António Loureiro
Fur.PA
Fur.PA
Figeira da Foz
Dá-me licença senhor Comandante Barata
Apresenta-se o ex-Fu.Milº.PA
Quando li o "alerta" sobre o falecimento do nosso querido companheiro, não pude deixar de ir dar uma "rabuscadela" ao meu sótão das memórias, cada vez mais desarrumado e com dificuldades acrescidas na localização de informação.
No meu subconsciente a palavra Madeira dizia-me qualquer coisa e por não saber de onde, cada vez ficava mais incomodado até que a manhã finalmente chegou.
Peguei no telemóvel e liguei ao nosso amigo David para o pôr ao corrente da triste notícia, e combinámos a hora de nos encontrarmos na Base onde pela última vez o nosso querido aviador iria aterrar.
Já na placa, pedi ajuda ao David (EABT), no sentido de me tirar aquele "peso" que tanto me incomodava e afina,l a resposta era tão cruelmente fácil e meu instinto se negava a aceitar, o Madeira era, nem mais nem menos, o meu querido amigo e companheiro da Escola Brotero que à tantos anos não via.
O meu pensamento fez-me recuar meio século para trás, triste e meditabundo que estava, só "acordei" com a mudança súbita de movimento.
Quando a aeronave preta e reluzente passou a baixa velocidade por nós, a dúvida instalou-se, será esta??? e tudo se esclareceu ao avistarmos o nosso companheiro Costa Ramos que também seguia naquela "formação".
Como é natural, o tema da conversa foi o saudoso Madeira e por opção, não entramos no hangar e mantivémo-nos na placa à espera que os familiares regressassem da última despedida ao seu ente querido e para lá nos dirigimos para apresentar as nossas mais sentidas condolências e dar algumas palavras de conforto, tendo o cuidado de informarmos quem éramos e o que nos levava ali.
O inesquecível Madeira, pelo que representava para todos nós, vai certamente ficar gravado na nossa memória por aquilo que ele sempre foi, amigo do amigo, jovial, sério e que procurou fazer da melhor forma que podia e sabia, as tarefas que lhe foram confiadas.
Todos ficamos mais pobres e em 2040, decerto que não haverá mais nenhum aviador da nossa geração para contar na primeira pessoa o que representámos para Portugal, os sacrifícios que que nos foram pedidos e a resposta que soubemos dar, enfim, somos uma geração, obrigada por força das circunstâncias, a amadurecer demasiado cedo e isso tem um preço, como alguém já disse antes.
Somos diferentes.
O Madeira era assim, deixou-me um pouco dele, levou um pouco de mim.
Paz à sua alma.
Resta-me despedir com um abraço generalizado.
Loureiro
Apresenta-se o ex-Fu.Milº.PA
Quando li o "alerta" sobre o falecimento do nosso querido companheiro, não pude deixar de ir dar uma "rabuscadela" ao meu sótão das memórias, cada vez mais desarrumado e com dificuldades acrescidas na localização de informação.
No meu subconsciente a palavra Madeira dizia-me qualquer coisa e por não saber de onde, cada vez ficava mais incomodado até que a manhã finalmente chegou.
Peguei no telemóvel e liguei ao nosso amigo David para o pôr ao corrente da triste notícia, e combinámos a hora de nos encontrarmos na Base onde pela última vez o nosso querido aviador iria aterrar.
Já na placa, pedi ajuda ao David (EABT), no sentido de me tirar aquele "peso" que tanto me incomodava e afina,l a resposta era tão cruelmente fácil e meu instinto se negava a aceitar, o Madeira era, nem mais nem menos, o meu querido amigo e companheiro da Escola Brotero que à tantos anos não via.
O meu pensamento fez-me recuar meio século para trás, triste e meditabundo que estava, só "acordei" com a mudança súbita de movimento.
Quando a aeronave preta e reluzente passou a baixa velocidade por nós, a dúvida instalou-se, será esta??? e tudo se esclareceu ao avistarmos o nosso companheiro Costa Ramos que também seguia naquela "formação".
Como é natural, o tema da conversa foi o saudoso Madeira e por opção, não entramos no hangar e mantivémo-nos na placa à espera que os familiares regressassem da última despedida ao seu ente querido e para lá nos dirigimos para apresentar as nossas mais sentidas condolências e dar algumas palavras de conforto, tendo o cuidado de informarmos quem éramos e o que nos levava ali.
O inesquecível Madeira, pelo que representava para todos nós, vai certamente ficar gravado na nossa memória por aquilo que ele sempre foi, amigo do amigo, jovial, sério e que procurou fazer da melhor forma que podia e sabia, as tarefas que lhe foram confiadas.
Todos ficamos mais pobres e em 2040, decerto que não haverá mais nenhum aviador da nossa geração para contar na primeira pessoa o que representámos para Portugal, os sacrifícios que que nos foram pedidos e a resposta que soubemos dar, enfim, somos uma geração, obrigada por força das circunstâncias, a amadurecer demasiado cedo e isso tem um preço, como alguém já disse antes.
Somos diferentes.
O Madeira era assim, deixou-me um pouco dele, levou um pouco de mim.
Paz à sua alma.
Resta-me despedir com um abraço generalizado.
Loureiro
Voos de Ligação:
Voo 1441 Notícia de última hora, faleceu o Madeira.
Voo 1442 O Madeira partiu para o seu último vooVoo 1444 Adeus Amigo.