quarta-feira, 1 de outubro de 2008

POST 467 CERVEJARIA ESPADA E O "MÃO DI FERRO"





467-Américo Silva
Esp.Marme 1ª/69 Guiné
Angola



Olá Victor

Com o pensamento na localização da Cervejaria do Espada, recorri às potencialidades do Google Earth e fiz as minhas referências com base apenas no meu registo de memória.
Talvez tu também possas confirmar até com mais rigor onde se situava a rua do Espada, tal como eu penso que é conforme indiquei.
Podes juntar a imagem à narrativa, como complemento.



Guiné actual vista no Google Earth.


Guiné anos 60,postal ilustrado onde é referenciado com o nº6 Casa Espada-Hotel Portugal.
Foto Blog Luís Graça





Li o artigo do nosso amigo António Dâmaso com o nº 465, sobre as ostras do Espada e lembrei-me dum episódio que junto em anexo a sua narrativa, para que possas colocar no blog, quando achares conveniente.




CERVEJARIA ESPADA E O “MÃO DI FERRO”.


Caro Victor

Acerca do artigo do nosso amigo, António Dâmaso, com o nº 465 sobre a Cervejaria Espada ou Espadinha, quero referir que me lembro perfeitamente e principalmente por dois motivos.
O primeiro é que o filho do dono da dita Cervejaria também era especialista e cumpriu serviço no nosso tempo.
Pessoa de estatura para o “cheiozinho”, mulato e um verdadeiro camarada.
O segundo é que, quando íamos passear à cidade, aquele local fazia parte do nosso trajecto, para comer um travessa de ostras cozidas com aquele sumo de lima.
Recordo que a Cervejaria do Espada ou Espadinha, como também era conhecido, ficava numa rua transversal à avenida principal, para o lado esquerdo de quem desce e ficava também no caminho para o restaurante “Pelicano”, lá para os lados da Amura, com vista para o rio Geba.
A propósito, tenho uma estória engraçada que se passou no Espada.
Era costume irmos 4 ou 5 camaradas, comer as tais ostras acompanhando com cerveja.
Sentámo-nos e fizemos o pedido habitual ao empregado:
- ostras e cervejas, para todos.
Vieram primeiramente as cervejas, mas o empregado esqueceu-se de trazer a chave para retirar as “caricas”, deixou-as em cima da mesa, enquanto voltou ao balcão para ir buscar o dito abridor.
Eu que trazia sempre ao peito, preso num fio tipo colar, uma chave de abrir garrafas, dei um “toque” em todas elas mas deixei ficar as respectivas caricas nas garrafas.
Assim que o empregado regressou, quando ele ia começar a tirar as caricas, eu interrompi-o dizendo que eu fazia aquilo só com as mãos sem precisar de chave e acto contínuo, comecei a retirar as caricas, com o total espanto do empregado, que só dizia:
- ehhh, mão di ferro...., mão di ferro.
É claro que todo o pessoal se riu bastante com a situação, mas ninguém contou a verdade ao empregado.
De tal forma ele ficou convencido, que sempre que eu não ia lá, o empregado perguntava: - então hoje não veio o “mão di ferro”?
Era de tal forma um apreciador de ostras, que, sempre que ia em missão a Gadamael Porto, levava uma saca de serrapilheira das batatas e por 2$50 escudos, trazia o saco cheio de ostras que depois na Base se coziam e serviam de pretexto para mais uma petiscada entre o pessoal.
Acho que ainda tenho comigo, a faca de bico curto própria para abrir as ostras, que trouxe de recordação.

Américo Silva
VB. Perguntei ao Abílio Ferreira se me sabia dizer algo sobre o filho do proprietário da CASA ESPADA,Henrique Espada que era nosso colega (Melec/Centrais) na BA 12,respondeu-me assim:
Caro Victor,
Em relação à tua questão sobre o paradeiro do Espada, encontrei-o por acaso em Lisboa, numa tarde de Verão em 1977 ou 1978, (não tenho a certeza do ano), frente ao bar «Pirata» nos Restauradores, onde disse-me estar a viver e a trabalhar nas Canárias, Las Palmas, como segurança.
Disse-me inclusivamente, com o seu ar «fanfarrão», que se alguma vez fosse a Las Palmas, bastaria perguntar na zona das praias pelo português da segurança porque toda a gente o conhecia, logo facilmente o localizaria.
Não fui às Canárias e também nunca mais ouvi falar nele.
Aqui fica uma dica (antiga) em relação ao paradeiro do Henrique Espada.
Aguardemos por mais notícias.
Um abraço e saudações aeronáuticas.
Abílio Ferreira