785 O CRISTIANO E AS SUAS RECORDAÇÕES.

Cristiano Valdemar
Esp.MMA Guiné

Sobreda da Caparica

Olá Victor
Embora já tenha respondido mas percebi que o “cartucho do Fiat “ teve ignição mas o motor não arrancou.
Gostei do que vi no teu blog e por isso vou continuar a dar notícias e contar factos para que os que estiveram e assistiram recordem os restantes venham a saber.
Em primeiro lugar vou “falar” com os amigos que me reconheceram mesmo sem verem os meus tiques característicos.
Quanto ao Jorge Mendes esse “malandro” de tantas horas e viagens passadas à boleia, ele até Coimbra e eu mais além até Seia.

Foi Bom recordar as nossas viagens a pé até Alenquer, como era proibido andar à boleia havia que proteger-mo-nos da Renault 4L AM-60-24 que era conduzida pelo temido Ten. Coronel Tomás.
Nesse tempo que ainda víamos os estragos das grandes cheias de Novembro de 1967, não foi só esse 1968, já em Monte Real aquele grande “frigorífico” onde dormimos durante alguns meses e onde sentimos o ”bom” do abanar de cama do sismo de 1969.
Foi bom conviver contigo durante aqueles anos.
Ao Dimas aquele grande abraço e que corra tudo bem contigo em Angola.
Os que faltavam identificar já estão, só do jogo da bola é que não sei a maior parte deles.

Em cima da Esqª/Dirª Cristiano ,Beirão ,Ferreira, Ventura e Graça. Pela mesma ordem em baixo, Abreu, Marques, Monteiro e Luisinho.

Em Nova Lamego,da Esqª./Dirª.,Pina(já falecido), Furriel Mec. Rádio Russo. Cristiano, Sousa e Abílio.
Local de onde os Fiats saíram para uma missão.

Já agora que se fala daquele Grande Comandante que eu acompanhei em Monte Real e na Guiné foram quase cinco anos, refiro-me ao Sr Coronel Pilav. Gualdino Maria Moura Pinto que esteve nesta missão onde levou de volta à BA 12 um Fiat com uma avaria de perda de combustível que não pode ser reparada no local.
Ao Arnaldo Sousa vais desculpar-me por não te recordar, mas a consideração é a mesma que tenho para com outros com quem privei mais tempo.

Pensando bem foste um dos “culpados” de eu ter ficado mais uns tempos na BA12.

Chegaram uns “periquitos” , “ checas” à Base que era preciso desemburrar, tive que ficar até ser garantida a operacionalidade na Linha.

Nessa altura até o chefe da Manutenção tinha sido evacuado para o Continente, digo assim porque por engano da Guiné fui para os Açores durante três meses e vim acabar a “guerra “ a Monte Real.
Fiz um apelo para saber do paradeiro do então 1º Sarg.º Melec./Inst. Av. Rui Baptista, só que não colocas-te o nome dele. Na altura ele estava também nos Hélis na BA12 .
O querer saber dele é por causa duma história que tu conheces em parte.
Estava eu tirar o curso de Fiat em Monte Real e o dito 1º Sargento que era monitor desse curso, disse ao pessoal da turma :« ontem houve um acidente duns gajos que estão a tirar o curso de piloto na Base de S. Jacinto um deles morreu os outros trouxe-os para a enfermaria da Base, a chatice que era se algum morria no carro.», por acaso fui à enfermaria, pois estava lá um camarada de perto de Seia, e vi os feridos desse acidente isto 1969. Em 28 Maio de 1971 fui para a Guiné onde estive até 14 de Junho de 1973.

Em Agosto de 73 conheci uma “menina” que é hoje a minha mulher, isto para dizer que é prima de um desses instruendos feridos, um dos pilotos era o Alferes Pilav. Morais. Piloto que passou algumas temporadas no heli-canhão na BA12.

Agora vem a história que já alguns conhecem, foi o homem que deixou o Nuno Almeida (Poeta) no mato e depois sozinho o foi buscar. Daí eu gostar de saber do dito 1º Sarg.º pois o meu primo era piloto de héli lidou na BA12 com quem o transportou para a enfermaria da BA5, sem saber.
Há um livro (foto em baixo) com dedicatória para o Morais do Nuno Almeida.

Hoje este piloto é instrutor dos hélis “Kamov” e opera em Portugal.
Das fotos em cima que o Dimas começou por identificar, faltava o Beirão e o Monteiro.
Victor dizias que os fotógrafos de serviço eram eu e o Madeira, o senhor não se chamava Madeira mas sim Monteiro e da sociedade para que conste era também o Areal.
Já que falamos de Madeira só me lembro de dois um MMA DO 27 que infelizmente consta na lista de falecidos, fomos e viemos na mesma viagem de férias (Páscoa de 1972), altura em que foi tirada aquela foto em que está o saudoso Coronel Pilav. Moura Pinto e a seu lado (na foto completa) o Coronel Pilav. Lemos Ferreira, numa Festa de Especialistas em que os cenários eram desenhados pelo Gama. O outro Madeira era Marme contemporâneo do Américo Dimas, que tendo acabado a comissão regressou à Metrópole.

Eu já tinha acabado o tempo normal e “libertado” pelo Sr. Cap. MMA Jurado, para vir embora, mas era dito que não ia haver avião nos próximos tempos.

Era dia 14 de Junho de 1973 aparece na BA12 o dito Madeira fazia parte da tripulação dum Boeing FAP que ia levar bombas, como era sabido, iam quase sempre de barco.

Então pergunto se havia uma BOLEIA (sempre à boleia Jorge Mendes) para a Metrópole ou que ele me responde que o avião tinha funcionado como carregueiro, só tinha meia dúzia de cadeiras atrás e mais importante não havia fornecimento de refeições a bordo.

Disse para falar com o Comandante do avião e assim fiz qual o meu espanto quando soube que era o Sr. Major Pilav. Nico, quando fui mobilizado andava a fazer umas montagens de fotografia aérea exactamente a seu pedido.

A resposta do Sr. Major foi “vai fazer o desquite que nós esperamos”.

Impensável um Boeing 707 disponível e uma tripulação à espera. Fomos nesse voo eu e mais outro companheiro de quem não me recordo o nome penso ser das Do 27 e por sinal acabei por pernoitar em casa dele antes de ir par Seia.

Julgo ser a pessoa que na foto parece estar a dizer « sou eu» em que o Beirão está a estragar a foto. Tenho fotos que atestam esta viagem, mas tenho que as procurar no fundo do “baú” .

Vir num avião daquele tamanho sentados na última fila dois “artistas” e à sua frente não haver mais cadeiras, mais parecia uma pista de atletismo à nossa frente.
Naquela altura não satisfiz a minha curiosidade qual o tipo de bombas que foram a bordo.

Seria também por falta das mais indicadas que foram lançadas bombas de 750 lbs nessa altura?
Sei que estou a ser aborrecido e querer dizer tudo hoje mas ,meu caro Victor Barata, gosto de saber que tens caixas “Agfa” com fotos reveladas e tiradas por mim, duas reconhecias, a bomba de 750 lbs e o Fiat 02 carregando bombas 200 e 50 kgs,

Era um dos dois aviões que lhe tinha sido apagada a Bandeira Nacional da deriva para poder ser utilizado na missão de Conakry em 1970 esse avião veio a ficar entalado entre dois pinheiros no inicio da pista lado linha Fiat e F86 para quem conheceu a BA 5 69/71.

Eu vi o avião após o acidente, quase em directo, já não era militar.

Vi outra foto em que se vê o Boeing através da janela do Dakota.

Tenho pena de não ter os negativos da primeira viagem dum Boing FAP à Guiné, em que foi escoltado no espaço aéreo por dois Fiats um tripulado pelo Sr. Capitão Pilav. Seabra e o outro não me recordo. Para assinalar o facto dei uma ampliação (18x24) ao Sr. Capitão. Foi a mesma pessoa que era Comandante da BA5 quando foi tomada de assalto durante o PREC.
Quero deixar aqui uma mensagem de amizade para os então Ten. Pilav Matos, Pessoa, Marques, Santos e outros do mesmo curso, privei com eles em Monte Real quando ainda “gatinhavam” aos comandos dos F86 como Alferes.

Ao então Ten.Pilav. Pessoa que numa tarde de fim-de-semana “resolveu passar a noite fora” e em que o Dakota tinha saído com pessoal para uma almoçarada fora de portas daí as buscas demorarem um pouco mais, me obrigou a levantar ainda mais cedo, 5 da manhã (parece a canção das Doce) para dar cobertura aos Comandos Africanos com o Capitão Marcelino da Mata, sobe o comando do Sr. Capitão Comando Almeida Bruno e não Ten. Coronel como foi dito anteriormente.

Pois é,lembram-se de um rali na Guiné?Ora aqui está o Ford Cortina pilotado pelo Capitão Almeida Brito.

Gostava e se fosse do teu agrado que publicasses a cópia do jornal “Voz da Guiné” que deu a triste notícia do Sr. Ten. Coronel Pilav. Almeida Brito. Vou enviar em formato mais pequeno. Aproveitando este meio para desejar as melhoras após a queda de que foi vítima à Srº D.ª Ana Brito.

Voltando ao passado recordo-a ao volante do OPEL verde e branco ainda em Monte Real com os dois filhos.

Então e a minha recruta não é para publicar?
Até um dia destes, com um grande abraço.
Cristiano.

VB.Amigo Cristiano,vamos começar aperfeiçoar esse português porque o Blog não é meu,é NOSSO! Ponto final paragrafo.

Sobre os "Madeiras" tu tens razão mas eu também.O Madeira Marme,meu companheiro na Linha da Frente da DO 27,faleceu num acidente aéreo com o Alf.Pilav.Caldeira.O Madeira que te falo,era o de rádio que andava sempre com o Paulino e o Nóbrega?!...Também fazia fotografia,lembras-te? É de Coimbra.

Quanto ao Companheiro que deu guarida em sua casa quando regressas-te da Guiné é o Sabino,que estava comigo na Linha,lembras-te agora?

Sobre o Rui Baptista,vou tentar localizar o seu paradeiro,depois digo-te o resultado.

Mas o melhor é fazeres JÁ a tua inscrição para o 32ºEncontro(30 de Maio)para te encontrares e recordares a malta toda.