Fabricio Marcelino
Esp.MMA
Leiria
Esp.MMA
Leiria
A UNIÃO DOS ESPECIALISTAS NOUTROS TEMPOS
Até 1961 inclusivé,se a memória não me atraiçoa, os militares para o serviço geral da Força Aérea,eram requisitados ao exército.Estávamos em finais de 1961 ou início de 1962,a B.A.5 necessitou de um oficial e, certo dia, apareceu lá um alferes, vindo do Regimento de Cavalaria 8, de Castelo Branco. Naquela altura, a farda de cavalaria, era um pouco diferente da dos outros militares do exército.A farda era de cor clara,o bivaque bastante côncavo, com bicos nos extremos,fazia lembrar uma traineira.As botas eram pretas e tinham cano alto,até um pouco abaixo dos joelhos.Atrás tinham esporas.Era bem notada a sua presença na Base,por ser diferente.Chegou ao ponto, de não querer receber a farda da Força Aérea,que lhe ia valendo uma punição,acabando por receber a mesma contra a sua vontade.Era muito militarista e, queria impor na Base tudo o lhe impuseram em cavalaria.No primeiro dia em que fez oficial de prevenção,ainda com a farda do "arre macho",como nós apelidávamos nessa altura,teve um dia que nunca mais esqueceu na vida certamente.Os especialistas, habitualmente à hora do almoço, não formavam antes de entrarem na messe.O dito oficial de prevenção, pensou em impor tal medida e, quando nos encontrávamos junto à messe à espera da abertura da porta,chegou e gritou a altos berros para formarem todos pela direita.Logo nós nos acotovelámos e passámos a palavra a dizer "ninguém forma".O militarista, gritou mais duas ou três vezes e, como não conseguia o pretendido, voltou a gritar mas, desta vez, a perguntar quem era o mais antigo.Logo o nosso colega Nogueira gritou, sou eu. Ordenou-lhe então que desse o exemplo, começasse a formar e os outros que o seguissem.Claro que ele não formou e, fez-lhe ver que não era hábito formarmos e não era ele que vinha dar essas ordens, sobrepondo-se ao comandante da Base.(Acrescento que, este nossos colega Nogueira,já tinha sido castigado 1 ou 2 vezes,quando estava à beira da promoção, o que fazia dele, um especialista mais velho).O Alferes perante a recusa do Nogueira e, após a resposta dele,passou-se e deu-lhe ali mesmo uma grande bofetada.Como bater num especialista é bater em todos,cercámos o alferes até ele sentir bem o aperto corporal.Parecia uma azeitona a ser espremida no lagar! Vendo-se aflito, puxou a pistola de serviço e, de braço no ar gritava, que começava a disparar se não o deixassem.Entretanto alguém tinha ido chamar o oficial de dia (um tenente),que pôs fim ao caso,desarmou-o e lá o levou.Fomos almoçar e, talvez por influência do oficial de dia,no fim da tarde, andava todo aflito a pedir desculpas a todos nós e, em especial ao colega Nogueira,que levou a bofetada.Com o pedido de mais oficiais,incluindo o adjunto do comandante,lá foi perdoado e escapou sem punição.A partir desse dia foi um óptimo amigo para todos os especialistas.
Termino,dizendo a título de curiosidade, que ele é de Coimbra e, era advogado na vida civil, quando foi para a vida militar.Seria revolta?
Um abraço ao comando e toda a tripulação
Fabrício Marcelino
Termino,dizendo a título de curiosidade, que ele é de Coimbra e, era advogado na vida civil, quando foi para a vida militar.Seria revolta?
Um abraço ao comando e toda a tripulação
Fabrício Marcelino