Amílcar Condeço
2ºSargºMMT 1ª/69 Guiné
2ºSargºMMT 1ª/69 Guiné
Algueirão - Sintra
Amigo Victor.
Daqui de Sintra mais propriamente do Algueirão donde todos os dias recordo a minha passagem por tropas das FAP, pois revejo com muita saudade a minha ultima unidade BA1, envio um forte abraço para todos os que passam e ficam nesta casa que já considero minha.
A pouco, como não podia deixar de ser, vim dar uma espreitadela á sala e entre outras conversas veio á baila o nome do TC TOMAZ.
Qual monstro que todos nós temíamos, mas......e á sempre um mas ficam aqui registadas duas passagens com muitos anos de intervalo as quais para mim são sinonimo da pessoa prevista que era esse HOMEM:
-1º Estamos no ano de 1969 por alturas do meio da 2º fase(já nos tinham entregue a farda azul), quando numa sexta feira eu e mais o meu primo VALADAS (269/69 MMA que não chegou ao fim do curso), como não conseguimos boleia , resolvemos pormo-nos ao caminho direitos a Lisboa, quase a chegar a Alenquer uma alma caridosa deu-nos boleia até ao Carregado, passado que foi o cruzamento paramos numa tasca á saida e fomos comprar um tabaquito e beber um café, quando voltamos á estrada, bivaque ao ombro e blusão desbotoado fomos de logo surpreendidos pela travagem de um carro ao nosso lado a oferecer boleia, quando nos apercebemos de quem era ficamos sem saber o que fazer pois a Renault AM-60-24 estava á nossa espera.
Atrapalhados e sem saber o que fazer olhamos para dentro com medo e estava o nosso TC Tomaz a chamar-nos e a perguntar se íamos para Lisboa, a medo dissemos que sim e lá entramos na dita, pensando que o trajecto seria de novo a OTA; mas não seguimos viagem para o destino que nós queríamos, conversa puxa conversa mais do TC que nossa e lá contamos com eram os almoços e demais que o dito nos perguntou.
Chegados a Lisboa foi-nos oferecido um café na Suiça e como o nosso dinheiro era pouco foi-nos dado 5 Escudos para o comboio, com o promessa que nunca mais deveria-mos andar sem o bivaque na cabeça e o blusão desbotoado.
-2º Passados muitos anos talvez 15 ou 16 ou seja por alturas de 1886, ia eu mais a minha cara metade em Lisboa mais propriamente na Av. Almirante Gago Coutinho, (Av. do Aeroporto) junto aos escritórios da firma onde trabalhava quando ouço um sujeito a falar com uma senhora; voz que reconheci mas não me lembrava donde, olhei para traz e vejo o TC, parei e perguntei se era o Sr TC Tomaz ao qual ele para espanto meu respondeu que sim, voltando-se para a esposa(pois tratava-se da senhora), e rindo disse:
-A este aluno e ao primo preguei-lhes um susto mas também fiquei a saber muita coisa que desconhecia, e valeu um café na Suiça.
Claro que eu não esperava esta reacção da parte do TC.
mas depois de muita conversa fiquei com a noção de que o SR TC Tomaz não era tão mau como se fazia querer.
Fiquei com a morada dele para passar em Cascais a cumprimenta-lo mas nunca tive a oportunidade disso.
Aqui fica pois um apontamento que, não sendo passado nas terras de África, relata como nós vivemos muitos bons momentos na nossa FAP.
Já vai longo desculpa, vai um abraço para todos com um até breve.
Amílcar Condeço MMT/69 FAP