Pedro Garcia
Esp.OPC Angola
Baixa da Banheira
Esp.OPC Angola
Baixa da Banheira
Participação de um "especialista FAP" no 25 de Abril de 74
INTRODUÇÃO
Ontem, ao rever as imagens do 25 de Abril de 1974, dei comigo a, nostalgicamente, recordar os acontecimentos da época.
Ontem, ao rever as imagens do 25 de Abril de 1974, dei comigo a, nostalgicamente, recordar os acontecimentos da época.
Estando ainda fresca a reportagem do Correio da Manhã, cheguei á conclusão que eu, especialista FAP, também teria tido participação activa na revolução.Participação segundo a tradição especial.
PRELÚDIO
Desde que regressei de Angola, Março de 1973, fui, muito bem(!!), colocado no Estado Maior General das Forças Aramadas/Secretaria Geral do Ministério da Defesa Nacional, sito na Cova da Moura em Lisboa onde fazia 24 horas de serviço e ia para as 48 horas.(Digo muito bem colocado porque na altura auferia 6000 escudos mensais que me eram enviados, mensalmente, por vale de correio).
FACTOS
No dia 25 de Abril, de manhã, sou acordado pela minha avó dizendo, um pouco preocupada pois eu era militar, que havia confusão em Lisboa.Levanto-me, vou tomando conhecimento do que se passava e, por volta das 17 horas já com a situação estabilizada, telefono para a minha unidade a saber se era requerida a minha presença. (não telefonei mais cedo pois podia ser convocado e a situação nos acessos, entre a praça do Comércio e o Cais do Sodré, estava um pouco complicada).A resposta foi para não me preocupar, não aparecer porque aquilo já estava com muita confusão.
No dia seguinte, pela manhã lá apanhei o barco e segui para o meu posto, lá fui, todo inchado, com a minha farda, o que não era hábito, onde não faltava o crachat das medalhas das Campanhas de África e de Comportamento Exemplar. (Eram uma referência de velhice e dava nas vistas).
Durante as seguintes 24 horas lá fiz o meu trabalho, o serviço era mais exigente, algumas msgs fui entregar pessoalmente ao pequeno grupo, liderado pelo Otelo.
Durante a minha presença não eram interrompidos os trabalhos e dava para perceber que, na altura, estavam a tratar da saúde aos oficiais que não tinham participado no movimento, principalmente daqueles que tinham mostrado alguma antipatia.
Fico-me por aqui, para Rambo já basta.
Um abraço
Pedro Garcia OPC