segunda-feira, 9 de março de 2009

VOO 846 NºS.DA CAUDA.


Miguel Pessoa
Cor.Pilav.Refº. Guiné
Lisboa
Victor
Para a próxima provavelmente não vais voltar a mandar-me e-mails às sete e tal da manhã...
Mas já que me espevitaste, agora aguenta comigo!
A propósito dos números de cauda dos Fiats, lembrei-me de uma cena curiosa que, não merecendo honras de publicação no blog, pelo menos posso partilhar contigo e com o teu "adjunto".
Os Fiats caídos na Guiné pareciam prenunciar uma sequência de eliminações que, para os mais supersticiosos, apontavam um determinado avião como "a próxima vítima".
De facto, se no período pós-Strela os primeiros três aviões perdidos no TO da Guiné tinham sido o 5413, 5416 e 5419 (embora não por esta ordem), o 5422 era encarado por alguns pilotos com um certo respeito.
Coitado do avião, que não tinha feito mal a ninguém e, pelo contrário, se encontrava ali sempre pronto (como os outros) e nunca, até àquela altura, nos tinha deixado ficar mal!
No entanto, no meu caso pessoal, não deixava de ter alguns cuidados especiais quando ia voar nele... Anti-g, colete com rádio (nessa altura tinham sido finalmente distribuídos...) e arma pessoal eram sempre utilizados e, pelo sim pelo não, uma inspecção cuidadosa à cadeira e às respectivas cavilhas fazia parte da minha rotina.
Os incidentes seguintes vieram desfazer este presumível mau-olhado quando perdemos o 5409 e, mais tarde, o 5437 e as eventuais superstições finalmente desapareceram.
Estou a generalizar esta história, mas até pode ser que tenha sucedido só comigo. Mas também não me fez mal nenhum, que todos os cuidados eram poucos quando nos dispunhamos a iniciar um voo que não sabíamos como ia acabar.
Um abraço.
Miguel Pessoa
VB:Miguel espevito-te logo cedo para que procedas à tua manutenção matinal,fazendo com que não percas a "linha".
Sobre os nºs,dos aviões,o outro já dizia"Vale mais prevenir que remediar"mas...
também "Gato escaldado da agua fria tem medo"!