Joaquim Mexia Alves
Alf.Mil.Op.Esp. Guiné
Monte Real
Alf.Mil.Op.Esp. Guiné
Monte Real
Leio as notícias desta manhã sobre a Guiné e fico profundamente triste.
Aquele povo, generoso, acolhedor, alegre não merecia nada do que se tem passado desde a sua “independência”.
E sinto-me também revoltado e ao mesmo tempo em parte responsável, porque sou português.
Responsável, porque quando foi o tempo talvez mais certo, o meu país não foi capaz de entender os ventos da história e ter proporcionado uma independência bem fundada e pacifica.
Responsável, porque quando a política do meu país se alterou, também não fomos capazes de controlar e liderar uma transição para a independência, segura e no interesse daquele povo.
Custa muito, a serem verdade as noticias, ver um comandante da liberdade, um homem que lutou pela independência do seu povo, acabar assim, desta forma trágica e sem glória.
Nino Vieira pode ter cometido diversos erros, talvez até alguns bem graves em relação à confiança que o povo da Guiné nele depositava, mas nunca poderá deixar de ser lembrado como o maior comandante que o PAIGC na sua luta pela independência teve nas suas fileiras.
Confesso que não sei quem era o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, assassinado também num ataque, e não sei se foi alguma vez combatente nas matas da Guiné, mas sei que nunca a situação politica de um país se resolverá pelos assassinatos dos seus intervenientes, pois a violência gera sempre mais violência.
No segundo paragrafo coloco a palavra independência entre aspas, porque me pergunto sinceramente se aquele povo é independente, se aquele povo tem a liberdade para escolher o destino do seu país, se aquele povo não chora amargamente a ilusão de uma independência que nunca o foi até agora.
Não quero dizer com isto que não devia ter sido dada a independência à Guiné, pois aquele povo tinha todo o direito de decidir o seu destino, mas quero dizer que a independência sem paz, sem uma direcção segura e estável, representa apenas uma miragem que em nada serve o próprio povo.
E uma independência de fome, de doença, de crime, de corrupção, de total instabilidade, não é uma independência verdadeira.
É mais que tempo de Portugal assumir as suas responsabilidades e ajudar verdadeiramente o povo da Guiné a encontrar o seu rumo, o seu destino.
Pela minha parte colaborarei naquilo que me for possível fazer, e sei que todos, ou pelo menos a maioria esmagadora dos meus camarigos o fará também.
Um abraço forte e camarigo a todos, sobretudo aos guineenses meus irmãos
Joaquim Mexia Alves
Aquele povo, generoso, acolhedor, alegre não merecia nada do que se tem passado desde a sua “independência”.
E sinto-me também revoltado e ao mesmo tempo em parte responsável, porque sou português.
Responsável, porque quando foi o tempo talvez mais certo, o meu país não foi capaz de entender os ventos da história e ter proporcionado uma independência bem fundada e pacifica.
Responsável, porque quando a política do meu país se alterou, também não fomos capazes de controlar e liderar uma transição para a independência, segura e no interesse daquele povo.
Custa muito, a serem verdade as noticias, ver um comandante da liberdade, um homem que lutou pela independência do seu povo, acabar assim, desta forma trágica e sem glória.
Nino Vieira pode ter cometido diversos erros, talvez até alguns bem graves em relação à confiança que o povo da Guiné nele depositava, mas nunca poderá deixar de ser lembrado como o maior comandante que o PAIGC na sua luta pela independência teve nas suas fileiras.
Confesso que não sei quem era o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, assassinado também num ataque, e não sei se foi alguma vez combatente nas matas da Guiné, mas sei que nunca a situação politica de um país se resolverá pelos assassinatos dos seus intervenientes, pois a violência gera sempre mais violência.
No segundo paragrafo coloco a palavra independência entre aspas, porque me pergunto sinceramente se aquele povo é independente, se aquele povo tem a liberdade para escolher o destino do seu país, se aquele povo não chora amargamente a ilusão de uma independência que nunca o foi até agora.
Não quero dizer com isto que não devia ter sido dada a independência à Guiné, pois aquele povo tinha todo o direito de decidir o seu destino, mas quero dizer que a independência sem paz, sem uma direcção segura e estável, representa apenas uma miragem que em nada serve o próprio povo.
E uma independência de fome, de doença, de crime, de corrupção, de total instabilidade, não é uma independência verdadeira.
É mais que tempo de Portugal assumir as suas responsabilidades e ajudar verdadeiramente o povo da Guiné a encontrar o seu rumo, o seu destino.
Pela minha parte colaborarei naquilo que me for possível fazer, e sei que todos, ou pelo menos a maioria esmagadora dos meus camarigos o fará também.
Um abraço forte e camarigo a todos, sobretudo aos guineenses meus irmãos
Joaquim Mexia Alves
VB.Caro Companheiro,esta tua análise á actual situação na Guiné e contagiante.
De facto só pode ser redigida por ti,pessoa dotada de um grande sentimento,já por diversas vezes demonstrado,para com o povo daquela ex-província Portuguesa.
Acredito que,devido narcotráfico existente naquele pais,a situação seja fácil de resolver mas aquele povo que vivem nas desumanas condições de vida,precisa de ajuda.