segunda-feira, 22 de setembro de 2008

FORTALEZA.


452-Pedro Garcia
Esp. OPC 3ª/69 Angola






Complementando o que o Sousa diz, na msg 428, a nossa "guerra" no, Norte de Angola seria de um tipo diferente, era mais o "bate e foge", os turras,em pequenos grupos, emboscavam, davam uns tiros e depois piravam-se deixando o pessoal desorientado a tratar das mazelas.Claro que havia as excepções.
O Gen. Costa Gomes, quando foi comandante chefe em Angola mandou criar umas unidades de busca e intercepção do inimigo.
No Norte, a partir de Luanda, foi criado um grupo cuja linha da frente era constituída pelas máquinas, respectivos pilotos e mecânicos, um OPC com o respectivo equipamento, (em Zala devido ao elevado movimento tivemos que ser dois), mais um grupo de paraquedistas com pisteiros.
Quando havia notícias/suspeitas de infiltração de colunas inimigas, a partir da fronteira Norte e com destino á mata dos Dembos o grupo era organizado e partia á procura deles, baseava-se nos destacamentos da FAP, como São Salvador e Toto, ou em acampamentos, do exército como Zala, Ambrizete e outros.
Na retaguarda, em Luanda, ficavam, em stand-by, os Paras e os Comandos que seriam chamados em caso de perspectiva de contacto significativo.
"Fortaleza" era o indicativo, em fonia, do nosso sistema de comunicações que estava ligado ao Comando da Região Aérea de Angola.Em todo o caso tivemos uma guerra tranquila, faziam-se alguns prisioneiros, na maioria putos da nossa idade ou menos, tivemos duas baixas nas tropas de quadrícula e no recontro final o inimigo teve um grande número de baixas,(não sei quantas pois na fase de rescaldo voltei para Luanda para embarcar, para Lisboa, em fim de comissão).
Recordo os nomes de alguns pilotos, Major Aleixo Corbal, que viria a ser CEMFA, Major Roque, Cap Caldas, Furriéis Burguete e Cristo, o Maeq Pereira, da 3ª/69 e o meu grande amigo, OPC, Abílio Pedro, também da 3ª,/69.
Um abraço Garcia