quarta-feira, 17 de setembro de 2008
O OITENTA.
442-António Dâmaso
SargºMor Paraquedista Guiné
Odemira
OITENTA
Companheiro Barata, saudações Aeronáuticas.
Ao ver as fotos do Jorge Félix, senti-me " Heli-transportado" no tempo para 39 anos atrás, só não me senti mais rejuvenescido porque estou com uma grande camada de gripe.
Os Furriéis são mesmo aqueles e ficamos por aqui para não interferir com a vida privada de outras pessoas.
O Jorge fala-me de um Pinto, conheci e conheço muitos mas com outro nome atrás ou à frente, quanto aos outros conheço-os de ginjeira, como se costuma dizer.
O Terras Marques, em 72/74 esteve lá outra vez, mas hoje vou falar duma lenda viva que dava pelo nome de 80.
O nosso amigo Jaime Manuel Duarte de Almeida, pára-quedista de 1963 e com o N.º de Brevete 1961, indivíduo rebelde por natureza, conhecido e falado em todos os meios, militares, prostitutas, catraio e até os turras, detentor de duas cruzes de guerra e também de algumas "porradas", no mato era uma espécie de "bulldozer", levava tudo à frente.
Recordo uma altura numa operação no Choquemone em que fui largado noutra ponta da mata, éramos 20 e eu era o mais graduado e recebi ordem do PCV via rádio para ir ter com o resto da Companhia na outra ponta, não estive com meias medidas e mandei o 80 para frente e segui logo em 3.º lugar, nesse dia o Jaime não chegou a fazer o gosto ao dedo.
Naquela altura, descobri outra faceta do amigo Jaime, tinha as costas largas e dava cobertura a alguns ilícitos.
Tinha um staff que quando chegavam a alguns aquartelamentos do Exército, o alvo era o depósito de géneros, havia aqueles garrafões de vinho de 10 litros, grades de cervejas, etc.
Na calada da noite, como bons militares, executavam o assalto.
Posteriormente tive notícias que tinha saído da tropa e que tinha sido visto no Bairro Alto a jogar à vermelhinha.