andavam os nossos camaradas especialistas ver os impactos e comentarem como se tinham comportado.
Uns meteram-se debaixo das camas outros fugiram para a rua e um destes, tropeçou num barrote das obras que abundavam por perto da Camarata de Sargentos que além de apresentar escoriações, ainda servia de brincadeiras para desanuviar o ambiente.
Eu também me ria e um deles perguntou-me porque me estava a rir, e se lá tivesse estado, o que tinha feito?
Ao que respondi que não sabia, provavelmente teria reagido como eles.
Oportunamente, descreverei a minha reacção ao primeiro ataque nocturno que sofri num acampamento em pleno mato.
Um abraço do Dâmaso