quinta-feira, 16 de abril de 2009

VOO 912 AS HISTÓRIAS DO VICTOR COM O HONÓRIO.



Victor Oliveira
Esp.Melec/Inst./Av.
Caneças





Estávamos em Nova Lamego a fazer protecção á coluna para Madina,quando um dia pela manhã carregam um caixão forrado a pano preto na DO para Madina. Aparece o Honório e diz-me Pichas vamos a Madina e eu disse a gente lá não tem tempo para beber um copo,(quando íamos lá nem parávamos o motor). No meio desta conversa aparece um cabo do exército e pede ao Honório se o levava porque nunca tinha andado de avião,e perguntei-lhe se sabia onde se ia meter. Bom lá descolámos os três,eis que quando passamos o rio vinha a coluna na direcção do Cheche.O Honório quando vê a coluna toca de fazer as suas habilidades e o nosso cabo começa de gritar ao gregório não se podia estar dentro da DO. Quando aterramos disse para o cabo para ir buscar água para lavar o avião. Vem um alferes e um cabo num unimog e diz-nos para irmos beber um copo eis que de repente se houve uns tiros, o alferes e os cabos nunca mais os vi,eu e o Honório deitamo-nos debaixo da DO, o pessoal do quartel começou a chamar-nos levantamo-nos vem mais uns tiros e ficámos debaixo do unimog á segunda tentativa,lá conseguimos entrar no abrigo. Abrigo esse era em forma dum L,entramos lá para dentro para o fundo do abrigo puxei dum cigarro tremia como varas verdes e o Honório a gozar comigo. Passado talvez uma meia hora depois do pessoal do quartel ter mandado umas morteiradas lá paras os montes, diz o Honório, Pichas vamos embora e eu perguntei pelo cabo foram á procura dele e sai do abrigo em frente havia salvo erro duas ou três tabancas e houve-se uns tiros e então que ele entra a correr para dentro do abrigo e diz-me que ali é que se está bem. Ao fim de mais uma hora lá desata-mos a correr para a DO foi chegar po-la a trabalhar e descolar a rapar direito ao monte. Posso dizer que os nervos eram tantos que consegui fechar a porta da DO com o cinto de fora meti a mão na janela mas parti o acrílico da porta.Isto porque o inimigo tinham lá um artista a quem chamavam Osvald (que matou o Kennedy) punha o quartel em alvoroço.Fui lá algumas vezes levar munições nas DO.Devemos ter sido da FORÇA AÉREA os únicos a conhecer aqueles abrigos.Felizmente a sorte estava do nosso lado.Já agora gostava que me explicassem como é que aparece em livros editados fotografias de um T6G em reparação MADINA pois a pista mal dava para as DO e ficava no meio dos montes. Victor um abraço


Legenda: O T6-G nº1791 acidentado perto de Madina do Boé,pilotado um Alf.cujo o seu nome não me recordo.
Foto:
Victor Oliveira(direitos reservados)
Legenda:Pessoal desmontado o material recuperável da aeronave acidentada,sobe protecção de tropas paraquedistas.
Foto:
Victor Oliveira(direitos reservados)

Legenda:Continuando a tarefa referida na foto anterior,vemos em primeiro plano o SargºAjud.Manuel Matacão.
Foto:
Victor Oliveira(direitos reservados)

Legenda:Através destas fotos se pode analisar a capacidade técnica dos mecânicos da FAP,apesar da sua tenra idade.
Foto:Victor Oliveira(direitos reservados)




Legenda: Esta será a fase em que já se procedia à preparação da aeronave para ser destruída através do incêndio para que o inimigo pudesse recuperar alguma coisa de útil.
Foto:
Victor Oliveira(direitos reservados)

VB: Obrigado Victor pela bela história,um pouco demonstrativa, sobre o que era a vida dos mecânicos da FAP na guerra,muitas vezes mal aceite por muitos que julgavam uma coisa e na realidade era outra.