António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz
Dá-me licença senhor Comandante Barata
Longe vai o ano de 1970, o Clube de Especiais da BA7, um pré-fabricado que mais parecia um comboio, entrava-se directamente na sala do Bar, depois de porta em porta, passava-se para a sala da TV e depois a seguir a sala dos bilhares e ao fundo a biblioteca.Porque como devem estar recordados, a RTP só transmitia programas à noite, nessa altura passou também a funcionar há hora do almoço com um programa de desenhos animados, noticiário e pouco mais.
Legenda: Na BA3
Foto: Loureiro (direitos reservados)
À falta de melhor, porque o pessoal despachava-se depressa do refeitório, uma boa parte dos Zés, e não digo todos porque tinha chegado do ultramar um daqueles Especialistas muito peculiares, alto, alourado, e com um sentido de humor bastante apurado que "agarrava" e contagiava uma boa fatia de Zés que estavam mais interessados em ouvir as histórias do que ver televisão, mau grado daqueles que preferiam o contrário e que estavam constantemente a protestar com o alarido das nossas gargalhadas.O nosso amigo Atalaia, puxando pelo seus galões de veterano de guerra, irrascível, estava-se nas tintas para os protestos dos incomodados e continuava com as suas narrações que nos dava um grande prazer ouvir.Mas o estatuto do nosso amigo não se ficava por ali, também no cais de embarque, quando ele aparecia com a sua imponente farda creme e boné de pala, tipo Major Alvega, era uma confusão e um churrilho de protestos, mas ele não era de mais aquelas e ocupava o primeiro lugar da fila de praças, desvalorizando as pretensões dos que estavam no final da dita fila e que temiam o risco de ficar em terra e a verdade é que, mercê da sua capacidade de argumentação, todos acabavam por baixar a "bolinha" e o nosso camarada lá se mantinha no seu lugar de honra impávido e sereno.
Decerto haverá muitos Zés que o conhecem o nosso amigo e devem ter a mesma opinião que eu, simplesmente impecável e difícil de passar despercebido.
Um abração
Loureiro-PA