quinta-feira, 4 de junho de 2009
VOO 1022 O "AMOR DE ESTIMAÇÃO"PELOS AVIÕES.
Joaquim Mexia Alves
Alf.Mil. Op.Esp. Guiné
Monte Real
Caro camarigo Victor
Só hoje reparei na feliz data do aniversário do espaço, digamos da Força Aérea, visto que ele já ultrapassa em muito os especialistas. Por essa razão, aqui vão os meus parabéns atrasados, mas sinceros. Muitas vezes afirmaste nas coisas que eu vou escrevendo e tu publicando, que eu sou um pouco da Força Aérea. É verdade, e tem uma razão de ser. Para quem desde a mais tenra idade habitou em Monte Real, (embora tivesse estudado em Lisboa), seria difícil não ter um “amor de estimação” pelos aviões. Conheci a Base de Monte Real ainda era apenas um chamado “Campo de Aviação”, e onde aterravam umas “trotinetes” com asas. Se hoje em dia existe aquela Base, deve-se em muito ao meu pai, como saberás. O meu irmão João, bastante mais velho do que eu, decidiu em dada altura da sua vida que não lhe interessavam os estudos, e que era muito mais giro ser Piloto da Força Aérea. Assim, um dia lá rumou ele a Sintra, base mais importante de então julgo eu, e lá se fez Piloto da Força Aérea para seu contentamento. Ora bem, os aviões começavam a entrar mais directamente na minha vida. A verdade é que a Força Aérea era naquele tempo mais “romantismo” do que profissionalismo, (que nada tem a ver com a extraordinária competência dos pilotos de então), e volta e meia, sobretudo nas férias grandes, estando nós em Monte Real, ouvia-se o barulho de uma formação, maior ou mais pequena de T6, que se aproximavam do Hotel das Termas e fazendo uma passagem baixa sobre o Hotel, davam-nos a indicação de que aqui estava o filho da casa e seus camaradas e amigos que vinham “abichar” um almoço. Lá íamos então nos carros disponíveis até ao Campo de Aviação buscar os pilotos, que depois de almoçarem e se dessedentarem regressavam a Sintra. Claro que esta imagem de piloto da Força Aérea marcou muito a minha infância e adolescência, para além do facto de me ter habituado a conhecer todos esses pilotos e ouvido as suas histórias, não só junto do meu irmão, mas também porque alguns deles ficavam no nosso Hotel, como por exemplo Galvão de Melo. Mais tarde, e para encurtar razões, já depois das férias na Guiné, e tendo vindo viver definitivamente para Monte Real, o meu pouso ao fim da tarde era sempre a Esquadra dos Falcões, onde tinha os meus amigos.
Legenda:O Mexia Alves à dirª.do Cap.Pilav.Jaime Brandão quando se preparava para fazer a sua "estreia" de voo no Corsair A7
Foto:Joaquim Mexia Alves
Por isso mesmo me foi proporcionado aquele voo em A7, que constitui das recordações mais vivas da minha já sexagenária existência. E pronto, tudo isto só para dar mais uma vez os meus parabéns a ti Victor e a todos os que neste espaço se acolhem e partilham as suas experiências ligadas à Força Aérea., até porque se não nunca mais me calo e ocupo o espaço todo. Abraço forte e camarigo para ti e para todos do
Joaquim Mexia Alves
VB: Olá Joaquim.
Nunca estás atrasado em nada,pelo contrário,para nós andas sempre na vanguarda.As tuas vicissitudes humanas deixam-me por vezes agarrado ao que escreves,és um verdadeiro CAMARADA.
Eu até já te chamei o "nosso"piloto. Por vezes a fartura faz-nos mal e a ti os muitos anos de vivência junto da Base,se calhar,fizeram com que te fartasses de "voar" e ai vais tu até ao Exército.
És e serás até quereres da nossa FAP!Mandamos-te fazer uma comissão ao Exército mas já acabou,agora já te não dispensamos mais,pessoas como tu são indispensáveis ao efectivo de qualquer base.
Obrigado pelos parabéns desejados,mas sem o teu contributo este espaço ficará muito empobrecido,por isso queremos que continues a voar connosco.
Um abraço.